sábado, 27 de novembro de 2021

Porno Para Ricardo - Porno Para Ricardo (2003)

GÊNERO: Punk Rock
ORIGEM: Cuba (Havana / La Habana)
FORMAÇÃO:
Gorki Águila (Vocal, guitarra)
Ciro Díaz (Guitarra)
Hebert González (Baixo)
Renay Kayrus (Bateria)
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Este é o segundo álbum lançado pelo grupo, através do selo Antidoto. É um ótimo álbum, lançado logo após a prisão de Gorki por posse de drogas, como uma maneira de protestar contra sua prisão, lançaram este álbum, com a maioria das faixas presentes em seu primeiro álbum, porém com faixas inéditas. Um punk rock bem ao estilo do punk rock britânico, se assemelhando a bandas como Sex Pistols ou Clash, porém com um toque mais irreverente, não agindo de maneira séria, mas, sim, irônica. Os músicos não exímios em termos técnicos, porém têm seus momentos de inspirados, em especial devido aos solos de guitarra, com um toque de jazz nos fraseados, mas, também, devido às variações de compasso existentes, além de possuir bons arranjos, com boas frases dos instrumentos. É um punk rock, mas percebe-se influência de rock, além de pitadas de ska, jazz core e funk metal. As composições não são muito velozes, porém possuem um ótimo embalo, além de possuir um bom desenho melódico da voz. O álbum conta com 4 faixas bônus. 2 faixas do álbum possuem videoclipe de divulgação. Vale a pena conferir, um punk rock que ia contra o governo de Fidel Castro, sempre agindo de maneira irreverente, inclusive no nome do grupo, também uma crítica ao governo, por censurar a pornografia (filmes, revistas, etc...) no país.
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FAIXA A FAIXA:
1) Manuel. O álbum inicia com uma das faixas que considero a melhor. Com um ótimo embalo, bons riffs de guitarra, além de um bom desenho melódico da voz, possuindo um refrão bem sing-a-long, existindo uma variação de compasso. Não muito veloz, e, com exceção da variação de compasso, um arranjo bem simples, o destaque está no refrão.
2) Trova Ovation. Esta é uma faixa acústica. Nada punk rock, esta lembra uma banda de Seattle, dos anos 90, qualquer! É uma boa composição, executada apenas com violão e voz, possuindo um bom refrão, também bem sing-a-long, sendo o destaque a parte A.
3) Felación. Um punk rock bem embalado, com bons riffs, a parte A com uma progressão harmônica cromática, além de um refrão sing-a-long. A parte A se assemelha a Replicantes! Não muito veloz, mas um típico punk rock, possuindo arranjo bem simples.
4) Tan Loco. Esta é a faixa que menos me agrada no álbum. Podemos dizer que á a balada do álbum, com a harmonia do "T" (I-IV-V-VI), típica do pop. Bem leve e suave, o refrão é o grande destaque, pois surge a distorção e um embalo maior. Destaque para o arranjo.
5) La Internacional. Considero esta uma das melhores faixas do álbum, com um excelente arranjo, variações de cadência e ritmo, um bom embalo, frequentes frases e riffs, o grande destaque está no arranjo, extremamente bem trabalhado, sendo a faixa que mais demonstra a qualidade técnica do grupo.
6) Matando Al Padre. Considero esta a melhor faixa do álbum, em especial devido à parte A e seu desenho melódico da voz. As pausas existentes no final da parte A também dão um toque interessante, bem como a progressão harmônica, existindo uma variação de compasso. Destaque para o desenho melódico da voz e a variação de compasso. O refrão mais "comum", porém com uma frase bem interessante executada em sincronia.
7) El Cake. Esta é uma das faixas que possuem videoclipe de divulgação. O vídeo mostra os integrantes do grupo e amigos / namoradas / irmãos simulando estarem tocando a composição. Um vídeo bem caseiro, podemos chamar de "tosco", mas bem divertido! A composição possui frequentes variações de cadência, com frequentes frases, um bom trabalho de dinâmica, sendo o destaque o solo de guitarra, com fraseados inspirados no jazz.
8) Agente Yuro. Com certeza a composição com melhor instrumental, a mais veloz, com um excelente arranjo, ótimas frases, bem como o solo de guitarra, porém foi uma pena que não aproveitaram tudo isso para compor uma melodia. Por cima do instrumental estão conversas, simulando ligações para o agente Yuro! Realmente uma pena, tinha tudo para ser uma excelente composição!
9) Comunista De La Gran Escena. Esta é um punk rock com pitadas de street punk ou oi!, bem embalada, mas não muito veloz, ela possui um refrão bem sing-a-long, sendo o destaque o solo de guitarra e a progressão harmônica das partes sem voz.
10) El Comandante. Esta é a outra faixa que possui videoclipe de divulgação. Um videoclipe com uma qualidade superior ao anterior, mostra imagens do grupo ensaiando no estúdio, com o detalhe que no fundo está uma televisão com cenas de um filme pornô! Se a faixa anterior possuía pitadas de street punk ou oi!, esta tem mais, chegando na tangente de um ska! Com um refrão extremamente sing-a-long, a irreverência e a sátira são as marcas registradas desta composição!
11) Ricardo Para Porno. O álbum finaliza com uma das faixas que considero das melhores. Com um trocadilho no nome em relação ao nome do grupo, ela possui uma introdução mais lenta e instrumental, porém, logo em seguida surge o embalo com uma ótima progressão harmônica. Um típico punk rock, não dos mais velozes, mas com um ótimo desenho melódico da voz, além de eventuais frases e um refrão bem sing-a-long, o destaque está no desenho melódico da voz.
Ouça o álbum e faça um pornô para Ricardo!

quarta-feira, 24 de novembro de 2021

Poison Idea - Religion & Politics Part 1 & 2 (1993)

GÊNERO: Hardcore Old School
ORIGEM: EUA (Portland - Multnomah / Oregon)
FORMAÇÃO:
Jerry A. - Jerry Lang (Vocal)
Pig Champion - Thomas Roberts (Guitarra)
Mondo - Craig Lower (Guitarra)
Myrtle Tickner - Charles Nims (Baixo)
Thee Slayer Hippy - Steve Hanford (Bateria)
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Este é o sexto EP lançado pelo grupo, após 5 álbuns de estúdio, através do selo Tim/Kerr. É um bom EP, não tão veloz quanto muitos de seus registros anteriores, estando na tangente com o street punk. O grupo mantém a mesma expressão nas interpretações, apenas as composições não são tão velozes quanto muitos trabalhos anteriores. O vocal mantém o mesmo timbre de sempre, sempre usando um pequeno drive na voz. Os arranjos não são muito trabalhados, mas, têm seus méritos, pois possuem eventuais trechos bem pensados, mantendo a mesma ideia para as composições. O EP conta com uma faixa ao vivo e duas faixas cover. O curioso está por parte da capa, pois o EP possui três capas diferentes: a "original", lançada para a versão em LP; a capa da versão em CD e a capa da versão australiana. A versão australiana possui uma faixa a menos que as outras versões. Aqui disponibilizo a versão com esta faixa que não consta na versão australiana. Vale a pena conferir, um dos clássicos do hardcore norte americano dos anos 80, banda referência do gênero, ainda hoje!
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FAIXA A FAIXA:
1) Religion & Politics Part 1 & 2. O EP inicia com a faixa que dá nome ao mesmo. Iniciando de maneira mais intimista, instrumental, sem distorção, com a harmonia executada em acordes abertos, com inversões do baixo e eventuais notas de passagem, a parte 2 conta com distorção e voz. Não muito veloz, sendo uma composição sem nada de mais, apesar de possuir um bom arranjo, sendo o destaque o refrão e a ponte.
2) What He Said. Considero esta uma das melhores faixas do EP. Já mais embalada do que a faixa anterior, esta soa mais como um hardcore, com trocas rápidas de acorde, um bom arranjo, apesar de simples, o destaque está na parte A e na ponte.
3) Say Goodbye (Live). Considero esta a melhor faixa do EP e é, justamente, a única faixa ao vivo do EP. Um clássico do grupo, possuindo um excelente riff de guitarra na introdução, além de um ótimo embalo, apesar de não muito veloz, sendo, talvez, a faixa que soa mais hardcore em todo o EP. O destaque está na parte A. e no riff da guitarra.
4) Closet Monster. Uma boa composição, já bem punk rock, talvez a faixa menos hardcore e mais street punk de todo EP. Não possui nada de mais, mas, ainda assim, não é uma composição ruim, apenas não tem nada de especial que chame a atenção, uma composição bem trivial.
5) Blockhead. Esta é a primeira faixa cover do EP, sendo uma composição de Bob Mothersbaugh e Mark Mothersbaugh, sendo gravada, originalmente, pelo grupo Devo, em 1979. Uma boa composição, mais lenta que as faixas anteriores, o destaque está nas frases da guitarra na parte A e na variação de compasso, com destaque para o trecho em que o compasso está em 11/8! Os contracantos e o solo de guitarra também merecem atenção. Uma boa versão, mas com algumas diferenças bem perceptíveis em relação à versão original
6) Death, Agonies & Screams. O EP finaliza com a outra faixa cover. Ela foi composta e gravada, originalmente, pelo grupo Gism, lançada em 1983. Esta faixa já soa mais como um D-beat, existindo frequentes trechos com dois bumbos, além de possuir um bom embalo e uma intenção bem pesada. Uma boa versão, bem fiel à original.
Ouça o EP e conheça a religião e política partes 1 e 2!

sábado, 20 de novembro de 2021

Play Attenchon - The New Onda Is Like A Mera Shit (2011)

GÊNERO: Hardcore Melódico
ORIGEM: Peru (Lima / Distrito Federal)
FORMAÇÃO:
Mario Vizarreta (Vocal, guitarra)
Lizardo Saenz (Guitarra)
José Vizarreta (Baixo)
Alessandro Coluccelli (Bateria)
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Este é o segundo split, e último trabalho lançado pelo grupo, através do selo Heel Toe, após um álbum de estúdio, e foi gravado no estúdio Ances. Na verdade este é um split com as bandas 1000 Degrees, No Big Deal e Golliwog, porém aqui comento apenas sobre as faixas do Play Attenchon. As faixas do grupo presentes aqui no split estão no seu único álbum, lançado 4 anos antes. É um som extremamente veloz, com muitas frases, em especial de guitarra, e vocal com um ótimo desenho melódico. Percebe-se bastante influência das bandas da década de 90, porém soa mais "moderno", mais "anos 2000", com o vocal mais "liso" e com a técnica instrumental elevada. Este é o último registro lançado pelo grupo, que teve o auge de sua carreira no final dos anos 2000. Não há informações sobre o término da carreira do grupo, porém não há, também, novidades a respeito desde 2014. De qualquer forma, o grupo é responsável por manter o hardcore sul americano em evidência, já que o grupo teve reconhecimento internacional, dentro dos adoradores do gênero. Muita velocidade, melodia, riffs e frases, executadas em sincronia ou não, aliado a uma boa qualidade técnica, em especial da bateria e guitarras, fazem com que este split mereça ser prestigiado! O split possui uma faixa instrumental. Para quem não conhece o som do grupo, este é um excelente aperitivo!
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FAIXA A FAIXA:
1) Intro. O split incia com a faixa instrumental, que, como o nome já sugere, é apenas uma introdução. Introdução com muita velocidade e excelentes frases de guitarra, que são, aliás, o grande destaque da composição. Com pouca duração, esta introdução já vem com "os dois pés" mostrando o potencial e a qualidade do som do grupo. Um ótimo cartão de visitas!
2) Identidad. O split finaliza com a faixa que considero a melhor. Mais uma vez extremamente veloz (até mais veloz que a faixa anterior), com frequentes frases e riffs de guitarra que, junto com o arranjo de bateria, são o grande destaque da composição. Um excelente arranjo e um bom desenho melódico da voz, esta é a faixa de trabalho do grupo, possuindo, inclusive, videoclipe de divulgação. O videoclipe mostra imagens ao vivo do grupo.
Ouça o split e saiba porque a nova onda é como uma merda!

quarta-feira, 17 de novembro de 2021

Plasmatics - Maggots: The Record (1987)

GÊNERO: Thrash Metal
ORIGEM: EUA (Nova York / Nova York)
FORMAÇÃO:
Wendy O. Williams (Vocal)
Michael Ray (Guitarra)
Wes Beech (Guitarra)
Chris Romanelli (Baixo)
Ray Callahan (Bateria)
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Este é o quarto, e último, álbum de estúdio lançado pelo grupo, através do selo Profile, e foi gravado no estúdio Broccoli Rabe. Este é o primeiro álbum lançado pelo grupo após o pequeno hiato de anos anteriores, os quais Wendy teve sua carreira solo, tanto que este álbum é considerado, por muitos, como mais um álbum da carreira solo da cantora, do que um álbum do Plasmatics, já que o crédito vêm para ambos, na capa, sendo que o nome da cantora está acima do nome do grupo, além de que a formação está bem diferente do, até então, último álbum do grupo, contando com integrantes da banda da carreira solo de Wendy. É um excelente álbum, extremamente conceitual, sendo considerado, por alguns, como a primeira opera thrash metal! Isto porque o álbum conta com a fórmula da opera rock, mas com sonoridade thrash. Aliás, bem difícil rotular um gênero para o álbum, já que, embora eu tenha classificado como thrash metal, ele soa mais para um speed metal, mas com o vocal puxando para um punk rock. Talvez um crossover, mas ao invés de thrash, um speed?! O álbum possui metade das faixas sendo músicas e a outra metade são falas, envolvendo um conceito, uma história, um relato a qual cientistas criam uma espécie animal para limpar o lixo dos rios e mares, porém ele se desenvolve e procura outros alimentos no ambiente terrestre. São vermes que crescem e começam a se alimentar de humanos, dizimando a humanidade. Estas falas contam a situação de uma família atacada pelos vermes. Sempre entre uma música e outra, há um trecho da história. O curioso é que a última faixa é um apanhado de trechos de todas as faixas anteriores, unidos, formando uma nova música! Extremamente criativo, o álbum possui a arte da capa por conta de Eric Karalis. As composições têm seus trechos velozes e embalados, mas, também, trechos mais cadenciados, existindo eventuais coros e contracantos, bem como frequentes riffs de guitarra, além de muita energia, a grande característica do grupo. As vozes das faixas que contam a história são de James Gerth (narrador), Jeanine P. Morick (Paula White e dra. Wanda Carnot), Jeff Griglak (Josh White), Scott Harlan (Joe White, dr. Richard Boltzmann e Lance), Tony Marzocco (Bruce Maltin), Suzanne Bedford (Valerie e Cindy White), Andy Bleiberg (primeiro apresentador do telejornal e convidado do programa de TV) e Rod Swenson, creditado como Stellar Axeman (segundo apresentador do telejornal). Vale a pena conferir!
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FAIXA A FAIXA:
1) Overture. O álbum inicia com uma das faixas que contam um trecho da história. A introdução da história, com o narrador contando o que está acontecendo na cidade, alertando a população.
2) You're A Zombie. Uma ótima composição, iniciando com um coro em um andamento acelerado, além de frequentes riffs de guitarra, mantendo a ideia na parte A, enquanto que o refrão é cadenciado, mais lento, com constantes trocas de acorde, existindo eventuais pontes.
3) The White's Appartment - Full Meal Diner. Mais uma faixa contando a história, contextualizando e apresentando a família White, os personagens da história. A família está na mesa, jantando e assistindo TV, até que avistam o primeiro verme.
4) The Day Of The Humans Is Gone. Considero esta uma das melhores faixas do álbum, possuindo uma introdução bem conceitual, também com coros, até que surge a parte A,mais cadenciada, mas com uma excelente concepção, bem como possuir compasso ímpar, enquanto que o refrão é bem embalado e veloz, possuindo um arranjo com dois bumbos.
5) The Central Research Laboratory - Valerie And Bruce On The Phone. Outra faixa contando a história, mostrando o ponto de vista dos cientistas, explicando o que aconteceu, seguido por um diálogo entre os namorados Valerie e Bruce.
6) Destroyers. Considero esta a melhor faixa do álbum, com um excelente riff, um ótimo embalo, certa velocidade, ótimo arranjo, bom desenho melódico da voz e muita energia. Destaque para os arranjos de guitarra. O refrão possui um arranjo de bateria com dois bumbos.
7) The White's Appartment - Bruce's Bedroom. Mais uma faixa contando a história, contando o contato de Valerie com os vermes que estão na cama.
8) Brain Dead. Outra faixa que considero das melhores do álbum, iniciando mais lenta e cadenciada, com a execução harmônica em staccato, para que, na parte A, o embalo e os riffs apareçam, possuindo dois bumbos no arranjo da bateria. O refrão mantém a mesma intenção da parte A, possuindo frequentes pausas de pequena duração na execução da harmonia.
9) The White's Appartment - Bruce's Bedroom. Mais uma faixa com narrativa, esta é uma continuação da faixa 7, a qual os jovens estão fazendo sexo na cama, quando Joe bate na porta enquanto está sendo comido por um verme, dizendo suas últimas palavras.
10) Propagators. Outra faixa que considero das melhores do álbum, mais uma vez iniciando mais lenta e cadenciada, com frequentes riffs, para que, na parte A a velocidade surja, mais uma vez, com dois bumbos, bem como bastante embalo e riffs de guitarra. O refrão possui um coro e é bem sing-a-long.
11) The White's Appartment - Fire Escape. A última faixa que conta a história dos vermes, aqui acontece a última tentativa de Cindy de fugir pela escada de incêndio, porém a cidade está tomada de vermes, não havendo escapatória.
12) Finale. O álbum finaliza com uma faixa que é um compilado de trechos de todas as faixas anteriores que, unidos, criam uma nova composição. Excelente concepção e ideia, extremamente criativo, finalizando o álbum com a ideia da ópera rock com chave de ouro!
Ouça o álbum e conheça vermes: o registro!

sábado, 13 de novembro de 2021

Pist - Destroy Society (1993)

GÊNERO: Street Punk
ORIGEM: EUA (Meriden - New Haven / Connecticut)
FORMAÇÃO:
Al Ouimet (Vocal)
Bill Chamberlain (Guitarra)
Rick Abbott (Baixo)
Brian Marshall (Bateria)
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Este é o primeiro EP, e primeiro trabalho, lançado pelo grupo, através do selo Eugene. É um bom trabalho, com composições que remetem, diretamente, ao gênero, por ora, inclusive, lembrando um Oi!. Composições embaladas, mas não muito velozes, com arranjos simples, mas com muita expressão e com tudo no lugar, o EP merece atenção. Os músicos não possuem muita técnica, mas fazem muito bem o que se propõem a fazer, compensando a carência técnica e, ao mesmo tempo, elevando a qualidade das composições. A qualidade da gravação também é muito boa, outro ponto positivo. O grupo teve uma breve carreira, de apenas 3 anos, voltando a se reunir em esporádicas ocasiões 8 anos mais tarde, estando na ativa desde então, este EP registra o início de tudo! Vale a pena conferir, aos amantes do gênero, este é um prato cheio!
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FAIXA A FAIXA:
1) We're The Pist. O EP inicia com um dos grandes clássicos do grupo. Um street punk bem embalado, mas nada veloz, com um refrão bem sing-a-long, principalmente devido aos coros do contracanto, sendo esta parte, justamente, o destaque da composição. Arranjo bem simples, mas com bons acentos na parte A.
2) Needless. Outra faixa bem embalada, mas não veloz, com uma progressão harmônica na introdução bem "hipnótica", mantendo uma seqüência de acordes fora de uma ideia tonal, o que é, justamente, o grande destaque da composição, também bem simples, mas com acentos no contratempo na parte B que merecem atenção.
3) Textbook Salvation. Considero esta a melhor faixa do EP, com uma progressão harmônica, na parte A, a qual sou um grande apaixonado, sendo este o grande destaque, a composição é embalada, mas não veloz, sendo esta a faixa com o arranjo mais bem trabalhado, existindo eventuais frases da guitarra, bem como pausas e variações rítmicas na ponte.
4) Destroy Society. O EP finaliza com a faixa que dá nome ao mesmo, sendo esta uma ótima composição, bem embalada, também não muito veloz, com uma ótima progressão harmônica na parte A, sendo este o grande destaque. A faixa mais embalada do álbum, possuindo eventuais contracantos no refrão.
Ouça o álbum e comece a destruir a sociedade!

quarta-feira, 10 de novembro de 2021

Pissed Happy Children - Live And Pissed (1990)

GÊNERO: Jazz Core
ORIGEM: EUA (Claremont - Los Angeles / Califórnia)
FORMAÇÃO:
Shawn Connell (Vocal, guitarra)
Eric Wood (Vocal, baixo)
Joel Connell (Bateria)
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Este é o segundo split lançado pelo grupo, após um álbum de estúdio, sendo o último trabalho lançado, através do selo Slap A Ham. É um bom split, mostrando bem a pegada do grupo em suas apresentações ao vivo. É um split com o grupo, também norte americano, Infest, porém aqui comento apenas as faixas do Pissed Happy Children. Sem edições e mixagens, as composições possuem arranjos bem variados, com frequentes variações de ritmo e embalo, possuindo frequentes frases de guitarra e baixo, bem como eventuais acordes dissonantes. É o último trabalho lançado pelo grupo enquanto o grupo estava na ativa, já que anos mais tarde foi lançado uma coletânea contendo toda discografia da pequena carreira do grupo, mas que, apesar de pequena, mostra um som com autoridade e muita expressão, este elevado devido ao fato de ser apresentações ao vivo. Lembra uma mistura de Nomeanso, Corrosion Of Conformity e Part Time Christians! Este é um split que possui duas versões e duas capas diferentes, a versão original é um flexi, com todas as faixas no lado A, a outra versão possui 3 faixas a mais, além de existir outra versão com capa diferente da original. Vale a pena conferir, um jazz core com pequenas pitadas de hardcore old school, o qual tem, na minha opinião, o destaque nos arranjos e execuções destes no baixo.
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FAIXA A FAIXA:
1) Never Fair. O split inicia com a faixa que considero a melhor, com um arranjo que inclui uma progressão harmônica fora da ideia tonal, existindo freqüentes variações de cadência, possuindo um vocal bem estridente e rasgado, o destaque está no arranjo, muito bem trabalhado, bem como na execução do arranjo do baixo.
2) No Gain, No Pain. A faixa que finaliza o EP já é menos trabalhada que a anterior, embora também ocorram variações de cadência, bem como bons arranjos rítmicos, que fogem de um padrão tonal. Destaque para a execução dos arranjos de guitarra.
Ouça o split ao vivo e chateado!

sábado, 6 de novembro de 2021

Pink Lincolns - Back From The Pink Room (1987)

GÊNERO: Skate Punk
ORIGEM: EUA (Tampa - Hillsborough / Flórida)
FORMAÇÃO:
Chris Barrows (Vocal)
John Yovino (Guitarra)
Jim Belonga (Baixo)
Doresey Martin (Bateria)
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Este é o álbum de estreia do grupo, lançado pelo selo Greedy Bastard, e foi gravado no estúdio Morrisound. Considero este um excelente álbum, que, embora eu tenha classificado como skate punk, ele possui muita influência de jazz core, punk rock e hardcore old school, além de pitadas de pós punk, garage punk e crossover. Na verdade, na minha opinião, soa muito semelhante às bandas californianas da metade da década de 80, como Adoolescents, T.S.O.L. ou Agent Orange, porém percebe-se, eventualmente, semelhança com Damned, Black Flag, Nomeansno, New Bomb Turks ou Happy World. As músicas são embaladas, não muito velozes, embora não sirvam para lentas, com o vocal cheio de drive, embora não exagerado, sendo o fator que, na minha opinião, lembra o crossover, já que o instrumental segue, basicamente o embalo do skate punk com a pegada punk rock, possuindo eventuais dissonâncias e variações de compasso, bem como notas de passagem fora da ideia tonal, que lembram Black Flag ou Nomeansno. Um excelente álbum, para chegar com seu primeiro trabalho mostrando que a Flórida também tem bandas de skate punk que merecem respeito. Aliás, imagino eu, que o grupo só não teve mais reconhecimento por serem do estado da Flórida, longe dos principais centros do punk rock, fosse o grupo californiano, por exemplo, e, provavelmente, seria uma referência da época, pois qualidade não falta. Os músicos não são extremamente técnicos, mas têm seus truques e malandragens, além de deixarem tudo no lugar, bem redondinho e com muita expressão, se apropriando, também, de um bom trabalho de dinâmica. Interessante é que os acordes da guitarra são frequentemente executados com as posições abertas, não ficando apenas na ideia do power chord. O curioso é que este álbum foi lançado em 3 versões diferentes: a original, em LP, na época, em 1987; em 1995, em CD, que conta com uma faixa bônus; e outra em 2008, em LP e CD, remasterizado, que conta com 3 faixas bônus. Todas as faixas bônus oriundas de álbuns posteriores. Outra questão curiosa é que cada uma das versões possui uma capa diferente! Para quem curte o underground do punk, em todas as suas variações, da metade dos anos 80, este é um álbum que merece ser ouvido com atenção, recomendo!
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FAIXA A FAIXA:
1) Miami. O álbum inicia com uma das faixas que considero das melhores, com um excelente embalo, uma ótima progressão harmônica, com um bom arranjo, apesar de simples. Um skate punk bem típico, mas possuindo pitadas de punk rock.
2) I've Got My Tie On. Esta é outra faixa que considero das melhores. Bem embalada, esta é um punk rock mais acelerado, o que dá mais os ares de um skate punk. Na verdade é um skate punk que fica na tangente com o punk rock! Destaque para a progressão harmônica e o arranjo de guitarra, bem como o desenho melódico da voz.
3) I'm So Polite. Não tão embalada quanto às faixas anteriores, esta soa bem mais punk rock, sendo um punk rock com pitadas de skate punk, ao contrário da primeira faixa, mas, também, pitadas de garage punk! Uma excelente composição, com uma boa progressão harmônica, sendo o destaque a parte A.
4) Temporary Friends. A faixa mais lenta do álbum até então, com um bom trabalho de dinâmica, bem como uma ótima frase da guitarra, apesar de simples, na introdução, se apropriando do intervalo de segunda menor. Um punk rock com pitadas de jazz core! Destaque para o trabalho de dinâmica, existindo uma variação de cadência no refrão.
5) Age. Outra ótima composição, com uma boa intenção e progressão harmônica, não muito veloz, com um padrão rítmico bem simples, sendo o destaque a variação de cadência no refrão, no qual a composição passa de um skate punk mais intimista para um hardcore old school.
6) I've Got A Gun. Esta soa bem punk rock, lembrando alguma banda mod do início dos anos 80, possuindo um refrão mais skate punk, sendo, esta parte, o destaque da composição. Outro detalhe interessante é a execução harmônica com os acordes abertos.
7) Man's Best Friend. Esta é, sem dúvida, a faixa mais jazz core do álbum, com frases que lembram uma mistura de Black Flag com Descendents, mas com a forma e intenção bem Nomeansno! Mas ela não é de todo jazz core, percebe-se influência de skate punk, também. Uma excelente composição.
8) Suburbicide. Considero esta uma das melhores faixas do álbum, lembra, na parte A, Minor Threat, enquanto que o refrão, bem embalado, já soa bem skate punk, possuindo uma ponte bem hardcore old school. Destaque para o refrão e seu embalo.
9) Victims' Rights. Considero esta a melhor faixa do álbum! Uma progressão harmônica bem comum, que eu chamo de "progressão em X", mas que eu considero sensacional, qualquer composição que tiver esta seqüência, com certeza vai me agradar! Somado a isso, a faixa possui um excelente embalo, bem como um ótimo refrão, que mantém o mesmo clima e embalo da parte A. Talvez a faixa mais skate punk de todo álbum.
10) Not For Sale. Outra faixa que considero das melhores do álbum. Esta lembra, bastante, Damned, em especial pela execução do arranjo de guitarra, com os acordes abertos, mantendo uma cadência que se repete, com destaque para os acentos deslocados do tempo forte que, eventualmente, são executados em sincronia pelos instrumentos. Outra faixa bem skate punk, mas com influências fortes de punk rock.
11) Black Circles. Talvez a faixa mais intimista do álbum, esta possui um toque bem pós punk, possuindo eventuais dissonâncias na execução harmônica, pelas guitarras. O refrão já é mais embalado, puxando mais para um punk rock, mas, ainda assim, não deixa de lado o toque pós punk.
12) Bad T.V.. Outra faixa bem embalada, esta soa como um skate punk com influências de hardcore old school. Trocas rápidas de acorde, sendo o destaque o refrão e os acentos marcados pelos instrumentos. Talvez a composição mais simples do álbum. Muito embalo, o que deixa a composição ideal para andar de skate!
13) Velvet Elvis. Esta é a faixa mais conhecida do grupo, uma ótima composição que se assemelha a um Dag Nasty misturado com Minor Threat, sempre bem embalado, com uma progressão com as trocas de acorde deslocadas das cabeças dos tempos, sendo o refrão, mais simples e embalado, o grande destaque.
14) Fuck Sex. O álbum finaliza com a, talvez, faixa mais pesada do álbum, ficando bem na tangente entre o skate punk e o hardcore old school, além de possuir pitadas de crossover. Bastante embalada, o destaque está no arranjo de guitarra e suas eventuais frases, embora a progressão harmônica da parte A mereça atenção.
Ouça o álbum e esteja de volta do quarto rosa!

quarta-feira, 3 de novembro de 2021

Phil Guy - Chicago's Hottest Guitars! (1998)

GÊNERO: Blues
ORIGEM: EUA (Lettsworth - Pointe Coupee / Louisiana)
FORMAÇÃO:
Phil Guy (Vocal, guitarra)
Billy Branch (Gaita de boca)
Willie Kent (Baixo)
Jody Young (Bateria)
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Este é o quarto split lançado pelo artista, após 8 álbuns de estúdio, através do selo Wolf. É um bom split, com faixas mais cadenciadas e outras mais embaladas, mas todas com uma marcação forte do shuffle. Como não pode faltar em um blues, há bastante brecha para improvisos, existindo um bom trabalho de dinâmica e muita expressão. Para quem não sabe, Phil é o irmão mais novo de Buddy Guy, os dois participaram de muitos trabalhos com o irmão, porém, neste aqui, isto não acontece. Como disse, este é um split, lançado junto com o músico, também de blues, e natural dos EUA, Lurrie Bell, porém, aqui, comento apenas as faixas do Phil Guy. Aquela fórmula clássica do blues: 12 compassos, progressão harmônica I -IV - V, na grande maioria das situações do split, improvisos, riffs e frases, este split contém tudo que o blues oferece, sempre com a intenção do blues elétrico, ou seja, com leves pitadas de rock 'n' roll devido ao timbre da guitarra. O som se assemelha bastante ao som do irmão, Buddy, mas é possível encontrar semelhança, nos fraseados, com alguns guitarristas do rock ou hard rock, como o Angus Young, do AC/DC. A arte da capa ficou por conta de Kurt Hriczucsah. Um bom split, para os amantes do blues, este não deve passar batido, vale a pena conferir!
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FAIXA A FAIXA:
1) Wine Headed Woman. O split inicia com um blues mais embalado, com uma levada em shuffle, progressão harmônica típica do blues, com os 12 compassos quaternários simples, sendo I-IV-I-V-IV-I-V, ela lembra bastante o clássico Sweet Home Chicago. Destaque para os fraseados e improvisos da guitarra e da gaita de boca.
2) What Have I Done. Considero esta uma das melhores faixas do álbum, mais cadenciada e intimista, compasso composto, com o shuffle bem evidente, também possuindo a progressão harmônica típica do blues, o destaque, mais uma vez, está nos fraseados e improvisos.
3) Sky Is Crying. Outra composição no estilo da faixa anterior, porém, creio eu, ainda mais intimista, com o shuffle não muito evidente como na faixa anterior, embora também seja um blues em compasso composto e com a progressão harmônica típica do gênero.
4) Part' Time Love. Considero esta a melhor faixa do álbum, a composição que considero mais expressiva e com a pegada da guitarra mais "suja" e "violenta", sendo daquelas em que o chega a arrepiar ao ouvir as frases da guitarra. O destaque negativo está nos eventuais gritos em falsete, sendo que o destaque positivo está na expressão.
5) Love Light. O split finaliza com uma faixa que é mais uma jam do que uma composição! Esta é a faixa mais veloz e embalada do álbum, uma composição bem simples, com apenas uma cadência harmônica de dois acordes e uma frase (simples), da guitarra, como tema, no mais, é aquele lance: "toca aí", ou seja, muito improviso, com os músicos tendo bastante liberdade para improvisar. Com um ar bem descontraído, esta é a legítima música do tipo "vamos brincar de tocar", daquelas que saem de brincadeiras no estúdio!
Ouça o split e conheça as guitarras mais quentes de Chicago!

segunda-feira, 1 de novembro de 2021

Phagocytosis - Putridphilia (2002)

GÊNERO: Grindcore
ORIGEM: Brasil
FORMAÇÃO:
Dr. Cocô (Vocal, programação)
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Este é o primeiro split, e primeiro trabalho, lançado pelo grupo, através do selo Cocô. É uma projeto idealizado por uma pessoa, a qual também foi o responsável pelo selo de distribuição, sendo este split o primeiro e único trabalho lançado pelo selo. É um split com mais 4 bandas, uma israelense, Abosranie Bogom, e 3 brasileiras: Chifres De Satã, Defecação Oral e Vaginal Autopsy, porém, aqui, comento apenas sobre as faixas do Phagocytosis. É um split bem curioso, pois todas as faixas iniciam com uma música orquestrada, para, logo em seguida, surgir a bateria programada, os samples e a voz extremamente gutural, lembrando, algumas vezes, inclusive, um porco grunhindo! O típico, chamado, anti música, com as faixas extremamente velozes, vocais graves ao extremo, ao qual não se compreende nenhuma palavra (se é que é cantado, ou falado, alguma palavra), e muita distorção. Difícil encontrar alguma informação sobre o grupo, mas o que se pode ouvir são composições de pequena duração, com muita "zoeira" de fundo, e um vocal que, eventualmente, deixa a desejar no timbre de voz. De qualquer forma, para quem curte um bom barulho, este é um prato cheio, vale a pena conferir!
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FAIXA A FAIXA:
1) Medicinal Metal. O split inicia com a faixa que considero a melhor, sendo a faixa de trabalho, pois possui videoclipe de divulgação. O vídeo é bastante pesado, aconselho a assistir apenas aqueles que têm estômago forte, pois possui imagens de operações cirúrgicas, fetos mortos e muitas outras cenas gore! A parte orquestrada cria uma intenção, como se estivesse preparando para um momento, que é a parte em que os instrumentos distorcidos e o vocal aparecem. Bem veloz e com vocal grave, o destaque está no timbre de voz.
2) Axial Tomography (Gore Friends). Outra boa faixa, com a parte orquestrada incluindo alguns trechos mais tensos, enquanto que a parte distorcida possui bastante velocidade e vocal bem grave, porém com notas mais curtas, ao contrário da faixa anterior. Mais uma vez o destaque está no timbre de voz.
3) Ventricular Tachycardia. Esta é a faixa que menos me agrada, muito em função do vocal, que deixa a desejar, não mantendo o (bom) timbre de voz. A parte orquestrada já é menos tensa, mais "suave" e "tranquila". O destaque está nos samples.
4) Prostatectomy. Outra boa composição, com a parte orquestrada bem "alegre" e "feliz", enquanto que a parte distorcida entra já com bastante velocidade, alternando, na voz, entre notas de pequena e longa duração.
5) Granulatory Staphylococcus. O split finaliza com uma das faixas que considero das melhores. Uma parte orquestrada com alguns trechos de tensão, mas muito bem arranjada, enquanto que a parte distorcida, aparece com tudo, possuindo um vocal bem grave, destacando as notas longas, sendo o destaque, mais uma vez, o timbre de voz.
Ouça o split e curta uma putridofilia!