sexta-feira, 23 de julho de 2021

Nirvana - It's Better To Burn Out Than To Fade Away... (1994)

GÊNERO: Grunge
ORIGEM: EUA (Aberdeen - Grays Harbor / Washington)
FORMAÇÃO:
Kurt Cobain (Vocal, guitarra)
Jason Everman (Guitarra)
Krist Novoselic (Baixo)
Chad Channing (Bateria)
Dave Grohl (Bateria)
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Esta é uma coletânea não oficial, lançada após 3 álbuns de estúdio, através do selo Sounds Of Seattle. É uma coletânea apenas com músicas que são lados B de singles, ou foram lançadas em split, demos e versões ao vivo. São gravações do período entre 1989 e 1993. A coletânea foi lançada meses após a morte de Kurt, existindo duas faixas bônus que são quase como uma homenagem ao músico. O encarte também faz um breve relato da história da vida de Kurt, além de possuir diversas fotografias de diferentes épocas, incluindo a infância. É um bom álbum, que alterna entre composições mais intimistas e outras mais "sujas", sendo o grande destaque o trabalho de dinâmica nas composições e as progressões harmônicas que não respeitam o campo harmônico tonal. Uma das faixas do álbum é uma faixa cover. Os músicos não são muito técnicos, porém a energia e expressão superam, de longe, este fator. Poucos solos e arranjos bem simples, mas bem trabalhados, com um excelente uso da dinâmica. O curioso é que a frase que dá nome à coletânea foi retirada da letra de My, My, Hey, Hey, de autoria de Neil Young, e esta é uma frase que foi escrita na carta de despedida de Kurt, quando este se suicidou com um tiro na cabeça, o que deixou, segundo o próprio Neil, o músico arrasado. O grupo dispensa comentários, sendo, talvez, a maior referência do gênero, um grupo inovador com uma intenção bem explícita e muito bem expressada em suas composições.
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FAIXA A FAIXA:
1) Curmudgeon. A coletânea inicia com uma faixa não muito embalada, em especial na parte A, existindo constantes pausas. A parte B já é mais embalada, com muito efeito, um phaser constante do início ao fim. Não muito veloz, mas ainsa assim uma boa composição.
2) Even In His Youth. Considero esta faixa uma das melhores da coletânea, bem embalada, com uma ideia bem minimalista na parte A, poucos acordes e frases repetitivas. O refrão já possui mais acordes e um desenho melódico da voz mais bem definido. Não muito veloz, mas com um bom embalo.
3) D-7. Esta é a faixa cover presente na coletânea, uma composição de Greg Sage e gravada, originalmente, pelo grupo Wipers, em 1979. Uma composição lenta e intimista, sem o uso de distorção, fuzz ou drive em seu início, mas que aparece depois, junto com a parte embalada. Uma boa composição, com destaque para o trabalho de dinâmica entre as partes.
4) Endless, Nameless. Uma faixa lenta, pesada e arrastada, com arranjos de guitarra bem sujos, sem um acorde definido, muito efeito, e alternando com outra parte mais cadenciada e sem distorção e peso. Destaque para o trabalho de dinâmica entre as partes.
5) Pay To Play. Considero esta uma das melhores faixas da coletânea. Esta é a composição que deu origem à música Stay Away. Bem embalada, com um bom trabalho de dinâmica e um refrão bem sing-a-long.
6) Oh, The Guilt. Outra faixa não muito veloz, com um bom arranjo, apesar de simples. Iniciando nada embalada, existindo constantes pausas na execução harmônica em algumas partes, mas embalando depois, sendo o ápice o refrão. Um bom trabalho de dinâmica que é o destaque junto com o solo "sujo" de guitarra.
7) I Hate Myself And I Want To Die. Uma faixa que possui certo embalo, embora possua um clima pouco alegre, com um toque depressivo na execução vocal. É uma boa composição, embora com nada de mais que chame a atenção.
8) Verse, Chorus, Verse. Considero esta uma das melhores faixas do álbum. Também conhecida pelo nome Sappy, esta é uma das primeiras composições do grupo, porém, mesmo tendo sido gravada inúmeras vezes, nunca foi lançada de maneira oficial, quase tendo entrado no álbum In Utero, mas ficando de fora aos 45 do segundo tempo! Bem embalada, com uma boa intenção, ela possui um ótimo desenho melódico da voz e uma boa progressão harmônica.
9) Moist Vagina. Outra composição bem intimista, com um bom trabalho de dinâmica, alternando entre trechos mais cadenciados e outros mais pesados e sujos. O trabalho de dinâmica também é bem evidente na voz, sendo este o destaque da composição.
10) Marigold. Mais uma faixa bem intimista, com uma boa frase do baixo e o arranjo de guitarra bem limpo, sem uso de distorção. O vocal também é bem intimista, com pouca potência e altura. Uma boa composição, com destaque para a parte A.
11) Gallons Of Rubbing Alcohol Flow Through The Strip. Mais uma composição intimista, esta com uma grande duração, notas que fogem da ideia tonal, uma cadência harmônica bem minimalista, com um bom trabalho de dinâmica, em especial devido à voz e guitarra. Uma boa composição, com uma boa intenção e destaque para as dissonâncias existentes, além de possuir uma ideia bem minimalista, mais uma vez.
12) School (Live). Considero esta a melhor faixa da coletânea, é onde começam as faixas ao vivo, todas elas gravadas no Paramount Theatre em 31 de Outubro de 1991. Um ótimo arranjo, com um bom embalo, embora não veloz, um bom solo de guitarra, sendo o destaque o excelente refrão, além de um bom trabalho de dinâmica.
13) Drain You (Live). A faixa mais pop da coletânea, possuindo um bom embalo, um bom desenho melódico da voz, e existindo uma variação brusca de intenção nas ideias harmônicas das duas partes, sendo este o grande destaque da composição.
14) Been A Son (Live). Outra faixa que considero das melhores da coletânea, com um bom embalo, e uma ótima progressão harmônica, em especial na parte A, o destaque da composição, na minha opinião, embora o refrão não seja ruim.
15) COURTNEY LOVE. Esta é a primeira faixa bônus da coletânea, que nada mais é do que a esposa de Kurt Cobain, Courtney Love, lendo a carta deixada pelo músico antes de seu suicídio. Percebe-se a tristeza na voz da narradora. Nada de música, apenas falas.
16) TORI AMOS - Smells Like Teen Spirit. A coletânea finaliza com a segunda e última faixa bônus, uma versão de um dos maiores clássicos (se não o maior) do grupo, gravada pela cantora Tori Amos, executada apenas com voz e piano. Uma boa versão, com um bom arranjo. Uma boa homenagem ao músico.
Ouça a coletânea e saiba porque é melhor queimar do que desaparecer!

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