quinta-feira, 31 de março de 2022

Ritam Nereda - 999 (2000)

GÊNERO: Thrash Metal
ORIGEM: Sérvia (Novi Sad / Vojvodina)
FORMAÇÃO:
Boban Petronijevic (Vocal, guitarra)
Comi (Guitarra)
Mire - Miroslav Mijatovic (Baixo)
P.J. (Bateria)
.
Este é o quarto álbum de estúdio lançado pelo grupo, através do selo Automatik, e foi gravado nos estúdios Art Noise (álbum) e Cesnjak (faixas bônus). É um bom álbum, que, embora eu tenha classificado como thrash metal, ele possui influências de oi!, além de pitadas de crossover e stoner. As origens do grupo não foram deixadas de lado, apesar deste álbum soar mais metal que o início da carreira, possuindo bons arranjos, além de uma ótima qualidade de gravação. As composições são bem pensadas, as faixas são embaladas, mas não muito velozes, possuindo eventuais trechos mais cadenciados, com groove e pouco embalo, com os acordes executados em staccato, enquanto a voz possui um timbre bem grave e com um (leve) drive. As letras variam entre inglês e sérvio, o que é um ponto curioso e interessante. Um bom álbum, muito bem produzido, de uma banda importante em seu país, surgida na época em que seu país ainda era a Iugoslávia, sendo considerado, algumas vezes, como uma banda iugoslava e não sérvia. Vale a pena conferir!
.
FAIXA A FAIXA:
1) 10 Godina. O álbum inicia com uma boa composição. Não muito veloz e não muito embalada (com exceção do refrão), ela possui ótimos riffs de guitarra, além de um bom desenho melódico da voz no refrão, o destaque da composição, na minha opinião. Sendo esta uma das faixas de divulgação do álbum, pois possui videoclipe, um bom vídeo, mostrando os músicos tocando dentro de uma "parede" de alto-falantes.
2) Protest. Outra boa composição. Ainda não veloz, mas esta já mais embalada, mantendo características semelhantes à faixa anterior, sendo o destaque, mais uma vez, o refrão e seu desenho melódico da voz, possuindo eventuais riffs de guitarra.
3) Crno Je Sve. Considero esta uma das melhores faixas do álbum, já bem embalada, soando mais punk rock do que metal, ela possui um bom trabalho de dinâmica, enquanto seu arranjo é mais simples, sendo o destaque, mais uma vez, o refrão e seu desenho melódico da voz. Outra faixa que possui videoclipe de divulgação.
4) 'Ajde. Esta é outra faixa que considero das melhores do álbum. Já mais cadenciada e menos embalada, me agrada bastante o trabalho de dinâmica, na parte A, combinado com a troca de acordes, possuindo um refrão bem sing-a-long e um pequeno trecho mais intimista.
5) Your Trap. Uma ótima faixa, com um ótimo riff de guitarra, que lembra bastante Suicidal Tendencies, esta já é mais embalada, embora não muito veloz, possuindo um bom refrão, sendo o destaque os riffs de guitarra.
6) Ne Zovi. Talvez a faixa mais pesada do álbum, com certeza a mais pesada até então, com uma introdução que abusa dos dois bumbos, enquanto a parte A já é nada embalada e veloz, além de possuir uma intenção bem intimista e um refrão bem sing-a-long, a única parte da música com letra! Lembra, um pouco, com Sepultura.
7) Lazes. Outra faixa pouco veloz, mas com um bom embalo e bastante peso, soando bem metal, além de possuir as partes bem definidas, sendo o destaque o refrão, mais uma vez, bem sing-a-long, possuindo uma progressão harmônica bastante "pobre".
8) Deep Sleep. Considero esta faixa uma das melhores do álbum, com um excelente riff e um ótimo refrão, ela possui um excelente groove. Não embalada e não muito veloz, o refrão é bem sing-a-long, sendo o destaque o groove e os riffs existentes.
9) Rad, Red. Outra faixa pouco embalada, com bastante groove, um bom trabalho de dinâmica, além de boas frases de bateria, embora simples, enquanto o refrão já possui mais embalo, embora não muito, e peso. Destaque para o trabalho de dinâmica.
10) Can't Stay. Considero esta uma das melhores faixas do álbum, talvez a faixa mais hardcore de todo ele, com um bom arranjo de dinâmica e bateria, sendo o destaque o refrão e seu desenho melódico e progressão harmônica, embora o arranjo de bateria também mereça atenção.
11) Fire!. Considero esta a melhor faixa do álbum, em especial pelo seu refrão, bem sing-a-long e com uma ótima progressão harmônica. Talvez a faixa mais oi! do álbum, bem ao estilo do gênero.
12) Kraj. Esta é, sem dúvida, a faixa mais intimista do álbum, seria a última se não houvessem as faixas bônus, uma excelente composição para final de álbum! O destaque está no trabalho de dinâmica, riffs de guitarra e a frase do baixo na parte A.
13) Betrayed. Esta é a primeira das faixas bônus, percebe-se nitidamente a diferença de qualidade de gravação. É uma boa faixa, pouco embalada e pouco veloz, mas com bons riffs e boas frases de bateria, além de possuir um bom trabalho de dinâmica.
14) Jedan Dan. O álbum finaliza com outra boa faixa, que possui bons riffs de guitarra, além de certo embalo, sendo o destaque o refrão, mais veloz e bem sing-a-long, possuindo um timbre de voz diferente das demais faixas do álbum.
Ouça o álbum 999 vezes!

domingo, 27 de março de 2022

Rise Against - Endgame (2011)

GÊNERO: Hardcore Melódico
ORIGEM: EUA (Chicago - Cook / Illinois)
FORMAÇÃO:
Tim McIlrath - Timothy McIlrath (Vocal, guitarra)
Zach Blair - Zachariah Blair (Guitarra)
Joe Principe (Baixo)
Brandon Barnes (Bateria)
.
Este é o sexto álbum lançado pelo grupo, através dos selos DGC e Interscope, e foi gravado no estúdio The Blasting Room. É um bom álbum, extremamente bem produzido e equalizado, com muita personalidade e, embora eu tenha rotulado como hardcore melódico, ele possui influências de pop punk e pitadas de emo core. Sendo um álbum gravado às pressas, pois estavam em turnê até pouco meses antes do início das gravações, grande parte das composições foram criadas durante a turnê, não estando, muitas delas, totalmente finalizadas quando as gravações começaram. Algumas faixas são bem embaladas, lembrando bastante alguns "ícones" dos anos 90, como Bad Religion e Offspring, porém o toque pop está presente, inclusive, as faixas que considero semelhantes à Offspring, soam como os anos 2000 do grupo, e não como seu início de carreira. De qualquer forma, o fato de ser um álbum com muita personalidade, o lado pop acaba sendo "abafado", pois embora possua elementos do gênero, eles acabam em segundo plano. A consistência do grupo e a certeza de suas convicções, tornam o álbum bastante "sério" e reflexivo, abordando e fazendo soar como "algo a ser pensado", criando dúvidas e expectativas em relação ao mundo. O estilo de vida straight edge contribui para esta consistência e personalidade, sempre encarando as situações de maneira positiva, o que é bem explícito em suas composições. Boas composições, muito bons arranjos e emoção nas interpretações são os elementos mais evidentes no álbum, possuindo, também, um bom embalo, além de um bons timbres e desenhos melódicos da voz, bem como bons riffs de guitarra e frases de bateria. Foi um álbum muito bem recebido pela crítica e pelos fãs, mantendo um equilíbrio entre as origens hardcore e o mainstream, não soando nem tanto um como nem tanto outro, sendo o álbum do grupo que atingiu o lugar mais alto das paradas da Billboard 200, ao atingir a marca de 85.000 álbuns vendidos na primeira semana de vendas! Além disso, o álbum recebeu disco de ouro na Austrália, ao atingir a marca de 35.000 álbuns vendidos, e disco de platina no Canadá e na Alemanha, ao atingir a marca de 80.000 e 200.000 álbuns vendidos, respectivamente. O álbum foi bem recebido em diversos países ao redor do mundo, se fazendo presente na lista dos "top mais" em vários lugares: posição 75 na Bélgica (Wallonia), 72 na Espanha, 47 na Holanda, 42 na Finlândia, 28 na Noruega, 27 no Reino Unido, 23 na Bélgica (Flanders), 12 na Suiça, 6 na Nova Zelândia e na Suécia, 3 na Áustria, 2 na Austrália e na Billboard 200 (EUA), e 1 no Canadá, Alemanha, Top Rock Albums (EUA) e no Top Hard Rock Albums (EUA). Se já não bastasse, o álbum conseguiu manter posição no ranking anual de 3 listas: 159 na Billboard 200 (EUA), 84 na Austrália, e 30 na Top Rock Albums (EUA). Mantendo uma continuação do estilo apresentado no álbum anterior, ao qual foi o responsável por tornar o nome do grupo conhecido no mainstream, este tem um apelo menos pop, além de possuir eventuais riffs de guitarra, com influências do metal, o "pontapé inicial" do que viria a ser uma marca das composições do grupo anos depois. Um álbum mais "maduro", possuindo 3 singles, aos quais tiveram videoclipes produzidos. Vale a pena conferir, um ótimo álbum, consolidando um estilo e deixando claro suas posições e opiniões a respeito de como o ser humano se relaciona com o mundo.
.
FAIXA A FAIXA:
1) Architect. O álbum inicia com uma das faixas que considero das melhores, uma das mais embaladas e velozes, possuindo boas frases em sincronia, sendo o destaque a parte A, enquanto o refrão já é mais pop. Os arranjos de guitarra e bateria também merecem atenção, assim como o desenho melódico da voz.
2) Help Is On The Way. Este é o primeiro single lançado pelo grupo, antes mesmo do lançamento do álbum, sendo a faixa mais bem recebida pelas rádios e público, possuindo, também, videoclipe de divulgação. Um bom clipe, que mostra uma família ilhada por uma enchente decorrente de uma tempestade à espera de ajuda, enquanto a situação fica cada vez mais complicada. A família que espera por ajuda acaba sendo a salvação de outra à mercê da enchente em um barco estilo caíque. Uma boa composição, não muito veloz, com um excelente desenho melódico da voz, mas com um apelo comercial bem evidente.
3) Make It Stop (September's Children). Outra faixa que virou sinigle e possui videoclipe de divulgação. Aliás, um videoclipe bem produzido que aborda o preconceito contra jovens LGBT, uma homenagem àqueles que acabaram se suicidando por serem vítimas deste preconceito quando ainda jovens, com cenas de estudantes sofrendo bullying na escola. A primeira composição em que o grupo aponta sobre este tema, foi uma composição que chamou bastante a atenção, ela que possui um "ar" bastante pop, mas com um bom embalo, possuindo backing vocals de adolescentes e um bom arranjo, com eventuais efeitos, entre eles o delay na guitarra, já na introdução, sendo o destaque o desenho melódico da voz.
4) Disparity By Design. Considero esta a melhor faixa do álbum, a mais embalada e veloz, esta lembra bastante alguma composição do Bad Religion na década de 2000! Possuindo um trecho mais lento, o destaque está no embalo e desenho melódico da voz.
5) Satellite. Esta é a terceira e última faixa a se transformar em single, possuindo videoclipe de divulgação. Com uma abordagem diferente dos outros dois singles, que abordavam questões sociais e de consciência do uso da natureza, esta foca no ponto de vista positivo em relação às convicções do grupo, sendo um clipe que mostra os bastidores do grupo em turnê, bem como cenas de fãs ao redor do mundo. É uma das faixas que considero das melhores do álbum, possuindo uma ótima progressão harmônica, sendo o destaque o desenho melódico da voz, além de possuir um bom embalo.
6) Midnight Hands. A primeira faixa a apresentar influências e riffs de metal no arranjo das guitarras, sendo a parte A, mais pesada, o grande destaque da composição. Não muito veloz, mas com um bom embalo, embora existam eventuais trechos mais cadenciados, o refrão é o que considero o ponto negativo, com um apelo pop bastante evidente e pouco embalo.
7) Survivor Guilt. Esta é a continuação de Hero Of War, um dos grandes sucessos do grupo. Não muito veloz, com um refrão bastante pop, mas possuindo um bom embalo na parte A, esta é uma das faixas que menos me agrada, embora não seja ruim, apenas falta mais "raiva", sendo o destaque o arranjo de bateria.
8) Broken Mirrors. Esta é outra faixa que considero das melhores do álbum. Na minha opinião, não tenho dúvidas que o compositor esteve inspirado em Police Truck, do Dead Kennedys, ao compor a parte A. Com a mesma intenção, mas com outra intenção, melodia e progressão harmônica, a parte A é, justamente, o grande destaque, enquanto o refrão já possui uma intenção bem pop, embora possua um bom desenho melódico da voz. O arranjo de bateria merece atenção, pois possui eventuais boas frases, possuindo uma levada em shuffle.
9) Wait For Me. Esta é a faixa mais lenta e intimista de todo álbum. Não é uma má composição, sendo o destaque a voz, tanto por seu desenho melódico, quanto pela expressão de Tim. Mais uma vez o refrão possui um apelo bem pop, com pitadas de emo core.
10) A Gentlemen's Coup. Outra excelente composição, com um bom riff de guitarra, um bom embalo, embora não muito veloz, ela possui um bom arranjo, existindo frequentes pausas na parte A, bem como ótimas frases de bateria, além de um excelente refrão, com bons contracantos e um bom desenho melódico da voz. Esta é como uma continuação da faixa 8.
11) This Is Letting Go. Outra faixa com um bom embalo, mas não muito veloz, o destaque está no desenho melódico da voz. Com uma intenção mais punk rock, esta é outra composição que possui um refrão com apelo bem pop, na minha opinião, o ponto negativo da composição.
12) Endgame. O álbum finaliza com a faixa que dá nome à ele. É uma boa composição, com bons riffs de guitarra, um baixo bem presente e fundamental para a intenção da composição, possuindo trechos mais cadenciados, além de frequentes contracantos no refrão, que possui uma intenção mais intimista.
Ouça o álbum até o final de jogo!

quinta-feira, 24 de março de 2022

Ripcord - Defiance Of Power (1987)

GÊNERO: Crust Core
ORIGEM: Inglaterra (Weston Super Mare - Somerset / South West)
FORMAÇÃO:
Buzby - Brian Birchall (Vocal)
Baz - Stephen Ballam (Guitarra)
Steve Hazzard (Baixo)
John Millier (Bateria)
.
Este é o primeiro álbum lançado pelo grupo, através do selo Manic Ears, e foi gravado no estúdio S.A.M.. É um bom álbum, bastante veloz e embalado, com muita energia, distorção e trocas rápidas de acorde. Embora eu tenha rotulado como crust, possui influências de hardcore old school e d-beat, além de pitadas de crossover. A principal semelhança que percebo é com os primeiros registros do Extreme Noise Terror, embora possa ser percebido semelhanças com bandas como Cryptic Slaughter ou Crude SS, além de pitadas de D.R.I.. Os músicos não possuem muita técnica, os arranjos são bem simples e a qualidade da gravação não é das melhores, porém está tudo no lugar e o excesso de energia compensa todas as deficiências técnicas. A curiosidade do álbum é que era para ser lançado, inicialmente, como um split, porém o grupo decidiu por lançá-lo como um álbum solo. Vale a pena conferir, uma paulada na orelha, referência para bandas futuras de hardcore / punk / crust/ grind.
.
FAIXA A FAIXA:
1) Abuse. O álbum inicia com a faixa que considero a melhor. Talvez a faixa mais hardcore do álbum, com certeza sua introdução (bastante extensa) confirma isso, porém a parte A e o refrão já soam mais crust. Um bom arranjo e uma boa composição, com uma boa progressão harmônica, sempre bem embalado e com muita expressão e energia.
2) Lucky Ones. Esta já soa mais crust, mais energia, velocidade, trocas mais rápidas de acorde, bem como as palavras cantadas com as sílabas durando pouco tempo, além de possuir eventuais pausas de pequena duração e uma parte mais cadenciada. Uma ótima composição.
3) You Don't Care. A faixa com menor duração. É extremamente veloz, muito embalo, com apenas uma frase cantada, trocas rápidas de acorde e muita energia.
4) Eternal Tomb. Considero esta uma das melhores faixas do álbum, com um excelente embalo, bastante velocidade, trocas rápidas de acorde e muita energia, existindo eventuais frases executadas em sincronia entre os instrumentos.
5) False Prophesies. Outra faixa bastante veloz e embalada, mantém as mesmas características da faixa 2, existindo eventuais pausas de pequena duração, além de um trecho executado apenas por bateria e voz.
6) Ignorant. Esta é outra faixa que considero das melhores do álbum. Esta é a faixa mais crossover do álbum, lembrando, um pouco de Nuclear Assault com D.R.I.. Bastante embalada e veloz, o destaque está na execução da progressão harmônica pela guitarra, com uma pegada bem metal, com palhetadas rápidas e notas abafadas.
7) Drugshit. Mais uma faixa que mantém o padrão do álbum: velocidade, energia, expressão, embalo e trocas rápidas de acorde. Possuindo, também, eventuais pausas de pequena duração.
8) Live By The Bomb... Die By The Bomb. Outra boa composição, com pitadas de crossover, embora não tão evidentes como na faixa 6, ela mantém as características das composições do álbum, como embalo, velocidade, energia, expressão e trocas rápidas de acorde, possuindo, também, um trecho mais cadenciado.
9) Furder. Outra ótima composição, esta é a faixa que possui o refrão mais sing-a-long do álbum, mantendo, mais uma vez, as características padrão do álbum. Sendo o destaque, justamente, o refrão.
10) Blind Eye. Outra faixa que considero das melhores do álbum, com uma introdução bem hardcore, mais cadenciada, ela prepara para a parte A e sua paulada na orelha! Mais uma faixa que mantém o padrão do álbum, embora esta não possua trocas rápidas de acorde, o que intenciona mais a um hardcore old school do que a um crust.
11) Wicked. Outra faixa bastante veloz e embalada, com pausas de pequena duração, muita expressão e energia, em especial devido à voz, sendo o destaque, justamente as partes em que as pausas acontecem.
12) Viviseccion - Tortura Innecessaria. Outra boa composição, que mantém o padrão do álbum, com muita velocidade e embalo, além de energia, expressão e trocas rápidas de acorde, existindo eventuais pontes com a inclusão de pausas.
13) Defiance Of Power. A faixa que dá nome ao álbum é uma composição de pequena duração, bastante veloz e embalada, muita energia e expressão, possuindo uma pequena introdução.
14) Prisoners. O álbum finaliza com uma das faixas que considero das melhores. Bastante veloz e embalada, esta é a composição que possui uma maior intenção melódica por parte da voz, mesmo que de maneira tímida. A progressão harmônica da parte A ajuda a criar esta sensação. Outra composição que soa mais hardcore do que crust.
Ouça o álbum e entenda o desafio do poder!

domingo, 20 de março de 2022

Rip Off - Split [Nabat] (1982)

GÊNERO: Oi!
ORIGEM: Itália (Bologna / Emilia Romanha)
FORMAÇÃO:
Sceriffo (Vocal)
Hank (Guitarra)
Pugnaro (Baixo)
Crema (Bateria)
.
Este é o primeiro split, primeira demo e primeiro registro lançado pelo grupo, através do selo C.A.S.. Este é um split com o grupo, também de Bologna, Nabat, porém, aqui, comento apenas sobre as faixas do Rip Off. É um bom split, com boas composições, embora todas muito simples, sempre com um bom embalo, mas pouco velozes. Nenhuma informação nos arranjos que chame a atenção, já que os músicos não possuem muita técnica, sendo o ponto positivo as eventuais frases feitas pelo baixo, também bem simples. É o legítimo som Oi! do início dos anos 80, seja o país que for, é possível encontrar bandas com as mesmas características das encontradas aqui neste registro, vocal grave, eventuais frases do baixo, muitos contracantos e a utilização da palavra "oi" sempre presente, sendo mais uma prova da consolidação de um gênero a nível mundial, sem fronteiras. A qualidade de gravação é o ponto fraco do split, deixando a desejar, tanto no som, quanto na equalização, mas, mesmo assim, ficou o registro para marcar uma época! Encontrei poucas informações sobre o grupo, mas pude perceber que teve uma carreira curta, em torno de 5 anos, no máximo. Vale a pena conferir, em comemoração aos seus 40 anos desde o lançamento!
.
FAIXA A FAIXA:
1) Anti Army. O split inicia com uma das faixas que considero das melhores, com um bom embalo e uma boa progressão harmônica, o destaque está nas frases do baixo, possuindo um refrão bem sing-a-long, repleto de contracantos.
2) Rivolta. Esta é outra faixa que considero das melhores do split, já mais veloz que a faixa anterior, esta também possui um bom embalo e um refrão com muitos contracantos e bem sing-a-long, sendo o destaque a parte A e sua progressão harmônica.
3) Oi Rip Off. Esta já é uma composição mais intimista, também com um bom embalo, mas com uma intenção mais "suave", possuindo, mais uma vez, um refrão bem sing-a-long e com muitos contracantos. Uma boa composição, embora com nada em especial que chame a atenção.
4) Droga. Outra excelente composição, talvez a faixa mais melódica de todo split, com uma progressão harmônica que intenciona a uma ideia melódica mais desenhada, esta é outra faixa com um refrão bem sing-a-long e repleto de contracantos.
5) Nuclear Bomb. Considero esta a melhor faixa do split, com um bom embalo, embora pouco veloz, o destaque está na progressão harmônica, também encontrada em 1 a cada 5 bandas do gênero nos anos 80! Mas, mesmo assim, é uma progressão harmônica que sempre me agradou muito, e continua me agradando! Mais uma vez possui um refrão sing-a-long e com muitos contracantos.
6) Tortura. Outra boa composição, bem ao estilo das músicas do gênero na época, reforçando um padrão no gênero. Mais uma vez com refrão bem sing-a-long e muitos contracantos. Embalada, mas pouco veloz, existindo frases, simples, no refrão.
7) Skinheads. Outra faixa bem embalada, esta já um pouco mais veloz. Uma ótima composição, que conta, mais uma vez,com um refrão bem sing-a-long e cheio de contracantos, além de vocais graves.
8) Io Non Voglio Polizia. O split finaliza com outra faixa embalada, mas não muito veloz, uma composição bem simples, talvez a composição mais simples de todo split, com nada que chame muito a atenção, além de possuir uma progressão harmônica não muito interessante. Não é uma má composição, mas longe de ser das melhores.
Ouça o split e se sinta dividido!

quinta-feira, 17 de março de 2022

Ricochet - Double B Side (1980)

GÊNERO: NWOBHM
ORIGEM: Inglaterra (Birmingham - West Midlands / West Midlands)
FORMAÇÃO:
Geoff Sewell (Vocal)
Dave Gough (Guitarra)
The Finn - Neil Finnegan (Baixo)
Mick Collett (Bateria)
.
Este é o primeiro single, e único registro, lançado pelo grupo enquanto ele ainda estava na ativa, através do selo Heavy Rock. É um bom single, demonstra bem o início de uma "nova era" no metal, esta é mais uma das inúmeras bandas surgidas no Reino Unido na virada da década de 70 para 80. Com carreira de curta duração, em torno de 5 anos, o som mostra semelhanças com alguns riffs de guitarra que lembram Motörhead, o desenho melódico da voz lembra Iron Maiden na época com Paul Di'Anno no vocal, além do baixo pedal, bem característico do gênero. As composições são muito boas, bem arranjadas e executadas, os músicos possuem boa técnica, em especial Dave, com riffs e solos de guitarra que elevam bastante o nível do single. Composições embaladas, mas com marcações rítmicas bem acentuadas que nem sempre mantém esta ideia do embalo, porém a marcação da bateria com o baixo pedal não deixam o embalo morrer, por mais que a guitarra tenha mais liberdade para variar ritmicamente. Um bom single, um bom grupo, surgido, provavelmente, no embalo de uma época, como tantos outros, mas que não conseguiu dar continuidade à carreira. Poucas informações sobre o grupo, não descobri o motivo e nem quando o grupo encerrou as atividades, mas creio que foi, no máximo, 5 anos após seu surgimento, supondo eu que este single está mais próximo do final da carreira do grupo do que do início. De qualquer forma, vale a pena conferir, não seria nenhum pecado se o grupo tivesse mais reconhecimento, pois é um trabalho muito bem feito.
.
FAIXA A FAIXA:
1) Midas Light. O single inicia com uma boa composição, uma introdução bastante criativa, com uma frase em harmônicos, na guitarra. Uma progressão harmônica, com baixo e bateria dando toda sustentação rítmica, enquanto a guitarra, o destaque, na minha opinião, tem mais liberdade para executar frases e riffs. O bom desenho melódico da voz também merece atenção.
2) Off The Rails. O single finaliza com a faixa que considero a melhor, com um riff de guitarra sensacional, o grande destaque da composição, que lembra muito algum riff qualquer do Fast Eddie Clark! Uma intenção rítmica baseada em um shuffle, dando a intenção do blues, mesmo que sutil, é outro ponto a favor, assim como o desenho melódico da voz.
Ouça o single e curta o lado b duplo!

domingo, 13 de março de 2022

Revolución X - Política Y Esparcimiento (1995)

GÊNERO: Hardcore Old School
ORIGEM: México (Chihuahua / Chihuauha)
.
Este é o segundo EP lançado pelo grupo, através dos selos Lengua Armada e Alarma. É um bom EP, com composições bem embaladas, eventualmente velozes, com arranjos bem simples, com músicos com pouca qualidade técnica, porém muita inspiração e expressão. As faixas possuem pouca duração, sendo, muitas delas, bastante curtas. O som do EP lembra uma mistura de F.Y.P., Negative FX, Los Crudos e Crass. Embora eu tenha classificado como hardcore old school, a influência do punk é evidente, podendo ser caracterizado dentro deste gênero, tranquilamente. O curioso é que os integrantes são anônimos, não se identificam de forma alguma, talvez pelo fato de que o grupo é extremamente simpatizante com os ideais Zapatistas. Outra curiosidade é que três faixas são a mesma composição, com mixagens ou gravações diferentes! Este é o último registro "oficial" do grupo, já que após o lançamento deste EP, o grupo veio a lançar apenas mais uma demo.
.
FAIXA A FAIXA:
1) El Culo De Endara. O EP inicia com a faixa que considero a melhor. Bastante embalada, com certa velocidade, a composição possui um arranjo bem simples, com a mesma levada, intenção e intensidade, do início ao fim, com o desenho melódico da voz pouco movimentada, mas muita expressão.
2) Fuera El Comando Sur De Puerto Rico. Faixa bem embalada, com certa velocidade, bem sing-a-long, além de bem minimalista e arranjo bem simples. Uma boa composição.
3) Uvas No / Grapes No. Quase uma vinheta, esta tem, aproximadamente, 2 segundos de música, o restante é apenas uma frase falada em espanhol e inglês.
4) Alto Al Bloqueo De Cuba. Outra boa composição, com as mesmas características da primeira faixa, possuindo eventual pausa da guitarra como destaque, além de possuir trocas rápidas de acorde e muita expressão.
5) I Love Mexican TV. Considero esta faixa uma das melhores do EP, a que possui o desenho melódico da voz mais movimentado, bem como uma intenção harmônica mais definida. O acompanhamento rítmico não muda, se mantém como nas faixas anteriores, sendo o destaque o refrão.. Por coincidência, ou não, esta é a única faixa cantada em inglês!
6) Salinas Asesino. Composição com as características bem semelhantes às da faixa 2, também com pouca duração, bem sing-a-long e trocas rápidas de acorde. Uma boa composição.
7) Ordem E Progresso. Outra faixa com as características da faixa anterior, com exceção da introdução, que esta possui, e cria uma boa intenção para quando começa a voz. O curioso é que esta música é cantada em português, fazendo uma alusão à frase escrita na bandeira. Esta é a primeira versão das três existentes neste EP!
8) Julio Iglesisas Disecado. Outra faixa que considero das melhores do EP, com um bom embalo, certa velocidade, trocas rápidas de acorde, além de um refrão bem sing-a-long, o destaque está no solo, aliás, a única faixa do EP que possui solo!
9) Ordem E Progresso. Esta é a segunda versão da composição, mantendo as mesmas características da primeira versão, a faixa 7.
10) Ordem E Progresso. O EP finaliza com a terceira versão da composição, mantendo as mesmas características descritas na faixa 7.
Ouça o EP e entre no esquema da política e entretenimento!

quinta-feira, 10 de março de 2022

Resist Control - Demo (1995)

GÊNERO: Rap Core
ORIGEM: Brasil (Curitiba / Paraná)
FORMAÇÃO:
Daniel Bittencourt (Vocal)
Marcel Prestes (Guitarra)
Carlos Piu (Baixo)
André Massad (Bateria)
.
Esta é a segunda demo lançada pelo grupo, de maneira independente. É uma ótima demo, com boa qualidade de gravação, além de boas composições e arranjos, com ênfase na parte rítmica, embora existam frases que abordam as questões melódica e harmônica. Com um ótimo groove, bastante distorção e peso no timbre das guitarras, o destaque, na minha opinião está nos arranjos de baixo por Carlos, bem pensados, com linhas criativas e bem melódicas, mas sem deixar a harmonia em segundo plano. As composições não possuem muito embalo, têm mais groove, com frequentes arranjos de guitarra que executam pausas de pequena duração, bem como acentos no contratempo. Os arranjos de guitarra não devem ser deixados de lado, também bem criativos, enquanto a voz não tem muita intenção melódica, priorizando, também, o ritmo, sendo, na minha opinião, os arranjos de bateria os mais simples, embora sejam bons arranjos e bem executados. Para aqueles que não sabem, esta é a famosa banda que "derrubou" o palco do Junta Tribo, um ano antes do lançamento desta demo! Vale a pena conferir, uma banda que se não fosse do Paraná, mas de São Paulo, com certeza, teria mais reconhecimento no cenário nacional, pois é um excelente trabalho o realizado pelo grupo.
.
FAIXA A FAIXA:
1) Quero Acreditar. A demo inicia com uma boa composição, com muito groove, muitas pausas, bastante distorção e uma boa linha de baixo, bem minimalista, mas bem marcante e intencional, sendo o destaque o refrão, com frequentes contracantos, sendo um trecho mais cadenciado.
2) Faça. Outra boa composição, em especial pelo refrão, que possui um excelente riff de guitarra, o qual está presente na introdução, também, além de frequentes contracantos. A parte A possui muito groove, com a execução da harmonia sempre no contratempo.
3) Gente Ignorante. A demo finaliza com a faixa que considero a melhor, bem intencional e mais intimista, esta, mais uma vez, possui bastante groove, porém o destaque está no arranjo do baixo, com excelentes frases, embora o arranjo da guitarra também mereça atenção, também com ótimos riffs.
Ouça a demo da demo!

domingo, 6 de março de 2022

Repulsion - Horrified (1989)

GÊNERO: Crust Core
ORIGEM: EUA (Flint - Genesee / Michigan)
FORMAÇÃO:
Scott Carlson (Vocal, baixo)
Matt Olivo (Guitarra)
Aaron Freeman (Guitarra)
Dave Grave - Dave Hollingshead (Bateria)
.
Este é o primeiro, e único, álbum lançado pelo grupo, através do selo Necrosis, e foi gravado no estúdio caseiro de Larry Hennessy. Embora o álbum tenha sido lançado em 1989, as gravações são do ano de 1986, sendo lançadas, em fita demo, no mesmo ano, o primeiro registro do grupo, chamado Slaughter Of The Innocent. O responsável por lançar a demo em álbum oficial, foi o grupo Carcass! Eles que levaram a ideia até o selo Earache, que então aceitou lançá-lo pelo seu "sub-selo", mas não sem antes passar por um processo de masterização. O grupo é, talvez, a principal referência para os grupos de grindcore que viriam a surgir anos depois, diversas composições deste álbum já foram homenageadas com incontáveis versões, sendo citadas por outras muitas, também. Com certeza um marco na história da música, em especial quando se pensa em grind / crust. Aliás, embora eu tenha rotulado o gênero como crust core, ele está na tangente com o grindcore, sendo considerado por muitos como um álbum de grindcore. A questão, ao meu ver, é que não é um álbum de grindcore por não existir o gênero ainda, ou seja, não existiam referências, o que se pode perceber são influências de bandas de hardcore / punk escandinavas, mas também, muita referência do thrash / black / death dos anos 80, podendo encontrar semelhanças com bandas como Crude SS, Anti Cimex, SlayerPossessed ou Venom. As composições são extremamente velozes, com frequentes arranjos de bateria em que se escuta o blast beat, além de trocas rápidas de acordes, muita distorção, em especial no baixo e eventuais solos de guitarra. Com certeza uma das principais influências deste registro para o gênero está na qualidade da gravação, a qual o grupo intencionava para que fosse de baixa qualidade. Técnica repetida inúmeras vezes por inúmeros grupos ao redor do mundo, uma atitude que exemplifica muito bem o D.I.Y.! Vale a pena conferir, uma paulada na orelha, mas com uma importância enorme na história da música (underground) mundial!
.
FAIXA A FAIXA:
1) The Stench Of Burning Death. O álbum inicia com uma das faixas que considero das melhores. Com um ótimo riff na introdução, logo em seguida o petardo já aparece, mostrando o que está por vir! Arranjo de bateria em blast beat, trocas rápidas de acorde, muita distorção, com uma intenção bem "suja" e um solo bem interessante.
2) Eaten Alive. Outro petardo com o arranjo da bateria em blast beat, trocas rápidas de acorde, muita distorção e energia, com uma intenção bem "suja" e, mais uma vez, um solo semelhante ao da faixa anterior.
3) Acid Bath. Esta já bem veloz, mas sem o blast beat na bateria em tempo integral, com uma levada mais semelhante à bandas de hardcore punk escandinavas, mantendo alguns padrões como a troca rápida de acordes e a distorção.
4) Slaughter Of The Innocent. Esta é outra faixa que prioriza um embalo semelhante às bandas escandinavas de hardcore punk, embora também tenha seu momento com o blast beat, além de um solo interesssante, mais uma vez.
5) Decomposed. Outra faixa que considero das melhores. O blast beat aparece em tempo integral, com exceção da introdução e do solo, no mais, mantém as mesmas características padrão do álbum: trocas rápidas de acorde, muita distorção e velocidade.
6) Radiation Sickness. Outra faixa que mantém as mesmas características padrão do álbum, mantendo uma intenção mais embalada, com menos blast beat, uma boa progressão harmônica, com bons riffs e uma excelente intenção.
7) Splattered Cadavers. Aqui o petardo vai do início ao fim! O blast beat está presente na maior parte da composição, que mantém o padrão do álbum, alternando entre levadas mais embaladas e o blast beat.
8) Festering Boils. Outra faixa que considero das melhores do álbum, talvez a faixa mais lenta de todo ele, mas com um ótimo embalo e riff, além de uma excelente intenção, mantendo o padrão do álbum.
9) Pestilent Decay. Aqui o embalo e a velocidade voltam a aparecer como de costume! Com alternância entre trechos em blast beat e outros mais embalados, existindo eventuais pausas e ótimos riffs. Mais uma vez o padrão do álbum está presente.
10) Crematorium. Veloz com trocas rápidas de acorde, o blast beat presente em tempo integral, esta mantém o padrão do álbum, sendo o destaque a progressão harmônica e seu riff.
11) Driven To Insanity. Esta é outra faixa que considero das melhores do álbum. Iniciando pouco veloz, mas com um ótimo embalo e riffs, mantendo o padrão do álbum que, logo em seguida, mostra seu blast beat mais uma vez!
12) Six Feet Under. Esta possui um excelente riff de guitarra, o destaque da composição, na minha opinião, mantendo o blast beat em tempo integral, literalmente! Um petardo na orelha que mantém as características das composições do álbum.
13) Bodily Dismemberment. Outra faixa que considero das melhores do álbum. Com um excelente embalo e uma ótima progressão harmônica, esta se assemelha bastante às bandas escandinavas de hardcore punk, sendo o destaque os riffs e a progressão harmônica.
14) Repulsion. A faixa que dá nome ao grupo é mais um petardo! Blast beat em tempo integral, mais uma vez, a composição mantém as mesmas características padrão do álbum.
15) The Lurking Fear. Mais uma composição com um excelente riff, mantendo o blast beat em evidência, mais uma vez, embora exista seu trecho mais cadenciado.
16) Black Breath. Considero esta a melhor faixa do álbum. Com um excelente embalo, não muito veloz como o padrão do álbum, além de ótimos riffs, que são, na minha opinião, o grande destaque.
17) Maggots In Your Coffin. Mais uma faixa em que o petardo é evidente em tempo integral, assim como o blast beat! Sempre mantendo o padrão do álbum.
18) Horrified. O álbum finaliza com a faixa que dá nome à ele. Mais uma composição que mantém as características padrão do álbum, com trocas rápidas de acorde e frequentes riffs, possuindo um trecho mais cadenciado.
Ouça o álbum e fique horrorizado!

quinta-feira, 3 de março de 2022

Replicantes - Demo Tape (2008)

GÊNERO: Punk Rock
ORIGEM: Brasil (Porto Alegre / Rio Grande do Sul)
FORMAÇÃO:
Júlia Barth (Vocal)
Cláudio Heinz (Guitarra)
Heron Heinz (Baixo)
Cléber Andrade (Bateria)
.
Esta é a primeira, e única, demo lançada pelo grupo, após 7 álbuns de estúdio, de maneira independente. O grupo possui outros registros lançados em fitas K7, porém, nenhuma delas gravadas em estúdio, todos registros ao vivo, sendo esta, 25 anos após o surgimento do grupo, a primeira. Este registro é o primeiro com Júlia no vocal, sendo justamente esta a curiosidade e a principal importância desta demo. Todas as faixas gravadas aqui, estão presentes no álbum seguinte do grupo, regravadas, sendo as versões da demo, únicas. O grupo mantém a mesma pegada de sempre, um punk rock embalado, com arranjos simples, mas com intenções típicas do punk rock, ora mais acelerado, ora nem tanto. O detalhe está na expressão de Júlia, que parece estar um pouco "contida", diferente do que viria a ser (e é) seu modo de expressar, com muita fúria, aqui, parece se preocupar em deixar a ideia mais "suave", creio eu que devido ao fato de ser o início da carreira dela no grupo, o que é normal. De qualquer forma, tenho grande respeito pelo grupo, cresci ouvindo o som deles, comprando, na época, em LP, o segundo, terceiro e quarto álbuns, sendo a música Princípio Do Nada, a primeira que ouvi. A Júlia merece, abraçou a oportunidade e não soltou mais, já tive a honra de dividir o palco, tanto com o Replicantes, como também com o Alcalóides (banda da vocalista antes de se juntar ao Replicantes), e a Júlia sempre teve o maior respeito por tudo e todos, com um bom papo e sempre otimista! Como a demo marca o início da vocalista no grupo, me detive em manter os comentários baseados neste fato! Vale a pena conferir, um momento importante na carreira do grupo!
.
FAIXA A FAIXA:
1) Maria Lacerda. A demo inicia com a faixa que considero a melhor. Com uma excelente intenção, uma boa progressão harmônica, bem como um bom embalo, apesar de não muito veloz, sendo o destaque o desenho melódico da voz.
2) Sangue Sujo. Quando li o nome desta música pela primeira vez, pensei que fosse um cover do Sangue Sujo! Mas não, é mesmo uma composição do Replicantes! É uma boa composição, mas uma das que menos me agrada na demo, principalmente devido ao refrão, mais alegre, quase um pop punk, sendo a parte do final o destaque.
3) Anti Herói. A faixa mais lenta da demo até então, com uma intenção bem arrastada, mais uma vez, não é uma má composição, mas longe de ser das que mais me agradam. A sensação que dá, é que tentaram repetir a fórmula da música Astronauta, mas com "algo faltando" para dar aquele arrepio no corpo!
4) Alguém Explica. Considero esta uma das melhores faixas da demo, sendo esta a faixa mais veloz, com um arranjo de guitarra que prioriza as cordas agudas, ela possui um excelente embalo e uma boa velocidade, com um refrão bem sing-a-long e com uma boa progressão harmônica.
5) Terrorismo Sem Bomba. Outra faixa não muito veloz, com um arranjo de bateria que explora pouco os pratos, priorizando os tambores. Não é uma má composição, mas longe de ser das minhas preferidas, possuindo uma parte mais embalada.
6) Sai Daqui. Outra ótima composição, bem embalada e com certa velocidade, possuindo uma boa progressão harmônica, porém com uma intenção mais "alegre", o destaque está no refrão e seu desenho melódico da voz.
7) Second Life. Outra boa composição, não muito veloz, com a parte A priorizando, mais uma vez, os tambores aos pratos, o destaque está no refrão, bem sing-a-long, tendo a parte A uma intenção bem intimista.
8) Chore Meu Bem. Outra boa composição, com destaque para o riff de guitarra na parte A. Com uma intenção bem alegre, o destaque está no refrão, enquanto que a parte A soa quase como um bubblegum. Não muito veloz, mas com certo embalo.
9) Solo É Pra Minhoca. A demo finaliza com uma das faixas que considero das melhores, possuindo excelentes intenção e progressão harmônica, além de um ótimo embalo e certa velocidade, com destaque para os riffs de guitarra.
Ouça a demo e curta a fita demo!