domingo, 23 de abril de 2017

999 - Separates (1978)

GÊNERO: Punk Rock
ORIGEM: Inglaterra (Londres / Londres)
FORMAÇÃO:
Nick Cash (Vocal, guitarra)
Guy Days (Guitarra)
Jon Watson (Baixo)
Pablo Labritain (Bateria)
.
Segundo álbum desta clássica banda inglesa de punk rock lançado pelo selo United Artists. Na minha opinião, o melhor álbum do grupo, além de ter em seu repertório 3 clássicos do grupo, na versão em CD existem 4 músicas bônus, lançadas originalmente em singles de 7 polegadas. Me lembra bastante Buzzcocks e Stiff Little Fingers. Este é um grande exemplo de que expressão e criatividade são fundamentais para uma boa música e que nem sempre a técnica faz parte da intenção da composição. Sou fã de Guy Days, responsável pela maioria das composições, pois sabe o momento de incrementar com riffs de guitarra, além de ser evidente a sua influência do blues. Recomendo a todos ouvirem este álbum, realmente excelente, difícil de destacar 5 músicas como as melhores, não é a toa que hoje se tornou um clássico do punk rock inglês!
.
FAIXA A FAIXA:
O álbum já começa com o maior sucesso do grupo: Homicide, a qual possui videoclip de divulgação. Esta foi a primeira música que ouvi do grupo, já curti na mesma hora. Apesar do andamento lento e de sua harmonia em ostinato quase que a música toda, os arranjos são muito bem pensados (em especial os de guitarra por Guy Days), não deixando a música enjoativa ou repetitiva, com um refrão que fica na mente, além de ter uma dinâmica crescente que faz a música ter uma grande finalização.
A segunda faixa chama-se Tulse Hill Night, uma típica canção de punk rock inglês do final da década de 70. Nada de especial que chame a atenção, uma boa música que tem no seu refrão o seu ápice.
Lembram quando mencionei que o 999 possuía, em Concrete, uma música que servia de ótimo exemplo para um punk - blues?! Eis aqui em Rael Rean outro exemplo! Quase um punk - blues monocórdico que me lembra muito a música I Feel Like A Wolf do bluesman Eddie C. Campbell. É possível perceber que, pelo menos, o Camisa De Vênus bebeu desta fonte, pois tem uma ponte exatamente igual à ponte de Gotham City!
A quarta faixa é, na minha opinião, a melhor música do álbum, ela é o clássico do grupo Let's Face It. O refrão é o que chama a atenção, mantendo uma variação bem grande na dinâmica em relação à estrofe, sendo o seu melhor o final, onde o improviso e a expressão tomam conta da composição. Vale a pena conferir, com certeza vai querer ouvir de novo!
Crime Part 1 / Part 2 é o nome da quinta faixa, a última do lado A do Lp. É uma música, digamos, diferente! Eu acho ela muito boa, possui uma levada quase de ska, na primeira parte, por parte da bateria, com harmonias que fogem de uma ideia tonal, embora não contenha dissonâncias. A segunda parte da música muda completamente a sua intenção, parece um jazz por parte, principalmente, do baixo, que mantem um ostinato em walking bass, com um clima de guerra e tiros no fundo, além de um vocal semelhante ao de alguém agonizando. Muito boa a composição, bem fora de algo esperado.
O lado B do Lp começa com outro dos grandes clássicos do grupo: Feelin' Alright With The Crew. Na minha opinião, uma das melhores do álbum, se mantém quase que num ostinato da harmonia a música toda, existindo uma levada no contratempo por parte da guitarra, quase um ska e uma frase da outra guitarra que é a marca da música. Muito boa, vale a pena conferir!
A sétima música do álbum, Out Of Reach, é uma das mais embaladas do álbum, um típico punk rock, sendo que o refrão me lembra Surf Punks, provavelmente eles devem ter bebido desta fonte, também!
Subterfuge é o nome da oitava música do álbum. Ela possui uma levada, na parte A, com bastante staccato e um refrão mais embalado. Esta música deve ter servido de influência para o new wave que viria a seguir!
A nona faixa do álbum, Wolf, é mais lenta, porém com arranjos bem trabalhados e seu modo menor, a música se torna muito boa, em especial pelo refrão, uma das melhores do álbum, algumas partes do arranjo com frases bem sincronizadas entre os instrumentos dão o toque a mais para a composição.
Brightest View é, na minha opinião, a pior música do álbum. O problema das bandas de punk britânicas do final da década de 70 é que em algum momento elas se parecem com Beatles e é o que acontece aqui. É uma música bem fraquinha e sem graça, não empolga em nada.
High Energy Plan finaliza o Lp. É uma música que chama bastante atenção com seu arranjo, principalmente com o efeito eletrônico que existe no meio que eu não sei do que é, mas dá uma sensação interessante para a composição. A levada da bateria no refrão também é interessante pelo fato de ser executada apenas na caixa. Muito boa música, uma das melhores do álbum!
Escute Separates e tenha um grande clássico dos primórdios do punk rock inglês como referência!

Nenhum comentário :

Postar um comentário