segunda-feira, 29 de março de 2021

Minoria Activa - Minoria Activa (1997)

GÊNERO: Hardcore
ORIGEM: Argentina (Buenos Aires / Distrito Federal)
FORMAÇÃO:
Esteban Seijo (Vocal)
Nahuel Huarte (Vocal)
Juan Giribet (Guitarra)
Gastón Giribet (Baixo)
Alejo Troise (Bateria)
.
Este é o primeiro álbum lançado pelo grupo, através do selo Resiste, e foi gravado no estúdio El Abasto. Este é um grupo que fez parte da forte cena hardcore que aconteceu em Buenos Aires na década de 90. Com um som bem pesado e 99% influenciado pelo hardcore de Nova York (o outro 1% fica por conta da influência de Suicidal Tendencies), as composições mesclam entre um andamento mais veloz e embalado e trechos mais cadenciados, muitas vezes existindo essa variação na mesma faixa. O som é como se fosse uma mistura de Biohazard, Sick Of It All, Agnostic Front e Suicidal Tendencies, muito peso, com os músicos possuindo uma boa técnica, além de arranjos bem pensados e trabalhados, sempre com muito groove, além de possuir pitadas de metalcore e stoner rock. O que não me agrada muito é o vocal, que apesar de se apropriar de muita energia, acaba não trabalhando a melodia, além de deixar a letra "embolada", com pouca clareza na pronúncia. O instrumental é sensacional, é uma pena os vocais não manterem o mesmo nível. De qualquer forma, este é um influente nome do hardcore latino, mais especificamente argentino, que esteve presente em uma cena que merece destaque internacional, devido á grandeza do movimento de Buenos Aires dentro do hardcore na década de 90.
.
FAIXA A FAIXA:
1) Horizontes De Muerte. O álbum inicia com uma ótima composição, que alterna entre trechos cadenciados e velozes, sempre com ótima progressão harmônica, sendo o destaque o arranjo rítmico e o trabalho de dinâmica.
2) Fanatismo. Esta é uma composição sem trechos velozes, apenas cadenciados, não possui muito embalo, mas muita energia, com um refrão sing-a-long e sempre muito peso. O destaque está no arranjo rítmico, além do solo de guitarra.
3) Sistema De Mentiras. Considero esta a melhor faixa do álbum, possuindo bastante velocidade, embora possua trechos cadenciados, além de muita energia e embalo. As progressões harmônicas merecem atenção, também.
4) Volver A Empezar. Outra faixa mais cadenciada e menos veloz, embora também possua eventuais trechos mais velozes. Como sempre, a energia exala pelos instrumentos e microfones, com um ótimo arranjo rítmico e boas progressões harmônicas.
5) Perder. Outra faixa que considero das melhores do álbum. Bastante velocidade, muita energia, o destaque está na marcação dos acentos no refrão, possuindo trechos cadenciados, também. Com muito groove, o destaque está, mais uma vez, no arranjo rítmico.
6) Caídas Continuas. Outra faixa em que os momentos mais cadenciados se destacam. Mais uma vez muita energia, com ótimas progressões harmônicas, o destaque está no arranjo rítmico e nas progressões harmônicas, possuindo pitadas de stoner rock, devido aos riffs de guitarra.
7) Superficial. Esta é a faixa mais punk rock e a menos trabalhada do álbum, e é, também, uma das faixas que considero das melhores. Bastante embalada, mas não muito veloz, o início desta composição destoa, um pouco, das demais, por ser menos hardcore e mais punk rock, porém, logo após, terchos mais cadenciados nos remetem às demais composições.
8) Impunidad (Nunca Mas). Esta faixa possui uma boa introdução, de maneira acústica, apenas com violões. Considero os argentinos um dos povos com mais qualidade técnica no que diz respeito ao violão, portanto, o arranjo é bem pensado, embora simples. Quando os demais instrumentos aparecem, o mesmo hardcore cadenciado das demais faixas é o que predomina, sempre com destaque para os arranjos rítmicos, embora possua momentos de maior velocidade.
9) Sin Humanidad. Considero esta uma das melhores faixas do álbum, com muito groove, além de um ótimo arranjo rítmico e muito peso, existindo trechos velozes que são, na minha opinião, o grande destaque, com ótimas progressões harmônicas. O solo de guitarra também merece destaque.
10) No Mires Atrás. Outra faixa bem veloz, iniciando sem introdução, muita energia e velocidade, possuindo trechos mais cadenciados e ótima progressão harmônica, em especial nos trechos velozes.
11) Frivolidad. Outra faixa bem cadenciada, com muito groove, uma excelente linha de baixo, que é acompanhada pelas guitarras. Mais uma vez o destaque está no arranjo rítmico, além de possuir eventuais trechos mais velozes e embalados.
12) V.A.N.S. (Viejas Actitudes, Nuevos Sentimientos). A faixa inicia bem embalada, com uma ideia rítmica que poderia, muito bem, ser um ska! Este trecho varia com outro mais veloz. Mais uma vez a energia é muito grande, com destaque para o arranjo.
13) Rencor. Outra faixa bem cadenciada, com muito groove, e com destaque para o arranjo rítmico, possuindo boas progressões harmônicas. Muito peso e energia são as características marcantes desta composição.
14) Tiempo De Cambiar. Considero esta uma das melhores faixas do álbum, iniciando com uma cadência harmônica que possui eventuais dissonâncias. Ela varia entre trechos cadenciados e velozes, possuindo um arranjo de bateria, no início, com dois bumbos que merece destaque.
15) Financiando La Ignorancia. Outra faixa com destaque para o arranjo de bateria e seus dois bumbos. Esta é uma composição que varia entre trechos mais cadenciados e outros velozes, com boa progressão harmônica e arranjo.
16) Conciencia. Considero esta uma das melhores faixas do álbum, com um bom groove e progressão harmônica, o destaque está nos riffs dos instrumentos de corda. Não muito veloz, mais embalada que veloz, embora possua um trecho bem veloz, ela possui variações de cadência entre as partes.
17) En El Nombre Del Sufrimiento. O álbum finaliza com outra composição bem cadenciada, com um ótimo arranjo de bateria, que é o destaque da composição na minha opinião. Bastante groove, mas com eventuais trechos mais embalados, uns mais velozes e outros menos.
Ouça o álbum e conheça a minoria ativa!

sexta-feira, 26 de março de 2021

Ministry - The Land Of Rape And Honey (1988)

GÊNERO: Industrial
ORIGEM: EUA (Chicago - Cook / Illinois)
FORMAÇÃO:
Alain Jourgensen (Vocal, guitarra, programação)
Paul Barker (Baixo, teclado, programação)
William Rieflin (Bateria, programação, teclado, guitarra)
.
Este é o terceiro álbum lançado pelo grupo, através do selo Sire. É o primeiro álbum do grupo a ter influências do metal, deixando para trás o som mais eletrônico, inclusive, o próprio Al chegou a comentar que este é o primeiro álbum do grupo que soa como o verdadeiro Ministry. E nele consta um dos maiores clássicos do grupo! Já havia feito uma resenha deste álbum em 2010, confira aqui. Embora tenha influência do metal, a influência da música eletrônica está bem presente, o que me remete a considerar este um álbum de transição, um pouco do passado, um pouco do futuro. Existem faixas mais velozes, mas outras menos, sempre com muito efeito, e muita influência da música eletrônica. Os vocais sempre bem roucos, com bastante drive e algumas inserções de elementos da música contemporânea como a utilização de um secador de cabelo, além de alguma influência do rap, devido aos inúmeros samples e eventuais ritmos. O álbum conta com a participação de Chris Conelly cantando uma das faixas. A versão em CD conta com duas faixas a mais que a versão em LP. O álbum atingiu a posição 164 na The Billboard 200, e a curiosidade fica por conta da capa. A imagem da capa foi retirada de uma foto feita pelo próprio Al, através do televisor, de uma imagem de uma carcaça humana no período do holocausto, ao assitir um documentário sobre o tema. A questão é que a gravadora não queria usar a imagem na capa, mas Al encontrou um veado morto na estrada, o decepou, colocou a cabeça na caçamba de sua caminhonete e a levou até a gravadora, jogando-a na mesa de um dos responsáveis, dizendo: aqui está a capa do disco! A gravadora se obrigou a aceitar a primeira opção para a capa! E a foto feita por Al se tornou a capa do álbum, após passar por efeitos gráficos. Três videoclipes foram feitos com faixas deste álbum que é considerado, por muitos, como um dos álbuns pioneiros do industrial.
.
FAIXA A FAIXA:
1) Stigmata. O álbum inicia com um dos clássicos do grupo, e é a faixa que considero a melhor, sendo uma das faixas de divulgação, pois possui videoclipe de divulgação, que assim como as músicas, possui muitos efeitos de vídeo, uma característica dos clipes do grupo. Com bastante distorção como efeito na guitarra, a harmonia executada com frequentes pausas e a bateria fazendo uso dos dois bumbos com bastante freqüência, o trabalho de dinâmica também merece destaque. O curioso é que Al contou que esta música ele compôs em poucos minutos, pois precisavam de mais uma música para o álbum, e, para ele, esta é uma das faixas que ele menos gosta!
2) The Missing. Outra faixa que considero das melhores do álbum, bastante veloz, com um ótimo riff de guitarra, e uma boa marcação do baixo em conjunto com a bateria. Uma composição bastante minimalista, mas que possui um ótimo arranjo.
3) Deity. Considero esta faixa a segunda melhor do álbum, também bastante veloz, com um bom trabalho com os dois bumbos da bateria, enquanto que a harmonia se mantém bem minimalista, mais ainda que a faixa anterior, embora tenha seu ápice no refrão, destacado com o trabalho de dinâmica.
4) Golden Dawn. Esta é uma faixa instrumental, já mais lenta e com mais elementos da música eletrônica em evidência, muitos efeitos, o destaque está na linha do baixo, que, apesar de minimalista, conduz a música do início ao fim, dando espaço e liberdade para a guitarra e os samples, que foram retirados do filme The Devil, além de possuir os samples das vozes de Aleister Crowley e Israel Regardie.
5) Destruction. Outra faixa com muitos efeitos e, mais que as anteriores, muitos elementos da música eletrônica. Aliás, esta é uma música eletrônica! O destaque está na própria composição e no arranjo, bem pensado e hipnotizante.
6) Hizbollah. Esta é uma das faixas que não estão presentes na versão em LP. Também bem eletrônica, esta conta com o sample da cantora árabe Fairuz, um grande nome da música em seu país, e é justamente este o destaque, sua linha melódica abusando dos microtons. Não muito veloz, mas também bastante hipnotizante.
7) The Land Of Rape And Honey. A faixa que dá nome ao álbum é, também, uma das faixas de divulgação, pois possui videoclipe. O vídeo conta com cenas do grupo em cima do palco, além de contar com a participação de Jello Biafra, também com muitos efeitos. A composição é bem eletrônica, com as linhas de teclado e efeitos usados de maneira constante. Não muito veloz e com a bateria bem simples, esta é uma boa composição.
8) You Know What You Are?. Outra faixa com os elementos eletrônicos bem evidentes, desde as linhas graves até os samples. A bateria apenas com a marcação do bumbo e do cymbal, sem muita velocidade, mas abusando de efeitos, os samples ficam por conta de um diálogo do personagem Tuco, no filme The Good, The Bad, The Ugly, uma risada retirada do filme A Fistful Of Dollars, além de trechos dos filmes Aliens e Platoon.
9) I Prefer. Esta é a outra faixa que não está presente no LP, e é, também, a faixa que conta com a utilização de um secador de cabelo, já na introdução. Já mais veloz, mas ainda com os graves bem eletrônicos, a levada já é mais rock e menos eletrônico. Uma boa composição, com destaque para as linhas graves.
10) Flashback. Considero esta uma das melhores faixas do álbum. Já mais acelerada, com a volta da utilização de guitarras, que haviam sido deixadas em segundo plano nas faixas anteriores, esta possui videoclipe de divulgação, que, assim como os demais, possui muitos efeitos. Outra faixa bem minimalista, monocórdica, mas com uma ótima intenção, possuindo samples retirados do filme Platoon.
11) Abortive. O álbum finaliza com a faixa mais hip hop do álbum. Aliás, esta é bem rap, mais rap do que industrial ou eletrônico, possuindo samples retirados de áudios da NASA. Também instrumental, ela possui muito groove, aliás, exala groove por tudo. Excelente composição, inovadora para a época.
Ouça o álbum e conheça a terra de estupro e mel!

terça-feira, 23 de março de 2021

Millencolin - Skauch (1994)

GÊNERO: Hardcore Melódico
ORIGEM: Suécia (Örebro / Närke)
FORMAÇÃO:
Nikola Sarcevic (Vocal, baixo)
Erik Ohlsson (Guitarra)
Mathias Färm (Guitarra)
Fredrik Larzon (Bateria)
.
Este é o segundo Ep lançado pelo grupo, meses antes do seu primeiro álbum, através do selo Burning Heart, e foi gravado no estúdio Unisound. É um espetacular Ep, talvez o melhor trabalho lançado pelo grupo, na minha opinião. Sem sombra de dúvidas esta é a melhor época do grupo, todas as faixas são excelentes, uma melhor que a outra, quase em sua totalidade com composições velozes, excelentes desenhos melódicos da voz, bons riffs de guitarra e ótimos arranjos da bateria, ou seja, apenas elogios, não tenho nenhum ponto negativo para apontar, realmente espetacular! Este Ep era para ser lançado como um single, apenas com as duas primeiras faixas, porém o grupo optou por gravar mais 4 faixas, todas elas cover, e lançar, então, como um Ep. A escolha dos covers foi sensacional, escolhido a dedo, uma faixa melhor que a outra, incluindo clássicos, mas também alguns "lado B". A primeira faixa está presente no primeiro álbum do grupo, porém com outra versão, as demais faixas estão presentes na coletânea Melancholly Collection. Não deixem de ouvir este Ep, deve fazer parte da vida de cada um, um dos melhores lançamentos existentes, não tem como enjoar!
.
FAIXA A FAIXA:
1) The Einstein Crew. Esta é, nada mais nada menos que a melhor música do grupo, na minha opinião, então, claro, é também a melhor faixa do Ep! Tudo perfeito, desde a frase da guitarra, a velocidade, o embalo, o desenho melódico da voz, o arranjo, os contracantos... enfim, tudo! Esta composição está presente no primeiro álbum do grupo, lançado no mesmo ano deste Ep, meses depois, porém com outra versão. A versão do Ep está presente apenas neste Ep.
2) Yellow Dog. Outra ótima composição, que alterna entre trechos mais velozes e outros menos, mas também com um ótimo embalo, desenho melódico da voz, arranjo e dinâmica. Esta e a faixa anterior são as únicas de autoria do grupo, e eram estas duas faixas que seriam lançadas, em um primeiro momento, como um single.
3) Knowledge. Esta é a primeira faixa cover do Ep, um clássico composto por Lint (Tim Armstrong) e gravada, originalmente, pelo grupo Operation Ivy, em 1989. Excelente composição, com um ótimo arranjo, bem fiel ao original. Lembro quando ouvi esta música pela primeira vez em 1991, ouvia ela repetidamente! Uma das músicas que lembram minha infância!
4) A Whole Lot Less. Se a faixa anterior me dá uma sensação de nostalgia, esta então, mais ainda! Ouvia essa música em 1990 no vídeo de skate da H-Street, chamado Hokus Pokus, porém na versão original. A música foi composta e gravada pelo grupo Sub Society, em 1989. Um exemplo perfeito do skate punk dos anos 80!
5) Coolidge. Este terceiro (excelente) cover é uma composição de Karl Alvarez, e foi gravada, originalmente, pelo grupo Descendents, em 1986. Uma excelente composição, a mais lenta do Ep, mas ainda assim, sensacional, com um excelente desenho melódico e um excelente arranjo.
6) That's Up To Me. O Ep finaliza com a faixa que considero a segunda melhor, e é, também, o quarto cover do Ep. Esta foi composta e gravada, originalmente, pelo grupo Scumback, porém não sei dizer o ano. Não conheço a versão original, mas esta versão é sensacional, veloz, embalada e com trocas rápidas de acorde, além de um excelente desenho melódico da voz.
Ouça o Ep e sinta o skauch!

sexta-feira, 19 de março de 2021

Milkshakes - Fourteen Rhythm & Beat Greats (1982)

GÊNERO: Garage Punk
ORIGEM: Inglaterra (Chatham - Kent / South East)
FORMAÇÃO:
Billy Childish (Vocal, guitarra)
Micky Hampshire (Guitarra)
Russell Wilkins (Baixo)
Bruce Brand (Bateria)
.
Este é o segundo álbum lançado pelo grupo, através do selo Milkshakes, e foi gravado no estúdio Oakwood. Este é um bom álbum, possuindo faixas muito boas, outras nem tanto, e uma faixa ruim. Esta é uma das inúmeras bandas da onda do "revival" do som dos anos 60 no Reino Unido, os chamados mods! O álbum soa, ao meu ver, como uma mistura de Kinks, Jam, Beatles e alguma banda de surf music qualquer! É um álbum de garage punk, mas percebe-se influências de jungle, rock 'n' roll, surf music e (como o nome sugere) punk rock. Soa exatamente como as bandas da década de 60, sendo fiéis, inclusive, no timbre dos instrumentos, além, claro, das composições. As faixas possuem certo embalo, não muito velozes, existindo levadas em shuffle, levadas tribais, além de acentos deslocados do tempo forte. As guitarras não possuem muito drive, mantendo o timbre quase limpo. Já comentei isso aqui outras vezes, como toda banda britânica que se preze, a influência de Beatles não pode faltar, ainda mais para aquelas que buscam nos remeter ao som britânico dos anos 60! A curiosidade fica por conta da carreira do grupo, que apesar de apenas 4 anos de existência, mantiveram uma média de mais de dois álbuns lançados por ano! É um bom álbum, vale a pena conferir, muito swing com a cara dos anos 60!
.
FAIXA A FAIXA:
1) Seven Days. O álbum inicia com uma boa faixa, que lembra bastante Kinks, com destaque para a parte A e a execução harmônica em staccato. O refrão não é ruim, mas é o ponto fraco da composição, na minha opinião.
2) Black Sails (In The Moonlight). Considero esta uma das melhores faixas do álbum. Com uma levada em shuffle, eventuais frases da guitarra, esta soa como um rock 'n' roll, sendo o grande destaque os acentos deslocados do tempo forte na parte A, além das frases da guitarra.
3) Exactly Like You. Outra boa composição, com características semelhantes à faixa 1, também lembrando Kinks. Não muito veloz, mas possuindo um bom embalo, o destaque está nas frases de guitarra e no refrão.
4) A Girl Called Mine. Outra boa composição, com uma excelente frase da guitarra na introdução, que nos lembra Peter Gunn! Esta composição lembra, na minha opinião, Jam, sendo o destaque, justamente, a frase da guitarra, embora a levada mereça atenção.
5) Sad Girl Mambo. Outra composição com boas frases de guitarra, com uma boa levada que lembra, como o nome sugere, mambo. Uma boa composição, a qual o destaque está nas frases da guitarra e na levada rítmica.
6) I Want You. Considero esta a pior faixa do álbum, sem sombra de dúvidas! Com a cara de Beatles, tanto na melodia quanto na intenção. Ao estilo de Stand By Me, porém com sonoridade no modo maior, esta é a legítima faixa que poderia ser excluída do álbum, realmente muito ruim!
7) Cadalina. Considero esta uma das melhores faixas do álbum, aliás, considero esta seqüência a melhor do álbum. Com uma excelente frase de guitarra, um ótimo embalo e a bateria executando a caixa com duas batidas simples, esta soa um punk rock com surf music. O curioso desta composição está na introdução, a qual a guitarra inicia em um andamento, mas, antes de entrar os demais instrumentos, ele acelera o andamento! Mostrando que a gravação foi feita ao vivo no estúdio e sem metrônomo!
8) No One Else. Considero esta a melhor faixa do álbum, a mais veloz, com a caixa dobrada, além de possuir excelentes frases da guitarra. Com certeza a faixa mais punk rock do álbum, com a harmonia bem característica do rock 'n' roll.
9) I Need One. Considero esta uma das melhores faixas do álbum, com uma excelente intenção, a levada da bateria com poucos pratos, se apropriando mais dos tambores. A execução harmônica com seus staccatos e acentos deslocados do tempo forte dá um toque de qualidade a mais.
10) You Did Her Wrong. Esta é uma faixa mais intimista, embora esteja longe de ser uma balada. O destaque está no arranjo das guitarras, em que uma delas executa as frases e a outra os acordes, sempre com frequentes pausas. Também com ares de Beatles, esta faixa não chega a ser ruim, mas longe de ser das melhores do álbum.
11) Can You Tell Me. Esta é um rock 'n' roll com influência de punk rock, ou seja, muito "suave" para um punk rock, mas muito "pesada" para um rock 'n' roll! A harmonia é 100% rock 'n' roll, sendo o destaque o embalo da composição.
12) Red Monkey. Considero esta uma das melhores faixas do álbum. Esta é uma faixa instrumental, que soa como uma mistura de jungle e surf music, caracterizando mais o surf music. Como já mencionei outras vezes, para uma música instrumental ser uma boa composição, ela precisa chamar a atenção, e é exatamente isso que as guitarras fazem, suportadas pelos demais instrumentos.
13) Take You Home Tonight. Esta é uma faixa que eu considero "estranha"! Possui harmonia e melodia bem ao estilo Beatles, porém a levada da bateria e o refrão desconstroem esta ideia, sendo, justamente, estes dois aspectos os destaque da composição.
14) Wo' Now. O álbum finaliza com uma boa faixa, harmonia característica do rock 'n' roll, mais uma vez com frequentes frases da guitarra que, aliás, são o grande destaque da composição, além do bom embalo. Talvez a faixa com o arranjo mais "sujo" de todo álbum.
Ouça o álbum e conheça os quatorze grandes ritmos e batidas!

terça-feira, 16 de março de 2021

M.I.A. - The Original! (1983)

GÊNERO: Hardcore Old School
ORIGEM: EUA (Oxnard - Ventura / Califórnia)
FORMAÇÃO:
Joe Eddy (Vocal)
Dave Casillas (Guitarra)
P.J. Galligan (Guitarra)
John Morris (Baixo)
Johnny Brewton (Bateria)
.
Esta é a primeira demo, e único trabalho, lançado pelo grupo, de maneira independente. É uma boa demo, com boa qualidade de gravação, boas composições, bons arranjos, porém o vocal deixa muito a desejar! O grupo soaria muito melhor com outro vocalista, o timbre de voz não me agrada, me parece que não combina com as composições, além de existir eventuais desafinações. As composições variam de andamento, algumas mais velozes e outras mais lentas, mas sempre com boas intenções, lembrando bandas como Germs, T.S.O.L., ou Adolescents, além de pitadas de Black Flag, porém o vocal é o que não se assemelha a estas referências. Já havia feito uma resenha sobre esta demo, em 2011, confira aqui! Duas faixas desta demo entraram em uma coletânea, não existindo mais registros do grupo. O curioso fica por conta dos dois guitarristas, em que um tocou, poucos anos depois, no NOFX (Dave), e o outro havia tocado no Angry Samoans (P.J.). Uma boa demo, bem ao estilo do hardcore californiano do início da década de 80, uma pena o vocal...
.
FAIXA A FAIXA:
1) Last Day At The Races. A demo inicia com uma das faixas que considero das melhores. Bem simples, mas com uma boa intenção, sendo o destaque as eventuais frases da guitarra e o solo. Não muito veloz, mas com um bom embalo. Lembra um pouco Germs.
2) Excapes. Esta já é uma faixa mais veloz, com trocas rápidas de acorde, variando com outra parte mais lenta. Destaque para a parte A e sua progressão harmônica.
3) Fag. Talvez a faixa mais lenta da demo, com uma boa progressão harmônica, que se mantém por todo tempo, além de bons riffs. Esta é, talvez, a faixa que menos me agrada na demo, embora tenha seu ponto forte no solo.
4) Fat Slob. Uma das duas faixas mais velozes da demo, com trocas rápidas de acorde, esta é uma ótima composição, além de ser a faixa com menor duração da demo.
5) Groupie Sluts. Esta faixa já mais lenta que a anterior, apesar de possuir um bom embalo, além de uma boa progressão harmônica. Uma boa composição, que mantém a harmonia quase sempre igual.
6) Stop M.F.. Considero esta a melhor faixa da demo, principalmente devido às frases da guitarra, mas também devido ao trabalho de dinâmica na parte A em relação às demais. Bastante influência de skate punk, não é muito veloz, mas possui um bom embalo.
7) The American Dream. Outra boa faixa, bem minimalista, não muito veloz, mas com um bom embalo, o destaque está na parte B, mais acelerada, embora o refrão mereça atenção. Bem ao estilo T.S.O.L. e Adolescents.
8) Missing Or Captured. Esta é a faixa que, junto com a faixa 1, entraram na coletânea, e é, também, a outra faixa veloz da demo, que, assim como a faixa 4, possui pouca duração e trocas rápidas de acorde.
9) Religious Dogs. Considero esta uma das melhores faixas da demo, com um bom trabalho de dinâmica e um bom embalo, esta lembra bastante Adolescents. O destaque está na parte B, embora o "clima" da parte A mereça atenção.
10) A Day In The Life. Uma boa composição, mas com nada de especial, apesar do bom trabalho de dinâmica e intenção. As frases da guitarra merecem atenção, também. Não muito veloz, alternando o andamento entre as partes.
11) Calm Down. A demo finaliza com uma das faixas que considero das melhores, uma excelente introdução, com um bom clima que prepara para a parte A, que lembra muito T.S.O.L.! Bem embalada, com trocas rápidas de acorde e eventuais frases rítmicas executadas em sincronia entre os instrumentos, esta possui influências de skate punk, também.
Ouça a demo e conheça o original!

sexta-feira, 12 de março de 2021

Metallica - Jump In The Fire (1983)

GÊNERO: Thrash Metal
ORIGEM: EUA (Los Angeles - Los Angeles / Califórnia)
FORMAÇÃO:
James Hetfield (Vocal, guitarra)
Kirk Hammet (Guitarra)
Cliff Burton (Baixo)
Lars Ulrich (Bateria)
.
Este é o primeiro single lançado pelo grupo, após 1 álbum de estúdio, através do selo Music For Nations. A maioria das versões deste single foram lançadas em 1984, porém as primeiras versões são do final de 1983. Já havia feito uma resenha sobre este single em 2014, confira aqui! É um excelente single, com 3 faixas que constam no primeiro álbum do grupo, duas com versão diferente e uma com a mesma versão do álbum. O curioso deste single é que duas faixas estão creditadas como sendo ao vivo, porém elas foram gravadas no estúdio e depois foi feito uma mixagem com sons de público. As faixas com versão diferente a do álbum de estúdio são praticamente iguais, percebe-se diferença por pequenos detalhes, principalmente na voz. As composições são sensacionais, eu, particularmente, considero este o melhor período do grupo, possuindo faixas mais velozes, mas sempre com ótimos arranjos, composições bem construídas e muito bem trabalhadas, com o detalhe e a qualidade das linhas de baixo de Cliff, um dos meus ídolos no instrumento, o que sugere que sou suspeito para falar! A curiosidade fica por conta da capa, com a arte por conta de Les Edwards, a imagem foi retirada da capa do livro The Devil's Of D-Day, de 1979, obra do escocês Graham Masterton, renomado autor de livros de horror. O single atingiu a posição número 30 na Nova Zelândia. Muito bem executado, com boa mixagem, este é um single que merece ser ouvido!
.
FAIXA A FAIXA:
1) Jump In The Fire. O single inicia com a faixa título, a qual considero uma excelente composição, em especial devido aos riffs e frases da guitarra, mas, também, pela linha de baixo, com eventuais inversões e cromatismos que deixam a composição com mais qualidade! O final da faixa com a caixa da bateria dobrada também merece atenção. Esta versão é a mesma do álbum Kill 'Em All, e foi uma das três primeiras composições do grupo.
2) Seek And Destroy (Live). Esta é uma das duas faixas creditadas como ao vivo, mas que foram gravadas em estúdio. Extremamente semelhante à versão do álbum, apenas alguns detalhes nos fazem perceber a diferença. Um dos grandes clássicos do grupo, esta é a faixa mais bem trabalhada do single, não muito veloz, embora tenha eventuais trechos um pouco mais acelerado, o grande destaque está no arranjo, em especial as variações de intenção, mas, também, nas frases dos instrumentos de corda.
3) Phantom Lord (Live). Esta é a outra faixa creditada como ao vivo, mas que foi gravada em estúdio. Assim como a faixa anterior, apenas alguns pequenos detalhes nos fazem perceber a diferença em relação à versão do álbum. Considero esta a melhor faixa do single, a mais veloz, com ótimos riffs de guitarra, além de possuir um bom arranjo, embora não tão trabalhado quanto às faixas anteriores, embora tenha seus "méritos"!
Ouça o single e pule no fogo!

terça-feira, 9 de março de 2021

Melvins - The Maggot (1999)

GÊNERO: Sludge Metal
ORIGEM: EUA (Montesano - Grays Harbor / Washington)
FORMAÇÃO:
Buzz Osborne (Vocal, guitarra, baixo)
Dale Crover (Vocal, guitarra, bateria)
Kevin Rutmanis (Baixo)
.
Este é o décimo álbum de estúdio lançado pelo grupo, através do selo Ipecac, e foi gravado no estúdio Louder. Este é um ótimo álbum, muito bem trabalhado, com destaque para os trabalhos de dinâmica, intenções, além das composições, sempre bem trabalhadas, assim como os arranjos, e sempre soando bem pesado. Existem frequentes variações de compasso, além de "climas" e intenções bem definidas, possuindo uma boa mixagem, o que dá uma qualidade a mais para o álbum. Este álbum possui algumas curiosidades e peculiaridades. A primeira que destaco é o fato de este ser o primeiro álbum de uma trilogia que viria a ser lançada depois com três álbuns, este e os próximos dois, sendo, também, o primeiro álbum lançado pelo selo Ipecac, selo de Mike Patton. A segunda curiosidade é que este álbum possui uma faixa cover e uma faixa bônus. A terceira peculiaridade é que cada uma das composições (com exceção da faixa bônus) estão dividas em duas faixas, ou seja, na metade de cada uma delas existe um corte, continuando na faixa seguinte! E a última curiosidade diz respeito à afinação dos instrumentos de corda, cujo bordão está dois tons abaixo da afinação padrão. Então, devido a isso, as 8 músicas estão distribuídas em 16 faixas! Aqui coloco as faixas unidas, em um arquivo só. Existem faixas mais velozes e outras mais lentas, tornando um álbum bem "eclético", que, apesar de eu ter classificado como sludge metal, é possível perceber influências do hardcore e do stoner rock, além de pitadas de doom metal.
.
FAIXA A FAIXA:
1) Amazon. O álbum inicia com uma das faixas que considero das melhores, bastante pesada, possuindo certa velocidade, com um ótimo riff de guitarra, além de possuir um bom refrão, sem letra, apenas contracantos. Destaque para o arranjo de bateria, executando as frases, na parte A, junto com os instrumentos de corda.
2) AMAZON. Quase como uma continuação da primeira faixa, esta já é bem mais arrastada, com um clima bem diferente da faixa anterior. Destaque para os arranjos de guitarra, com bons riffs, enquanto a bateria usa pouco os pratos, criando um arranjo mais tribal.
3) We All Love JUDY. Outra boa composição, em especial pelos riffs de guitarra e os arranjos de bateria, que, mais uma vez, executa as frases junto com os instrumentos de corda. Ela possui um bom trabalho de dinâmica, alternando entre trechos mais lentos e outros um poco mais embalados, existindo eventuais variações de compasso.
4) Manky. Uma das faixas mais arrastadas do álbum, com pitadas de doom metal, o grande destaque está nas variações de compasso e acentos, sempre bem deslocados do tempo forte. Não devemos deixar de comentar sobre o arranjo de bateria, outro destaque.
5) The Green Manalishi (With The Two Pronged Crown). Eis que surge a faixa cover do álbum, e é, também, uma das faixas que considero das melhores. Esta é uma composição de Peter Green e foi gravada, originalmente, pelo grupo Fleetwood Mac, em 1970. Não sou muito fã de Fleetwood Mac, porém esta composição, em específico, sempre gostei muito, desde pequeno quando ouvi ela, pela primeira vez, na versão do Judas Priest. Esta versão é mais lenta e arrastada, sendo o excelente desenho melódico e riffs de guitarra os grandes destaques da composição.
6) The Horn Bearer. Considero esta a melhor faixa do álbum, a mais veloz, com um ótimo embalo, boas frases da bateria que é, aliás, o grande destaque da composição, embora os acentos deslocados do tempo forte mereçam atenção.
7) Judy. Esta é uma faixa instrumental, com uma boa intenção, uma linha de baixo bem minimalista, que se mantém por toda faixa e dá toda intenção da composição, deixando mais liberdade para os demais instrumentos, em especial a guitarra. Na verdade ela soa quase que como uma introdução para a faixa seguinte.
8) See How Pretty, See How Smart. Esta é a faixa com mais tempo de duração, e, talvez, a faixa mais arrastada do álbum, mostrando influências do doom metal. A composição tem voz, mas não tem letra, apenas contracantos para ajudar no clima "sombrio" que a composição proporciona. O arranjo de bateria é bem curioso, também, bem pouco embalado, mas ajudando a marcar os acentos com o cymbal aberto, na primeira parte, pois na segunda já existe mais velocidade e informação.
9) Bonus Track. O álbum finaliza com uma faixa que é apenas com guizos e melodias graves. Também sem voz, esta soa quase que como uma música hare-krishna!
Escute o álbum e conheça a larva!