sábado, 31 de março de 2018

Black Sabbath - Sabbath Bloody Sabbath (1973)

GÊNERO: Hard Rock
ORIGEM: Inglaterra (Birmingham - West Midlands / West Midlands)
FORMAÇÃO:
Ozzy Osbourne (Vocal)
Tony Iommi (Guitarra)
Geezer Butler (Baixo)
Bill Ward (Bateria)
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Este é o quinto álbum de estúdio lançado pelo grupo, através do selo Vertigo. É um excelente álbum, um clássico onde muitos já devem ter suas próprias opiniões, inclusive já havia feito uma resenha dele em 2013, confira aqui! Segundo o próprio vocalista, este é o início do fim da carreira do grupo com a formação original. Ele foi composto logo após a turnê de divulgação do seu antecessor, Vol. 4, os integrantes estavam cansados e alterados por substâncias químicas que dificultavam no processo criativo. O guitarrista chegou a comentar que os demais integrantes esperavam que ele chegasse com um riff ou uma base para começarem. Foi então que, após algum tempo, ele apresenta o riff da faixa título e as composições começam a surgir, porém como isto demorou a acontecer, poucas músicas foram compostas, apenas as 8 do álbum, nada mais. É bastante interessante que todos os integrantes se aventuram em diferentes instrumentos no decorrer do álbum, além de contar com a participação de Rick Wakeman, que ensaiava em outra sala nos estúdios Record Plant, em Los Angeles. Optaram por gravar no mesmo estúdio do álbum anterior, para manter a mesma "atmosfera"! É um excelente álbum, um dos melhores da carreira do grupo na minha opinião, vale a pena conferir, existem ótimas composições e excelentes arranjos.
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FAIXA A FAIXA:
1) Sabbath Bloody Sabbath. O álbum inicia com a faixa título, o qual possui um ótimo riff de guitarra que deu inspiração às composições do álbum. Foi, também, a música de trabalho do álbum, existindo videoclip de divulgação. Além do riff, que é bem pesado, a composição conta com outra parte bem mais intimista e leve, mas mesmo assim muito boa, além de ter uma outra parte no final, logo após o solo, bem tribal, bastante interessante. Nesta faixa, Bill Ward experimenta e grava um arranjo de bongô. Um clássico, vale a pena conferir!
2) A National Acrobat. A melhor faixa do álbum na minha opinião. Muito bem trabalhada e com riffs e harmonias contagiantes por todo decorrer da composição. A melodia vocal na parte A também é excelente, existindo dobras dos instrumentos e, inclusive, na voz. O final conta com diversas partes diferentes, uma mais interessante que a outra, variando a intenção a cada parte, o que dá um toque a mais para o arranjo. Destaque também para o Wah-Wah utilizado por Iommi. Realmente vale a pena conferir!
3) Fluff. Uma belíssima composição, acústica (com exceção do contrabaixo) e instrumental, em compasso quaternário composto. Além da composição que é linda, seu arranjo não fica atrás e também é muito bem feito e executado. Além do mais, a faixa conta com Tony Iommi tocando piano e cravo.
4) Sabbra Cadabra. Outra faixa que considero uma das melhores do álbum. Mais uma vez um ótimo riff de guitarra e excelente melodia. Esta faixa conta com os pianos de Tony Iommi, bem como a participação de Rick Wakeman tocando piano e minimoog, um tipo de sintetizador. Vale a pena conferir, outro clássico do álbum.
5) Killing Yourself To Live. Outra grande composição do álbum, com uma intenção mais intimista que as demais, boa melodia, mas não tantos riffs, o que não a torna uma das músicas mais marcantes do álbum. Esta faixa conta com os arranjos, tanto de Ozzy Osbourne quanto Tony Iommi, no sintetizador. Bem característico do grupo, mas bastante interessante, são os dois solos de guitarra sobrepostos. O arranjo que existe logo após o solo é sensacional, lembra um pouco War Pigs, e tem uma levada mais blues.
6) Who Are You?. Eles realmente estavam entrando na onda dos sintetizadores, tanto que esta faixa foi composta em um destes. Quando Ozzy conseguiu um sintetizador, ele realmente não sabia como usar, porém, conseguiu compor esta faixa! É uma composição bem simples, mas com uma ótima intenção. Ela ainda conta com Bill Ward tocando tímpano, Tony Iommi tocando piano e Geezer Butler tocando mellotron e sintetizador, instrumento este também tocado por Ozzy Osbourne. Vale a pena conferir, tem uma intenção bem futurista, na minha opinião e é, no mínimo, uma composição curiosa!
7) Looking For Today. Talvez a música mais embalada e com swing no álbum todo. Mais uma vez os excelentes riffs de guitarra voltam à tona. A faixa ainda conta com Tony Iommi tocando flauta e órgão, além disso, todos os integrantes participam batendo palmas. Boa composição, que tem na harmonia do refrão seu maior destaque!
8) Spiral Architect. O álbum fecha com outra composição que considero das melhores do álbum. Uma excelente composição, com ótimos Riffs e excelente harmonia e melodia, bem como uma linha de baixo que dá um movimento interessante para a composição. Ela começa com o violão e ainda conta com Tony Iommi tocando gaita de fole e Geezer Butler tocando flauta indiana. Mas o mais bacana é a participação do grupo Phantom Fiddlers, responsáveis por executar o arranjo de cordas composto pelo maestro Will Malone. O curioso é que este não ouviu a música quando fez o arranjo, apenas Tony Iommi o solfejou! Vale a pena conferir!
Escute o álbum e conheça o começo do fim, segundo o vocalista, do grupo neste Sabá sangrento!

quarta-feira, 28 de março de 2018

Black President - Black President (2008)

GÊNERO: Punk Rock
ORIGEM: EUA (Los Angeles - Los Angeles / Califórnia)
FORMAÇÃO:
Christian Martucci (Vocal, guitarra)
Charlie Paulson (Guitarra)
Jason Christopher (Baixo)
Roy Mayorga (Bateria)
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Este é o primeiro e único álbum lançado pelo grupo, através do selo Cobra. A banda nunca acabou, mas como se trata mais de um projeto do que uma banda, já que todos os integrantes têm compromissos com outros grupos, creio que não devem dedicar muito tempo para este projeto. O vocal é lembrado pelas bandas Strychnine Babies e o projeto de Dee Dee Ramone, o guitarrista pelo Goldfinger, o baixista pelo New Dead Radio, e o baterista pelo Nausea. Além disso, o grupo foi criado por Charlie Paulson e Greg Hetson (Circle Jerks / Bad Religion), o qual saiu meses antes da gravação do álbum, e contou já em sua formação, além de Greg Hetson, com os bateristas Wade Youman (Unwritten Law) e Ty Smith (Guttermouth / Bullets And Octane), e hoje tem em sua formação o baterista Dave Raun (Lagwagon) que substituiu, em 2009, Roy Mayorga. Com tantos nomes conhecidos na história da banda, ficamos curiosos de como soa este projeto, e na verdade soa bem bacana, mas nada extremamente empolgante, muito em função do vocal, que na maior parte do tempo está sempre gritado, lembrando muito bandas de screamo. Existem músicas aceleradas, porém a maioria têm andamento médio, com poucas faixas lentas, o destaque, na minha opinião, são os arranjos, em especial os de guitarra. O álbum conta com duas vinhetas e duas faixas cover. É um bom álbum, vale a pena conferir, mas não vá com muita sede ao pote!
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FAIXA A FAIXA:
1) Intro. O álbum começa com uma das vinhetas. Bem curta, apenas tem uma fala de alerta para o que virá!
2) Last Fucking Hope. Uma das melhores faixas do álbum, ótimos riffs de guitarra, assim como a harmonia, e excelente arranjo da bateria, além de contar com excelente desenho melódico, inclusive no refrão, o qual é bem sing-a-long.
3) So Negative. Esta é uma boa faixa, bem acelerada. Não considero das melhores apesar de ter um ótimo arranjo e bastante embalo e velocidade. O refrão dá uma reduzida na velocidade, bem como na  parte C.
4) Not Enough. A faixa começa com uma bela combinação de notas com intenção de suspense. Esta já é mais lenta que as faixas anteriores, mas não é ruim, também não é das melhores. O grande destaque está ma dinâmica das partes.
5) Short List Of Outspoken Suspects. Outra que considero uma das melhores do álbum, bem acelerada, bastante energia e, talvez, a faixa mais bem trabalhada de todo álbum. O grande destaque está no arranjo da música como um todo, mas também no riff de guitarra. Esta música possui, inclusive, videoclip!
6) Neon. Esta é a música mais lenta até então, já com um apelo mais pop / comercial. É uma boa música, mas com a fórmula do pop! A harmonia é o grande destaque, pois se fosse a mesma intenção em um modo maior, aí sim seria uma composição bem comercial!
7) Who Do You Trust?. A velocidade já volta a aparecer nesta faixa, embora em apenas alguns pequenos trechos. Talvez a faixa com o vocal mais gritado até então. O detsaque está no arranjo das guitarras, mais uma vez.
8) Watch You Drink. A faixa começa com uma ótima frase na guitarra, que, aliás, é o grande destaque da composição. Esta é outra faixa lenta, executada, muito, em staccato, o que dá um toque diferente e bem interessante. É a composição com mais intenção intimista em todo álbum.
9) Vacate The Vatican. Considero esta a melhor faixa do álbum. Ótimo riff, excelente harmonia, excelente melodia, enfim, tudo de bom! O refrão não é tão empolgante como a parte A, mas mesmo assim não deixa a peteca cair! Vale a pena conferir!
10) Hallelujah. Se a faixa anterior é a melhor do álbum, esta é a pior, com certeza! Aliás, considero esta música realmente ruim! A parte A até que tem seu valor, agora o refrão é simplesmente insuportável, um apelo comercial muito escancarado, que torna a música ruim, realmente ruim.
11) Not Amused. Considero esta uma das melhores faixas do álbum, com certeza! Embalada, veloz, com muita energia e um refrão sing-a-long na linha street punk. Sem frescura, porrada e energia são as características desta composição.
12) Ask Your Daddy. Outra que considero das melhores, ótima faixa, embora não muito acelerada, mas com ótimas intenções e dinâmica, com um refrão que possui uma seqüência harmônica bem interessante antes de sua repetição. Esta faixa me lembra um pouco de Guttermouth!
13) Gaslamp James' Campaign Speech. Outra vinheta, o título diz tudo.
14) Elected. Eis que surge o primeiro cover do álbum! Esta é uma música que foi composta por Alice Cooper e gravada por sua banda em 1972. É uma boa versão, mantém as características da versão original, porém com aquele toque original do grupo.
15) Iron Fist. O álbum finaliza com outro cover, desta vez de uma música composta e gravada pelo grupo Motörhead em 1982. Também bem fiel em relação à versão original, aliás, o instrumental está quase igual, com pequenos trechos em que se percebe a autenticidade do grupo.
Ouça o álbum e curta o projeto recheado de integrantes conhecidos do presidente preto!

quinta-feira, 22 de março de 2018

Bitches Sin - Invaders (1989)

GÊNERO: NWOBHM
ORIGEM: Inglaterra (Barrow-In-Furness - Cumbria / North West)
FORMAÇÃO:
Frank Quegan (Vocal)
Ian Toomey (Guitarra)
Pete Toomey (Guitarra)
Dave Osbeldiston (Teclado)
Mike Frazier (Baixo)
Paul Smith (Bateria)
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Este é o terceiro álbum do grupo, lançado pelo selo Gi. Este álbum tem uma curiosidade: o título é o mesmo do segundo álbum, de 1986, porém a lista das músicas é diferente, existindo algumas faixas que se repetem, mas mesmo assim, estas têm uma outra versão, já que as faixas deste álbum foram gravadas em 1988. Além das faixas, a formação alterou em relação à versão de 1986, já que o baterista trocou e um tecladista entrou na banda. A banda teve um pequeno hiato no período 86/87, sendo que este álbum surge como um ressurgimento do grupo. De modo geral, é um álbum bem ao estilo do gênero, o qual as primeiras faixas são mais interessantes, o que é bem comum, ao meu gosto, com bandas do gênero, algumas músicas mais embaladas, mas também outras mais lentas, inclusive baladas. O vocal é o ponto fraco, apesar de não comprometer em nada, mas dá a sensação de que não quer abraçar a responsabilidade de chamar a atenção para ele, deixando este papel, então, para as guitarras, porém a mixagem e equalização também não as valoriza, deixando-as em segundo plano dentro do arranjo, mesmo que os instrumentistas tenham feito um bom arranjo. É um bom álbum, o qual as primeiras faixas são realmente muito boas, com ótimos guitarristas e um vocal pouco agudo. Vale a pena conferir!
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FAIXA A FAIXA:
1) Ain't Life A Bitch. Com certeza a melhor faixa do álbum, a mais embalada e acelerada, com ótimos arranjos das guitarras e um refrão sing-a-long. Esta é pra deixar o ouvinte empolgado ao ouvir o álbum pela primeira vez!
2) Destroyer. A segunda melhor faixa do álbum, com certeza! Também bem embalada, porém não tanto, e com mais variações de acordes em relação à faixa anterior. Um ótimo refrão e, mais uma vez, as guitarras assumem a responsabilidade e chamam os holofotes para si!
3) Alligator. A terceira melhor faixa do álbum! Esta já mais lenta se comparada às faixas anteriores, mas com um bom riff de guitarra, algo que me lembra um pouco o Metal Mania do Robertinho do Recife. A faixa conta com um ótimo solo de teclado.
4) The Cry. Outra boa faixa, porém com uma introdução bastante extensa, onde a levada e o embalo demoram a aparecer. Mais uma vez o destaque está nos arranjos das guitarras, com excelentes riffs e semi-frases que preenchem bem os esoaços da melodia da voz.
5) Day In, Day Out. A pior faixa do álbum, com certeza! A legítima balada heavy metal / hard rock dos anos 80, bem A.O.R.! Composição que poderia ser de qualquer banda do gênero da época, com grande apelo comercial, bem ao estilo da época.
6) Out Of My Mind. Aqui já temos um embalo a mais, porém ainda está longe de ser das melhores. Também bem ao estilo anos 80, parece com o Ozzy Osbourne da época. De novo as guitarras clamam pelos holofotes!
7) No More Chances. Esta é a faixa em que se foge da ideia tonal, com diversas notas de passagem quando dos espaços deixados pelo vocal, um ótimo riff de guitarra e um excelente desenho melódico na parte A são os destaques da faixa.
8) Roundabout. Esta é a balada do álbum, e é a legítima balada dos anos 80, bem comum para as bandas de heavy metal / hard rock da época. Uma balada em um compasso 12/8, lembra um pouco o Black Sabbath na fase Headless Cross / Tyr. Desta vez o destaque está na voz. Um ótimo desenho melódico e uma execução lisa e limpa fazem com que o vocal se adeque à composição.
9) Ice Angels. O álbum finaliza com outra balada, porém esta em compasso simples e não composto como a faixa anterior. A boa progressão harmônica na parte A (A-C-G) é o grande destaque da faixa, na minha opinião. Uma boa composição para finalizar o álbum.
Ouça o álbum e curta a segunda versão do álbum, que tem duas com o mesmo nome, dos invasores britânicos da nova onda do heavy metal britânico dos anos 80!

quarta-feira, 14 de março de 2018

Billie Holiday - Stormy Weather (CD 1) (2006)

GÊNERO: Jazz
ORIGEM: EUA (Philadelphia - Philadelphia / Pennsylvania)
FORMAÇÃO:
Billie Holiday (Vocal)
Charlie Shavers (Trompete)
Flip Phillips (Saxofone)
Oscar Peterson (Piano)
Barney Kessel (Guitarra)
Ray Brown (Baixo acústico)
Alvin Stoller (Bateria)
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Esta coletânea foi lançada pelo selo Intense e conta com o material gravado na década de 50, no caso deste álbum, o período varia entre 1952 e 1956. Infelizmente não encontrei o nome de alguns instrumentistas. É um álbum com músicas lentas, com grande destaque para o mestre Ray Brown, que conduz muito bem as composições. Os improvisos dos instrumentos são outro ponto positivo, embora não me agrade as intenções do trompete. A voz da cantora também já não está em sua melhor forma, já que as gravações foram feitas nem uma década antes de sua morte. De qualquer forma, o que se perde em timbre se ganha em experiência, ou seja, mesmo que o timbre da voz já esteja comprometido, as intenções melódicas são sensacionais, o que justifica a quantidade de elogios recebidos pela cantora. É um bom álbum, principalmente para se ouvir em um momento de relaxamento, mas não para ouvir a qualquer momento.
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FAIXA A FAIXA:
1) Be Fair With My Baby. A coletânea começa com a melhor faixa, a mais acelerada, quase um be-bop (será??!). Esta é uma versão ao vivo, a qual me agrada bastante, após a apresentação do tema pela cantora, os improvisos começam, é onde eu considero  os melhores momentos da faixa. Vale a pena conferir.
2) Rocky Mountain Blues. Outra que considero uma das melhores da coletânea, como o nome já diz, esta tem características bem blues, porém com a ideia intimista do jazz. A intensidade é bem fraca, bem sutil, vale a pena conferir.
3) Detour Ahead. Outra bem blues, onde a melodia com notas dissonantes e o arranjo do piano são os grandes destaques. Também tem um clima bem intimista, e o saxofone se encarrega de preencher bem os espaços.
4) Trav'lin Light. Outra faixa bem blues, onde o piano, a guitarra e o saxofone são o destaque, principalmente por preencher os espaços deixados pela voz. Também bem sutil e intimista.
5) Blue Moon. Esta é, talvez, a faixa mais conhecida do álbum. É uma música que não me agrada muito, acho bastante alegre e com uma melodia muito pop, mas de qualquer forma a qualidade dos músicos fazem-na uma música não chata!
6) Easy To Love. Talvez a música com mais aspectos de jazz até então. Realmente tem os elementos que caracterizam o gênero, com eventuais notas dissonantes, e de passagem, na melodia. Também bem sutil.
7) Yesterdays. Considero esta uma das melhores faixas da coletânea. Ela começa bem lenta e tranquila, mas com uma melodia muito boa e intenção excelente, a composição acelera do meio para o fim, e é o que dá o grande destaque do arranjo.
8) Autumn In New York. Música bem calma e bem jazz, quase um exemplo perfeito a se dar do gênero, bem tranquila e intimista com uma harmonia bem evidente e alegre.
9) Lover Come Back To Me. Outra que considero das melhores da coletânea. Esta já é um pouco mais acelerada e embalada, embora não muito, e tem um cromatismo feito pelo contrabaixo na introdução que, apesar de simples, considero excelente!
10) Remember. Aqui o destaque está no arranjo do piano. A extensão da voz dificilmente sobe, e a harmonia não está tão evidente, mas também não tem aqueles elementos característicos, e óbvios, do jazz em evidência.
11) Stormy Weather. Música que dá nome à coletânea e uma das composições mais conhecidas da cantora. Esta sim tem todos elementos característicos do jazz em seu arranjo, além de ser mais uma música lenta.
12) Love For Sale. Música bem calma e tranquila, com o piano sendo o grande destaque. Considero esta uma das piores faixas da coletânea, embora tenha algumas expressões vocais bem interessantes.
13) How Deep Is The Ocean?. Muito swing neste arranjo, porém um swing jazz, com o trompete (com surdina) aparecendo seguido nos espaços deixados pela voz. Este é o grande destaque do arranjo, embora sinto que algumas frases não se encaixam muito bem com a intenção da faixa.
14) Solitude. Faixa com a intenção perfeita para o nome! Bem lenta, calma, tranquila e intimista, talvez a faixa mais lenta da coletânea, até a forma de cantar se tornas arrastada. Não curto muito esta composição.
15) Too Marvellous For Words. Outra faixa bem embalada e com certo swing. É uma boa composição, porém é o que eu chamaria de "pop jazz", pois tem as características comuns do jazz que se tornou referência para o mainstream.
16) Easy To Love. A coletânea finaliza com um "repeteco", porém com uma versão e arranjo diferentes, no mais, tem as mesmas características da faixa 6.
Ouça a coletânea e sinta a tempestuosidade na voz de uma das grandes cantoras da história, não só do jazz, mas da música como um todo!

sexta-feira, 9 de março de 2018

Big Maybelle - ABC Of The Blues (Vol. 29) (2010)

GÊNERO: Blues
ORIGEM: EUA (Jackson - Madison / Tennessee)
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Esta é uma coletânea lançada pelo selo Documents, a qual abrange gravações do período entre 1952 e 1956. Infelizmente não encontrei nenhuma informação sobre os músicos que colaboraram nestas gravações, mas, de qualquer forma, o grande destaque continua sendo o vocal de Big Maybelle. É uma voz potente, com características evidentes de black music, não só blues, mas gospel, soul, R&B e jazz, este último muito devido ao instrumental, principalmente o piano e o saxofone. Algumas músicas são mais lentas e outras um pouco mais embaladas, existindo, inclusive, algumas com certo swing. Esta é uma compilação do período dos anos de ouro da cantora, tendo em vista que no final da década de 50 seu sucesso não se mantinha como havia sendo até então. Vale a pena conferir esta coletânea, principalmente aos amantes de blues e black music!
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FAIXA A FAIXA:
1) Gabbin' Blues (Don't Run My Business). Esta foi a primeira faixa gravada pela cantora pelo selo Okeh, e é uma música mais lenta, com o piano improvisando no fundo, por detrás da voz, a qual tem um comentário falado a cada frase cantada.
2) Rain Down Rain. Excelente faixa! Também mais lenta como a faixa anterior, mas com uma intenção mais intimista, existindo muitos vibratos na voz. O saxofone com drive é o grande destaque do arranjo.
3) Way Back Home. Esta também conta com o saxofone, além de um pandeiro meia-lua. Talvez a faixa com mais característica de blues entre as primeiras. Esta já não é tão lenta como as anteriores, mas também não é muito embalada. O destaque está nas pausas no arranjo e, claro, na voz!
4) Please Stay Away From My Sam. Considero esta uma das melhores faixas da coletânea. Novamente bem intimista e lenta, também bem blues e, mais uma vez, o grande destaque é a voz!
5) Jinny Mule. A música começa com o saxofone fazendo um som semelhante ao de um cavalo. Outra música bem blues, e não tão lenta. Além da voz, o grande destaque está no piano que, através dos improvisos, preenche bem os espaços melódicos.
6) I've Got A Feelin'. Com certeza a melhor faixa da coletânea. Esta já tem um embalo diferente do blues, assim como a harmonia. Lembra um pouco de jungle, com muito swing e uma voz potente como não poderia deixar de ser! O solo de saxofone é um dos destaques da faixa. Realmente vale a pena conferir!
7) One Monkey Don't Stop No Show. Frase marcante do saxofone nesta faixa, a qual tem muitos improvisos de piano e o vocal, que costuma ser potente, dá uma trégua na parte A, sendo bem suave, deixando o drive e a potência para a parte B. Esta não possui as características padrão do blues, com muita influência do jazz.
8) Hair Dressin' Women. Aqui a sutileza e o andamento mais lento voltam à tona. A intensidade é bem baixa nesta faixa, com exceção de eventuais ataques dos sopros nos espaços deixados pela voz, existindo, também, algumas pausas no arranjo.
9) Don't Leave Poor Me. Outra que considero das melhores da coletânea. Ótimo arranjo e com um bom swing, esta também não é um blues característico, muito devido ao ritmo. O preenchimento dos espaços melódicos, neste caso, se dá, principalmente, pela guitarra.
10) No More Trouble Out Of Me. Esta é a última faixa da coletânea, e é a balada dele! Bem sutil, com a intensidade bem fraca, esta é a legítima balada blues, a qual tem no saxofone o principal responsável por transparecer algo diferente do blues.
Ouça a coletânea e curta uma parte do "B" do ABC do blues!