sábado, 29 de abril de 2023

ZSK - Split [Blowing Fuse] (1999)

GÊNERO: Hardcore Melódico
ORIGEM: Alemanha (Göttingen / Niedersachsen)
FORMAÇÃO:
Joshi (Vocal, guitarra)
Niki (Guitarra)
Eike (Baixo)
Flori (Bateria)
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Este é o primeiro split, e segundo trabalho, lançado pelo grupo, através do selo Nasty Vinyl. É um bom split, com composições embaladas, por ora, velozes, as quais possuem bons desenhos melódicos da voz, bem como boas eventuais frases de guitarra, além de existir arranjos bem pensados, apesar de não muito complexos. Este é um split com a banda, também alemã, Blowing Fuse, porém, aqui, comento apenas sobre as faixas do ZSK, embora já havia feito uma resenha sobre a parte do Blowing Fuse, em 2018, confira aqui. É um bom split, o qual, embora eu tenha classificado como hardcore melódico, possui fortes influências de skate punk, bem como pitadas de ska core e pop punk. Já havia feito uma resenha sobre o split, em 2011, confira aqui. Este é o primeiro trabalho do grupo lançado em CD, já que o trabalho anterior foi uma fita demo, o qual apresenta, já, bastante maturidade do grupo, com suas intenções bem definidas, bem expressadas e interpretadas, embora existam variações nas intenções das composições, se comparadas umas com as outras, as quais apresentam arranjos bem pensados. Um bom split, o qual marca o início da carreira deste que viria a se tornar um nome importante na cena underground de seu país nos anos seguintes, vale a pena conferir!
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FAIXA A FAIXA:
1) Wundervolle Welt. O split inicia com uma das faixas que considero das melhores, sendo, também, a faixa que possui menor duração. Bastante embalada e veloz, possuindo um refrão bem sing-a-long, bem como um bom trabalho de dinâmica, apsar de sutil, sendo o destaque, na minha opinião, o desenho melódico da voz.
2) Violent Skateboarding. Esta é outra boa composição, a qual possui dois momentos distintos, com duas intenções diferentes. Enquanto a parte A é bastante embalada e veloz, interpretada com bastante energia, a parte B é mais lenta, possuindo influências do ska core, inclusive com a inclusão de instrumentos de sopro. O destaque, na minha opinião, está na parte A. A faixa lembra com Against All Authority.
3) Sunny Lies. Esta é a faixa que menos me agrada no split, sendo, também, a faixa mais lenta e mais intimista. Com uma boa intenção e uma boa progressão harmônica, apesar de simples, assim como um bom desenho melódico da voz, o destaque, está, na minha opinião, no trabalho de dinâmica. A composição possui fortes influências do pop punk, em especial pelo refrão, o qual é bem sing-a-long.
4) Lied Eines Revolutionärs. Esta é a faixa que considero a melhor do split, bastante embalada e com certa velocidade, possuindo boas frases de guitarra, bem como um bom desenho melódico da voz, além de um bom trabalho de dinâmica e trocas rápidas de acorde e variações no padrão rítmico dos instrumentos de corda.
5) The Way I Feel. O split finaliza com outra boa composição, a qual é, mais uma vez, bastante embalada, possuindo certa velocidade, existindo fortes influências do skate punk. Mais uma vez a composição conta com um refrão bem sing-a-long, eventuais boas frases de guitarra, além de um bom trabalho de dinâmica, apesar de sutil, existindo uma variação de cadência no final da faixa.
Ouça o split trocando o fusível queimado!

quarta-feira, 26 de abril de 2023

Zinc - Old Mundo Punk! (2002)

GÊNERO: Hardcore Melódico
ORIGEM: Espanha (Madri / Madri)
FORMAÇÃO:
Dulze (Vocal)
Goyo (Guitarra)
Ken (Guitarra)
Miguel Sánchez (Baixo)
Dani (Bateria)
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Este é o segundo álbum de estúdio lançado pelo grupo, através do selo Soulforce, e foi gravado no estúdio Rimshot. É um excelente álbum, com composições bem pensadas, as quais possuem ótimos arranjos, frequentes frases e riffs de guitarra, bastante embalo, frequentes faixas velozes, embora existam momentos mais cadenciados, sempre executados com muita expressão, possuindo ótimas intenções. Os arranjos são o grande destaque do álbum, na minha opinião, em especial, devido às frequentes frases dos instrumentos, além dos riffs de guitarra, embora a expressão vocal e seu desenho melódico mereçam atenção. Embora eu tenha classificado o álbum como hardcore melódico, o álbum possui fortes influências do skate punk, bem como influências de jazz core, soando como uma mistura de Cerebros Exprimidos, Fun People, Rich Kids On LSD e X-Ray Spex. O curioso é que o baixista Miguel deixou o grupo após as gravações do álbum, portanto, os créditos apresentam o seu baixista sucessor, Victor, como integrante, aparecendo em uma nota que o responsável pelas gravações do instrumento foi Miguel. O álbum possui uma faixa com videoclipe de divulgação, enquanto que a arte da capa ficou por conta de Roberto Toledo. Um excelente álbum, o qual comprei o CD, na época de seu lançamento, e ainda o tenho! O CD possui diversos extras, como papel de parede para o computador, o videoclipe, mp3 de divulgação dos lançamentos do selo, além de um conteúdo interativo. É um álbum que altera a intenção se comparado ao primeiro trabalho do grupo, o qual possui mais influência das bandas dos anos 90, já que, aqui, o grupo resgata influências de bandas dos anos 80, porém, sem deixar de lado a característica melódica da última década do milênio. O álbum possui uma faixa cover, uma faixa instrumental, além de possuir a participação de Nekro, no vocal, em uma das faixas. Um excelente álbum, o qual merece ser conferido, principalmente àqueles que apreciam o hardcore melódico dos anos 90, mas, também, o skate punk / jazz core dos anos 80, com um vocal potente e expressivo, aliado à bons arranjos e intenções. Vale a pena conferir!
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FAIXA A FAIXA:
1) Plastika. O álbum inicia com uma das faixas que considero das melhores, sendo, também, a faixa que possui videoclipe de divulgação. Um bom clipe, o qual mostra o grupo se apresentando ao vivo em diferentes momentos. É uma excelente composição, bastante embalada e veloz, com trocas rápidas de acorde, frequentes variações de intenção, bem como frequentes frases dos instrumentos. O desenho melódico da voz é o grande destaque, na minha opinião, embora a expressão e arranjo mereçam atenção.
2) Habitacion 101. Esta é a faixa que considero a melhor do álbum, em especial devido à sua introdução e frequentes riffs e frases, sendo a expressão e o desenho melódico da voz, aspectos que merecem atenção. Com duas intenções bem distintas, uma veloz e embalada e outra mais cadenciada e com muito groove, o arranjo da composição é outro aspecto que ajuda a elevar a qualidade da composição. A letra foi inspirada no livro 1984, de George Orwell.
3) Old Mundo Punk. A faixa que dá nome ao álbum é outra que considero das melhores. Bastante veloz e embalada, embora exista seu momento mais cadenciado, a composição possui trocas rápidas de acorde, bem como acentos bem marcados e eventuais pausas de pequena duração, com destaque para a expressão e o desenho melódico da voz.
4) Calculos, Cifras Y Estadisticas. Outra ótima composição, bastante veloz e embalada, a qual possui um ótimo arranjo e um bom desenho melódico da voz. A faixa possui eventuais frases executadas em sincronia entre os instrumentos, bem como acentos marcados, além de um trecho mais cadenciado, além de bons riffs de guitarra.
5) Ataque Y Defensa. Esta é outra ótima composição, bastante veloz e embalada, a qual lembra bastante seus conterrâneos do Cerebros Exprimidos. A faixa possui um excelente arranjo, com frequentes frases e riffs, bem como um bom desenho melódico da voz, possuindo eventuais trechos mais cadenciados, sempre interpretados com muita expressão.
6) Amistad. Outra ótima composição, bastante veloz e embalada, a qual possui trocas rápidas de acorde, frequentes riffs de guitarra, além de eventuais variações de cadência, sendo o destaque, na minha opinião, o desenho melódico da voz.
7) Metamorfosis. Mais uma ótima composição, mais uma vez, bastante embalada, embora não tão veloz quanto às faixas anteriores, porém, possuindo frequentes frases e riffs de guitarra, além de um ótimo arranjo, o qual possui eventuais frases executadas em sincronia entre os instrumentos, sendo o destaque, mais uma vez, o desenho melódico da voz e a expressão.
8) C'est La Vie. Esta é uma faixa que possui uma intenção de vinheta. Sem melodia, apenas com um discurso em cima de um groove de bateria.
9) El Ser Excelente. Outra excelente composição, bastante veloz e embalada, possuindo trocas rápidas de acorde, frequentes riffs de guitarra, bem como excelentes frases executadas em sincronia entre os instrumentos, além de um ótimo desenho melódico da voz, com destaque para as frequentes dissonâncias existentes.
10) Chicos De La Calle. Esta é a faixa cover do álbum, sendo uma composição de Manuel Malou, gravada, originalmente, pelo grupo Toreros After Olé, em 1983. É uma versão bem fiel à original, embora seja mais veloz, possuindo um refrão bem sing-a-long, além de muita expressão e trocas rápidas de acorde.
11) Besarte. Esta é outra faixa que considero das melhores do álbum, sendo bastante embalada, embora não tão veloz quanto à maioria das faixas, possuindo frequentes riffs de guitarra, além de uma ótima intenção, e um ótimo arranjo, com destaque, mais uma vez, para o desenho melódico da voz, embora o arranjo de guitarra mereça atenção.
12) CO2. Mais uma ótima composição, repleta de riffs e frases, possuindo, também, embalo e velocidade, além de uma excelente intenção, muita expressão, além de eventuais variações de cadência e dissonâncias, buscando influências do jazz core, com destaque, mais uma vez, para o desenho melódico da voz.
13) No Es +. Mais uma ótima composição, bastante embalada e veloz, embora possua seu momento menos veloz, a qual possui frequentes frases e riffs, bem como trocas rápidas de acorde e eventuais variações de cadência, além de um ótimo desenho melódico da voz, com destaque para o arranjo e expressão.
14) Palabras. Esta é outra faixa que considero das melhores do álbum, a qual possui um ótimo embalo, embora não seja tão veloz como a maioria das outras faixas do álbum, existindo frequentes riffs de guitarra, bem como trocas rápidas de acorde, sendo o destaque, na minha opinião, o refrão e seu desenho melódico da voz, embora o arranjo e frases mereçam atenção. A letra foi adaptada do poema Nocturno, de Rafael Alberti.
15) Can You Hear Me?. Esta é a faixa que conta com a participação de Nekro no vocal, sendo uma boa composição, bastante veloz e embalada, com frequentes riffs de guitarra, além de eventuais variações de cadência, com destaque para o arranjo, em especial das guitarras.
16) Esstres. O álbum finaliza com a faixa instrumental, a qual é uma excelente composição, bastante minimalista, não muito veloz, mas com um bom embalo, lembrando, bastante, com Black Flag, a qual possui constantes dissonâncias, as quais, na minha opinião, são o destaque da composição, embora os improvisos e solos de guitarra mereçam atenção.
Ouça o álbum e lembre do velho mundo punk!

sábado, 22 de abril de 2023

Zero Boys - History Of (1984)

GÊNERO: Skate Punk
ORIGEM: EUA (Indianapolis - Marion / Indiana)
FORMAÇÃO:
Paul Mahern (Vocal, guitarra)
Hollywood - Terry Howe (Guitarra)
Tufty - David Clough (Baixo)
John Mitchell (Baixo)
Mark Cutsinger (Bateria)
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Esta é a primeira, e única, coletânea lançada pelo grupo, após um álbum de estúdio, através do selo Affirmation, e foi gravada nos estúdios Hit City, Keystone e Ted Dunn. É uma excelente coletânea, a qual, apesar de ser uma compilação, a maioria das faixas são inéditas ou em diferentes versões. As composições são embaladas, ora velozes, com trocas rápidas de acordes, sendo a expressão o grande destaque e característica da coletânea. Com as composições bem interpretadas e com uma ótima intenção, a qual fixa mais no skate punk, fugindo do punk rock habitual do início da carreira do grupo. Muitas das faixas foram gravadas para serem lançadas no segundo álbum do grupo, porém o grupo teve seu primeiro hiato (de aproximadamente 3 anos) antes do álbum ser lançado, sendo as faixas apresentadas, então, nesta coletânea. Além destas faixas inéditas, a coletânea conta com 4 faixas do primeiro álbum e uma faixa do primeiro EP lançado pelo grupo. A coletânea conta com dois baixistas diferentes, porém, John é responsável por apenas uma das faixas, todas as demais, o baixo ficou por conta de Tufty. A arte da capa ficou por conta de Carol Stamile. Em 2009 a coletânea foi relançada em LP e CD, até então, havia apenas esta versão em fita K7, porém, com uma lista diferente de faixas. É uma excelente coletânea, a qual apresenta, de maneira franca e original, o hardcore / skate punk que era feito no início dos anos 80. Vale a pena conferir, uma banda importante da cena do centro dos EUA.
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FAIXA A FAIXA:
1) Drive In. O álbum inicia com as faixas que seriam lançadas no segundo álbum do grupo, sendo esta, uma das faixas que considero das melhores da coletânea, bastante embalada, com certa velocidade, trocas rápidas de acorde e muita expressão, sendo bem interpretada, existindo eventuais frases em sincronia entre os instrumentos.
2) Black Network News. Esta é outra ótima composição, a qual possui dois momentos bem distintos, sendo o primeiro mais intimista, a qual o arranjo de bateria prioriza os tambores ao invés de pratos, além de manter uma intenção com certa tensão, enquanto que a parte B é bem embalada, possuindo uma boa frase do baixo, sendo esta parte o destaque, na minha opinião, embora o arranjo das guitarras mereça atenção.
3) Splish Splash. Esta é a faixa que considero a melhor da coletânea, bastante embalada, e com certa velocidade, ela possui uma ótima progressão harmônica, bem como um bom arranjo, em especial no refrão, o qual é bem sing-a-long, sendo o destaque, na minha opinião, o arranjo de baixo, embora a intenção e expressão mereçam atenção.
4) I Need Inergy. Outra ótima composição, porém já mais lenta que as faixas anteriores, mantendo uma intenção um pouco mais intimista, embora não exagerado, além de um bom embalo, possuindo, também, um refrão bem sing-a-long, além de boas frases de guitarra.
5) Johnny Better Get. Esta é outra faixa que considero das melhores da coletânea, bastante embalada, talvez esta seja a faixa mais skate punk, lembrando, um pouco, com Adolescents. Destaque para a intenção e embalo, além de possuir um bom arranjo, apesar de simples.
6) Dingy Bars Suck. Esta é a faixa mais veloz, talvez a mais hardcore old school de toda coletânea, com trocas rápidas de acorde e forma bem compacta, com poucas pontes, pequena introdução, um solo, além de um refrão bem sing-a-long, lembrando, um pouco, com o início da carreira do Suicidal Tendencies.
7) Seen That Movie Before. Outra boa composição, a qual apresenta dois momentos bem distintos, sendo o refrão bem embalado e com certa velocidade, enquanto a parte A é mais cadenciada, sendo o arranjo de bateria, mais uma vez, priorizando os tambores ao invés dos pratos. A composição apresenta eventuais bons riffs de guitarra.
8) High Places. Esta é outra boa composição, bastante embalada e com arranjo bem simples, apesar das eventuais trocas de acorde, na parte B, no contratempo. Destaque para o embalo, embora o refrão mereça atenção.
9) Blood's Good. Outra ótima composição, a qual possui influências de jazz core, lembrando, um pouco, com Minutemen. Com uma ótima intenção na parte A, a qual apresenta frequentes dissonâncias no arranjo de guitarra, enquanto que o refrão é bem punk rock.
10) Human Body. Outra boa composição, a qual possui certo embalo, embora a intenção mais intimista, e com certa tensão, na parte A, disfarce esta ideia. A parte A mantém um padrão rítmico baseado no shuffle, enquanto que o refrão é bem embalado e veloz, possuindo trocas rápidas de acorde.
11) Mom's Wallet. Esta é outra faixa que considero das melhores da coletânea, sendo uma composição bastante embalada e veloz, a qual possui trocas rápidas de acorde, além de eventuais bons riffs de guitarra, bem como um refrão bem sing-a-long. Esta é a última faixa gravada para o segundo álbum do grupo.
12) Down The Drain. Aqui começa a sequência de faixas presentes no primeiro álbum do grupo. Esta é uma ótima composição, bastante embalada, com um bom arranjo de bateria, além de trocas rápidas de acorde, com destaque para o refrão, bem sing-a-long, e seu arranjo de baixo.
13) Outta Style. Outra faixa presente no primeiro álbum do grupo, esta é uma das faixas que considero das melhores da coletânea. Bastante embalada, com trocas rápidas de acorde, além de uma ótima expressão e eventuais riffs de guitarra.
14) You Can Touch Me. Mais uma faixa presente no primeiro álbum do grupo, esta é uma ótima composição, bastante embalada, com uma boa intenção, possuindo uma boa ponte, além de um bom arranjo, embora simples.
15) Trying Harder. Esta é mais uma faixa presente no primeiro álbum do grupo, a qual alterna a intenção em relação às faixas anteriores, já que esta soa bem punk rock. A composição possui um bom embalo, mantendo um refrão bem sing-a-long, com destaque para os acentos, além de possuir eventuais bons riffs de guitarra.
16) I'm Bored. A coletânea finaliza com a faixa que está presente no primeiro EP do grupo, sendo a única faixa que conta com John no baixo. Assim como a faixa anterior, esta possui uma intenção bem punk rock, mantendo um bom embalo, além de contracantos bem sing-a-long, bem como eventuais bons riffs de guitarra.
Ouça a coletânea e conheça a história de!

quarta-feira, 19 de abril de 2023

Zeni Geva - All Right, You Little Bastards! (1993)

GÊNERO: Sludge Metal
ORIGEM: Japão (Tóquio / Kanto)
FORMAÇÃO:
K.K. Null - Kazuyuki Kishino (Vocal, guitarra)
Mitsuru Tabata (Guitarra)
Steven Albini (Guitarra)
Eito Noro (Bateria)
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Este é o segundo álbum ao vivo lançado pelo grupo, após quatro álbuns de estúdio, através do selo Nipp Guitar, e foi gravado no 20,000 Volts e no Fandango, em um intervalo de 4 dias. É um bom álbum, daqueles difícil de rotular, o qual, embora eu tenha classificado como sludge, possui influências de industrial, stoner, grunge, hardcore, punk rock, rock progressivo e jazz core. As composições possuem excelentes intenções, bem atípicas, sempre com muitas dissonâncias e efeitos de guitarra, tanto que o álbum é classificado por muitos como um álbum de noise guitar, acentuado, também, devido ao fato de possuir três guitarras e ausência de contrabaixo. As faixas possuem arranjos bem pensados, existindo frequentes variações entre as composições, além de variações de compasso, bem como frequentes dissonâncias e notas de passagem. As composições nem sempre são embaladas, embora algumas faixas as possuam, sendo o desenho melódico da voz pouco trabalhado, movimentando-se pouco, dando prioridade para o timbre, o qual possui um drive natural em tempo integral. A maior parte das faixas pertence ao último álbum de estúdio lançado até então, existindo eventuais faixas do início da carreira do grupo, existindo uma faixa instrumental. O destaque, na minha opinião, está nos arranjos e dissonâncias, embora as intenções mereçam atenção. Este é um álbum que conta com a participação de Steve Albini, tocando guitarra em todas as faixas, além de ser o responsável pelo vocal em duas delas, bem como a participação de Mas-P tocando baixo. Um bom álbum, o qual deve ser apreciado com calma e não como "trilha de fundo" de alguma tarefa qualquer, já que as dissonâncias e intenções, geralmente, bem pesadas, acabam deixando certo desconforto, ao mesmo tempo em que são a "cereja do bolo" quando apreciadas de maneira analítica, caso a caso, faixa a faixa. Vale a pena conferir!
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FAIXA A FAIXA:
1) I Want You. O álbum inicia com uma boa faixa, embora seja uma das que menos me agrada. Bastante intencional, com um bom arranjo, além de uma boa frase de bateria, não sendo uma composição embalada e nem veloz, existindo bastante influência do industrial.
2) New Flesh. Esta é outra faixa pouco veloz e embalada, a qual inicia de maneira bem pesada e intencional, enquanto que a parte A soa mais "arrastada", com destaque para a parte C, instrumental, a qual possui influências de jazz core, além de possuir constantes dissonâncias.
3) Autobody. Esta é uma das faixas que considero das melhores do álbum, já mais embalada que as faixas anteriores, além de ser mais veloz, apesar de não muito, possuindo frequentes dissonâncias no arranjo de guitarras, além de um refrão bem sing-a-long, existindo um trecho mais cadenciado, bem minimalista e intencional.
4) Godflesh. Esta é uma boa composição, mais uma vez, bastante intencional, existindo frequentes dissonâncias, bem como um bom arranjo rítmico na introdução, enquanto que a parte A possui certo groove, lembrando, um pouco, uma mistura de grunge e stoner.
5) Guystick Bodie. Esta é outra faixa que considero das melhores do álbum, sendo a composição mais antiga do grupo a ser apresentada. É uma ótima composição, a qual possui um bom embalo, embora não seja veloz, além de uma intenção bem minimalista. As frequentes dissonâncias também se fazem presente.
6) A Piece Of Angel. Esta é a faixa instrumental do álbum, a qual tem uma intenção de introdução, já que transmite a sensação de preparação para algo que não aparece em nenhum momento, apenas na faixa seguinte. É uma composição extremamente intencional e expressiva, sendo bem minimalista.
7) Kettle Lake. Esta é uma boa composição, não muito veloz, mas possuindo certo embalo, sendo uma das faixas em que Steve fica responsável pelo vocal, além de ser uma das faixas que contam com a participação de Mas-P tocando baixo. Com uma intenção mais intimista, embora possua seu momento mais "explosivo", a qual transmite uma sensação de tensão, aliado à frequentes dissonâncias no arranjo das guitarras.
8) Painwise. Esta é uma ótima composição, sendo a outra faixa que conta com a participação de Mas-P tocando baixo. Uma faixa com a intenção bem intimista, não sendo muito veloz, embora possua um bom embalo, apesar das frequentes pausas de pequena duração. Uma boa progressão harmônica que, embora simples, mas executada com boa expressão, é o destaque, na minha opinião.
9) Total Castration. Esta é outra faixa que considero das melhores do álbum, a qual possui um bom groove em sua parte A, além de possuir o trecho mais veloz do álbum, na introdução. Uma faixa que parece manter uma mescla de grunge, stoner e hardcore. Até a faixa anterior, as gravações eram da apresentação no 20,000 Volts, a partir desta, as faixas foram gravadas no Fandango.
10) Bigman Death. Esta é uma boa composição, a qual possui uma intenção bem pesada, bem como uma progressão harmônica bem minimalista, apesar das eventuais variações de compasso, possuindo um bom embalo, apesar da pouca velocidade, além de possuir um refrão bem sing-a-long.
11) The Model. Esta é a faixa que considero a melhor do álbum, sendo a outra faixa que conta com Steve no vocal. Uma composição bem embalada, a qual possui um excelente riff de guitarra, na parte A, além de um bom desenho melódico da voz.
12) I Hate You. O álbum finaliza com outra boa composição, a qual possui uma intenção mais "arrastada", embora não seja lenta, possuindo uma intenção harmônica bem minimalista, além de um refrão sing-a-long e frequentes dissonâncias no arranjo das guitarras.
Ouça o álbum e perceba se está tudo bem, seus pequenos bastardos!

sábado, 15 de abril de 2023

YZ - Sons Of The Father (1990)

GÊNERO: Rap
ORIGEM: EUA (Trenton - Mercer / Nova Jersey)
FORMAÇÃO:
YZ - Anthony Hill (Vocal)
Anthony Depula (Pick-up)
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Este é o primeiro álbum de estúdio lançado pelo artista, através do selo Tuff City, e foi gravado no estúdio Epsilon. É um excelente álbum, com muito groove e swing, possuindo ótimos samples, bem como excelentes arranjos. O álbum foi lançado na época em que o estilo mais me agrada, difícil encontrar algum álbum ruim, de rap, lançado neste período, virada das décadas de 80 para 90. Os samples apresentam, geralmente, uma linha de baixo bem marcante e que, junto com o arranjos rítmico, se mantém como a principal característica do álbum, além de ser, também, o destaque, na minha opinião. O álbum possui duas versões distintas, uma em CD e outra em LP, sendo a versão em CD com maior número de faixas. Aqui comento baseado na versão em CD. O álbum possui quatro faixas com videoclipes de divulgação. A arte da capa ficou por conta de Cara Cox. Boa interpretação vocal, ótimos samples, muito groove marcam o álbum, o qual vale a pena conferir, aliás, um excelente álbum!
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FAIXA A FAIXA:
1) Intro & Sons Of A Father. O álbum inicia com a faixa que considero a melhor. Um excelente sample, o destaque, na minha opinião, o qual possui uma ótima frase de saxofone, aliado à muito groove e swing, além de uma boa interpretação vocal.
2) In Control Of Things. Esta é uma das faixas que considero das melhores do álbum, sendo uma das faixa que possuem videoclipe de divulgação. Um bom clipe, o qual mostra o cantor em diferentes espaços, a maioria com uma intenção bem litorânea, acompanhado de dançarinos e modelos. Mais uma faixa que possui um excelente sample, possuindo um ótimo groove, além de uma boa interpretação vocal.
3) Back Again. Uma boa composição, a qual possui um ótimo groove, bastante peso em sua intenção rítmica, além de um bom sample, sendo o destaque, na minha opinião, a expressão e interpretação vocal, possuindo, também, um ótimo embalo.
4) I'm Workin'. Outra ótima composição, a qual possui uma intenção mais intimista quando em relação às faixas anteriores, sendo, também, mais lenta, além de possuir uma tensão em sua intenção, sendo o destaque, na minha opinião, a linha de baixo.
5) Get It Right (Put On Your Bally Shoes). Esta é outra faixa que considero das melhores do álbum. Mais uma vez, possuindo muito groove e swing, além de um excelente sample, sendo este o destaque, na minha opinião, embora a linha de baixo e a expressão vocal mereçam atenção, possuindo, também, um refrão sing-a-long.
6) Mixel Plic Remix. Mais uma boa composição, a qual possui um excelente groove, além de uma ótima interpretação vocal e um coro bem sing-a-long, sendo o destaque, na minha opinião, a linha de baixo. Esta é uma das faixas que não está presente na versão em LP.
7) Tower With The Power. Esta é outra faixa que considero das melhores do álbum, sendo outra faixa que possui videoclipe de divulgação. Um clipe com as mesmas intenções do clipe anterior, com o cantor em diferentes espaços, sendo estes mais industriais e férreos, acompanhado de diversos parceiros. É uma ótima composição, a qual possui um bom sample, além de um ótimo groove, sendo o destaque, na minha opinião, o arranjo e seus eventuais scratches.
8) Spank-Ed. Esta é uma boa faixa, a qual destoa das demais faixas, pois possui influências da música eletrônica, mais específico do rave, lembrando bastante a música House Me Teenage Rave, do grupo Green Jelly. Com um bom groove e uma ótima interpretação vocal, o destaque está, na minha opinião, mais uma vez, na linha do baixo.
9) Who's That Girl. Esta é outra ótima composição, sendo mais uma das faixas que possuem videoclipe de divulgação. Um bom clipe, com as mesmas intenções dos clipes anteriores, o qual mostra o cantor em diferentes espaços, todos urbanos, desta vez, acompanhado de eventuais garotas, as quais ajudam a demonstrar a intenção da letra. A faixa possui um bom groove, o destaque, na minha opinião, o qual possui bastante peso e uma boa linha de baixo, apesar de não muito complexa, além de um refrão sing-a-long e um bom sample.
10) Taggin' It Up. Esta é outra boa composição, sendo outra das faixas que não estão presentes na versão em LP. Com um bom groove, um bom sample e boas expressão e interpretação vocal, o destaque está, na minha opinião, no arranjo.
11) Diss Fe Liar. Mais uma boa composição, não muito veloz, mas que possui um bom sample, possuindo pitadas intimistas em sua intenção, além de um bom groove, com destaque para a interpretação vocal.
12) Thinking Of A Master Plan. Esta é outra ótima composição, sendo a última faixa do álbum a contar com videoclipe de divulgação, sendo este o clipe mais bem produzido de todos do álbum, embora mantenha a intenção dos anteriores, com imagens do cantor em diferentes espaços, sendo estes, todos, urbanos, como sendo o centro da cidade, alternando com cenas de Nelson Mandela, mais uma vez, indo de encontro à intenção da letra. Uma composição a qual possui um bom groove, uma boa interpretação vocal, sendo o destaque o sample e o arranjo, possuindo, também, um refrão sing-a-long.
13) Father's Exit & Outro. O álbum finaliza com uma excelente faixa, a qual é o sample da faixa 1, praticamente, sem acompanhamento vocal, apenas eventuais inserções em forma de discurso. Esta é outra faixa que não está presente na versão em LP, embora a Outro esteja presente.
Ouça o álbum e conheça os filhos do pai!

quarta-feira, 12 de abril de 2023

Yellowcard - Ocean Avenue Acoustic (2013)

GÊNERO: Pop Punk
ORIGEM: EUA (Jacksonville - Duval / Flórida)
FORMAÇÃO:
Ryan Key - William Key (Vocal, violão)
Sean Mackin (Violino)
Ryan Mendez (Violão)
Longineu Parsons III (Bateria)
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Este é o primeiro álbum acústico lançado pelo grupo, após oito álbuns de estúdio, através do selo Hopeless, e foi gravado nos estúdios Robert Berson, Eli's Place e The Inn At Renown Regional Medical Center. É um bom álbum, o qual, na verdade, resgata as composições do quarto álbum de estúdio do grupo em um novo arranjo, mais precisamente, no formato acústico. Com pouco peso, muitas vezes com composições embaladas, embora não seja uma regra, os arranjos são o destaque do álbum, na minha opinião, em especial os arranjos para os instrumentos harmônicos. Boas melodias, com bons desenhos em suas linhas, boas interpretações, além de intenções que, muitas vezes, nos remetem à uma ideia mais intimista, acabam caracterizando o álbum, como um todo, o qual, embora eu tenha classificado como pop punk, possui fortes influências do emo core. O álbum contou com uma turnê de divulgação, a qual o set list era composto pelas faixas acústicas, mais algumas faixas, em formato "elétrico", de outros álbuns, além disso, um trailer de divulgação do álbum foi lançado logo antes de seu lançamento. O álbum teve boa aceitação por parte do público e da crítica, atingindo posições quatro em listas da Billboard, nos EUA, sendo a posição de número 11 nas listas dos álbuns independentes e no Top Rock, posição de número 7 na lista Top Alternative, bem como a posição de número 53 na lista da Billboard 200. O álbum conta com as participações de Rodney Wirtz tocando viola, e Christina Lightner tocando violoncelo, em diferentes faixas, bem como a participação de C.J. Vanston tocando piano, em uma das faixas, enquanto que a arte da capa ficou por conta de Brian Manley. Um bom álbum, o qual comemora os dez anos de lançamento do seu quarto álbum de estúdio, com novos arranjos e interpretações, sendo o único álbum lançado pelo grupo, até hoje, no formato acústico. Não é uma boa referência para aqueles que querem conhecer o grupo, mas um bom álbum para aqueles que já conhecem o trabalho do grupo, bem como um álbum indispensável para os fãs do quarto álbum de estúdio do grupo!
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FAIXA A FAIXA:
1) Way Away. O álbum inicia com uma das faixas que considero das melhores. Com um bom embalo, boas frases de violino, bem como um bom desenho melódico da voz, além de boas intenções rítmicas são as características da composição.
2) Breathing. Esta é outra faixa que considero das melhores do álbum, em especial devido ao arranjo de violino, o destaque, na minha opinião. Embora possua um embalo, este não se dá em tempo integral, existindo eventuais pausas e variações de cadência, bem como um refrão bem sing-a-long.
3) Ocean Avenue. A faixa que dá nome ao álbum é uma boa composição, embora possua uma intenção mais pop, além de um arranjo mais "leve". Destaque para o desenho melódico da voz, embora o arranjo de bateria mereça atenção, possuindo uma boa variação de intenção no refrão, o qual é bem sing-a-long.
4) Empty Apartment. Esta é uma boa composição, talvez a mais intimista do álbum, a qual possui um excelente arranjo de violão, bem como um bom desenho melódico da voz, sendo o destaque, na minha opinião, a parte A sua intenção e progressão harmônica.
5) Life Of A Salesman. Esta é a faixa que considero a melhor do álbum, sendo, com certeza, a faixa mais veloz. Possuindo um bom embalo, bem como um bom trabalho de dinâmica, um bom arranjo de violino, um bom desenho melódico da voz, eventuais variações de cadência e um refrão sing-a-long.
6) Only One. Esta é outra faixa que possui um bom arranjo de violão, sendo uma composição não embalada, com intenção mais intimista, além de eventuais variações de cadência entre as partes, mantendo uma intenção mais emo.
7) Miles Apart. A faixa inicia com uma ótima frase de bateria, sendo uma composição com um bom embalo, um bom arranjo, além de um bom trabalho de dinâmica, apesar de sutil, possuindo um refrão bem sing-a-long e uma intenção mais intimista.
8) Twenty Three. Mais uma faixa com um bom embalo, boas frases de violino, com boas intenção e arranjo, além de um bom desenho melódico da voz e um refrão bem sing-a-long. Uma composição bem pop punk, em especial devido ao seu refrão.
9) View From Heaven. Esta é outra faixa que considero das melhores do álbum, a qual possui um bom embalo e uma intenção com influências do country, mesmo que de maneira sutil, sendo o destaque as frases de violino, embora a intenção e desenho melódico da voz mereçam atenção, além de um refrão sing-a-long.
10) Inside Out. Mais uma faixa que possui um bom embalo, apesar do arranjo rítmico dos instrumentos de corda possuírem frequentes pausas em eventuais momentos. A faixa conta com um bom trabalho de dinâmica, além de variações de cadência entre as partes, com destaque para as pontes entre elas.
11) Believe. Esta é outra boa composição, a qual tem o destaque, na minha opinião, no arranjo de violino e sua frase bem minimalista. A faixa possui um bom trabalho de dinâmica, além de um bom desenho melódico da voz e um bom arranjo, existindo eventuais variações de cadência.
12) One Year, Six Months. Esta é uma boa composição, a qual possui um excelente arranjo para piano, o destaque, na minha opinião, o qual é interpretado por C.J., justificando sua participação no álbum. Além do excelente arranjo de piano, a composição conta com um bom desenho melódico da voz, além de um ótimo arranjo de violino que preenche, de maneira competente, os espaços deixados pela melodia principal.
13) Back Home. O álbum finaliza com uma boa composição, a qual possui uma intenção mais intimista, não sendo muito embalada e possuindo um bom desenho melódico da voz, além de variações de cadência entre as partes.
Ouça o álbum na avenida oceânica acústica!

sábado, 8 de abril de 2023

X-Ray Spex - Germfree Adolescents (1978)

GÊNERO: Punk Rock
ORIGEM: Inglaterra (Londres / Londres)
FORMAÇÃO:
Poly Styrene - Marianne Elliott-Said (Vocal)
Rudi - Steve Thomson (Saxofone)
Jak Airport - Jack Stafford (Guitarra)
Paul Dean (Baixo)
B.P. - Bake Hurding (Bateria)
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Este é o primeiro álbum de estúdio lançado pelo grupo, através do selo EMI, e foi gravado no  estúdio Essex.  É um excelente álbum, o único lançado na primeira fase do grupo, o qual é referência para inúmeros grupos que viriam a surgir anos depois, já que é possível encontrar influências do álbum em diversos trabalhos lançados, por diversos artistas diferentes, no decorrer de décadas. São excelentes composições, bem arranjadas e bem interpretadas, apesar de nada muito complexo, mas com tudo no lugar, as quais, geralmente, possuem bom embalo, com uma boa expressão, sendo o destaque, sem sombra de dúvidas, a voz, tanto pelos seus desenhos melódicos, mas, também, devido ao timbre e expressão da mesma. Com certeza um álbum que deve ser conferido, pois é, na minha opinião, um dos grandes álbuns do gênero lançados no final dos anos 70, o qual, com certeza, influenciou e ajudou a consolidar a cena punk britânica do final da década. É um álbum bem aceito tanto pelos fãs do gênero, mas, também, pela crítica, o qual é reconhecido e citado como referência, inclusive, até os dias atuais. O álbum atingiu a posição de número 56 na Austrália, e a posição de número 30 no Reino Unido, além de ter sido ranqueado na posição 354 na lista da Rolling Stone dos 500 Melhores Álbuns De Todos Os Tempos, bem como fazer parte da lista do livro 1001 Álbuns Que Você Deve Ouvir Antes De Morrer. A arte da capa ficou por conta de Cooke Key. Esta primeira fase do grupo não durou muito tempo, apenas 3 anos, a qual teve sua interrupção devido à uma opção pessoal de Poly, por estar cansada da rotina de viagens e shows. O grupo tentou continuar sem a vocalista por algum tempo, porém, sem sucesso, então decidiram por encerrar os trabalhos. Um clássico, uma referência, uma influência, potencializado devido à uma excelente interpretação vocal... enfim, um álbum que deve ser conferido por qualquer pessoa durante sua vida!
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FAIXA A FAIXA:
1) Art-I-Ficial. O álbum inicia com uma das faixas que considero das melhores, a qual possui um excelente riff de guitarra, com um ótimo embalo, além de uma excelente interpretação, bem "solta" e natural, além, claro, de possuir uma excelente interpretação do arranjo vocal, o qual possui um bom desenho melódico. O refrão é bem sing-a-long, o qual possui um compasso de 5/4 "isolado" no meio dos demais quaternários.
2) Obsessed With You. Esta é a faixa que considero a melhor do álbum, a qual possui um ótimo embalo, uma boa progressão harmônica, na parte A, bem interpretada e expressiva, com destaque para o desenho melódico da voz, em especial na parte A, e sua interpretação e expressão.
3) Warrior In Woolworths. Esta é a faixa que menos me agrada no álbum, embora não seja ruim, a qual possui uma intenção mais leve, muito devido ao arranjo de guitarra e progressão harmônica, embora mantenha um bom embalo, sendo o destaque, na minha opinião, o refrão e sua frase dos instrumentos de corda.
4) Let's Submerge. Esta é outra faixa que considero das melhores do álbum, mais uma vez, bem embalada, com uma boa expressão e interpretação, um bom desenho melódico da voz, bem como sua interpretação e expressão, além de possuir uma boa progressão harmônica, com destaque para a intenção e o refrão. A pausa existente no refrão merece atenção.
5) I Can't Do Anything. Esta é outra faixa das que menos me agradam, com certeza é a que possui maior apelo pop, muito devido à sua progressão harmônica e intenção melódica, a qual, na parte A, mantém a interpretação pela voz e saxofone, possuindo um bom embalo.
6) Identity. Uma excelente composição, bem embalada, a qual possui a progressão harmônica (clássica), no modo menor, I-VII-VI-V. O destaque está, mais uma vez, no desenho melódico e sua interpretação pela voz, embora o arranjo de saxofone mereça atenção.
7) Genetic Engineering. Esta é outra faixa que considero das melhores do álbum, a qual possui uma excelente intenção, um bom arranjo de baixo, além, claro, de uma excelente interpretação da voz, sendo o destaque, na minha opinião, o refrão, simplesmente sensacional, muito em função da voz.
8) I Live Off You. Outra excelente composição, a qual possui uma parte A excelente, principalmente devido à progressão harmônica e frase do saxofone, o destaque na minha opinião, enquanto a parte B já mantém uma intenção mais "alegre" devido à opção pelo modo maior.
9) I Am A Poseur. Outra excelente composição, a qual mantém um padrão rítmico baseado no shuffle, com excelente progressão harmônica, além, claro, mais uma vez, de um excelente desenho melódico da voz e sua interpretação.
10) Germfree Adolescents. A faixa que dá nome ao álbum é uma excelente composição, a qual possui uma excelente intenção, muito bem interpretada e expressada pelos músicos, mas, principalmente, pela voz. Esta é a faixa mais intimista do álbum, com destaque para a intenção e interpretação, embora o arranjo de guitarra, com um tremolo contínuo, mereça atenção.
11) Plastic Bag. Esta é outra excelente composição, bem embalada, com uma intenção bem rock 'n' roll, mas sem perder a pegada punk, sendo a faixa em que o arranjo vocal é interpretado em uma extensão mais elevada. Destaque para as variações de cadência entre as partes A e B, em especial para a ponte existente antes da parte B.
12) The Day The World Turned Day-Glo. O álbum finaliza com outra excelente composição, a qual possui um bom embalo, além de uma excelente intenção na parte A e um refrão bem sing-a-long, o qual varia sua intenção em relação à parte A. O trabalho de dinâmica entre as partes também merece atenção.
Ouça o álbum e sejam adolescentes livres de germes!

quarta-feira, 5 de abril de 2023

X Japan - Crucify My Love (1996)

GÊNERO: Glam Metal
ORIGEM: Japão (Tateyama / Kanto)
FORMAÇÃO:
Toshi - Deyama Toshimitsu (Vocal)
Hayashi Yoshiki (Piano, bateria)
Pata - Ishizuka Tomoaki (Guitarra)
Hide - Matsumoto Hideto (Guitarra)
Heath - Morie Hiroshi (Baixo)
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Este é o décimo quinto single lançado pelo grupo, após quatro álbuns de estúdio, através do selo Atlantic, e foi gravado no estúdio One On One e no estádio Tokyo Dome. É um bom single, mas longe de ser dos meus lançamentos preferidos do grupo, possuindo faixas bem distintas, as quais alternam entre faixas embaladas ou não, lentas ou não, além de toda questão de arranjo e timbre, e, inclusive, o local da gravação: estúdio e ao vivo! As faixas possuem excelentes arranjos, excelentes interpretações, além de serem ótimas composições, possuindo bons desenhos melódicos da voz, além de eventuais riffs de guitarra. Os músicos possuem boa técnica e bom conhecimento musical, o que ajuda a elevar a qualidade do single. Embora eu tenha classificado como glam metal, o single possui fortes influências do hard rock, bem como influências de heavy metal e A.O.R., sendo classificado, ainda, por alguns, como symphonic metal. O single conta com uma faixa que viria a ser lançada no álbum seguinte do grupo, poucos meses após o lançamento deste, além de uma versão ao vivo de um clássico do grupo, gravada em uma das 5 apresentações do grupo na véspera de ano novo, neste caso, na apresentação de 1995, possuindo uma faixa com videoclipe de divulgação. O curioso deste lançamento é que, contrariando a característica do grupo em cantar a maior parte de suas músicas em japonês, este single mantém o inglês como língua predominante. Esta é a fase que o grupo resolve "abandonar" o visual que os caracterizou como pioneiros do visual kei (tendência japonesa que se assemelha ao visual glam), mantendo uma imagem mais "rock", com ausência de maquiagens pesadas ou roupas mais extravagantes. O single recebeu certificado de ouro por atingir a marca de mais de 290.000 cópias vendidas, e possui a participação da orquestra American Symphony. É um bom single, lançado em formato de mini CD, com dois momentos bem distintos, um que marca uma nova fase do grupo e outra que resgata as intenções da fase inicial da carreira, sempre muito bem interpretado. Vale a pena conferir!
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FAIXA A FAIXA:
1) Crucify My Love. O single inicia com a faixa título, a qual seria lançada no álbum seguinte do grupo, a qual é a faixa que possui videoclipe de divulgação, o qual se mostra, assim como a composição, bem intimista, basicamente com cenas dos dois integrantes tocando e cantando, priorizando um tema escuro na iluminação. Esta é a faixa que menos me agrada, uma balada, com excelente arranjo, interpretada, basicamente, por piano e voz, embora possua um arranjo orquestral, a qual conta com a participação da American Symphony. Pouco embalada, com uma intenção bem intimista, o destaque, na minha opinião, está na interpretação, em especial do piano, embora o trabalho de dinâmica mereça atenção.
2) Week End ('95 Tokyo Dome Live Version). Esta é a faixa que considero a melhor do single, uma versão ao vivo de um clássico do grupo, a qual possui um bom embalo, excelentes riffs de guitarra, além de um bom desenho melódico da voz, sempre muito bem interpretada, bem como um ótimo arranjo e um refrão bem sing-a-long.
Ouça o single e crucifique meu amor!

sábado, 1 de abril de 2023

X Clan - Return From Mecca (2007)

GÊNERO: Rap
ORIGEM: EUA (Nova York / Nova York)
FORMAÇÃO:
Brother J - Jason Hunter (Vocal)
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Este é o terceiro álbum de estúdio lançado pelo grupo, através do selo Suburban Noize. É um bom álbum, o primeiro após o hiato de mais de 10 anos, 15 anos após o lançamento do seu segundo álbum. O álbum possui boas composições, com intenções variadas, bem como as expressões, em especial da voz. Algumas faixas possuem embalo, mas apenas algumas, possuindo arranjos que ora lembram o início dos anos 90, mas, também, ora lembram mais os arranjos do início dos anos 2000, existindo eventuais trechos com scratches, além de manter uma intenção de groove constante, do início ao fim do álbum. Apenas um integrante da formação original do grupo se faz presente no álbum, já que dois antigos membros já haviam falecido e o terceiro não participou do trabalho. Sem uma formação fixa, o integrante contou com a participação de diversos produtores, responsáveis pelos arranjos e mixagens das faixas, sendo eles: DJ Fat Jack, Quazedelic, DJ Khalil, Bean One, Ultraman, Jake One, Proh Mic, DJ Quik, J. Thrill, ACL, P. Shevelin, Damian e Stephen Marley, e Tech N9ne. Além dos diferentes produtores, o álbum conta com diversas participações, algumas de alguns dos próprios produtores, mas, também, de outros nomes, são eles: Quazedelic, RBX, KRS-One, Jah Orah, Chali 2NA, Hannah Barbera, Abstract Rude, YZ, Daddy X, Tri State, Jacoby Shaddix e Damian Marley. O álbum possui uma faixa com videoclipe de divulgação, além de uma faixa bônus. É um bom álbum, com uma ótima produção, porém, na minha opinião, não se compara com os dois primeiros álbuns da carreira do grupo, embora possua algumas excelentes composições. A questão é que as produções mais "modernas", com arranjos inspirados nas composições do gênero dos anos 2000, acabam não me agradando muito, existindo uma boa seqüência de faixas com estas intenções. Um bom álbum, o qual, filtrando as faixas, se torna um excelente álbum, sendo um retorno, do grupo, em "grande estilo", vale a pena conferir!
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FAIXA A FAIXA:
1) X Clan Album Intro. O álbum inicia com uma faixa que tem a intenção de ser uma abertura para o álbum, a qual possui diferentes efeitos sonoros no fundo de um discurso, produzida por DJ Fat Jack.
2) Aragorn. Esta é uma boa faixa, a qual possui uma excelente linha de baixo, bem como um bom groove, sendo este o grande destaque, na minha opinião, valorizando os graves, embora possua um arranjo bem simples. Produzida por Quazedelic.
3) Voodoo. Esta é uma das faixas que considero das melhores do álbum, a qual possui um ótimo groove, além de uma frase do baixo em evidência, a qual é, na minha opinião, o grande destaque. O arranjo possui boa criatividade, apesar de não muito complexo, com timbres que remetem mais à "Era digital" dos anos 2000, sendo uma produção de DJ Khalil, com participações de Quazedelic e RBX.
4) Hovercraft Intro. Mais uma faixa que é apenas uma vinheta, servindo de introdução para a faixa seguinte, sendo um discurso sobre um acompanhamento de strings, o mesmo arranjo da faixa seguinte.
5) Why U Doin That?. Esta é outra faixa que considero das melhores do álbum, a qual possui um bom groove, apesar de não muito complexo, sendo o destaque, na minha opinião, a intenção e progressão harmônica, embora o arranjo mereça atenção. Produzida por Bean One.
6) Weapon X. Esta é a faixa que possui videoclipe de divulgação, e é, também, a que considero a melhor do álbum. O clipe mostra Brother J cantando a faixa em diferentes locais urbanos, com participações de pessoas ao fundo, bem como eventuais dançarinos. Com um excelente groove, uma ótima linha de baixo, além de um excelente arranjo, repleto de scratches, o destaque, na minha opinião, está na intenção e expressão, lembrando composições do início dos anos 90. Produção de Ultraman.
7) Speak The Truth. Esta é outra faixa que considero das melhores do álbum, a qual possui, mais uma vez, um excelente groove, com uma linha de baixo bem minimalista, mas bem marcante, com arranjo que valoriza os graves. Esta é uma produção de Jake One, com participação de KRS-One.
8) Positrons. Aqui inicia a seqüência do álbum que menos me agrada. Com uma intenção bem anos 2000, valorizando timbres "eletrônicos digitais", com um acompanhamento rítmico pouco embalado e sem as, até então, linhas de baixo marcantes, esta é uma das faixas que menos me agradam no álbum. Produção de Quazedelic.
9) Mecca. Esta é outra faixa que pouco me agrada, mantendo as mesmas intenções "eletrônicas digitais" da faixa anterior, bem como o acompanhamento rítmico pouco embalado, com destaque para a intenção harmônica, destacada pela linha do baixo, a qual é bem simples. Uma produção de Quazedelic, com participação de Jah Orah.
10) Prison. Esta é uma faixa com intenção mais intimista, uma boa composição, a qual possui um bom arranjo, embora bem minimalista, mantendo uma intenção harmônica, bem como bons samples, o destaque, na minha opinião, embora o arranjo de trompete mereça atenção. Produzida por Proh Mic.
11) Atonement. Esta é outra faixa que me agrada pouco, possuindo uma intenção rítmica pouco embalada, além de manter intenções "caribenhas", possuindo um arranjo mais "suave", embora existam boas frases de guitarra. Produção de DJ Fat Jack, com participação de Jah Orah.
12) Brother, Brother. Esta é outra faixa das que considero das melhores do álbum, a qual possui um ótimo groove, com uma intenção bem anos 90, com destaque para o arranjo de sintetizador. Esta é uma produção de DJ Quik.
13) Funky 4 U. Mais uma boa faixa, a qual possui um bom groove, em especial devido ao arranjo do bumbo, embora o arranjo do baixo também ajude a valorizar este elemento. Aliás, aqui, mais uma vez, os graves são valorizados, sendo uma produção de Quazedelic, com participação de Chali 2NA.
14) Self Destruct. Esta é outra boa composição, a qual possui um bom groove, bem como uma boa intenção, além de um bom arranjo. A intenção harmônica, apesar de monocórdica, mantém a ideia de tensão, sendo, justamente, este o destaque, na minha opinião. Produzida por J. Thrill.
15) Space People. Uma boa composição, a qual, como o nome já sugere, trabalha com timbres que lembram algo "espacial" ou "futurista", além de possuir uma intenção mais "alegre" no seu arranjo, bem como um bom groove, o destaque, na minha opinião. Produzida por Quazedelic, o qual também participou como intérprete.
16) Trump Card. Esta é outra boa composição, a qual apresenta um ótimo groove, o destaque na minha opinião, possuindo uma progressão harmônica, no modo menor, bem comum: I-VII-VI-V, talvez a progressão ideal para treinar improvisos! O ponto negativo, na minha opinião, está no timbre escolhido para o acompanhamento, o qual deixou o arranjo com intenção mais "anos 2000", sendo uma produção de ACL e DJ Fat Jack, com participação de Hannah Barbera.
17) To The East. Esta é outra faixa que considero das melhores do álbum, a qual possui uma intenção mais intimista, em especial devido ao arranjo de violão, mas que fica "abafada" quando da participação do baixo, o destaque na minha opinião, o qual possui uma ótima linha, além de ser responsável pelo embalo da composição. Os eventuais scratches também merecem atenção. Produção de ACL e DJ Fat Jack, com participação de Abstract Rude e YZ.
18) Locomotion. Mais uma boa composição, a qual apresenta um bom groove, bem como uma boa linha de baixo, a qual ajuda a dar "peso" no arranjo, embora os graves não sejam tão valorizados quanto em algumas faixas anteriores. Produção de Proh Mic, com participações de Daddy X e Tri State.
19) Americans. Esta é outra faixa que considero das melhores do álbum, sendo a única que possui arranjo com guitarra distorcida, além de um refrão bem sing-a-long. A faixa possui um ótimo groove e uma intenção e timbres rítmicos que lembram bastante o início dos anos 90, sendo uma produção de P. Shevelin, com participação de Jacoby Shaddix.
20) 3rd Eyes On Me (Remix). Esta é outra boa composição, a qual possui um bom groove, bem como uma boa intenção harmônica, o destaque, na minha opinião, sendo o ponto negativo, mais uma vez, os timbres escolhidos. Produzida por DJ Fat Jack.
21) Culture United. Esta é, talvez, a faixa que mais destoa no álbum, isso devido à composição, apesar do timbre da bateria, ser mais um reggae do que um rap. Uma boa composição, que mistura bem os dois gêneros (reggae e rap), mantendo um bom groove, apesar do pouco embalo, sendo uma produção dos irmãos, filhos de Bob Marley, Damian e Stephen Marley. Damian, além de produtor, também participou da faixa como intérprete.
22) Respect. O álbum finaliza com uma faixa bônus, a qual não está creditada no tracklist do álbum. É uma ótima composição, apesar do timbre mais "anos 2000", a qual valoriza, mais uma vez, os graves, possuindo um excelente arranjo, bem como um ótimo groove, mantendo uma boa intenção harmônica.
Ouça o álbum no retorno de Meca!