terça-feira, 28 de dezembro de 2021

Quakes - Negative Charge (2009)

GÊNERO: Psychobilly
ORIGEM: EUA (Buffalo - Erie / Nova York)
FORMAÇÃO:
Paul Roman (Vocal, guitarra)
Vince Orrexx (Baixo acústico)
Juan Carlos (Bateria)
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Este é o sétimo álbum de estúdio lançado pelo grupo, através do selo Orrexx, e foi gravado no estúdio Kat-tastrophe, com exceção da bateria, a qual foi gravada no estúdio do conservatório de Tempe. É um excelente álbum, com uma qualidade de gravação muito boa, bem limpa, é possível ouvir todos os detalhes das gravações, desde os mais sutis. Também é um álbum com poucas faixas velozes, embora haja, são minoria, o que prevalece, mesmo, são as levadas em shuffle, existindo algumas composições bem intimistas. De qualquer forma, o embalo está sempre presente, associado a um bom swing, boas frases de guitarra, assim como eventuais riffs, e, também, boas linhas de baixo que ajudam a dar a sustentação rítmica para a bateria, bem como a sustentação harmônica para a liberdade da guitarra, não podendo esquecer-nos dos bons trabalhos de contracanto. Aliás, este é um álbum com muitas participações, nos instrumentos e nas vozes, sendo estas as participações de Kenny Hill, D.W. Ranch e James Meza tocando bateria, Jeff Roffredo tocando baixo acústico, e Vic Victor, Nick Feratu, Kristian Sandorff e Peter Sandorff nos backing vocals. Um bom álbum, mostrando uma grande maturidade e excelentes composições, vale a pena conferir!
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FAIXA A FAIXA:
1) Seven Seas Alone. O álbum inicia com uma composição que já mostra qual a intenção das composições. Um cartão de entrada bem escolhido, pois possui todos os elementos que virão nas faixas seguintes: shuffle, pouca velocidade, riffs e frases de guitarra, linhas de baixo, contracantos e refrões sing-s-long. Uma ótima composição. Esta conta com a participação de Vic Victor.
2) Spirit Of The Cat. Esta já mais veloz e embalada, menos intimista, com a cara do Stray Cats, ela possui uma progressão harmônica típica dos anos 60, mas com o shuffle presente, dando uma cara bem rockabilly para a composição, que, também, possui boas frases executadas em quiálteras, em conjunto entre os instrumentos. Esta conta com a participação de Kenny Hill.
3) Negative Charge. A faixa que dá nome ao álbum é uma excelente composição, bem intimista, mas embalada, com o shuffle em evidência, possuindo frequentes contracantos no refrão, bem como uma frase bem frequente da guitarra.
4) Master Planned Community. Considero esta uma das melhores faixas do álbum. Com um arranjo mais punk rock, em especial pela bateria e guitarra, possuindo um refrão mais "swingado" e intimista. Não muito veloz, mas bem embalada, esta conta com a participação de Kenny Hill.
5) Ghost Town. Outra excelente composição, bem intimista, com uma intenção de suspense e tensão, possuindo uma boa preparação para o refrão que já resolve toda a tensão da parte A, além deste ser, um pouco, sing-a-long.
6) Time Wasters. Considero esta uma das melhores faixas do álbum, está entre as duas faixas velozes do álbum. Bastante velocidade e embalo, os grandes destaques, além do excelente contracanto barítono existente na parte A. A variação de cadência entre as repetições da parte A criam uma boa sensação, que extrapola quando surge a velocidade. O desenho melódico da voz também merece atenção. Esta faixa possui as participações de Nick Feratu e Kenny Hill.
7) Ready For War. Mais uma faixa não muito veloz, com o shuffle em evidência, com um arranjo de guitarra que busca ser intimista, embora os demais instrumentos não carreguem a mesma intenção. De qualquer forma, acaba gerando um excelente trabalho de dinâmica.
8) Turn On You Tomorrow. Outra faixa não muito veloz, com um bom embalo e uma característica de composição típica dos anos 50 / 60, assemelhando-se àquelas canções dos bailes escolares da época, representados em filmes! Considero esta a faixa que menos me agrada no álbum, apesar de possuir eventuais boas frases de guitarra. Esta faixa conta com a participação de D.W. Ranch.
9) Straight To Valhalla. Considero esta a melhor faixa do álbum, veloz e embalada, possuindo um excelente trabalho de dinâmica entre as partes, além de um clima de suspense e tensão na parte A e um excepcional refrão, o grande destaque da composição, bem sing-a-long, com ótimos contracantos, é o momento de liberar toda tensão contida na parte A! Esta faixa conta as participações de Kristian e Peter Sandorff, Jeff Roffredo e James Meza.
10) Raining All My Life. Mais uma ótima composição, mais intimista, com o shuffle em evidência, acentos no contratempo, boas frases de guitarra, bem como uma variação modal na ponte, bem interessante, o que prepara para o refrão.
11) Just Rock. Outra faixa bem rockabilly, com o shuffle em evidência e um excelente riff de guitarra, além de uma execução harmônica bem à la anos 60, ela possui um ótimo embalo e intenção, além de um bom desenho melódico da voz, sendo o destaque as frases de guitarra.
12) Everything Must Die. O álbum finaliza com outra faixa que considero das melhores. Bem intimista, com uma ótima execução e progressão harmônica, um ótimo trabalho de dinâmica, mesmo que bem sutil, além de possuir um excelente refrão, bem sing-a-long, o destaque da composição.
Ouça o álbum e sinta a carga negativa!

sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

Pussy Galore - Dial 'M' For Motherfucker (1989)

GÊNERO: Garage Punk
ORIGEM: EUA (Washington / Distrito Federal)
FORMAÇÃO:
Jon Spencer (Vocal, guitarra)
Julie Cafritz (Guitarra)
Neil Hagerty (Guitarra)
Kurt Wolf (Guitarra)
Bob Bert (Bateria)
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Este é o segundo álbum lançado pelo grupo, através do selo Caroline. É um bom álbum, bastante experimental, aliás, um salto grande entre o trabalho anterior e este, enquanto que antes a preocupação estava nos "ruídos" das guitarras, aqui os arranjos e as composições são bem pensadas, existindo muita criatividade, dissonância e inovação, com excelentes intenções, incluindo trechos de faixas executadas no modo reverso, ou seja, de trás para frente, bem como a utilização de materiais alternativos para gravar e executar as composições. Realmente um trabalho muito bem pensado e extremamente criativo, o que é, exatamente, o grande destaque do álbum: a criatividade, mas, ao mesmo tempo, é um álbum em que se deve estar preparado para ouvi-lo! O som? Bom, imaginem uma mistura de Cramps, MC5, Stooges, Sonic Youth e pitadas de Jesus And Mary Chain! Isso mesmo, uma mistura grande, mas que acabam estruturando o som do Pussy Galore, 4 guitarras e nenhum baixo! Outro aspecto que chama a atenção! Por reconhecimento, e merecimento, o álbum atingiu a quarta posição nas paradas britânicas, mais precisamente na UK Indie Chart, no ano de 1989. As composições não são muito velozes, sendo, muitas vezes, embaladas, com muita distorção e criatividade, principalmente, nos arranjos de guitarra. Outro ponto que marcou o álbum foi que aqui começam os desentendimentos entre os integrantes, o que culminaria, poucos anos após, com o fim da carreira do grupo, ou seja, este é o começo do fim! Mas, ainda assim, um ótimo álbum, com uma excelente concepção. Vale a pena conferir!
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FAIXA A FAIXA:
1) Understand Me. O álbum inicia com uma boa faixa, mas longe de ser uma das melhores, na minha opinião. Não muito veloz, com uma levada pouco embalada, com pitadas de pop, e um arranjo que apesar de não ser ruim, não tem muito que chame a atenção. O destaque está no arranjo das guitarras.
2) SM 57. Esta faixa já é mais veloz e embalada que a anterior, possuindo uma pegada bem punk rock, com muita distorção e energia. Um arranjo mais simples, mas com uma boa progressão harmônica e arranjos de guitarra, sendo o destaque a parte A.
3) Kicked Out. Considero esta a melhor faixa do álbum, com uma introdução extremamente alucinante, com muitos ruídos e efeitos de edição, o que leva um certo tempo. Assim que surge a música, esta se parece, e muito, com Kick Out The Jams, do MC5 (fico me perguntando se o título da música não foi intencional)! Bastante embalo e energia, com trocas rápidas de acorde e certa velocidade. O curioso é que esta faixa foi utilizada em um trecho específico do seriado House.
4) Solo = Sex. Outra ótima composição, mais lenta e cadenciada, mas com um excelente riff de guitarra que permanece, quase que, em toda música. Um bom arranjo, em especial das guitarras, possuindo, também, um bom arranjo vocal.
5) Undertaker. Outra faixa que considero das melhores do álbum. Possui um bom embalo, um arranjo bem pesado, com constantes riffs de guitarra bem hipnóticos, além de possuir boas frases rítmicas.
6) DWDA. Esta é a faixa que menos me agrada no álbum, embora sua concepção seja sensacional, extremamente criativa. Ela possui trechos executados em modo reverso, combinados com outros que não estão... enfim, bem hipnotizante e criativo, sendo, quase que, uma versão de ADWD.
7) Dick Johnson. Considero esta uma das melhores faixas do álbum, com uma harmonia bem perceptível, possuindo uma boa progressão, além de um bom arranjo, em especial das guitarras. Possuindo um bom embalo e certa velocidade. Destaque para as constantes frases de guitarra. Esta é a faixa de trabalho do álbum, possuindo videoclipe de divulgação.
8) 1 Hour Later. Outra boa composição, bem criativa, com um arranjo de guitarra que lembra muito Stooges, uma levada em shuffle, mais uma vez o destaque está no arranjo das guitarras. Um bom embalo e um bom arranjo vocal também merecem destaque.
9) Eat Me. Considero esta uma das melhores faixas do álbum, com uma introdução que lembra muito Purple Haze, do Jimi Hendrix, porém mais "sujo", existindo um breve arranjo com violão. Assim que a bateria surge, ela se torna mais pesada e embalada. O destaque está, justamente, no embalo e energia.
10) Waxhead. Uma boa composição, com um bom arranjo de guitarra, que lembra, um pouco, as bandas de glam metal dos anos 80. Uma boa composição, com bons riffs e uma boa intenção, mas com nada que chame muito a atenção.
11) Wait A Minute. Outra boa composição, não muito embalada, mas que lembra, bastante, as bandas do gênero dos anos 60. Não muito veloz, com bons arranjos de guitarra, em especial a constante frase, além de um bom arranjo vocal, que também merece atenção.
12) Evil Eye. Outra boa composição, bem embalada, com um bom riff de guitarra, assim como a progressão harmônica. Uma boa execução melódica da voz, que também merece atenção.
13) ADWD #2. Considero esta uma das melhores faixas do álbum. Esta é uma terceira versão para a faixa 6, porém, aqui, não tem arranjo tocado no modo reverso! Mais na manha, mais cadenciada, com um bom trabalho de dinâmica, assim como uma boa progressão harmônica e um bom arranjo vocal, mas, o destaque está na frase da guitarra.
14) Hang On. O álbum finaliza com outra boa composição, com um bom riff de guitarra, além de um bom embalo, apesar de não muito veloz, mantendo uma frase bem marcante na parte A, sendo, justamente, este o destaque da composição.
Ouça o álbum e disque 'm' para filho da puta!

terça-feira, 21 de dezembro de 2021

Punkles - Beat The Punkles! (2002)

GÊNERO: Punk Rock
ORIGEM: Alemanha (Hamburgo / Hamburg)
FORMAÇÃO:
Joey Lennon - Andi Schmidt (Vocal, guitarra)
Captain O'Harrison - Gary Schmalzl (Guitarra)
Sid McCartney - Marc Zimmermann (Baixo)
Markey Starkey - Rudolph Naomi (Bateria)
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Este é o terceiro álbum lançado pelo grupo, através do selo Bitzcore, e foi gravado nos estúdios Vielklang e Alien Network, as faixas ao vivo foram gravadas no Hollywood Bwling Center e uma faixa foi gravada no Joey's Rockin' Room, a casa do vocalista / guitarrista. Embora este seja o terceiro álbum do grupo, ele é, na verdade, um relançamento do primeiro álbum, porém com nova arte e mais músicas. É uma proposta bem explícita e interessante, o grupo faz covers de composições dos Beatles em versão punk rock, como uma mistura de Beatles com Ramones e alguma banda punk britânica dos anos 70 qualquer. Eu, particularmente, não sou muito chegado à Beatles, portanto, mesmo que aqui o grupo consiga criar um arranjo mais interessante (na minha opinião) das composições, ainda assim não consigo ouvir o álbum por muitas vezes em pouco tempo, afinal de contas, querendo ou não, é Beatles! Divulgo este álbum mais pensando na proposta do projeto do que por considerar um bom álbum. Algumas faixas ficaram bem interessantes, mas outras continuam não me agradando nem um pouco, igual às versões originais! De qualquer forma, a principal diferença está na utilização de distorção nas guitarras, bem como os andamentos mais acelerados, no mais, o grupo se mantém fiel às versões originais. Um álbum interessante, vale a pena conhecer devido à proposta.
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FAIXA A FAIXA:
1) Please Please Me. O álbum inicia de uma forma extremamente Ramones, inclusive com o "grito de guerra" Hey Ho, Let's Go. Logo após surge a parte da voz e a música se torna um punk rock bem característico e não muito veloz.
2) Eight Days A Week. Outro arranjo bem semelhante à faixa anterior, um punk rock não muito veloz, mas embalado, talvez um pouco mais veloz que a faixa anterior. Destaque para o refrão.
3) Help. Considero esta uma das melhores faixas do álbum, sendo, inclusive, a música de trabalho, pois possui videoclipe de divulgação. Ainda me agrada mais a versão do Damned, porém esta versão ficou bem interessante, bem fiel à original, porém com mais distorção e velocidade.
4) I Should Have Known Better. Outra faixa com um bom embalo, mas muito alegre, devido à sua composição que não deixa ela soar diferente. Esta não tem como não lembrar Beatles, mesmo com mais distorção e velocidade.
5) Sie Liebt Dich. Versão em alemão para She Loves You. Bem mais punk rock que a versão original, esta sim soa como um verdadeiro punk rock, quem não conhece a versão original poderia muito bem ser enganado e dizer que é uma composição punk! Mais uma vez mais velocidade e distorção.
6) I Saw Her Standing There. Considero esta uma das melhores faixas do álbum, esta ficou um punk rock, nem se parece com Beatles, sendo o destaque o desenho melódico da voz na parte A. Como de praxe, mais velocidade e distorção.
7) Komm Gib Mir Deine Hand. Outra versão traduzida para o alemão, desta vez a composição é I Wanna Hold Your Hand. Bem fiel à original, porém com mais velocidade e distorção, esta é outra composição "alegre" dos Beatles que não conseguem me agradar, mesmo com arranjo punk.
8) All You Need Is Love. Considero esta a pior faixa do álbum, realmente muito ruim, nada embalada, lenta, fiel à versão original, não empolga e ainda possui uma melodia que não me agrada nem um pouco. Enfim, não enxergo qualidades, infelizmente.
9) A Hard Day's Night. Aqui começa a melhor seqüência do álbum, considero esta uma das melhores faixas do álbum. Bem embalada e com mais velocidade que a versão original, esta se mostrou uma boa composição para o punk!
10) I Feel Fine. Considero esta a melhor faixa do álbum! Com um frequente riff de guitarra muito interessante, sendo o destaque junto com o bom desenho melódico da voz no final da parte A, quando da troca de acordes. Neste momento também surge o riff mencionado anteriormente.
11) Ticket To Ride. Outra faixa que considero das melhores do álbum. Me agrada bastante o arranjo dos instrumentos de corda na parte A, lembrando, bastante, Police Truck, do Dead Kennedys, além de possuir um bom embalo e, claro, mais distorção e velocidade.
12) Can't Buy Me Love. Outra boa faixa, bem embalada, sendo uma boa composição para o punk rock, possuindo um bom arranjo, apesar de simples, além de possuir uma progressão bem associada ao rock 'n' roll.
13) Twist And Shout. Um dos grandes clássicos dos Beatles (mesmo não sendo uma composição deles), possuindo um fiel bem fiel ao original, porém com o vocal mais escrachado e, claro, mais distorção e velocidade.
14) All You Need Is Love (All Star Version). Outra versão da faixa número 8, porém, com exceção da voz, que possui participações, o arranjo é igual, portanto as características são as mesmas das descritas na faixa 8, ou seja, não tem nada diferente que faça a qualidade aumentar. Esta é a última faixa pertencente ao primeiro álbum.
15) She Loves You. Esta é a primeira faixa "bônus" do álbum, ou seja, a primeira faixa a mais em relação ao primeiro álbum, e é uma das faixas que considero das melhores, também com um bom arranjo, bem punk rock, com mais distorção e velocidade.
16) I Wanna Hold Your Hand. A versão em inglês da faixa 7! Ela mantém as mesmas características das descritas na faixa 7, a única diferença está no idioma.
17) The Silence Of The Amps. Esta faixa é a que foi gravada na casa de Joey, e nada mais é do que uma microfonia, médio / grave, da guitarra e seu amplificador.
18) Drive My Car. O álbum finaliza com uma faixa que foi lançada em videoclipe. Aliás, um videoclipe bem interessante que mescla animação com imagens do grupo tocando, sempre com imagens monocromáticas, com cores variadas, lembrando muito a era da psicodelia. As animações sempre resgatam alguma lembrança dos Beatles.
Ouça o álbum e tente vencer os punkles!

sábado, 18 de dezembro de 2021

Public Enemy - Rebirth Of A Nation (2006)

GÊNERO: Rap
ORIGEM: EUA (Long Island / Nova York)
FORMAÇÃO:
Chuck D - Carlton Ridenhour (Vocal)
Flavor Flav - William Drayton Jr. (Vocal)
DJ Lord - Lord Aswod (Pick-up)
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Este é um álbum considerado colaborativo, não fazendo parte da discografia oficial dos álbuns de estúdio, sendo o primeiro, e único, álbum colaborativo, lançado após 8 álbuns de estúdio, através do selo Funk Guerrilla. Ele é considerado um álbum colaborativo devido às inúmeras participações existentes, sendo a mais notória, a do cantor Paris, o qual tem o seu nome na capa, bem como sua foto na arte da capa, ao lado de Chuck e Flavor. Aliás, Paris não é apenas uma participação, já que está envolvido, cantando em várias faixas, bem como produzindo outras. Outras participações são de MC Ren, Sister Souljah, Dead Prez, Kam, Conscious Daughters e Professor Griff. É um bom álbum, com algumas composições excelentes, mantendo a pegada do grupo desde os anos 80, enquanto que, outras estão com um arranjo mais "moderno". Existe uma variedade bem grande de estilos de rap entre as faixas, a maioria delas soando como o grupo sempre soou, mas outras que lembram mais o rap da costa oeste dos EUA. De qualquer forma, bastante peso, como não poderia deixar de faltar em um álbum do Public Enemy, algumas faixas mais lentas e com os graves em destaque, esta foi uma boa parceria, que rendeu ótimos resultados, vale a pena conferir!
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FAIXA A FAIXA:
1) Raw Shit. O álbum inicia com a faixa que menos me agrada. Com um toque bem anos 2000, não possui muito trabalho de DJ, mais programação, com um andamento bem lento, muito grave, e bastante travado, sem embalo. Esta faixa conta com as participações de Paris e MC Ren.
2) Hard Rhymin'. Esta faixa já possui mais peso, com o sample de uma guitarra com distorção, um bom groove, com baixo pedal, muito peso e um clima de tensão. Uma boa composição, mas acaba se tornando um pouco repetitiva demais. A faixa conta com as participações de Paris e Sister Souljah.
3) Rise. Considero esta uma das melhores faixas do álbum, com um groove sensacional, bem embalado, com uma ótima linha de baixo, a composição lembra bem o estilo do grupo, lembrando as composições dos primeiros anos de carreira, também devido à eventuais samples.
4) Can't Hold Us Back. Esta é uma boa composição, sendo a faixa escolhida como sendo a de trabalho e divulgação do álbum. Com uma linha de baixo bem hipnótica, ela possui uma intenção bem minimalista, além de um ótimo groove. A faixa conta com as participações de Paris, Kam e o dueto Dead Prez.
5) Hard Truth Soldiers. Uma ótima composição, com um bom groove e um bom embalo, possuindo um sample mais "suave", menos pesado, não muito alegre, mas bem dançante, sendo o destaque o refrão. A faixa conta com as participações de Paris, MC Ren e os duetos Dead Prez e Conscious Daughters.
6) Hannibal Lecture. Outra excelente composição, com um ótimo embalo e um bom groove, possuindo uma intenção de tensão, embora não muito evidente, prezando pelos graves. Esta faixa conta com a participação de Paris.
7) Rebirth Of A Nation. Considero esta faixa a melhor do álbum. Com um sample de guitarra com distorção, e uma excelente progressão harmônica, esta lembra, e muito, as composições do grupo nos anos 80, lembrando, um pouco, a música King Of Rock, do grupo Run DMC, pela sua intenção. A faixa conta com a participação de Professor Griff.
8) Pump The Music, Pump The Sound. Outra boa composição, com um bom embalo, clima de tensão e peso e grave em evidência. O groove também é bem interessante, sendo o destaque o embalo da batida.
9) Make It Hardcore. Outra boa composição, já soando mais "moderno", mas não tanto, lembrando mais o final dos anos 90, com um ótimo sample de piano, bem minimalista, além de uma boa progressão harmônica exposta pelo baixo. Um bom embalo e um bom groove, mais uma vez. A faixa conta com a participação de Paris.
10) They Call Me Flavor. Considero esta a melhor seqüência do álbum, sendo esta uma das melhores faixas. Outra composição que lembra o início da carreira do grupo, com um excelente groove, com bastante grave e peso.
11) Plastic Nation. Outra faixa que considero das melhores do álbum, possuindo bastante peso e priorizando os graves, ela possui um bom groove, apesar de pouco e nada veloz. Destaque para a progressão harmônica, mais uma vez exposta pelo baixo.
12) Coinsequences. Outra faixa que considero das melhores do álbum. Com um clima bem pesado e tenso, esta composição lembra, e muito, a música The Tower, do Ice-T. Um excelente groove, uma boa linha de baixo, mas não muito embalada e nem veloz, as divisões rápidas das sílabas ajudam a dar uma sensação de embalo maior. A faixa conta com a participação de Paris.
13) Invisible Man. Outra excelente composição, com uma ótima linha de baixo, priorizando os graves, um certo embalo, apesar da pouca velocidade. Esta composição em nada lembra alguma música do Public Enemy, se assemelhando, e muito, às composições da costa oeste, lembrando, bastante, alguma música do Dr. Dre.
14) Field Nigga Boogie (XLR8R Remix). O álbum finaliza com outra ótima composição. Se anteriormente o grave estava em evidência, aqui ele chega a extrapolar de tão em evidência que está, o que não é ruim! Uma composição bastante pesada, com uma linha de baixo bem hipnótica, também mantendo um clima de tensão, o grande destaque está no arranjo do final, com a linha melódica e um acompanhamento percussivo que lembra, e muito, Beastie Boys.
Ouça o álbum e conheça o renascimento de uma nação!

quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

P.T.L. Klub - Living Death II (1987)

GÊNERO: Hardcore Old School
ORIGEM: EUA (Boston - Suffolk / Massachusetts)
FORMAÇÃO:
Ray Domenici (Vocal)
Bob Domenici (Guitarra)
Chris Lillyman (Baixo)
Ron Domenici (Bateria)
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Este é o segundo EP lançado pelo grupo, após 2 álbuns de estúdio, através do selo Super Seven. É um bom EP, um hardcore old school clássico, com composições de pouca duração, poucas partes, bastante embalo, e certa velocidade, além de muita energia. Tudo bem nas cabeças, compassos, trocas de acordes, possuindo uma progressão harmônica com trocas rápidas de acorde. Quando há, as introduções são curtas, existindo poucas pontes, mantendo uma estrutura baseada em partes A e B. Soa como uma mistura de D.R.I. com Cryptic Slaughter, bastante embalo e velocidade. Os músicos não são muito técnicos, mas a energia compensa esta carência. Vale a pena conferir, um exemplo típico do gênero, um importante nome para o hardcore da região.
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FAIXA A FAIXA:
1) Want To Die. O EP inicia com a faixa que considero a melhor. Bastante embalo, possuindo certa velocidade, com duas partes bem definidas, possuindo um bom timbre de voz, sendo o destaque a progressão harmônica.
2) Help Wanted. Mais veloz que a faixa anterior, mas com frequentes variações de cadência e troca de acordes mais rápida que a faixa anterior, possuindo uma boa intenção, o grande destaque, na minha opinião.
3) Big John. Outra excelente composição, com bastante energia e embalo, além de possuir certa velocidade e uma boa intenção e um refrão bem sing-a-long. Duas partes, sem introdução ou pontes, esta faixa possui pouca duração.
4) This Town Sucks. A faixa inicia mais lenta, com uma introdução que possui uma ótima intenção, porém, logo após, surge a velocidade, o embalo e as trocas rápidas de acorde. O destaque, na minha opinião, está na introdução.
5) Drug Squad. Outra faixa bem embalada, não tão veloz, mas bastante embalada e com um excelente refrão, que é, justamente, o grande destaque da composição, esta é uma boa composição.
6) C.M.. Trocas rápidas de acorde e embalo são as marcas desta composição, sendo o destaque as pontes, com as frases executadas em sincronia entre os instrumentos. Ela não possui refrão, apenas parte A e ponte.
7) Rock & Roll Heaven. O EP finaliza com uma das faixas que considero das melhores, possuindo duas partes bem distintas, uma instrumental e outra com voz. A parte instrumental possui um bom embalo e uma linha de baixo bem interessante, lembrando, realmente, alguma banda de rock dos anos 70, enquanto que a parte com voz é bem veloz e embalada, com as palavras cantadas de maneira rápida e trocas rápidas de acorde.
Ouça o EP e veja a morte viva dois!

sábado, 11 de dezembro de 2021

Prong - Primitive Origins (1987)

GÊNERO: Crossover
ORIGEM: EUA (Nova York / Nova York)
FORMAÇÃO:
Tommy Victor (Vocal, guitarra)
Mike Kirkland (Baixo)
Ted Parsons (Bateria)
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Este é o primeiro EP, e primeiro trabalho, lançado pelo grupo, através do selo Mr. Bear. É um excelente EP, considero esta a melhor fase do grupo, com todas as músicas velozes e embaladas, bem diferente com o que se tornaria o som do grupo anos mais tarde. Percebe-se bastante influência do hardcore nova iorquino, porém os riffs bem característicos do thrash também estão lá, enquanto que os contracantos se assemelham, mais uma vez, com o hardcore de Nova York. Enfim, resumindo, embora eu tenha classificado como crossover, não seria nada absurdo classificar este EP como thrash metal, na verdade ele inicia mais crossover e finaliza mais thrash, podendo se dizer que é um crossover com influências de thrash. Ou seria um thrash com influências de crossover?! De qualquer forma, a principal característica é o embalo e velocidade das composições, possuindo frequentes riffs de guitarra e palhetadas rápidas, com eventuais trechos mais cadenciados, porém são muito poucos. O EP possui uma faixa instrumental. O grupo foi formado em pleno CBGB, já que Tommy era técnico de som da casa, enquanto que Mike trabalhava na portaria. Ted foi convidado, ex-baterista do grupo Swans. É um excelente EP, uma pena que o grupo não manteve esta mesma intenção nas composições dos álbuns posteriores.
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FAIXA A FAIXA:
1) Disbelief. O EP inicia com a faixa que considero a melhor. Bastante veloz, esta é bem crossover, com trocas rápidas de acorde, bastante embalo e duas partes bem definidas. Destaque para a velocidade e a progressão harmônica, possuindo um eventual trecho mais cadenciado, logo antes do solo.
 de guitarra.
2) Watching. Considero esta uma das melhores faixas do EP, ela inicia mais cadenciada, ainda instrumental, mas, logo em seguida surge a velocidade e o embalo. Também bem crossover, mas já demonstrando pitadas de thrash, ela possui trocas rápidas de acorde e uma progressão harmônica que foge de uma ideia tonal, entre as partes.
3) Cling To Life. Outra ótima composição, bem veloz e embalada, com uma intenção bem hardcore, inclusive na execução da voz. Com arranjo mais simples, talvez a faixa mais hardcore do álbum, lembra, um pouco, com Cro Mags.
4) Denial. Outra faixa bem hardcore, mas soando mais crossover que a faixa anterior. Mais uma vez bastante velocidade e embalo, possuindo um bom arranjo rítmico no refrão, com acentos bem marcados em sincronia entre os instrumentos. O solo de guitarra já soa bem thrash.
5) Dreams Like That. Outra faixa que considero das melhores do EP. Inicia com uma levada bem veloz da bateria, bastante embalo, esta é outra que tem fortes influências de hardcore, até certo ponto. Ao iniciar a voz, ela já fica mais crossover do que hardcore. Um arranjo simples, mas interessante no refrão.
6) In My Veins. Talvez a faixa mais conhecida do EP, já que ela foi regravada anos mais tarde. A partir desta faixa as composições começam a soar mais thrash e menos crossover e hardcore. A progressão harmônica e os riffs de guitarra, assim como o timbre e expressão vocal, ajudam a manter esta impressão.
7) Climate Control. Outra composição mais thrash com um excelente riff de guitarra, com palhetadas rápidas. Bastante veloz e embalada, a composição mantém a característica do EP, também possuindo trocas rápidas de acorde.
8) Persecution. O EP finaliza com a faixa instrumental, que é, também, a faixa que menos me agrada. Inicia (e fica um bom tempo) mais lenta e cadenciada, para, bem depois, surgir a velocidade e embalo, porém, aqui faltou uma melodia, não tem nenhuma frase, de nenhum instrumento, que substitua uma voz, por exemplo, sendo apenas uma composição sem voz, parece que esqueceram de gravar o vocal! De qualquer forma, não serve pra ruim, é uma boa composição, mas a falta de melodia faz eu considerá-la a composição que menos me agrada.
Ouça o EP e conheça as origens primitivas!

quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

Proletariat - Distortion (1982)

GÊNERO: Punk Rock
ORIGEM: EUA (Boston - Suffolk / Massachusetts)
FORMAÇÃO:
Richard Brown (Vocal)
Frank Michaels (Guitarra)
Peter Bevilacqua (Baixo)
Thomas McKnight (Bateria)
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Esta é a primeira demo, e primeiro trabalho, lançado pelo grupo, de maneira independente, e foi gravado no estúdio Radiobeat. Esta é uma banda importante para a cena de Boston do início dos anos 80, que, mesmo dividindo os palcos com bandas de hardcore old school, soa mais punk rock, não possuindo muita velocidade, embora o embalo esteja lá. É um punk rock com pitadas de pós punk e hardcore old school, lembrando bastante bandas de punk rock britânicas do final dos anos 70, como Adicts. Os músicos não possuem muita técnica, porém também não servem pra ruins, deixando tudo no lugar. A intenção das composições é o grande destaque da demo, embora possua um bom trabalho de dinâmica e bons arranjos, apesar de simples. Vale a pena conferir, possuindo uma boa qualidade de gravação, levando em consideração ser uma fita demo.
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FAIXA A FAIXA:
1) Torn Curtain. A demo inicia com uma faixa não muito veloz, possuindo um bom trabalho de dinâmica, principalmente percebido pelo arranjo de guitarra, alternando entre abafado e solto. Um punk rock com pitadas de pós punk, bem simples, com apenas duas partes, lembra Adicts.
2) Splendid Wars. Considero esta a melhor faixa da demo, com certeza a faixa mais veloz e, ainda mais que a faixa anterior, esta se assemelha a Adicts. Bem embalada, com pouco tempo de duração em cada acorde, além de possuir um bom desenho melódico da voz, apesar de simples.
3) After The Rise. Outra faixa com um bom embalo, embora não muito veloz, uma composição bem simples, possuindo um bom trabalho de dinâmica, além de possuir duas partes bem distintas, embora uma delas seja apenas uma ponte.
4) Blind. Esta composição possui uma boa linha de baixo, além de um bom trabalho de dinâmica, sendo este o grande destaque. Mais uma composição bem simples, com poucas frases, merecendo atenção o arranjo de guitarra.
5) Events / Repeat. Considero esta uma das melhores faixas da demo. Quase uma composição monocórdica (mas não é), o grande destaque está, com certeza, no trabalho de dinâmica e no arranjo, merecendo, o final, atenção. A intenção e o crescendo, do início ao fim, ajudam a elevar a qualidade da composição.
6) White Hands. Talvez a faixa que menos me agrada na demo, embora não seja ruim, possuindo um bom trabalho de dinâmica, embora bem sutil, com menos elementos que as faixas anteriores. Como disse, não é uma má composição, porém não possui nada de mais, existindo pitadas de hardcore old school.
7) Western I Zation. A demo finaliza com uma ótima composição que lembra, e muito, a música Blind Ambition, do grupo Partisans! Aliás, não sei se o grupo galês não se inspirou nesta composição para criar a referida música! Não muito veloz, com uma progressão harmônica cromática, o destaque está no arranjo, apesar de simples, e no trabalho de dinâmica.
Ouça a demo e perceba a distorção!

sábado, 4 de dezembro de 2021

Prevaricators - No Kidding (1983)

GÊNERO: Skate Punk
ORIGEM: EUA (Richmond / Virginia)
FORMAÇÃO:
Steve Hunter (Vocal)
David Stover (Guitarra)
Tom Rodriguez (Guitarra)
Craig Thompson (Baixo)
Hal Imburg (Bateria)
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Este é o primeiro EP, e primeiro trabalho, lançado pelo grupo, através dos selos Zero Degree e Generic, e foi gravado no estúdio Flood Zone. É um ótimo EP, com as estruturas das composições bem simples, apenas partes A e B, como o hardcore do início dos anos 80 era, aliás, embora eu tenha classificado como skate punk, ele fica na tangente com o hardcore old school e o punk rock, possuindo músicas embaladas, com trocas rápidas de acorde, um sutil, mas bacana, trabalho de dinâmica, além de eventuais solos. Pode ser, muito bem, classificado como um destes outros dois gêneros. O EP soa como uma mistura de Circle Jerks e Adolescents, o hardcore / skate punk típico do início dos anos 80. Os músicos não são exímios em termos técnicos, mas sabem expressar bem o que sentem, além de deixar tudo no lugar, além de tudo, não servem para serem chamados de maus músicos. O EP conta com uma faixa cover. Homenagem ao vocalista Steve, morto em 2001.
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FAIXA A FAIXA:
1) Ode To Mr. Ed. O EP inicia com uma excelente composição, bem embalada, com trocas rápidas de acorde, além de um bom desenho melódico da voz e eventuais frases da guitarra. Sempre com muita expressão, o refrão também é bem marcante.
2) Hanky Panky. Esta é a faixa cover do EP, e é, também, a faixa que menos me agrada, embora não seja ruim, bem embalada, até mais veloz que a faixa anterior. Ela possui a harmonia típica do rock 'n' roll, e possui frequentes pausas. Esta é uma composição de Jeff Barry e Ellie Greenwich, e foi gravada, originalmente, sem muita pretensão, como um lado B, em 1963, pelo grupo Raindrops, porém ela recebeu um novo arranjo, bem garagem, que foi a que a tornou reconhecida, inclusive, nos tempos atuais, utilizada em trilhas de séries. Esta versão, de 1964, foi gravada pelo grupo Shondells.
3) Livin' In Khaki. Considero esta a melhor faixa do EP, com trocas rápidas de acorde, mas sendo o destaque o refrão e sua intenção e acentos. Bem embalada, possui uma estrutura bem simples, apenas partes A e B.
4) I'm So Cool. O EP finaliza com outra excelente composição. Esta mais punk rock, com, mais uma vez, trocas rápidas de acorde, além de possuir um refrão bem sing-a-long, que é, aliás, o destaque da composição. Mais uma vez a estrutura é bem simples, com apenas partes A e B.
Ouça o EP sem brincadeiras!

quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

P.P.A. - Split [Sub Existência] (2001)

GÊNERO: Punk Rock
ORIGEM: Brasil (Serrana / São Paulo)
FORMAÇÃO:
Cição (Vocal)
Sergim (Guitarra)
Ricardo Brasileiro (Baixo)
João Francisco (Bateria)
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Este é o primeiro split, e primeiro trabalho que não fosse coletânea, lançado pelo grupo, através dos selos Kaskadura e Cenas Alternativas, e foi gravado no estúdio Decson. Este é um split com o grupo paulista Sub Existência, porém aqui comento apenas as músicas do P.P.A.. É um bom split, um punk rock com pitadas de oi!, em especial devido aos contracantos. Soando como uma mescla de Vírus 27, Cólera e Camisa De Vênus, lembra muito o punk rock brasileiro dos anos 80, mesmo que gravado já no século XXI. Os músicos não possuem muita técnica, os arranjos são bem simples, assim como as composições, porém está tudo no lugar, e, não é porque as composições são simples que não são boas, muito pelo contrário, muitas faixas são sensacionais, músicas bem interessantes e criativas, mesmo simples. Não muito veloz, mas mantendo um embalo, o split mantém as trocas e acentos sempre nas cabeças dos compassos, existindo eventuais frases de guitarra. O split possui uma faixa instrumental e 3 faixas com participações.
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FAIXA A FAIXA:
1) Durango Nosso. O split inicia com uma das faixas que considero das melhores. Uma faixa instrumental e de pequena duração, possuindo uma boa progressão harmônica, sendo a faixa mais veloz do split, esta tem o papel de introdução, lembrando, um pouco, Ramones.
2) Aviso Prévio. Outra faixa que considero das melhores do split, com um bom embalo, no modo maior, com uma progressão harmônica bem punk rock e contracantos puxando para o oi!, esta lembra Camisa De Vênus!
3) O Diferente De Você. Outra boa composição, iniciando com um bom riff de guitarra, bem minimalista, esta também tem um bom embalo, mas não muito veloz, com um excelente refrão, o grande destaque, ela soa como um Vírus 27 misturado com Garotos Podres.
4) O Bom De FHC. Outra composição bem punk rock, esta soa como as bandas britânicas do final da década de 70. Com um bom embalo, mas não muito veloz, também no modo maior, um refrão bem sing-a-long, em contracantos, ela lembra uma mistura de Vírus 27 com Sham 69! Esta possui a participação de Barata nos backing vocals.
5) Nunca Fui Criança. Esta é a faixa mais lenta do split, e lembra, bastante, com Garotos Podres e Não Religião. O grande destaque está no desenho melódico da voz, possuindo bons contracantos no refrão.
6) Pobre Favela. Considero esta uma das melhores faixas do split. Também no modo maior, com um bom embalo, apesar de não muito veloz, esta se assemelha, mais uma vez, com Vírus 27, sendo os destaques o  desenho melódico da voz e a linha do baixo, possuindo um refrão bem sing-a-long.
7) A Galera Pogada. Outra faixa com um bom embalo e uma boa linha de baixo, sendo um típico punk rock, com a cara do Brasil. Sem nada de especial, possuindo frequentes contracantos e um arranjo bem simples, é uma boa composição. Esta possui a participação de Barata nos backing vocals.
8) Igreja Pimenta Do Reino De Deus. Outra composição menos veloz na introdução, mas acelerando logo após, bem simples, com nada de especial, ela possui um refrão extremamente sing-a-long, pois não possui letra, apenas "lá-lá-lás", além de uma progressão harmônica bem minimalista, pois se mantém sempre igual, do início ao fim!
9) 22 De Abril. Outra ótima composição, com uma boa progressão harmônica e um bom desenho melódico da voz, o grande destaque da composição, além de possuir uma boa frase de guitarra. Não muito veloz, mas possuindo um bom embalo.
10) Bico Prá Complementar. Uma boa composição, com um bom embalo, embora bem simples, tanto no arranjo como na composição, possuindo uma boa progressão harmônica e um refrão bem sing-a-long, com contracantos.
11) Há Cúmulo De Capital. O split finaliza com a faixa que considero a melhor, a mais veloz, junto com a primeira faixa, possuindo um ótimo desenho melódico da voz, o grande destaque da composição, em especial no refrão, existindo eventuais contracantos. A curiosidade é que esta faixa conta com a participação do Redson nos backing vocals.
Ouça o split e saia da sub existência!

sábado, 27 de novembro de 2021

Porno Para Ricardo - Porno Para Ricardo (2003)

GÊNERO: Punk Rock
ORIGEM: Cuba (Havana / La Habana)
FORMAÇÃO:
Gorki Águila (Vocal, guitarra)
Ciro Díaz (Guitarra)
Hebert González (Baixo)
Renay Kayrus (Bateria)
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Este é o segundo álbum lançado pelo grupo, através do selo Antidoto. É um ótimo álbum, lançado logo após a prisão de Gorki por posse de drogas, como uma maneira de protestar contra sua prisão, lançaram este álbum, com a maioria das faixas presentes em seu primeiro álbum, porém com faixas inéditas. Um punk rock bem ao estilo do punk rock britânico, se assemelhando a bandas como Sex Pistols ou Clash, porém com um toque mais irreverente, não agindo de maneira séria, mas, sim, irônica. Os músicos não exímios em termos técnicos, porém têm seus momentos de inspirados, em especial devido aos solos de guitarra, com um toque de jazz nos fraseados, mas, também, devido às variações de compasso existentes, além de possuir bons arranjos, com boas frases dos instrumentos. É um punk rock, mas percebe-se influência de rock, além de pitadas de ska, jazz core e funk metal. As composições não são muito velozes, porém possuem um ótimo embalo, além de possuir um bom desenho melódico da voz. O álbum conta com 4 faixas bônus. 2 faixas do álbum possuem videoclipe de divulgação. Vale a pena conferir, um punk rock que ia contra o governo de Fidel Castro, sempre agindo de maneira irreverente, inclusive no nome do grupo, também uma crítica ao governo, por censurar a pornografia (filmes, revistas, etc...) no país.
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FAIXA A FAIXA:
1) Manuel. O álbum inicia com uma das faixas que considero a melhor. Com um ótimo embalo, bons riffs de guitarra, além de um bom desenho melódico da voz, possuindo um refrão bem sing-a-long, existindo uma variação de compasso. Não muito veloz, e, com exceção da variação de compasso, um arranjo bem simples, o destaque está no refrão.
2) Trova Ovation. Esta é uma faixa acústica. Nada punk rock, esta lembra uma banda de Seattle, dos anos 90, qualquer! É uma boa composição, executada apenas com violão e voz, possuindo um bom refrão, também bem sing-a-long, sendo o destaque a parte A.
3) Felación. Um punk rock bem embalado, com bons riffs, a parte A com uma progressão harmônica cromática, além de um refrão sing-a-long. A parte A se assemelha a Replicantes! Não muito veloz, mas um típico punk rock, possuindo arranjo bem simples.
4) Tan Loco. Esta é a faixa que menos me agrada no álbum. Podemos dizer que á a balada do álbum, com a harmonia do "T" (I-IV-V-VI), típica do pop. Bem leve e suave, o refrão é o grande destaque, pois surge a distorção e um embalo maior. Destaque para o arranjo.
5) La Internacional. Considero esta uma das melhores faixas do álbum, com um excelente arranjo, variações de cadência e ritmo, um bom embalo, frequentes frases e riffs, o grande destaque está no arranjo, extremamente bem trabalhado, sendo a faixa que mais demonstra a qualidade técnica do grupo.
6) Matando Al Padre. Considero esta a melhor faixa do álbum, em especial devido à parte A e seu desenho melódico da voz. As pausas existentes no final da parte A também dão um toque interessante, bem como a progressão harmônica, existindo uma variação de compasso. Destaque para o desenho melódico da voz e a variação de compasso. O refrão mais "comum", porém com uma frase bem interessante executada em sincronia.
7) El Cake. Esta é uma das faixas que possuem videoclipe de divulgação. O vídeo mostra os integrantes do grupo e amigos / namoradas / irmãos simulando estarem tocando a composição. Um vídeo bem caseiro, podemos chamar de "tosco", mas bem divertido! A composição possui frequentes variações de cadência, com frequentes frases, um bom trabalho de dinâmica, sendo o destaque o solo de guitarra, com fraseados inspirados no jazz.
8) Agente Yuro. Com certeza a composição com melhor instrumental, a mais veloz, com um excelente arranjo, ótimas frases, bem como o solo de guitarra, porém foi uma pena que não aproveitaram tudo isso para compor uma melodia. Por cima do instrumental estão conversas, simulando ligações para o agente Yuro! Realmente uma pena, tinha tudo para ser uma excelente composição!
9) Comunista De La Gran Escena. Esta é um punk rock com pitadas de street punk ou oi!, bem embalada, mas não muito veloz, ela possui um refrão bem sing-a-long, sendo o destaque o solo de guitarra e a progressão harmônica das partes sem voz.
10) El Comandante. Esta é a outra faixa que possui videoclipe de divulgação. Um videoclipe com uma qualidade superior ao anterior, mostra imagens do grupo ensaiando no estúdio, com o detalhe que no fundo está uma televisão com cenas de um filme pornô! Se a faixa anterior possuía pitadas de street punk ou oi!, esta tem mais, chegando na tangente de um ska! Com um refrão extremamente sing-a-long, a irreverência e a sátira são as marcas registradas desta composição!
11) Ricardo Para Porno. O álbum finaliza com uma das faixas que considero das melhores. Com um trocadilho no nome em relação ao nome do grupo, ela possui uma introdução mais lenta e instrumental, porém, logo em seguida surge o embalo com uma ótima progressão harmônica. Um típico punk rock, não dos mais velozes, mas com um ótimo desenho melódico da voz, além de eventuais frases e um refrão bem sing-a-long, o destaque está no desenho melódico da voz.
Ouça o álbum e faça um pornô para Ricardo!

quarta-feira, 24 de novembro de 2021

Poison Idea - Religion & Politics Part 1 & 2 (1993)

GÊNERO: Hardcore Old School
ORIGEM: EUA (Portland - Multnomah / Oregon)
FORMAÇÃO:
Jerry A. - Jerry Lang (Vocal)
Pig Champion - Thomas Roberts (Guitarra)
Mondo - Craig Lower (Guitarra)
Myrtle Tickner - Charles Nims (Baixo)
Thee Slayer Hippy - Steve Hanford (Bateria)
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Este é o sexto EP lançado pelo grupo, após 5 álbuns de estúdio, através do selo Tim/Kerr. É um bom EP, não tão veloz quanto muitos de seus registros anteriores, estando na tangente com o street punk. O grupo mantém a mesma expressão nas interpretações, apenas as composições não são tão velozes quanto muitos trabalhos anteriores. O vocal mantém o mesmo timbre de sempre, sempre usando um pequeno drive na voz. Os arranjos não são muito trabalhados, mas, têm seus méritos, pois possuem eventuais trechos bem pensados, mantendo a mesma ideia para as composições. O EP conta com uma faixa ao vivo e duas faixas cover. O curioso está por parte da capa, pois o EP possui três capas diferentes: a "original", lançada para a versão em LP; a capa da versão em CD e a capa da versão australiana. A versão australiana possui uma faixa a menos que as outras versões. Aqui disponibilizo a versão com esta faixa que não consta na versão australiana. Vale a pena conferir, um dos clássicos do hardcore norte americano dos anos 80, banda referência do gênero, ainda hoje!
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FAIXA A FAIXA:
1) Religion & Politics Part 1 & 2. O EP inicia com a faixa que dá nome ao mesmo. Iniciando de maneira mais intimista, instrumental, sem distorção, com a harmonia executada em acordes abertos, com inversões do baixo e eventuais notas de passagem, a parte 2 conta com distorção e voz. Não muito veloz, sendo uma composição sem nada de mais, apesar de possuir um bom arranjo, sendo o destaque o refrão e a ponte.
2) What He Said. Considero esta uma das melhores faixas do EP. Já mais embalada do que a faixa anterior, esta soa mais como um hardcore, com trocas rápidas de acorde, um bom arranjo, apesar de simples, o destaque está na parte A e na ponte.
3) Say Goodbye (Live). Considero esta a melhor faixa do EP e é, justamente, a única faixa ao vivo do EP. Um clássico do grupo, possuindo um excelente riff de guitarra na introdução, além de um ótimo embalo, apesar de não muito veloz, sendo, talvez, a faixa que soa mais hardcore em todo o EP. O destaque está na parte A. e no riff da guitarra.
4) Closet Monster. Uma boa composição, já bem punk rock, talvez a faixa menos hardcore e mais street punk de todo EP. Não possui nada de mais, mas, ainda assim, não é uma composição ruim, apenas não tem nada de especial que chame a atenção, uma composição bem trivial.
5) Blockhead. Esta é a primeira faixa cover do EP, sendo uma composição de Bob Mothersbaugh e Mark Mothersbaugh, sendo gravada, originalmente, pelo grupo Devo, em 1979. Uma boa composição, mais lenta que as faixas anteriores, o destaque está nas frases da guitarra na parte A e na variação de compasso, com destaque para o trecho em que o compasso está em 11/8! Os contracantos e o solo de guitarra também merecem atenção. Uma boa versão, mas com algumas diferenças bem perceptíveis em relação à versão original
6) Death, Agonies & Screams. O EP finaliza com a outra faixa cover. Ela foi composta e gravada, originalmente, pelo grupo Gism, lançada em 1983. Esta faixa já soa mais como um D-beat, existindo frequentes trechos com dois bumbos, além de possuir um bom embalo e uma intenção bem pesada. Uma boa versão, bem fiel à original.
Ouça o EP e conheça a religião e política partes 1 e 2!

sábado, 20 de novembro de 2021

Play Attenchon - The New Onda Is Like A Mera Shit (2011)

GÊNERO: Hardcore Melódico
ORIGEM: Peru (Lima / Distrito Federal)
FORMAÇÃO:
Mario Vizarreta (Vocal, guitarra)
Lizardo Saenz (Guitarra)
José Vizarreta (Baixo)
Alessandro Coluccelli (Bateria)
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Este é o segundo split, e último trabalho lançado pelo grupo, através do selo Heel Toe, após um álbum de estúdio, e foi gravado no estúdio Ances. Na verdade este é um split com as bandas 1000 Degrees, No Big Deal e Golliwog, porém aqui comento apenas sobre as faixas do Play Attenchon. As faixas do grupo presentes aqui no split estão no seu único álbum, lançado 4 anos antes. É um som extremamente veloz, com muitas frases, em especial de guitarra, e vocal com um ótimo desenho melódico. Percebe-se bastante influência das bandas da década de 90, porém soa mais "moderno", mais "anos 2000", com o vocal mais "liso" e com a técnica instrumental elevada. Este é o último registro lançado pelo grupo, que teve o auge de sua carreira no final dos anos 2000. Não há informações sobre o término da carreira do grupo, porém não há, também, novidades a respeito desde 2014. De qualquer forma, o grupo é responsável por manter o hardcore sul americano em evidência, já que o grupo teve reconhecimento internacional, dentro dos adoradores do gênero. Muita velocidade, melodia, riffs e frases, executadas em sincronia ou não, aliado a uma boa qualidade técnica, em especial da bateria e guitarras, fazem com que este split mereça ser prestigiado! O split possui uma faixa instrumental. Para quem não conhece o som do grupo, este é um excelente aperitivo!
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FAIXA A FAIXA:
1) Intro. O split incia com a faixa instrumental, que, como o nome já sugere, é apenas uma introdução. Introdução com muita velocidade e excelentes frases de guitarra, que são, aliás, o grande destaque da composição. Com pouca duração, esta introdução já vem com "os dois pés" mostrando o potencial e a qualidade do som do grupo. Um ótimo cartão de visitas!
2) Identidad. O split finaliza com a faixa que considero a melhor. Mais uma vez extremamente veloz (até mais veloz que a faixa anterior), com frequentes frases e riffs de guitarra que, junto com o arranjo de bateria, são o grande destaque da composição. Um excelente arranjo e um bom desenho melódico da voz, esta é a faixa de trabalho do grupo, possuindo, inclusive, videoclipe de divulgação. O videoclipe mostra imagens ao vivo do grupo.
Ouça o split e saiba porque a nova onda é como uma merda!

quarta-feira, 17 de novembro de 2021

Plasmatics - Maggots: The Record (1987)

GÊNERO: Thrash Metal
ORIGEM: EUA (Nova York / Nova York)
FORMAÇÃO:
Wendy O. Williams (Vocal)
Michael Ray (Guitarra)
Wes Beech (Guitarra)
Chris Romanelli (Baixo)
Ray Callahan (Bateria)
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Este é o quarto, e último, álbum de estúdio lançado pelo grupo, através do selo Profile, e foi gravado no estúdio Broccoli Rabe. Este é o primeiro álbum lançado pelo grupo após o pequeno hiato de anos anteriores, os quais Wendy teve sua carreira solo, tanto que este álbum é considerado, por muitos, como mais um álbum da carreira solo da cantora, do que um álbum do Plasmatics, já que o crédito vêm para ambos, na capa, sendo que o nome da cantora está acima do nome do grupo, além de que a formação está bem diferente do, até então, último álbum do grupo, contando com integrantes da banda da carreira solo de Wendy. É um excelente álbum, extremamente conceitual, sendo considerado, por alguns, como a primeira opera thrash metal! Isto porque o álbum conta com a fórmula da opera rock, mas com sonoridade thrash. Aliás, bem difícil rotular um gênero para o álbum, já que, embora eu tenha classificado como thrash metal, ele soa mais para um speed metal, mas com o vocal puxando para um punk rock. Talvez um crossover, mas ao invés de thrash, um speed?! O álbum possui metade das faixas sendo músicas e a outra metade são falas, envolvendo um conceito, uma história, um relato a qual cientistas criam uma espécie animal para limpar o lixo dos rios e mares, porém ele se desenvolve e procura outros alimentos no ambiente terrestre. São vermes que crescem e começam a se alimentar de humanos, dizimando a humanidade. Estas falas contam a situação de uma família atacada pelos vermes. Sempre entre uma música e outra, há um trecho da história. O curioso é que a última faixa é um apanhado de trechos de todas as faixas anteriores, unidos, formando uma nova música! Extremamente criativo, o álbum possui a arte da capa por conta de Eric Karalis. As composições têm seus trechos velozes e embalados, mas, também, trechos mais cadenciados, existindo eventuais coros e contracantos, bem como frequentes riffs de guitarra, além de muita energia, a grande característica do grupo. As vozes das faixas que contam a história são de James Gerth (narrador), Jeanine P. Morick (Paula White e dra. Wanda Carnot), Jeff Griglak (Josh White), Scott Harlan (Joe White, dr. Richard Boltzmann e Lance), Tony Marzocco (Bruce Maltin), Suzanne Bedford (Valerie e Cindy White), Andy Bleiberg (primeiro apresentador do telejornal e convidado do programa de TV) e Rod Swenson, creditado como Stellar Axeman (segundo apresentador do telejornal). Vale a pena conferir!
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FAIXA A FAIXA:
1) Overture. O álbum inicia com uma das faixas que contam um trecho da história. A introdução da história, com o narrador contando o que está acontecendo na cidade, alertando a população.
2) You're A Zombie. Uma ótima composição, iniciando com um coro em um andamento acelerado, além de frequentes riffs de guitarra, mantendo a ideia na parte A, enquanto que o refrão é cadenciado, mais lento, com constantes trocas de acorde, existindo eventuais pontes.
3) The White's Appartment - Full Meal Diner. Mais uma faixa contando a história, contextualizando e apresentando a família White, os personagens da história. A família está na mesa, jantando e assistindo TV, até que avistam o primeiro verme.
4) The Day Of The Humans Is Gone. Considero esta uma das melhores faixas do álbum, possuindo uma introdução bem conceitual, também com coros, até que surge a parte A,mais cadenciada, mas com uma excelente concepção, bem como possuir compasso ímpar, enquanto que o refrão é bem embalado e veloz, possuindo um arranjo com dois bumbos.
5) The Central Research Laboratory - Valerie And Bruce On The Phone. Outra faixa contando a história, mostrando o ponto de vista dos cientistas, explicando o que aconteceu, seguido por um diálogo entre os namorados Valerie e Bruce.
6) Destroyers. Considero esta a melhor faixa do álbum, com um excelente riff, um ótimo embalo, certa velocidade, ótimo arranjo, bom desenho melódico da voz e muita energia. Destaque para os arranjos de guitarra. O refrão possui um arranjo de bateria com dois bumbos.
7) The White's Appartment - Bruce's Bedroom. Mais uma faixa contando a história, contando o contato de Valerie com os vermes que estão na cama.
8) Brain Dead. Outra faixa que considero das melhores do álbum, iniciando mais lenta e cadenciada, com a execução harmônica em staccato, para que, na parte A, o embalo e os riffs apareçam, possuindo dois bumbos no arranjo da bateria. O refrão mantém a mesma intenção da parte A, possuindo frequentes pausas de pequena duração na execução da harmonia.
9) The White's Appartment - Bruce's Bedroom. Mais uma faixa com narrativa, esta é uma continuação da faixa 7, a qual os jovens estão fazendo sexo na cama, quando Joe bate na porta enquanto está sendo comido por um verme, dizendo suas últimas palavras.
10) Propagators. Outra faixa que considero das melhores do álbum, mais uma vez iniciando mais lenta e cadenciada, com frequentes riffs, para que, na parte A a velocidade surja, mais uma vez, com dois bumbos, bem como bastante embalo e riffs de guitarra. O refrão possui um coro e é bem sing-a-long.
11) The White's Appartment - Fire Escape. A última faixa que conta a história dos vermes, aqui acontece a última tentativa de Cindy de fugir pela escada de incêndio, porém a cidade está tomada de vermes, não havendo escapatória.
12) Finale. O álbum finaliza com uma faixa que é um compilado de trechos de todas as faixas anteriores que, unidos, criam uma nova composição. Excelente concepção e ideia, extremamente criativo, finalizando o álbum com a ideia da ópera rock com chave de ouro!
Ouça o álbum e conheça vermes: o registro!

sábado, 13 de novembro de 2021

Pist - Destroy Society (1993)

GÊNERO: Street Punk
ORIGEM: EUA (Meriden - New Haven / Connecticut)
FORMAÇÃO:
Al Ouimet (Vocal)
Bill Chamberlain (Guitarra)
Rick Abbott (Baixo)
Brian Marshall (Bateria)
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Este é o primeiro EP, e primeiro trabalho, lançado pelo grupo, através do selo Eugene. É um bom trabalho, com composições que remetem, diretamente, ao gênero, por ora, inclusive, lembrando um Oi!. Composições embaladas, mas não muito velozes, com arranjos simples, mas com muita expressão e com tudo no lugar, o EP merece atenção. Os músicos não possuem muita técnica, mas fazem muito bem o que se propõem a fazer, compensando a carência técnica e, ao mesmo tempo, elevando a qualidade das composições. A qualidade da gravação também é muito boa, outro ponto positivo. O grupo teve uma breve carreira, de apenas 3 anos, voltando a se reunir em esporádicas ocasiões 8 anos mais tarde, estando na ativa desde então, este EP registra o início de tudo! Vale a pena conferir, aos amantes do gênero, este é um prato cheio!
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FAIXA A FAIXA:
1) We're The Pist. O EP inicia com um dos grandes clássicos do grupo. Um street punk bem embalado, mas nada veloz, com um refrão bem sing-a-long, principalmente devido aos coros do contracanto, sendo esta parte, justamente, o destaque da composição. Arranjo bem simples, mas com bons acentos na parte A.
2) Needless. Outra faixa bem embalada, mas não veloz, com uma progressão harmônica na introdução bem "hipnótica", mantendo uma seqüência de acordes fora de uma ideia tonal, o que é, justamente, o grande destaque da composição, também bem simples, mas com acentos no contratempo na parte B que merecem atenção.
3) Textbook Salvation. Considero esta a melhor faixa do EP, com uma progressão harmônica, na parte A, a qual sou um grande apaixonado, sendo este o grande destaque, a composição é embalada, mas não veloz, sendo esta a faixa com o arranjo mais bem trabalhado, existindo eventuais frases da guitarra, bem como pausas e variações rítmicas na ponte.
4) Destroy Society. O EP finaliza com a faixa que dá nome ao mesmo, sendo esta uma ótima composição, bem embalada, também não muito veloz, com uma ótima progressão harmônica na parte A, sendo este o grande destaque. A faixa mais embalada do álbum, possuindo eventuais contracantos no refrão.
Ouça o álbum e comece a destruir a sociedade!

quarta-feira, 10 de novembro de 2021

Pissed Happy Children - Live And Pissed (1990)

GÊNERO: Jazz Core
ORIGEM: EUA (Claremont - Los Angeles / Califórnia)
FORMAÇÃO:
Shawn Connell (Vocal, guitarra)
Eric Wood (Vocal, baixo)
Joel Connell (Bateria)
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Este é o segundo split lançado pelo grupo, após um álbum de estúdio, sendo o último trabalho lançado, através do selo Slap A Ham. É um bom split, mostrando bem a pegada do grupo em suas apresentações ao vivo. É um split com o grupo, também norte americano, Infest, porém aqui comento apenas as faixas do Pissed Happy Children. Sem edições e mixagens, as composições possuem arranjos bem variados, com frequentes variações de ritmo e embalo, possuindo frequentes frases de guitarra e baixo, bem como eventuais acordes dissonantes. É o último trabalho lançado pelo grupo enquanto o grupo estava na ativa, já que anos mais tarde foi lançado uma coletânea contendo toda discografia da pequena carreira do grupo, mas que, apesar de pequena, mostra um som com autoridade e muita expressão, este elevado devido ao fato de ser apresentações ao vivo. Lembra uma mistura de Nomeanso, Corrosion Of Conformity e Part Time Christians! Este é um split que possui duas versões e duas capas diferentes, a versão original é um flexi, com todas as faixas no lado A, a outra versão possui 3 faixas a mais, além de existir outra versão com capa diferente da original. Vale a pena conferir, um jazz core com pequenas pitadas de hardcore old school, o qual tem, na minha opinião, o destaque nos arranjos e execuções destes no baixo.
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FAIXA A FAIXA:
1) Never Fair. O split inicia com a faixa que considero a melhor, com um arranjo que inclui uma progressão harmônica fora da ideia tonal, existindo freqüentes variações de cadência, possuindo um vocal bem estridente e rasgado, o destaque está no arranjo, muito bem trabalhado, bem como na execução do arranjo do baixo.
2) No Gain, No Pain. A faixa que finaliza o EP já é menos trabalhada que a anterior, embora também ocorram variações de cadência, bem como bons arranjos rítmicos, que fogem de um padrão tonal. Destaque para a execução dos arranjos de guitarra.
Ouça o split ao vivo e chateado!

sábado, 6 de novembro de 2021

Pink Lincolns - Back From The Pink Room (1987)

GÊNERO: Skate Punk
ORIGEM: EUA (Tampa - Hillsborough / Flórida)
FORMAÇÃO:
Chris Barrows (Vocal)
John Yovino (Guitarra)
Jim Belonga (Baixo)
Doresey Martin (Bateria)
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Este é o álbum de estreia do grupo, lançado pelo selo Greedy Bastard, e foi gravado no estúdio Morrisound. Considero este um excelente álbum, que, embora eu tenha classificado como skate punk, ele possui muita influência de jazz core, punk rock e hardcore old school, além de pitadas de pós punk, garage punk e crossover. Na verdade, na minha opinião, soa muito semelhante às bandas californianas da metade da década de 80, como Adoolescents, T.S.O.L. ou Agent Orange, porém percebe-se, eventualmente, semelhança com Damned, Black Flag, Nomeansno, New Bomb Turks ou Happy World. As músicas são embaladas, não muito velozes, embora não sirvam para lentas, com o vocal cheio de drive, embora não exagerado, sendo o fator que, na minha opinião, lembra o crossover, já que o instrumental segue, basicamente o embalo do skate punk com a pegada punk rock, possuindo eventuais dissonâncias e variações de compasso, bem como notas de passagem fora da ideia tonal, que lembram Black Flag ou Nomeansno. Um excelente álbum, para chegar com seu primeiro trabalho mostrando que a Flórida também tem bandas de skate punk que merecem respeito. Aliás, imagino eu, que o grupo só não teve mais reconhecimento por serem do estado da Flórida, longe dos principais centros do punk rock, fosse o grupo californiano, por exemplo, e, provavelmente, seria uma referência da época, pois qualidade não falta. Os músicos não são extremamente técnicos, mas têm seus truques e malandragens, além de deixarem tudo no lugar, bem redondinho e com muita expressão, se apropriando, também, de um bom trabalho de dinâmica. Interessante é que os acordes da guitarra são frequentemente executados com as posições abertas, não ficando apenas na ideia do power chord. O curioso é que este álbum foi lançado em 3 versões diferentes: a original, em LP, na época, em 1987; em 1995, em CD, que conta com uma faixa bônus; e outra em 2008, em LP e CD, remasterizado, que conta com 3 faixas bônus. Todas as faixas bônus oriundas de álbuns posteriores. Outra questão curiosa é que cada uma das versões possui uma capa diferente! Para quem curte o underground do punk, em todas as suas variações, da metade dos anos 80, este é um álbum que merece ser ouvido com atenção, recomendo!
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FAIXA A FAIXA:
1) Miami. O álbum inicia com uma das faixas que considero das melhores, com um excelente embalo, uma ótima progressão harmônica, com um bom arranjo, apesar de simples. Um skate punk bem típico, mas possuindo pitadas de punk rock.
2) I've Got My Tie On. Esta é outra faixa que considero das melhores. Bem embalada, esta é um punk rock mais acelerado, o que dá mais os ares de um skate punk. Na verdade é um skate punk que fica na tangente com o punk rock! Destaque para a progressão harmônica e o arranjo de guitarra, bem como o desenho melódico da voz.
3) I'm So Polite. Não tão embalada quanto às faixas anteriores, esta soa bem mais punk rock, sendo um punk rock com pitadas de skate punk, ao contrário da primeira faixa, mas, também, pitadas de garage punk! Uma excelente composição, com uma boa progressão harmônica, sendo o destaque a parte A.
4) Temporary Friends. A faixa mais lenta do álbum até então, com um bom trabalho de dinâmica, bem como uma ótima frase da guitarra, apesar de simples, na introdução, se apropriando do intervalo de segunda menor. Um punk rock com pitadas de jazz core! Destaque para o trabalho de dinâmica, existindo uma variação de cadência no refrão.
5) Age. Outra ótima composição, com uma boa intenção e progressão harmônica, não muito veloz, com um padrão rítmico bem simples, sendo o destaque a variação de cadência no refrão, no qual a composição passa de um skate punk mais intimista para um hardcore old school.
6) I've Got A Gun. Esta soa bem punk rock, lembrando alguma banda mod do início dos anos 80, possuindo um refrão mais skate punk, sendo, esta parte, o destaque da composição. Outro detalhe interessante é a execução harmônica com os acordes abertos.
7) Man's Best Friend. Esta é, sem dúvida, a faixa mais jazz core do álbum, com frases que lembram uma mistura de Black Flag com Descendents, mas com a forma e intenção bem Nomeansno! Mas ela não é de todo jazz core, percebe-se influência de skate punk, também. Uma excelente composição.
8) Suburbicide. Considero esta uma das melhores faixas do álbum, lembra, na parte A, Minor Threat, enquanto que o refrão, bem embalado, já soa bem skate punk, possuindo uma ponte bem hardcore old school. Destaque para o refrão e seu embalo.
9) Victims' Rights. Considero esta a melhor faixa do álbum! Uma progressão harmônica bem comum, que eu chamo de "progressão em X", mas que eu considero sensacional, qualquer composição que tiver esta seqüência, com certeza vai me agradar! Somado a isso, a faixa possui um excelente embalo, bem como um ótimo refrão, que mantém o mesmo clima e embalo da parte A. Talvez a faixa mais skate punk de todo álbum.
10) Not For Sale. Outra faixa que considero das melhores do álbum. Esta lembra, bastante, Damned, em especial pela execução do arranjo de guitarra, com os acordes abertos, mantendo uma cadência que se repete, com destaque para os acentos deslocados do tempo forte que, eventualmente, são executados em sincronia pelos instrumentos. Outra faixa bem skate punk, mas com influências fortes de punk rock.
11) Black Circles. Talvez a faixa mais intimista do álbum, esta possui um toque bem pós punk, possuindo eventuais dissonâncias na execução harmônica, pelas guitarras. O refrão já é mais embalado, puxando mais para um punk rock, mas, ainda assim, não deixa de lado o toque pós punk.
12) Bad T.V.. Outra faixa bem embalada, esta soa como um skate punk com influências de hardcore old school. Trocas rápidas de acorde, sendo o destaque o refrão e os acentos marcados pelos instrumentos. Talvez a composição mais simples do álbum. Muito embalo, o que deixa a composição ideal para andar de skate!
13) Velvet Elvis. Esta é a faixa mais conhecida do grupo, uma ótima composição que se assemelha a um Dag Nasty misturado com Minor Threat, sempre bem embalado, com uma progressão com as trocas de acorde deslocadas das cabeças dos tempos, sendo o refrão, mais simples e embalado, o grande destaque.
14) Fuck Sex. O álbum finaliza com a, talvez, faixa mais pesada do álbum, ficando bem na tangente entre o skate punk e o hardcore old school, além de possuir pitadas de crossover. Bastante embalada, o destaque está no arranjo de guitarra e suas eventuais frases, embora a progressão harmônica da parte A mereça atenção.
Ouça o álbum e esteja de volta do quarto rosa!