quinta-feira, 19 de maio de 2022

Sepultura - A-Lex (2009)

GÊNERO: Thrash Metal
ORIGEM: Brasil (Belo Horizonte / Minas Gerais)
FORMAÇÃO:
Derrick Green - Derrick Lamont (Vocal)
Andreas Kisser (Guitarra)
Paulo Xisto - Paulo Pinto Júnior (Baixo)
Jean Dolabella (Bateria, percussão)
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Este é o décimo primeiro álbum lançado pelo grupo, através dos selos Steamhammer e Atração, e foi gravado no estúdio Trama. É um ótimo álbum, longe de ser dos meus preferidos da carreira do grupo, mas, mesmo assim, um ótimo álbum. Os grandes destaques, na minha opinião, estão na concepção e intenção das composições, já que este é um álbum totalmente inspirado na obra A Laranja Mecânica, de Anthony Burgess, portanto há algumas "vinhetas" que lembram a história, bem como uma faixa cover que está diretamente ligada à história, ficando esta intenção mais evidente no primeiro videoclipe de divulgação do álbum (existem dois videoclipes produzidos para este álbum). Esta inspiração na obra de Anthony se mantém em seu título, já que possui duplo sentido: Alex, personagem principal da história, e um trocadilho com o termo ab lex, do latim, sem lei. Embora uma boa parte das composições não sejam velozes e embaladas, existem algumas que são, elevando a qualidade do álbum. O peso está presente quase que em tempo integral, embora existam os momentos mais intencionais e, por conseqüência, mais "suaves", possuindo muito groove em grande parte do álbum, além de frequentes riffs, um dos aspectos positivos do álbum, na minha opinião. A curiosidade do álbum está no fato de que é o primeiro álbum do grupo sem o baterista Igor na formação, e conta com as participações de Julio Ortiz, Vana Bock e Wagner Lavos tocando violoncelo; Leandro dos Santos e Will Tomao tocando clarinete; Alexandre Rosa, Sergio De Oliveira e Daniel Maretti tocando contrabaixo acústico; Lucila Ferrini tocando flauta; Mario Rocha tocando trompa; Eduardo Queiroz tocando teclado; Karina Ando tocando oboé; Fernando Lopez tocando trompete; Alexandre De Leon e Sylvio Cato tocando viola; e Alex Ximenes, Fabio Brucoli e Vanessa Galvão tocando violino, sob a regência de Alexey Kurkdjian, assistido por Laira Fermi, sendo a arte da capa responsabilidade de Marco Piza, Mário Níveo, Rodrigo Almeida e Ulisses Razaboni, os quais se apropriaram de obras do artista Kris Kuksi. Um ótimo álbum, bem aceito pela crítica e pelo público, com momentos extremamente criativos, em especial na intenção, o que faz valer a pena conferir o álbum como um todo e, respeitá-lo, pois concepções como a deste álbum merecem destaque, é a visão artística em sua essência, deixando de fora o mercado, não existindo uma preocupação superficial baseado apenas nas composições. Vale a pena conferir!
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FAIXA A FAIXA:
1) A-Lex I. O álbum inicia com uma das "vinhetas", a qual é bem intencional, criando um clima de tensão, bem espectral em sua introdução, enquanto depois surgem os instrumentos elétricos e a bateria, que mantêm a ideia de introdução para o álbum, sendo esta uma faixa instrumental.
2) Moloko Mesto. Considero esta a melhor faixa do álbum, com certeza a mais veloz e embalada, possuindo muito peso, palhetadas rápidas e muita energia, possuindo, também, um trecho mais cadenciado e com mais groove.
3) Filthy Rot. Esta faixa já não é nada embalada e veloz, possuindo uma execução da progressão harmônica com frequentes pausas, o que deixa a intenção rítmica bem "travada", apesar de possuir muito groove, sendo o destaque a intenção tribal existente, bem como seus contracantos.
4) We've Lost You!. Esta é a faixa que recebeu o primeiro videoclipe de divulgação, sendo este muito bem produzido, com ideias e intenções que deixam explícita a referência de A Laranja Mecânica, sendo um bom videoclipe. A música já é pouco veloz e embalada, possuindo um bom arranjo de bateria na parte A, e um groove maior no refrão.
5) What I Do!. Esta é a outra faixa do álbum a possuir videoclipe de divulgação, este já bem mais simples e menos produzido que o da faixa anterior, mostrando imagens de apresentações ao vivo do grupo. A música já possui mais embalo, embora ainda não seja veloz e sua intenção seja de mais groove e peso do que embalo. Uma boa composição.
6) A-Lex II. Esta é a segunda "vinheta" do álbum, possuindo intenções semelhantes à "vinheta" anterior, porém com uma intenção tonal mais evidente, sendo, também, uma faixa instrumental.
7) The Treatment. Esta é uma das faixas que considero das melhores do álbum. Embora não seja veloz o tempo inteiro, ainda, assim, possui frequentes trechos velozes, mantendo a intenção do groove e peso como prioridade, além possuir momentos com mais embalo.
8) Metamorphosis. Uma boa composição, bem intencional, possuindo uma introdução mais cadenciada e arrastada, lembrando um doom, possuindo pouca velocidade, mas frequentes trechos com embalo, além de eventuais arranjos de bateria bem tribais.
9) Sadistic Values. Mais uma faixa que inicia mais cadenciada, com um bom arranjo de bateria, com destaque para a dinâmica, além de ser bem intencional, criando um clima de tensão. A melodia neste trecho lembra qualquer banda de grunge dos anos 90! Após passar esta parte A, o embalo aparece com mais freqüência, embora a intenção maior seja o peso, existindo eventuais trechos com mais groove.
10) Forceful Behavior. Outra faixa que considero das melhores do álbum, possuindo um bom embalo, além de frequentes trechos mais velozes, embora possua, também, bastante groove e peso, bem como excelentes riffs.
11) Conform. Uma boa composição, com pouca velocidade, embora possua algum embalo, além de um excelente riff que lembra bastante com Brujeria, existindo um trecho mais cadenciado, finalizando com outro bastante veloz e embalado.
12) A-Lex III. Esta é outra "vinheta", que mantém as mesmas características das anteriores, sendo esta mais semelhante à primeira delas. Mais uma faixa instrumental.
13) The Experiment. Mais uma faixa pouco veloz, que inicia pouco embalada, mas possuindo bons riffs, muita expressão e energia. O arranjo é um aspecto que merece atenção, com sutis bons momentos com destaque para a dinâmica, além de possuir um trecho mais embalado. Uma boa composição.
14) Strike. Uma faixa que mantém características semelhantes às da faixa anterior, embora sejam composições bem distintas, já que esta possui uma intenção tonal mais evidente. Não veloz, mas com um bom embalo, além de bastante groove no arranjo da bateria.
15) Enough Said. Esta é outra faixa que considero das melhores do álbum. Bastante embalada e veloz, ela possui ótimos riffs de guitarra e palhetadas rápidas, embora possua seus momentos mais cadenciados e menos velozes.
16) Ludwig Van. Eis que surge a faixa cover do álbum, a qual é, também, uma das que considero das melhores. Como o nome já sugere, esta é uma versão da Sinfonia n.º 9, composta por Ludwig Van Beethoven, e finalizada em 1824. Também conhecida como a "Nona", esta é uma importante composição que marca o início do período romântico. O grande destaque, sem sombra de dúvidas, está na intenção, uma excelente concepção, a qual foi arranjada e regida por Alexey. A ideia orquestral se faz presente, embora existam elementos do thrash. Vale a pena conferir!
17) A-Lex IV. Esta é a última das quatro "vinhetas" do álbum, sendo uma excelente continuação da faixa anterior, já que esta mantém uma intenção de menos groove e mais expressão, com um bom arranjo de bateria.
18) Paradox. O álbum finaliza com uma das faixas que considero das melhores. Bastante veloz e embalada, embora possua seu trecho mais cadenciado, com palhetadas rápidas, excelentes riffs de guitarra, além de um refrão bem sing-a-long. Uma composição para fechar o (ótimo) álbum com chave de ouro!
Ouça o álbum e conheça Alex!

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