domingo, 29 de maio de 2022

Sharks - Recreational Killer (1993)

GÊNERO: Psychobilly
ORIGEM: Inglaterra (Bristol - Bristol / South West)
FORMAÇÃO:
Alan Wilson (Vocal, guitarra)
Gary Day (Baixo acústico)
Paul Hodges (Bateria)
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Este é o segundo álbum de estúdio lançado pelo grupo, através do selo Anagram. É um excelente álbum, que, embora eu tenha rotulado como psychobilly, possui fortes influências de rockabilly, além de pitadas de surf music. As composições são, em sua maioria, embaladas, existindo eventuais faixas mais velozes, mas sempre com a ideia do shuffle em evidência, possuindo frequentes riffs de guitarra que, na minha opinião, são o grande destaque, embora possua bons arranjos, com momentos que merecem atenção, além de composições mais intimistas. A complementação rítmica que o baixo dá, amplia a qualidade e faz com que a responsabilidade desta função não seja exclusiva da bateria, mesmo que não sejam todas as composições que possuem esta intenção. Este é o primeiro álbum de estúdio lançado após o hiato de 10 anos do grupo, com apenas uma mudança na formação em relação ao álbum de estreia. Não existe muito peso nos timbres dos instrumentos, priorizando, muitas vezes, timbres mais limpos, onde o destaque deve estar nas frases e arranjos. O álbum possui uma faixa instrumental. Um excelente álbum, para os adoradores do gênero, indispensável! Vale a pena conferir!
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FAIXA A FAIXA:
1) Screw. O álbum inicia com a faixa que considero a melhor. Bem embalada, com certa velocidade, existindo um excelente riff de guitarra, além de uma ótima progressão harmônica, apesar de simples, além de um refrão bem sing-a-long, o destaque, na minha opinião, e um bom arranjo.
2) Bye Bye Girl. Considero esta faixa uma das melhores do álbum. Já menos veloz que a faixa anterior, mas, ainda assim, bem embalada, com destaque para a frase da guitarra na parte A, além de possuir um bom arranjo individual de cada instrumento.
3) Charlie ('93 Version). Outra ótima composição, bem embalada e com certa velocidade, além de um bom arranjo, que trabalha bem a ideia de dinâmica, sendo os eventuais riffs de guitarra, mais uma vez, o destaque, na minha opinião.
4) Recreational Killer. A faixa que dá nome ao álbum é uma excelente composição, bem intimista e  arranjada, com uma ótima intenção, a qual o embalo não é a prioridade, lembrando, um pouco, com alguma banda de pós punk, sendo o destaque o refrão e a intenção.
5) Dealer. Outra ótima composição, bem embalada e com ótimos riffs de guitarra, esta possui duas partes bem distintas no meu gosto, a qual a parte A considero sensacional, porém o refrão me desagada um pouco, embora o riff da guitarra mantenha a qualidade da composição.
6) Hooker. Outra boa composição, com um bom embalo e uma ótima frase de guitarra. Não muito veloz, com uma progressão harmônica bem rock 'n' roll, além de eventuais contracantos, embora sutis, que ajudam a elevar a qualidade da composição.
7) Surfcaster. Outra ótima composição que soa mais surf do que psychobilly, sendo esta a faixa instrumental do álbum, a qual possui um bom embalo e excelentes frases de guitarra, além de um bom arranjo.
8) Morphine Daze. Outra boa composição, bem embalada, apesar de possuir um arranjo, na parte A, com frequentes pausas, enquanto que, no refrão, existem bons riffs de guitarra. Destaque para o arranjo da parte A.
9) Publican Gullican. Outra faixa bem intimista e com uma boa intenção, onde o shuffle está em evidência do início ao fim, possuindo, também, um bom trabalho de dinâmica, com um ótimo arranjo, sendo o destaque o arranjo, frases e riffs, de guitarra.
10) Gettin' Even With You Baby. Outra ótima composição, bem embalada, embora o arranjo da parte A possua frequentes pausas de pequena duração, sendo o arranjo de guitarra, com seus riffs, o grande destaque, embora o refrão também mereça atenção.
11) Somethin' In The Basement. Mais uma faixa bem intimista, com excelentes frases e riffs de guitarra, possuindo o efeito do tremulo bem evidente. O trabalho de dinâmica merece atenção, assim como o arranjo que faz com que a composição, mesmo com uma intenção bem intimista, se mantenha embalada.
12) The Blockhouse. Esta é outra faixa que considero das melhores do álbum, bem embalada, com o shuffle presente do início ao fim, sendo o destaque a progressão harmônica, embora o trabalho de dinâmica, mesmo que sutil, assim como as frases e riffs de guitarra, mereçam atenção.
13) I'm Hooked On You. Uma boa composição, embora seja a faixa que menos me agrade no álbum. Soando mais rockabilly, com menos velocidade, embora, ainda assim, com um bom embalo e uma progressão harmônica típica do rock 'n' roll, sendo o destaque as frases e arranjo de guitarra.
14) Schizoid Man. Outra ótima composição, com duas partes bem distintas, sendo a primeira bem intimista e pouco veloz, soando bem jazz, com um ótimo trabalho de dinâmica, acentuado pela execução da progressão harmônica pela guitarra, a qual aparece eventualmente com alguns ataques. O refrão já é veloz e embalado, possuindo um ótimo riff de guitarra, sendo o  destaque da composição, na minha opinião.
15) Charlie (The Sequel). Considero esta uma das melhores faixas do álbum. É a mesma composição da faixa 3, porém com outro arranjo, contendo (um pouco) mais de energia, sendo o destaque o trabalho de dinâmica imposto pela guitarra, assim como seus riffs e frases.
16) Scratchin' My Way Out (N.L. Mix). O álbum finaliza com outra faixa que considero das melhores, com uma excelente intenção, um bom trabalho de dinâmica, possuindo uma introdução bem intimista, dando um ar de suspense, enquanto que as demais partes são bem embaladas e com certa velocidade, possuindo um bom arranjo, com bons efeitos acrescentados.
Ouça o álbum e seja um assassino recreativo!

quinta-feira, 26 de maio de 2022

Sham 69 - Live And Loud!! (1987)

GÊNERO: Punk Rock
ORIGEM: Inglaterra (Hersham - Surrey / South East)
FORMAÇÃO:
Jimmy Pursey - James Pursey (Vocal)
Dave Parsons - David Parsons (Guitarra)
Dave Tregunna (Baixo)
Ricky Goldstein (Bateria)
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Este é o primeiro álbum ao vivo lançado pelo grupo, através do selo Link. O álbum foi lançado após 4 álbuns de estúdio, porém a gravação é de 1979, ou seja, a gravação foi feita após 3 álbuns de estúdio, mesmo que no repertório constem algumas composições que seriam lançadas no álbum futuro. A maior parte das músicas são do álbum mais recente do grupo, porém é uma lista bem variada, contendo faixas de todos os álbuns, mais alguns singles e 3 faixas cover, uma delas que já havia sido gravada e lançada em versão de estúdio, e outras duas inéditas. É um grupo que, embora eu tenha classificado como punk rock, é citado como street punk ou oi!, porém ainda considero as composições como punk rock, até porque estes dois gêneros citados não haviam surgido, sendo o próprio Sham 69 um dos pioneiros, além de ser uma das principais referências de diversos grupos de street punk ou oi! que surgiram poucos anos depois. Apesar desta questão, considero as composições bem punk rock, muitas vezes lembram grupos como Clash, Sex Pistols, Jam ou Damned, fazendo parte da mesma cena, embora algumas faixas já dão um indicativo do que viriam a ser estes dois gêneros. Uma grande referência do punk rock britânico (e mundial) do final dos anos 70, muita energia, boas melodias e bastante expressão, com as músicas bem ensaiadas e, em sua grande maioria, bem embaladas, sendo o ponto fraco a qualidade da gravação que não chega a ser ruim, mas longe de ser das melhores, mas nada que diminua a qualidade do álbum. O álbum foi lançado, originalmente, em LP, tendo sido relançado em CD, pelo mesmo selo, em 1990, porém a versão em CD conta com 5 faixas a mais. Um excelente álbum, que evidencia a performance do grupo ao vivo, vale a pena conferir!
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FAIXA A FAIXA:
1) Angels With Dirty Faces. O álbum inicia com uma das faixas que considero das melhores, um dos clássicos do grupo, que possui um bom embalo, bastante energia, além de um bom arranjo, com frequentes frases rítmicas, além de possuir um refrão bem sing-a-long.
2) Tell Us The Truth. Uma excelente composição, que dá título ao primeiro álbum do grupo. Menos veloz que a faixa anterior, mas com um bom embalo e um arranjo mais simples, bem como a progressão harmônica, sendo o destaque o refrão o destaque, na minha opinião.
3) Questions And Answers. Outra faixa que considero das melhores do álbum. Mais uma vez um bom embalo, embora não muito veloz, com um bom desenho melódico da voz, sendo o destaque, sem sombra de dúvidas, o refrão, o qual sou suspeito para falar, já que sempre fui um grande fã deste refrão!
4) Joey's On The Street Again. Esta é uma das faixas que menos me agrada no álbum, embora seja uma boa composição, bem punk rock, com um bom embalo e um refrão bem sing-a-long que possui uma variação tonal. A melodia da parte A lembra Beatles!
5) Borstal Breakout. Outra faixa que considero das melhores do álbum, além de ser outro clássico do grupo. Foi através desta música que conheci Sham 69, e sempre fui um grande fã desta composição, bem embalada, com uma progressão harmônica bem rock 'n' roll, possuindo um refrão bem sing-a-long, com um detalhe que dá um "brilho" a mais, que é o cromatismo da progressão harmônica.
6) Red London. Esta é outra faixa que considero das melhores do álbum, iniciando com um bom arranjo de bateria, para depois se manter bem embalada, embora pouco veloz, com um arranjo bem simples, assim como a progressão harmônica, que é um dos destaques da composição junto com o desenho melódico da voz, embora o refrão, bem sing-a-long, também mereça atenção.
7) Hersham Boys. Uma boa composição, que soa bem punk rock, com um bom embalo, sendo o destaque a parte A e o arranjo de bateria, embora a progressão harmônica, apesar de simples, mereça atenção, além de possuir um refrão bem sing-a-long.
8) That´s Life. Mais uma boa composição, com um bom arranjo, no modo maior, o que dá uma intenção mais "alegre", possuindo um bom embalo e uma progressão harmônica bem rock 'n' roll, além de um refrão bem sing-a-long e eventuais riffs de guitarra.
9) Mister, You're A Better Man Than I. Esta é a primeira faixa cover do álbum, é uma excelente composição, de autoria de Mike Hugg e Brian Hugg, gravada, originalmente, em 1965, pelo grupo Yardbirds. A faixa menos embalada do álbum, mas com um excelente trabalho de dinâmica, além de um bom arranjo de guitarra, sendo o destaque o refrão, bem sing-a-long e com mais energia.
10) Money. Mais uma boa composição, bem embalada, possuindo um bom arranjo, com uma progressão harmônica simples, sendo o destaque a parte A, embora o refrão, bem sing-a-long, tenha seu valor!
11) Poor Cow. Outra boa composição, embora seja uma das faixas que menos me agrada no álbum, sendo uma das faixas que seriam lançadas no álbum seguinte do grupo. Esta gravação é uma das primeiras vezes que o grupo apresentou a composição ao vivo. Não muito veloz e nem muito embalada, mas possuindo uma ótima intenção e um bom trabalho de dinâmica.
12) White Riot. Esta é a segunda faixa cover do álbum, um "hino" do punk rock britânico do final dos anos 70, a qual inúmeros grupos da época tocavam, sendo uma composição de Joe Strummer e Mick Jones, gravada, originalmente, em 1977, pelo grupo Clash. Bem embalada, com um refrão bem sing-a-long, este é um clássico, com bastante energia, sendo a versão bem fiel à original.
13) They Don't Understand. Outra ótima composição, bem embalada, com certa velocidade, um refrão bem sing-a-long, no modo maior, sendo o destaque a parte A, a qual possui uma variação tonal em relação ao refrão.
14) If The Kids Are United. Esta é a última faixa da versão em LP, sendo outro grande clássico do grupo, e é, também, a faixa que considero a melhor. Com um bom embalo, uma ótima progressão harmônica, apesar de simples, além de um refrão bem sing-a-long, possuindo eventuais riffs de guitarra que ajudam a elevar a qualidade da composição.
15) Voices. Esta é outra faixa que considero das melhores do álbum, sendo os destaques o riff de guitarra e a progressão harmônica, que lembra Sex Pistols, além de possuir um ótimo refrão, mais uma vez, bem sing-a-long. Bastante embalada e com muita energia.
16) Give A Dog A Bone. Esta é a outra faixa que seria lançada no álbum seguinte do grupo. É uma boa composição, bem embalada, com bons riffs de guitarra, um bom trabalho de dinâmica, apesar de sutil, possuindo um refrão bem sing-a-long.
17) Lost On Highway 46. Outra boa composição, bem embalada, bastante energia, com destaque para os acentos deslocados do tempo forte do compasso, na parte A. Bons, eventuais, riffs de guitarra ajudam a elevar a qualidade da composição.
18) Day Tripper. Esta é a terceira, e última, faixa cover do álbum, e, como não poderia deixar de ser para uma banda de punk rock inglesa, é uma composição de John Lennon e Paul McCartney, gravada, originalmente, em 1965, pelo grupo Beatles. É outra faixa bastante copiada por muitos grupos de diversos gêneros musicais diferentes, sendo o destaque o emblemático riff de guitarra. O arranjo possui alguns poucos detalhes que diferem da versão original, embora a intenção se mantenha, porém soando com mais energia.
19) Stockholm Kids Are Innocent. O álbum finaliza com outra ótima composição, bem embalada e com um refrão bem sing-a-long, possuindo um arranjo bem simples, com destaque para os eventuais acentos e a progressão harmônica, embora o trabalho de dinâmica, apesar sutil, mereça atenção.
Ouça o álbum ao vivo e alto!

domingo, 22 de maio de 2022

Set Your Goals - Steal Your Goals (2006)

GÊNERO: Hardcore Melódico
ORIGEM: EUA (São Francisco - São Francisco / Califórnia)
FORMAÇÃO:
Matt Wilson (Vocal)
Jordan Brown (Vocal, guitarra)
Israel Branson (Baixo)
Michael Ambrose (Bateria)
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Este é o primeiro, e único, split lançado pelo grupo, através do selo Gravity, e foi gravado no estúdio Castle Ultimate. Este é um split com o grupo Steal, porém, aqui, comento apenas sobre as faixas do Set Your Goals. É um bom split, com composições velozes e embaladas, bem arranjadas e trabalhadas, possuindo diferentes variações de intenção, muitas vezes, na mesma faixa, com boas frases dos instrumentos. São composições que mantêm a ideia dos anos 90, porém as influências dos anos 2000 também estão bem evidentes, mantendo as intenções dos anos 90 e 2000 bem divididas e mescladas. Os destaques, na minha opinião, estão na velocidade, frases e arranjos individuais de cada instrumento, sendo as vozes o ponto fraco, com uma ideia bem anos 2000, a qual a energia não soa como uma das prioridades. O curioso é que este é apenas mais um lançamento com as mesmas gravações, já que o grupo, nos primeiros dois anos, gravou 6 músicas que foram lançadas em diferentes versões, com diferentes capas, diferentes títulos e diferentes quantidades de faixas, tendo elas sido gravadas, ainda, em 2004, no ano de formação do grupo, quando Jordan ainda estava responsável pelas cordas, antes de assumir, exclusivamente, a função de vocalista. Com as seis faixas gravadas, foram dois trabalhos lançados em 2004, dois em 2006 (incluindo este split) e um quinto em 2014, comemorando os 10 anos de carreira do grupo. O split foi lançado próximo à data de lançamento do primeiro álbum do grupo. É um bom split, embora possua momentos muito "anos 2000" que não me agradam tanto, em especial devido à voz e às constantes variações de intenção. Uma das faixas possui videoclipe de divulgação. Vale a pena conferir!
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FAIXA A FAIXA:
1) Goonies Never Say Die!. A faixa de abertura do split é a que possui videoclipe de divulgação e é, também, a faixa que menos me agrada! O clipe é bem "amador", mostrando o grupo tocando em uma casa para um "punhado" de amigos, fazendo palhaçadas e acrobacias, além de todos estarem curtindo o momento com muita empolgação. Não me agrada o vídeo, pouco produzido e pouco "maduro", sendo bem "juvenil". A composição é muito bem arranjada, possuindo diferentes intenções, com uma ideia melódica que se assemelha à diversas bandas dos anos 2000, sendo bastante veloz e embalada, embora possua seus trechos mais cadenciados e não embalados.
2) How 'Bout No, Scott?. Esta é a faixa que considero a melhor do split, com uma intenção bem anos 90, que lembra bastante com Good Riddance, iniciando bastante veloz, sendo que a parte B já soa mais como um street punk, com uma ótima frase do baixo, além de possuir frequentes contracantos que lembram as bandas de hardcore da década de 90.
3) Latch Key. O split finaliza com uma excelente composição, também bem embalada e veloz, mas com um vocal bastante anos 2000, soando quase como um emo, existindo trechos mais cadenciados e menos embalados, com frequentes pausas na execução da harmonia, sendo o destaque o arranjo, em especial das guitarras e bateria, embora existam eventuais frases, executadas em sincronia entre os instrumentos, que merecem atenção.
Ouça o split para roubar seus objetivos!

quinta-feira, 19 de maio de 2022

Sepultura - A-Lex (2009)

GÊNERO: Thrash Metal
ORIGEM: Brasil (Belo Horizonte / Minas Gerais)
FORMAÇÃO:
Derrick Green - Derrick Lamont (Vocal)
Andreas Kisser (Guitarra)
Paulo Xisto - Paulo Pinto Júnior (Baixo)
Jean Dolabella (Bateria, percussão)
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Este é o décimo primeiro álbum lançado pelo grupo, através dos selos Steamhammer e Atração, e foi gravado no estúdio Trama. É um ótimo álbum, longe de ser dos meus preferidos da carreira do grupo, mas, mesmo assim, um ótimo álbum. Os grandes destaques, na minha opinião, estão na concepção e intenção das composições, já que este é um álbum totalmente inspirado na obra A Laranja Mecânica, de Anthony Burgess, portanto há algumas "vinhetas" que lembram a história, bem como uma faixa cover que está diretamente ligada à história, ficando esta intenção mais evidente no primeiro videoclipe de divulgação do álbum (existem dois videoclipes produzidos para este álbum). Esta inspiração na obra de Anthony se mantém em seu título, já que possui duplo sentido: Alex, personagem principal da história, e um trocadilho com o termo ab lex, do latim, sem lei. Embora uma boa parte das composições não sejam velozes e embaladas, existem algumas que são, elevando a qualidade do álbum. O peso está presente quase que em tempo integral, embora existam os momentos mais intencionais e, por conseqüência, mais "suaves", possuindo muito groove em grande parte do álbum, além de frequentes riffs, um dos aspectos positivos do álbum, na minha opinião. A curiosidade do álbum está no fato de que é o primeiro álbum do grupo sem o baterista Igor na formação, e conta com as participações de Julio Ortiz, Vana Bock e Wagner Lavos tocando violoncelo; Leandro dos Santos e Will Tomao tocando clarinete; Alexandre Rosa, Sergio De Oliveira e Daniel Maretti tocando contrabaixo acústico; Lucila Ferrini tocando flauta; Mario Rocha tocando trompa; Eduardo Queiroz tocando teclado; Karina Ando tocando oboé; Fernando Lopez tocando trompete; Alexandre De Leon e Sylvio Cato tocando viola; e Alex Ximenes, Fabio Brucoli e Vanessa Galvão tocando violino, sob a regência de Alexey Kurkdjian, assistido por Laira Fermi, sendo a arte da capa responsabilidade de Marco Piza, Mário Níveo, Rodrigo Almeida e Ulisses Razaboni, os quais se apropriaram de obras do artista Kris Kuksi. Um ótimo álbum, bem aceito pela crítica e pelo público, com momentos extremamente criativos, em especial na intenção, o que faz valer a pena conferir o álbum como um todo e, respeitá-lo, pois concepções como a deste álbum merecem destaque, é a visão artística em sua essência, deixando de fora o mercado, não existindo uma preocupação superficial baseado apenas nas composições. Vale a pena conferir!
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FAIXA A FAIXA:
1) A-Lex I. O álbum inicia com uma das "vinhetas", a qual é bem intencional, criando um clima de tensão, bem espectral em sua introdução, enquanto depois surgem os instrumentos elétricos e a bateria, que mantêm a ideia de introdução para o álbum, sendo esta uma faixa instrumental.
2) Moloko Mesto. Considero esta a melhor faixa do álbum, com certeza a mais veloz e embalada, possuindo muito peso, palhetadas rápidas e muita energia, possuindo, também, um trecho mais cadenciado e com mais groove.
3) Filthy Rot. Esta faixa já não é nada embalada e veloz, possuindo uma execução da progressão harmônica com frequentes pausas, o que deixa a intenção rítmica bem "travada", apesar de possuir muito groove, sendo o destaque a intenção tribal existente, bem como seus contracantos.
4) We've Lost You!. Esta é a faixa que recebeu o primeiro videoclipe de divulgação, sendo este muito bem produzido, com ideias e intenções que deixam explícita a referência de A Laranja Mecânica, sendo um bom videoclipe. A música já é pouco veloz e embalada, possuindo um bom arranjo de bateria na parte A, e um groove maior no refrão.
5) What I Do!. Esta é a outra faixa do álbum a possuir videoclipe de divulgação, este já bem mais simples e menos produzido que o da faixa anterior, mostrando imagens de apresentações ao vivo do grupo. A música já possui mais embalo, embora ainda não seja veloz e sua intenção seja de mais groove e peso do que embalo. Uma boa composição.
6) A-Lex II. Esta é a segunda "vinheta" do álbum, possuindo intenções semelhantes à "vinheta" anterior, porém com uma intenção tonal mais evidente, sendo, também, uma faixa instrumental.
7) The Treatment. Esta é uma das faixas que considero das melhores do álbum. Embora não seja veloz o tempo inteiro, ainda, assim, possui frequentes trechos velozes, mantendo a intenção do groove e peso como prioridade, além possuir momentos com mais embalo.
8) Metamorphosis. Uma boa composição, bem intencional, possuindo uma introdução mais cadenciada e arrastada, lembrando um doom, possuindo pouca velocidade, mas frequentes trechos com embalo, além de eventuais arranjos de bateria bem tribais.
9) Sadistic Values. Mais uma faixa que inicia mais cadenciada, com um bom arranjo de bateria, com destaque para a dinâmica, além de ser bem intencional, criando um clima de tensão. A melodia neste trecho lembra qualquer banda de grunge dos anos 90! Após passar esta parte A, o embalo aparece com mais freqüência, embora a intenção maior seja o peso, existindo eventuais trechos com mais groove.
10) Forceful Behavior. Outra faixa que considero das melhores do álbum, possuindo um bom embalo, além de frequentes trechos mais velozes, embora possua, também, bastante groove e peso, bem como excelentes riffs.
11) Conform. Uma boa composição, com pouca velocidade, embora possua algum embalo, além de um excelente riff que lembra bastante com Brujeria, existindo um trecho mais cadenciado, finalizando com outro bastante veloz e embalado.
12) A-Lex III. Esta é outra "vinheta", que mantém as mesmas características das anteriores, sendo esta mais semelhante à primeira delas. Mais uma faixa instrumental.
13) The Experiment. Mais uma faixa pouco veloz, que inicia pouco embalada, mas possuindo bons riffs, muita expressão e energia. O arranjo é um aspecto que merece atenção, com sutis bons momentos com destaque para a dinâmica, além de possuir um trecho mais embalado. Uma boa composição.
14) Strike. Uma faixa que mantém características semelhantes às da faixa anterior, embora sejam composições bem distintas, já que esta possui uma intenção tonal mais evidente. Não veloz, mas com um bom embalo, além de bastante groove no arranjo da bateria.
15) Enough Said. Esta é outra faixa que considero das melhores do álbum. Bastante embalada e veloz, ela possui ótimos riffs de guitarra e palhetadas rápidas, embora possua seus momentos mais cadenciados e menos velozes.
16) Ludwig Van. Eis que surge a faixa cover do álbum, a qual é, também, uma das que considero das melhores. Como o nome já sugere, esta é uma versão da Sinfonia n.º 9, composta por Ludwig Van Beethoven, e finalizada em 1824. Também conhecida como a "Nona", esta é uma importante composição que marca o início do período romântico. O grande destaque, sem sombra de dúvidas, está na intenção, uma excelente concepção, a qual foi arranjada e regida por Alexey. A ideia orquestral se faz presente, embora existam elementos do thrash. Vale a pena conferir!
17) A-Lex IV. Esta é a última das quatro "vinhetas" do álbum, sendo uma excelente continuação da faixa anterior, já que esta mantém uma intenção de menos groove e mais expressão, com um bom arranjo de bateria.
18) Paradox. O álbum finaliza com uma das faixas que considero das melhores. Bastante veloz e embalada, embora possua seu trecho mais cadenciado, com palhetadas rápidas, excelentes riffs de guitarra, além de um refrão bem sing-a-long. Uma composição para fechar o (ótimo) álbum com chave de ouro!
Ouça o álbum e conheça Alex!

domingo, 15 de maio de 2022

Self Conviction - A War To Show That Peace Means Justice For Everyone (1998)

GÊNERO: Hardcore
ORIGEM: Brasil (São Paulo / São Paulo)
FORMAÇÃO:
Jorel Wagner (Vocal)
Kalota - Alexandre Fanuchi (Vocal)
André De Martini (Guitarra)
Tarcísio Leite (Guitarra)
Juninho - Paulo Sangiorgio Júnior (Baixo)
Jefferson Queiróz (Bateria)
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Este é o segundo, e último, álbum lançado pelo grupo, através dos selos Liberation e 215, e foi gravado no estúdio Anonimato. É um ótimo álbum, com muita energia, composições bem trabalhadas e bons arranjos. As faixas não são muito velozes nem embaladas, embora existam eventuais momentos em que a velocidade e embalo aparecem, tendo o groove sempre bem presente nos arranjos. Embora eu tenha classificado como hardcore, o álbum possui influências de rap core e power violence, sendo um grupo que ajudou a consolidar o movimento straight edge no Brasil, nos anos 90. Percebe-se semelhança com grupos de hardcore nova iorquinos, como Madball ou Biohazard, embora não seja algo explícito. O grande destaque está na energia, realmente existe muita, o álbum exala energia desde o primeiro segundo até o último, existindo uma faixa cover e uma faixa bônus, além de possuir as participações de Frederico Freitas e Marcos Suarez nos vocais. A arte da capa ficou por conta de Frederico Freitas. Muito peso, energia e bons arranjos são as características principais do álbum que encerra a carreira do grupo. Podemos dizer que é um encerramento com chave de ouro!
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FAIXA A FAIXA:
1) Conviction. O álbum inicia com uma das faixas que considero das melhores. Iniciando bem rap core, mas sem perder o peso e a energia, com muito groove, pouco embalo e eventuais contracantos.
2) Behind The Law. Uma boa composição, mais uma vez com muito groove e pouco embalo, possuindo a execução harmônica repleta de pausas de pequena duração e staccatos, sendo o destaque, na minha opinião, o groove, embora existam eventuais riffs de guitarra que merecem atenção.
3) Where's The Justice?. Considero esta a melhor faixa do álbum, iniciando com uma parte repleta de groove, pouco embalo e riffs de guitarra, enquanto a parte B, o destaque, na minha opinião, é bem embalada, embora não muito veloz, e está repleta de contracantos.
4) Your Generation. Esta faixa é bem rap core, nada além disso, com um bom trabalho de dinâmica e uma boa intenção, possuindo letra composta por Yann Boislève. Bastante groove e pouco embalo são as características principais da composição.
5) Last Straw. Outra boa composição, com pouco embalo e velocidade, mas muita energia e groove, possuindo um bom arranjo, trocas rápidas de acorde, frequentes pausas que ajudam a dar uma elevada na qualidade do arranjo, além de eventuais trechos com arranjos de guitarra interessantes, embora simples.
6) Walls Of Lies. Mais uma boa composição, com pouco embalo e velocidade, embora exista um trecho mais embalado, muito groove, uma execução harmônica com bastante pausas de pequena duração, além de frequentes contracantos.
7) Overcome. Outra boa composição, com pouco embalo e velocidade, mas um bom arranjo, muito groove e energia. A progressão harmônica possui trocas rápidas de acorde, sendo a parte B mais embalada, embora não seja, que a parte anterior. Destaque para o arranjo de bateria.
8) Words Of Hope. Mais uma boa composição que mantém as características padrão do álbum: pouco embalo e velocidade, muito groove e energia, possuindo uma progressão harmônica com trocas rápidas de acorde e eventuais contracantos.
9) Um Grito Por Justiça. A única faixa com letra e título em português é mais uma boa composição que mantém as mesmas características padrão do álbum, embora a influência de rap core esteja mais evidente, além de possuir um trecho mais embalado. Destaque para o groove, que ajuda a elevar a qualidade do arranjo.
10) Unbroken Feelings. Esta é a faixa que conta com as participações de Frederico e Marcos nos vocais, sendo, também, uma das faixas que considero das melhores, iniciando com bastante velocidade e embalo, para, depois, surgir um trecho mais cadenciado, com pouco embalo e velocidade, muito groove e contracantos.
11) Never Give It Up. Esta é a última faixa do álbum, e é, também, a faixa cover, sendo composta e gravada, originalmente, pelo grupo No Violence, em 1992, sendo uma das faixas que considero das melhores do álbum, com certeza a faixa mais veloz e embalada, a única que não possui as características padrão do álbum.
12) Unbroken Feelings. Esta é a faixa bônus do álbum, e é a mesma gravação da faixa 10, com o mesmo instrumental, a diferença está nos vocais, que nesta versão são executados pelos vocais do grupo: Jorel e Kalota.
Ouça o álbum e faça uma guerra para mostrar que a paz significa justiça para todos!

quinta-feira, 12 de maio de 2022

Seconds Of Noise - Pequenas Igrejas Grandes Negócios (1999)

GÊNERO: Hardcore
ORIGEM: Brasil (Taguatinga / Distrito Federal)
FORMAÇÃO:
Frajola - Fábio Guedes (Vocal)
Adelcio Bezerra (Guitarra)
Valterlí Paes (Baixo)
Ademir Bezerra (Bateria)
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Esta é a segunda demo, e segundo trabalho, gravada pelo grupo, lançada de maneira independente, e foi gravada no estúdio ME. É uma ótima demo, com uma qualidade excelente, composições embaladas, embora existam muitos trechos com groove, e, na maioria das vezes, velozes, com palhetadas rápidas, assim como as trocas de acorde. Os arranjos são bem simples, com poucos momentos mais trabalhados, o destaque está nas composições mais que nos arranjos. Embora eu tenha classificado como hardcore, a demo possui fortes influências de rap core e crossover, sendo a principal referência, bem evidente nas composições, D.R.I.. O destaque, na minha opinião, está nos arranjos de guitarra, enquanto que  ponto fraco, também na minha opinião, está na voz, embora esteja tudo no lugar, bem "redondo", falta expressão, porém nada que prejudique a qualidade das composições. Mas a verdade é que a demo se assemelha às demais bandas brasilienses dos anos 90, como DFC e  Os Cabeloduro, ajudando a consolidar uma cena forte na capital brasileira, uma cena que possui suas próprias características nas composições, e que se tornou uma referência no underground brasileiro. Não sou brasiliense, mas, sem sombra de dúvidas, se tivesse participado da cena dos anos 90, teria muito orgulho, pois é uma época que vai ficar na história musical do país, uma referência muito forte que ainda mantém resquícios do passado nos dias atuais! A demo possui uma faixa cover. Uma ótima demo, vale a pena conferir!
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FAIXA A FAIXA:
1) Vai Pela Sombra. A demo inicia com uma das faixas que considero das melhores. Com uma introdução com muito groove, bem rap core, logo surge a velocidade e o embalo. Trocas rápidas de acorde, eventuais pausas de pequena duração são as características principais.
2) Pequenas Igrejas. Outra ótima composição, com uma introdução mais lenta e arrastada, com um bom riff e destaque para os dois bumbos, logo surge o embalo e a velocidade, embora menos veloz que a faixa anterior.
3) Lombra. Eis que surge a faixa cover! Esta é uma composição do grupo Who Farted?, possuindo uma intenção bem crossover, bastante embalo, apesar de iniciar com um groove, além de trocas rápidas de acorde.
4) Futuro. Esta é outra faixa que considero das melhores da demo, bastante veloz e embalada, embora possua seus trechos mais cadenciados, existindo bastante referência do crossover, mais uma vez. Destaque para a execução dos arranjos de guitarra.
5) Progresso. Outra faixa que inicia mais cadenciada, mais uma vez com um bom arranjo da bateria com os dois bumbos. Logo em seguida surge o embalo, com uma intenção bem hardcore, não sendo das faixas mais velozes da demo, embora seja veloz, existindo eventuais trechos com mais groove, bem rap core.
6) Nós Somos Os ETs. Mais uma boa composição, iniciando não muito veloz, possuindo bons riffs, que se mantém na parte veloz, existindo, também, um trecho com bastante groove. Uma boa composição, com as partes bem distintas.
7) Aos Trancos E Barrancos. Outra ótima composição, bem veloz e embalada, com palhetadas rápidas, assim como as trocas de acorde, existindo eventuais riffs de guitarra nos espaços, além de eventuais boas frases da bateria no refrão.
8) Bandinha É O Caralho. Mais uma ótima composição, que se inicia com bastante groove, bem rap core, porém, logo em seguida surge o embalo e a velocidade, mais uma vez, mantendo as características padrão da demo, como trocas rápidas de acorde, existindo, também, um trecho mais cadenciado.
9) H.I.V.. Esta composição soa bem rap core, com muito groove, muito riff, embora, na parte A, surja o embalo e velocidade característicos da demo. A parte B volta a soar rap core.
10) Não Aguento Mais. Esta composição possui uma introdução bem crossover, enquanto que o restante da faixa soa um hardcore com influências de punk rock, possuindo bons riffs, além de eventuais variações de cadência. Destaque para o refrão, veloz e embalado, além de bem sing-a-long.
11) Desabafo. Esta é outra faixa que considero das melhores da demo, inciando com um ótimo riff de guitarra, não muito veloz, considero esta a faixa mais bem trabalhada da demo, soando bem rap core,  com certeza a faixa mais rap core da demo, embora possua seu momento de velocidade e embalo. O refrão é bem sing-a-long.
12) Office Boy. A demo finaliza com a faixa que considero a melhor. Com uma introdução que possui um excelente riff, a parte A já mantém as características de velocidade e embalo da demo, com destaque para o refrão e sua progressão harmônica, além de existir variações de cadência entre as partes.
Ouça a demo e saiba o que são pequenas igrejas grandes negócios!

domingo, 8 de maio de 2022

Screeching Weasel - Formula 27 (1997)

GÊNERO: Pop Punk
ORIGEM: EUA (Prospect Heights - Cook / Illinois)
FORMAÇÃO:
Ben Weasel - Ben Foster (Vocal, guitarra)
Jughead - John Pierson (Guitarra)
Danny Vapid - Daniel Schafer (Baixo)
Dan Panic - Dan Sullivan (Bateria)
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Este é o sexto EP lançado pelo grupo, após 8 álbuns de estúdio, através do selo Vermiform, e foi gravado no estúdio Uberstudio. É um bom EP, embora longe de ser dos melhores trabalhos lançados pelo grupo, na minha opinião. Todas as faixas foram gravadas nas sessões de gravações do álbum anterior, Bark Like A Dog, porém foram "excluídas" do repertório do álbum, lançadas neste EP poucos meses após o lançamento do álbum. O som do grupo lembra, e muito, Ramones, porém, neste EP, as composições não se assemelham às músicas mais velozes e agressivas do grupo nova iorquino, também não soa como as baladas, mas aquelas mais bubble gum. As composições são embaladas, não muito velozes, com boas melodias da voz, a qual possui um timbre inconfundível. Os músicos não possuem muita técnica, os arranjos são simples, porém tudo está encaixado, bem executado, com tudo no lugar. É um grupo referência para muitos outros, embora este não seja o melhor lançamento do grupo para se conhecer o som da banda, vale a pena conferir! Aos fãs do grupo, indispensável!
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FAIXA A FAIXA:
1) (Nothing's Gonna) Turn Me Off (Of You). O EP inicia com uma ótima composição, bem embalada, ao estilo Ramones, com um bom desenho melódico da voz, sendo este o destaque, na minha opinião, um bom solo de guitarra, embora simples, assim como a progressão harmônica.
2) Pretty Girls Don't Talk To Me. Uma faixa já mais lenta que a anterior, menos embalada, embora, ainda assim, possua um embalo, com uma intenção bem bubble gum e um refrão bem sing-a-long, além de um bom solo de guitarra, embora simples, sendo o destaque, mais uma vez, o desenho melódico da voz.
3) I Don't Care Anymore. Outra faixa não muito veloz, bem bubble gum, mas com um bom embalo. A altura da voz está mais baixa nesta composição, que possui um refrão bem sing-a-long. Esta é a faixa que menos me agrada no EP, embora não seja ruim.
4) Why'd Yo Have To Leave. O EP finaliza com a faixa que considero a melhor, possuindo um bom embalo, um pouco mais de velocidade, além de um bom desenho melódico da voz, sendo o destaque, na minha opinião, a parte C.
Ouça o EP e conheça a fórmula 27!

quinta-feira, 5 de maio de 2022

Screaming Trees - Buzz Factory (1989)

GÊNERO: Grunge
ORIGEM: EUA (Ellensburg - Kittitas / Washington)
FORMAÇÃO:
Mark Lanegan (Vocal)
Gary Conner (Guitarra)
Van Conner (Baixo)
Mark Pickerel (Bateria)
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Este é o quarto álbum de estúdio lançado pelo grupo, através do selo SST, e foi gravado no estúdio Reciprocal. É um excelente álbum, embora eu tenha rotulado como grunge, possui influências de garage punk e rock psicodélico, além de pitadas de stoner. As composições possuem bons arranjos, boas harmonias, ótimas melodias, bons grooves e bastante expressão. Algumas composições são embaladas, outras (poucas) velozes, com eventuais momentos em que se percebe elementos minimalistas, sempre com muita liberdade para a guitarra criar e preencher os espaços. Os destaques, na minha opinião, estão nos arranjos de guitarra e nos desenhos melódicos da voz, associados à expressão de Mark. A curiosidade do álbum está no fato de que a gravadora, após inúmeras promessas de que o álbum estaria pronto, lançou o álbum no último show da turnê, o que fez com que este fosse o último álbum do grupo lançado pela SST. A arte da capa ficou por conta de Jena Scott. Um excelente álbum de uma das bandas pioneiras do grunge, uma das melhores do estilo, na minha opinião. Vale a pena conferir, com faixas que deixam o ouvinte com vontade de escutar "de novo", repetidas vezes!
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FAIXA A FAIXA:
1) Where The Twain Shall Meet. O álbum inicia com uma ótima composição, bem minimalista, com uma frase do baixo quase que constante, do início ao fim, possuindo um bom embalo, embora não muito veloz, sendo o destaque o arranjo de guitarra.
2) Windows. Esta é uma composição mais veloz e embalada que a faixa anterior, possuindo influências de garage punk, sendo o destaque o arranjo de guitarra, em especial no refrão, embora existam bons momentos da bateria e um bom desenho melódico da voz.
3) Black Sun Morning. Considero esta uma das melhores faixas do álbum, possuindo uma introdução que lembra Hells Bells, do AC/DC, embora menos trabalhada. Possuindo um bom embalo e groove, não sendo muito veloz, com destaque para o desenho melódico da voz e sua expressão, embora o arranjo de guitarra, entupido de wah-wah, também mereça atenção.
4) Too Far Away. Uma boa composição, não muito veloz, com um bom arranjo de guitarra e uma boa expressão vocal. Longe de ser das minhas faixas preferidas do álbum (talvez a que menos me agrada), mas, ainda assim, uma boa composição. É possível perceber influências de Iggy Pop, em alguns momentos da execução vocal, na parte A.
5) Subtle Poison. Outra ótima composição, bastante expressiva e com um bom arranjo, possuindo um bom embalo, embora não muito veloz, sendo o destaque o refrão, em especial devido à expressão vocal, embora o arranjo, mesmo simples, também mereça atenção.
6) Yard Trip #7. Quase uma faixa acústica! Só não dá para considerar acústica, pois possui um arranjo de guitarra com distorção junto com o arranjo  de violão e voz, não possuindo bateria e baixo. Destaque para o desenho melódico da voz, embora a expressão também ajuda a elevar a qualidade da composição. Uma boa composição.
7) Flower Web. Outra ótima composição, que não possui muito "peso" em sua intenção, com um arranjo harmônico bastante "suave", sendo o destaque o desenho melódico da voz, em especial no refrão, embora o arranjo de bateria tenha seu mérito em eventuais momentos.
8) Wish Bringer. Considero esta uma das melhores faixas do álbum, bastante expressiva, mais uma vez com o wah-wah em evidência no arranjo da guitarra, sendo o destaque o refrão e o desenho melódico da voz. Com um bom embalo, embora não muito veloz, além de um bom arranjo, o qual a sincronia entre baixo e bateria merece atenção, bem como a parte C e sua intenção bem "solta", em especial devido ao arranjo da guitarra.
9) Revelation Revolution. Esta é a faixa mais veloz do álbum, uma boa composição, mas com um "toque" de Beatles em sua intenção, embora com mais expressão e agressividade, embora não muita. Destaque para o desenho melódico da voz e eventuais momentos do arranjo de guitarra.
10) The Looking Glass Cracked. Considero esta uma das melhores faixas do álbum, possui um bom embalo, um excelente desenho melódico da voz, além de um bom arranjo de guitarra, sendo o destaque o refrão e sua progressão harmônica e desenho melódico da voz, mas, principalmente, devido a um acento bem marcado entre os instrumentos e a voz, executado com muita expressão pela voz. Um pequeno trecho, mas que eleva, e muito, a qualidade da composição. Mais uma vez o wah-wah está presente.
11) End Of The Universe. O álbum finaliza com a faixa que considero a melhor. Uma excelente progressão harmônica, além de ótimo arranjo e um excelente desenho melódico da voz, o destaque, na minha opinião. Com um excelente embalo, bom arranjo, e um certo groove, esta é a faixa mais longa do álbum, possuindo, na parte C, uma intenção bem stoner, com um excelente riff. Os momentos de "liberdade" da guitarra, também merecem atenção. Mais uma vez o wah-wah está em evidência.
Ouça o álbum e conheça a fábrica de zumbido!

domingo, 1 de maio de 2022

Scheisse Minnelli - 4 Way Split (2007)

GÊNERO: Hardcore Old School
ORIGEM: Alemanha (Frankfurt Am Main / Hessen)
FORMAÇÃO:
Samuel El Action (Vocal)
Felix (Guitarra)
Dasch (Baixo)
Dudel (Bateria)
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Este é o primeiro split lançado pelo grupo, após um álbum de estúdio, através do selo Face First. Este é um split com 4 bandas, lançado em formato de LP 7'', que, além do Scheisse Minnelli, conta com as participações dos grupos False Cause, Toe Tag e Last Rites, porém, aqui, comento apenas sobre o Scheisse Minnelli. Embora seja um lançamento de 2007, a faixa do Scheisse Minnelli, já havia sido lançada em seu álbum anterior, dois anos antes. É um ótimo split, o grupo lembra o hardcore do final dos anos 80, aquele na tangente com o crossover, mantendo a temática do skate bem presente, outra característica das bandas da época, mantendo um som veloz e embalado, com trocas rápidas de acorde e um vocal bastante enérgico e "gritado", existindo eventuais trechos mais cadenciados, embora a velocidade e o embalo sejam características mais intensas. Vale a pena conferir, uma pequena amostra do, quase que como um "revival", hardcore do final dos anos 80!
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FAIXA A FAIXA:
1) Prom. A única faixa do split é uma ótima composição, bastante embalada e veloz, com trocas rápidas de acorde e vocal com a melodia que se movimenta pouco, mas sempre executada com muita energia. Destaque para o embalo e o refrão com seus ataques em staccato em sincronia entre os instrumentos, existindo, também, um trecho mais cadenciado, o qual possui um ótimo riff.
Ouça o split nessa divisão de 4 vias!