quarta-feira, 19 de abril de 2023

Zeni Geva - All Right, You Little Bastards! (1993)

GÊNERO: Sludge Metal
ORIGEM: Japão (Tóquio / Kanto)
FORMAÇÃO:
K.K. Null - Kazuyuki Kishino (Vocal, guitarra)
Mitsuru Tabata (Guitarra)
Steven Albini (Guitarra)
Eito Noro (Bateria)
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Este é o segundo álbum ao vivo lançado pelo grupo, após quatro álbuns de estúdio, através do selo Nipp Guitar, e foi gravado no 20,000 Volts e no Fandango, em um intervalo de 4 dias. É um bom álbum, daqueles difícil de rotular, o qual, embora eu tenha classificado como sludge, possui influências de industrial, stoner, grunge, hardcore, punk rock, rock progressivo e jazz core. As composições possuem excelentes intenções, bem atípicas, sempre com muitas dissonâncias e efeitos de guitarra, tanto que o álbum é classificado por muitos como um álbum de noise guitar, acentuado, também, devido ao fato de possuir três guitarras e ausência de contrabaixo. As faixas possuem arranjos bem pensados, existindo frequentes variações entre as composições, além de variações de compasso, bem como frequentes dissonâncias e notas de passagem. As composições nem sempre são embaladas, embora algumas faixas as possuam, sendo o desenho melódico da voz pouco trabalhado, movimentando-se pouco, dando prioridade para o timbre, o qual possui um drive natural em tempo integral. A maior parte das faixas pertence ao último álbum de estúdio lançado até então, existindo eventuais faixas do início da carreira do grupo, existindo uma faixa instrumental. O destaque, na minha opinião, está nos arranjos e dissonâncias, embora as intenções mereçam atenção. Este é um álbum que conta com a participação de Steve Albini, tocando guitarra em todas as faixas, além de ser o responsável pelo vocal em duas delas, bem como a participação de Mas-P tocando baixo. Um bom álbum, o qual deve ser apreciado com calma e não como "trilha de fundo" de alguma tarefa qualquer, já que as dissonâncias e intenções, geralmente, bem pesadas, acabam deixando certo desconforto, ao mesmo tempo em que são a "cereja do bolo" quando apreciadas de maneira analítica, caso a caso, faixa a faixa. Vale a pena conferir!
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FAIXA A FAIXA:
1) I Want You. O álbum inicia com uma boa faixa, embora seja uma das que menos me agrada. Bastante intencional, com um bom arranjo, além de uma boa frase de bateria, não sendo uma composição embalada e nem veloz, existindo bastante influência do industrial.
2) New Flesh. Esta é outra faixa pouco veloz e embalada, a qual inicia de maneira bem pesada e intencional, enquanto que a parte A soa mais "arrastada", com destaque para a parte C, instrumental, a qual possui influências de jazz core, além de possuir constantes dissonâncias.
3) Autobody. Esta é uma das faixas que considero das melhores do álbum, já mais embalada que as faixas anteriores, além de ser mais veloz, apesar de não muito, possuindo frequentes dissonâncias no arranjo de guitarras, além de um refrão bem sing-a-long, existindo um trecho mais cadenciado, bem minimalista e intencional.
4) Godflesh. Esta é uma boa composição, mais uma vez, bastante intencional, existindo frequentes dissonâncias, bem como um bom arranjo rítmico na introdução, enquanto que a parte A possui certo groove, lembrando, um pouco, uma mistura de grunge e stoner.
5) Guystick Bodie. Esta é outra faixa que considero das melhores do álbum, sendo a composição mais antiga do grupo a ser apresentada. É uma ótima composição, a qual possui um bom embalo, embora não seja veloz, além de uma intenção bem minimalista. As frequentes dissonâncias também se fazem presente.
6) A Piece Of Angel. Esta é a faixa instrumental do álbum, a qual tem uma intenção de introdução, já que transmite a sensação de preparação para algo que não aparece em nenhum momento, apenas na faixa seguinte. É uma composição extremamente intencional e expressiva, sendo bem minimalista.
7) Kettle Lake. Esta é uma boa composição, não muito veloz, mas possuindo certo embalo, sendo uma das faixas em que Steve fica responsável pelo vocal, além de ser uma das faixas que contam com a participação de Mas-P tocando baixo. Com uma intenção mais intimista, embora possua seu momento mais "explosivo", a qual transmite uma sensação de tensão, aliado à frequentes dissonâncias no arranjo das guitarras.
8) Painwise. Esta é uma ótima composição, sendo a outra faixa que conta com a participação de Mas-P tocando baixo. Uma faixa com a intenção bem intimista, não sendo muito veloz, embora possua um bom embalo, apesar das frequentes pausas de pequena duração. Uma boa progressão harmônica que, embora simples, mas executada com boa expressão, é o destaque, na minha opinião.
9) Total Castration. Esta é outra faixa que considero das melhores do álbum, a qual possui um bom groove em sua parte A, além de possuir o trecho mais veloz do álbum, na introdução. Uma faixa que parece manter uma mescla de grunge, stoner e hardcore. Até a faixa anterior, as gravações eram da apresentação no 20,000 Volts, a partir desta, as faixas foram gravadas no Fandango.
10) Bigman Death. Esta é uma boa composição, a qual possui uma intenção bem pesada, bem como uma progressão harmônica bem minimalista, apesar das eventuais variações de compasso, possuindo um bom embalo, apesar da pouca velocidade, além de possuir um refrão bem sing-a-long.
11) The Model. Esta é a faixa que considero a melhor do álbum, sendo a outra faixa que conta com Steve no vocal. Uma composição bem embalada, a qual possui um excelente riff de guitarra, na parte A, além de um bom desenho melódico da voz.
12) I Hate You. O álbum finaliza com outra boa composição, a qual possui uma intenção mais "arrastada", embora não seja lenta, possuindo uma intenção harmônica bem minimalista, além de um refrão sing-a-long e frequentes dissonâncias no arranjo das guitarras.
Ouça o álbum e perceba se está tudo bem, seus pequenos bastardos!

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