domingo, 27 de março de 2022

Rise Against - Endgame (2011)

GÊNERO: Hardcore Melódico
ORIGEM: EUA (Chicago - Cook / Illinois)
FORMAÇÃO:
Tim McIlrath - Timothy McIlrath (Vocal, guitarra)
Zach Blair - Zachariah Blair (Guitarra)
Joe Principe (Baixo)
Brandon Barnes (Bateria)
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Este é o sexto álbum lançado pelo grupo, através dos selos DGC e Interscope, e foi gravado no estúdio The Blasting Room. É um bom álbum, extremamente bem produzido e equalizado, com muita personalidade e, embora eu tenha rotulado como hardcore melódico, ele possui influências de pop punk e pitadas de emo core. Sendo um álbum gravado às pressas, pois estavam em turnê até pouco meses antes do início das gravações, grande parte das composições foram criadas durante a turnê, não estando, muitas delas, totalmente finalizadas quando as gravações começaram. Algumas faixas são bem embaladas, lembrando bastante alguns "ícones" dos anos 90, como Bad Religion e Offspring, porém o toque pop está presente, inclusive, as faixas que considero semelhantes à Offspring, soam como os anos 2000 do grupo, e não como seu início de carreira. De qualquer forma, o fato de ser um álbum com muita personalidade, o lado pop acaba sendo "abafado", pois embora possua elementos do gênero, eles acabam em segundo plano. A consistência do grupo e a certeza de suas convicções, tornam o álbum bastante "sério" e reflexivo, abordando e fazendo soar como "algo a ser pensado", criando dúvidas e expectativas em relação ao mundo. O estilo de vida straight edge contribui para esta consistência e personalidade, sempre encarando as situações de maneira positiva, o que é bem explícito em suas composições. Boas composições, muito bons arranjos e emoção nas interpretações são os elementos mais evidentes no álbum, possuindo, também, um bom embalo, além de um bons timbres e desenhos melódicos da voz, bem como bons riffs de guitarra e frases de bateria. Foi um álbum muito bem recebido pela crítica e pelos fãs, mantendo um equilíbrio entre as origens hardcore e o mainstream, não soando nem tanto um como nem tanto outro, sendo o álbum do grupo que atingiu o lugar mais alto das paradas da Billboard 200, ao atingir a marca de 85.000 álbuns vendidos na primeira semana de vendas! Além disso, o álbum recebeu disco de ouro na Austrália, ao atingir a marca de 35.000 álbuns vendidos, e disco de platina no Canadá e na Alemanha, ao atingir a marca de 80.000 e 200.000 álbuns vendidos, respectivamente. O álbum foi bem recebido em diversos países ao redor do mundo, se fazendo presente na lista dos "top mais" em vários lugares: posição 75 na Bélgica (Wallonia), 72 na Espanha, 47 na Holanda, 42 na Finlândia, 28 na Noruega, 27 no Reino Unido, 23 na Bélgica (Flanders), 12 na Suiça, 6 na Nova Zelândia e na Suécia, 3 na Áustria, 2 na Austrália e na Billboard 200 (EUA), e 1 no Canadá, Alemanha, Top Rock Albums (EUA) e no Top Hard Rock Albums (EUA). Se já não bastasse, o álbum conseguiu manter posição no ranking anual de 3 listas: 159 na Billboard 200 (EUA), 84 na Austrália, e 30 na Top Rock Albums (EUA). Mantendo uma continuação do estilo apresentado no álbum anterior, ao qual foi o responsável por tornar o nome do grupo conhecido no mainstream, este tem um apelo menos pop, além de possuir eventuais riffs de guitarra, com influências do metal, o "pontapé inicial" do que viria a ser uma marca das composições do grupo anos depois. Um álbum mais "maduro", possuindo 3 singles, aos quais tiveram videoclipes produzidos. Vale a pena conferir, um ótimo álbum, consolidando um estilo e deixando claro suas posições e opiniões a respeito de como o ser humano se relaciona com o mundo.
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FAIXA A FAIXA:
1) Architect. O álbum inicia com uma das faixas que considero das melhores, uma das mais embaladas e velozes, possuindo boas frases em sincronia, sendo o destaque a parte A, enquanto o refrão já é mais pop. Os arranjos de guitarra e bateria também merecem atenção, assim como o desenho melódico da voz.
2) Help Is On The Way. Este é o primeiro single lançado pelo grupo, antes mesmo do lançamento do álbum, sendo a faixa mais bem recebida pelas rádios e público, possuindo, também, videoclipe de divulgação. Um bom clipe, que mostra uma família ilhada por uma enchente decorrente de uma tempestade à espera de ajuda, enquanto a situação fica cada vez mais complicada. A família que espera por ajuda acaba sendo a salvação de outra à mercê da enchente em um barco estilo caíque. Uma boa composição, não muito veloz, com um excelente desenho melódico da voz, mas com um apelo comercial bem evidente.
3) Make It Stop (September's Children). Outra faixa que virou sinigle e possui videoclipe de divulgação. Aliás, um videoclipe bem produzido que aborda o preconceito contra jovens LGBT, uma homenagem àqueles que acabaram se suicidando por serem vítimas deste preconceito quando ainda jovens, com cenas de estudantes sofrendo bullying na escola. A primeira composição em que o grupo aponta sobre este tema, foi uma composição que chamou bastante a atenção, ela que possui um "ar" bastante pop, mas com um bom embalo, possuindo backing vocals de adolescentes e um bom arranjo, com eventuais efeitos, entre eles o delay na guitarra, já na introdução, sendo o destaque o desenho melódico da voz.
4) Disparity By Design. Considero esta a melhor faixa do álbum, a mais embalada e veloz, esta lembra bastante alguma composição do Bad Religion na década de 2000! Possuindo um trecho mais lento, o destaque está no embalo e desenho melódico da voz.
5) Satellite. Esta é a terceira e última faixa a se transformar em single, possuindo videoclipe de divulgação. Com uma abordagem diferente dos outros dois singles, que abordavam questões sociais e de consciência do uso da natureza, esta foca no ponto de vista positivo em relação às convicções do grupo, sendo um clipe que mostra os bastidores do grupo em turnê, bem como cenas de fãs ao redor do mundo. É uma das faixas que considero das melhores do álbum, possuindo uma ótima progressão harmônica, sendo o destaque o desenho melódico da voz, além de possuir um bom embalo.
6) Midnight Hands. A primeira faixa a apresentar influências e riffs de metal no arranjo das guitarras, sendo a parte A, mais pesada, o grande destaque da composição. Não muito veloz, mas com um bom embalo, embora existam eventuais trechos mais cadenciados, o refrão é o que considero o ponto negativo, com um apelo pop bastante evidente e pouco embalo.
7) Survivor Guilt. Esta é a continuação de Hero Of War, um dos grandes sucessos do grupo. Não muito veloz, com um refrão bastante pop, mas possuindo um bom embalo na parte A, esta é uma das faixas que menos me agrada, embora não seja ruim, apenas falta mais "raiva", sendo o destaque o arranjo de bateria.
8) Broken Mirrors. Esta é outra faixa que considero das melhores do álbum. Na minha opinião, não tenho dúvidas que o compositor esteve inspirado em Police Truck, do Dead Kennedys, ao compor a parte A. Com a mesma intenção, mas com outra intenção, melodia e progressão harmônica, a parte A é, justamente, o grande destaque, enquanto o refrão já possui uma intenção bem pop, embora possua um bom desenho melódico da voz. O arranjo de bateria merece atenção, pois possui eventuais boas frases, possuindo uma levada em shuffle.
9) Wait For Me. Esta é a faixa mais lenta e intimista de todo álbum. Não é uma má composição, sendo o destaque a voz, tanto por seu desenho melódico, quanto pela expressão de Tim. Mais uma vez o refrão possui um apelo bem pop, com pitadas de emo core.
10) A Gentlemen's Coup. Outra excelente composição, com um bom riff de guitarra, um bom embalo, embora não muito veloz, ela possui um bom arranjo, existindo frequentes pausas na parte A, bem como ótimas frases de bateria, além de um excelente refrão, com bons contracantos e um bom desenho melódico da voz. Esta é como uma continuação da faixa 8.
11) This Is Letting Go. Outra faixa com um bom embalo, mas não muito veloz, o destaque está no desenho melódico da voz. Com uma intenção mais punk rock, esta é outra composição que possui um refrão com apelo bem pop, na minha opinião, o ponto negativo da composição.
12) Endgame. O álbum finaliza com a faixa que dá nome à ele. É uma boa composição, com bons riffs de guitarra, um baixo bem presente e fundamental para a intenção da composição, possuindo trechos mais cadenciados, além de frequentes contracantos no refrão, que possui uma intenção mais intimista.
Ouça o álbum até o final de jogo!

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