segunda-feira, 1 de maio de 2017

A-Ok - Samurai (2006)

GÊNERO: Hardcore Melódico
ORIGEM: Brasil (Curitiba / Paraná)
FORMAÇÃO:
Daniel Kruger (Vocal)
Ricardo Oliveira (Guitarra)
Tiago Straioto (Guitarra)
Raphael Guarneri (Baixo)
Rodrigo Hayden (Bateria)
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Este é o quarto, terceiro de estúdio, e último álbum deste excelente grupo, lançado pelo selo Onelife. Não considero este o melhor do grupo, não tem nenhuma música de destaque, nem positivo nem negativo, as músicas são lentas, mas em compensação os arranjos estão extraordinários, principalmente os das guitarras, expondo muita técnica e sincronia, com grande criatividade, por parte dos integrantes, para preencher os espaços. Me lembra uma mistura de A Wilhelm Scream com Strung Out, com solos de heavy metal, mas com melodias vocais características do hardcore curitibano, semelhante a bandas como Sugar Kane ou No Break, o que é muito bacana, pois evidencia uma identidade na expressão artística musical de uma região. Tive a feliz oportunidade de dividir o palco com eles algumas vezes (a maioria em Santa Catarina) depois de ser um grande admirador do grupo ainda na década de 90, após ouvir sua primeira demo. Podem ter certeza que o que eles faziam em estúdio era executado com precisão ao vivo, a potência da voz se mantinha do início ao fim do setlist, sem deixar a peteca cair! Todos eles eram muito gente fina, lembro de trocar mais ideia com o Daniel e o Raphael, o qual trocávamos algumas figurinhas sobre nosso instrumento! Eles realmente curtiam tocar, o que fica evidente na evolução técnica de um álbum para outro, e eram bastante unidos, é uma pena que não tiveram maior reconhecimento, pois mereciam!
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FAIXA A FAIXA:
O álbum começa com a faixa chamada Contato. Ela é um cartão de boas vindas, pois todos os integrantes, sem exceção, têm um momento de destaque, mostrando um resumo do que virá a seguir no álbum, com excelentes riffs de guitarra e arranjos muito bem trabalhados.
Alternativa é o nome da segunda faixa, a qual possui um extraordinário riff de guitarra que se apresenta já no início da composição, é uma faixa com destaque para as guitarras, mais uma vez!
A terceira faixa, Código, é uma das melhores do álbum, com certeza a mais embalada, com a bateria dando o ar do que é esta composição já no início! Ela dá uma "murchada" na estrofe e no refrão, mas tem uma progressão harmônica, antes da parte C, que vai e volta bastante interessante. E, claro, o arranjo das guitarras que são o grande destaque.
Encerrando Ciclos é a música que menos me agrada no álbum, apesar dos riffs de guitarra, que são o grande destaque da música, mas creio ser a mais lenta do álbum, embora tenha pontes velozes. De qualquer forma, a bateria se destaca nesta faixa, além das guitarras.
A faixa 5 chama-se Paraíso Dos Infernos, também tem o grande destaque nas guitarras, com uma embalada no início da parte A. As variações rítmicas no arranjo da música também são destaque. Uma boa música, em especial pelas guitarras.
O Herói tem um excelente riff de guitarra no início da música que continua nas partes A e B seguintes, lembrando muito riffs de bandas de heavy metal da década de 80, assim como a parte C e o solo lembra demais bandas como Grave Digger ou Accept. Vale a pena conferir!
A faixa 7, Perfeição Cotidiana, tem um riff de guitarra na parte A que me lembra muito 2 Minutes To Midnight, porém o refrão muda completamente sua intenção devido à sua modulação, as guitarras demonstram técnicas como arpejos em sweep. O riff à la Iron Maiden faz esta música ser uma das melhores do álbum!
Honorário Sem H começa com um excelente riff de guitarra, com destaque para o arranjo executado em harmônicos em um dos espaços. A tercina em semínimas do vocal logo na primeira frase cria um clima interessante para a composição, mantendo um refrão trivial se não fosse a progressão harmônica acompanhada ritmicamente pela bateria. Uma boa faixa.
Profissão Mestre tem uma introdução muito boa, criando uma expectativa para o que vem a seguir. O grande destaque desta faixa está na bateria, onde Rodrigo Hayden preenche, com precisão e criatividade, todos espaços da harmonia. O solo é executado com uma escala exótica, o que dá um clima interessante para o trecho. Uma das melhores músicas do álbum.
A penúltima faixa do álbum, Sincro, é uma das melhores, começando com um excelente riff de guitarra que, por sinal é o grande destaque da faixa, com muitos legatos nos riffs, lembrando muitas vezes, de novo, bandas de heavy metal. O contrabaixo tem seu momento nesta faixa, desempenhando um fraseado criativo baseado na escala de cada acorde, o que mantém a intenção harmônica em evidência. Vale a pena conferir!
O álbum fecha com a música Shogun, que começa com sons que lembram uma batalha com espadas seguida de uma platéia. É uma música mais lenta também, é boa, com destaque para os arranjos e riffs de guitarra, mais uma vez.
Ouça Samurai e veja que o hardcore brasileiro tem muita qualidade, não só nas composições, mas também na técnica!

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