quinta-feira, 29 de setembro de 2022

Taking Back Sunday - Where You Want To Be (2004)

GÊNERO: Emo Core
ORIGEM: EUA (Long Island / Nova York)
FORMAÇÃO:
Adam Lazzara (Vocal)
Eward Reyes (Guitarra)
Frederick Mascherino (Guitarra)
Matthew Rubano (Baixo)
Mark O'Connell (Bateria)
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Este é o segundo álbum de estúdio lançado pelo grupo, através do selo Victory, e foi gravado nos estúdios Mission Sound e Water Music. É um bom álbum, importante para a ascensão do gênero, e, também, um avanço considerável, no que diz respeito à produção, em relação ao álbum anterior. O álbum possui a cara do emo core dos anos 2000, porém, é possível perceber influências do pop punk. As composições são bem trabalhadas, com excelentes arranjos individuais, em especial das guitarras e bateria, embaladas em eventuais momentos, existindo frequentes variações de intenção e cadência. O arranjo vocal possui uma extensão bastante elevada, existindo eventuais trechos "gritados", mas, sempre, com a intenção do lamento, do "choro", característico do gênero. Longe de ser dos meus álbuns favoritos para escutar, o grande destaque, na minha opinião, está nos arranjos, muito bem pensados e executados. Esta é o primeiro álbum com a presença de Fred e Matt, os quais vieram a substituir Nolan e Cooper, que deixaram o grupo após a turnê do álbum anterior. O álbum foi extremamente bem recebido, sendo o álbum mais vendido do selo Victory, na história! O álbum ficou na posição 71 no Reino Unido, 3 na Billboard 200, e 1 na lista de álbuns independentes da, também, Billboard. Se não bastasse, o álbum atingiu a posição 159 na lista dos melhores do ano da Billboard 200, além de receber disco de ouro, nos EUA, atingindo a marca de mais de 700.000 álbuns vendidos. O álbum conta com a participação do quarteto de cordas Girl Next Door, interpretando o arranjo de strings, feito por Roy Zu-Arets, o qual participou como regente do quarteto, bem como tocando piano. A arte da capa ficou por conta de Brad Filip. O álbum possui três faixas com videoclipe de divulgação. Um bom álbum, importante para os adoradores do gênero, marcando uma nova fase na carreira do grupo, o qual, também, fez questão de "evoluir musicalmente", conforme palavras dos próprios integrantes. Com composições bem trabalhadas e interpretadas, este é um álbum que vale a pena conferir, também, por aqueles que procuram ideias criativas para arranjos, sejam individuais, por instrumento, como em conjunto.
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FAIXA A FAIXA:
1) Set Phasers To Stun. O álbum inicia com uma das faixas que considero das melhores, e é, também, uma das faixas que possuem videoclipe de divulgação. É quase um vídeo de dança, já que possui uma coreografia. Os integrantes do grupo não aparecem no clipe. A composição possui certo embalo, com a execução harmônica da parte A,em staccato, enquanto o refrão já é mais "solto", possuindo influências do pop punk. Os riffs de guitarra merecem atenção.
2) Bonus Mosh Pt. II. Uma boa composição, menos embalada, com um arranjo rítmico executado com acentos deslocados, enquanto o refrão é recheado por um bumbo pedal. É uma composição em compasso ternário, o que a deixa interessante, existindo um bom trabalho de dinâmica entre as partes. Destaque para o arranjo, em especial das guitarras.
3) A Decade Under The Influence. Esta é outra faixa que possui videoclipe de divulgação. Um vídeo com uma produção bem simples, mostrando o grupo tocando em um pavilhão abandonado. Um emo com influências do indie, existindo um bom trabalho de dinâmica entre as partes, além de ser uma faixa mais embalada, possuindo frequentes contracantos no refrão, além de um bom arranjo.
4) This Photograph Is Proof (I Know You Know). Esta é outra faixa que possui videoclipe de divulgação, o mais bem produzido dos clipes do álbum, com diferentes cenas dos integrantes do grupo em diferentes situações, sendo o destaque a produção e edição. É uma composição bem emo, lenta, não embalada, a qual possui um bom trabalho de dinâmica entre as partes, sendo o grande destaque, sem sombra de dúvidas, o arranjo de bateria na parte A.
5) The Union. Esta é outra faixa que considero das melhores do álbum, com um bom embalo, apesar dos acentos deslocados do tempo forte, existindo um arranjo de guitarra bem minimalista, na parte A, além de eventuais variações de cadência e um refrão bem sing-a-long.
6) New American Classic. Esta é a balada do álbum, uma composição acústica, a qual apresenta outros instrumentos no final, bem como a participação do quarteto de cordas. Um arranjo que preenche bem os espaços deixados pelo violão e pela voz. O arranjo de violão, na parte A, também merece atenção.
7) I Am Fred Astaire. Considero esta a melhor faixa do álbum, bastante embalada, ela lembra bastante alguma banda de surf music australiana dos anos 80, em especial pela parte A e seu arranjo de bateria constante. A parte B já mantém as características do emo, sendo o destaque a parte A, enquanto que os riffs de guitarra merecem atenção.
8) One Eighty By Summer. Esta é outra faixa que considero das melhores do álbum, possuindo um bom embalo na parte A, com um bom arranjo de guitarra, ela possui uma variação de cadência entre as partes, a qual termina menos embalada e mais lenta. O trabalho de dinâmica também merece atenção.
9) Number Five With A Bullet. Mais uma faixa que possui características do pop punk, mas, também, pitadas de indie, sendo embalada e uma intenção bem "alegre". O arranjo também merece atenção, bem como o trabalho de dinâmica entre as partes.
10) Little Devotional. Uma composição marcada pelo arranjo de bateria, com bumbo bastante presente, uma intenção bem típica do emo, pouco embalo, mas com bons riffs de guitarra, bem como um bom arranjo vocal, existindo frequentes segundas voz. O trabalho de dinâmica também merece atenção.
11) ...Slowdance On The Inside. O álbum finaliza com a faixa que menos me agrada, embora o arranjo de bateria na parte A me agrade bastante. A intenção é bem intimista, com pouco embalo, um bom arranjo de guitarra, existindo um bom trabalho de dinâmica entre as partes, mas com um andamento muito lento, na minha opinião.
Ouça o álbum e descubra onde você quer estar!

domingo, 25 de setembro de 2022

Tad - Salt Lick (1990)

GÊNERO: Grunge
ORIGEM: EUA (Seattle - King / Washington)
FORMAÇÃO:
Tad Doyle - Thomas Doyle (Vocal, guitarra)
Gary Thorstensen (Guitarra)
Kurt Danielson (Baixo)
Steve Wied - Stephen Wiederhold (Bateria)
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Este é o primeiro EP lançado pelo grupo, após um álbum de estúdio, através do selo Sub Pop. É um ótimo EP, com muita expressão, composições pouco embaladas, também pouco velozes, com acentos bem marcados, bastante distorção, muita expressão e uma ótima intenção, existindo um bom, embora sutil, trabalho de dinâmica. Muitos riffs são percebidos, podendo perceber semelhanças com o stoner, o qual, consequentemente, remete ao hard / metal dos anos 70, além, claro, da influência do punk, com timbres "sujos" nos instrumentos de corda, além de manter a voz em uma altura não muito elevada, existindo eventuais drives. Esta é uma das primeiras bandas da cena grunge de Seattle, sendo, também, uma das primeiras bandas a lançar um álbum pelo selo Sub Pop. Este EP possui duas versões: uma para o LP e outra para o CD. A versão em LP, lançada primeiro, possui 3 faixas a menos que a versão em CD, porém estas três faixas não são inéditas, estão presentes nos dois primeiros singles lançados pelo grupo. Aqui, disponibilizo a versão em LP. Um ótimo EP, com bastante expressão e intenções nada alegres. Vale a pena conferir!
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FAIXA A FAIXA:
1) Axe To Grind. O EP inicia com a faixa que considero a melhor. Com excelentes intenção e expressão, além de possuir uma levada rítmica bem característica e marcada, pouco embalada, existindo um bom arranjo de guitarra, com eventuais notas dissonantes e efeitos que deixam a intenção mais "obscura".
2) High On The Hog. Outra ótima composição, com características semelhantes à faixa anterior, uma levada rítmica pouco embalada, mas com uma intenção bem evidente, ela possui frequentes riffs, na parte A, além de eventuais efeitos na guitarra, bem como um refrão bem sing-a-long, executado com muita expressão.
3) Loser. Outra ótima composição, sendo esta a faixa mais embalada do EP, talvez, até destoando das demais, embora a expressão mantenha a mesma característica das demais. Com uma boa progressão harmônica, embora bem simples, ela possui um refrão bem sing-a-long. O trabalho de dinâmica, embora sutil, merece atenção.
4) Hibernation. Mais uma boa composição, repleta de riffs, além de pouco embalo, mas com uma intenção rítmica bem marcada, além de eventuais dissonâncias na guitarra, bem como eventuais efeitos. O refrão possui uma pequena variação de cadência, com a caixa da bateria dobrada, enquanto a voz possui, sempre, muita expressão.
5) Glue Machine. Esta é outra faixa que considero das melhores do álbum, com uma introdução bem intimista, executada apenas por guitarra (limpa) e voz, bem grave. Quando do surgimento dos demais instrumentos, a composição mantém as mesmas características padrão das demais faixas: pouco embalo, expressão rítmica bem marcada, além de muita expressão e eventuais notas dissonantes na guitarra. A progressão harmônica, no refrão, merece atenção.
6) Potlatch. O EP finaliza com outra ótima composição, a qual possui uma intenção mais "tribal", priorizando a ideia rítmica, em especial na parte A. O refrão possui uma variação de cadência, embora nada exagerado, além de ser bem sing-a-long. No mais, a composição mantém as características padrão do EP: pouco embalo, eventuais dissonâncias e riffs e intenção rítmica bem marcada. O trabalho de dinâmica merece atenção.
Ouça o EP para lamber sal!

quinta-feira, 22 de setembro de 2022

Sword Of Judgement - Sword Of Judgement (2011)

GÊNERO: Thrash Metal
ORIGEM: EUA (Seattle - King / Washington)
FORMAÇÃO:
Taylor Enloe (Vocal, guitarra)
Jack Darms (Guitarra)
Lance Seawright (Baixo)
Jeremiah Gandy (Bateria)
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Esta é a segunda demo, e último trabalho, lançado pelo grupo, de maneira independente, e foi gravado no estúdio Pacific. É uma excelente demo, com uma qualidade de gravação muito boa, ainda mais se levarmos em consideração o fato de ser uma demo. As faixas são velozes, embaladas, existindo frequentes variações de cadência, com arranjos bem pensados e trabalhados, sendo as composições repleta de partes diferentes. O nível técnico dos integrantes é bastante elevado, o que ajuda a dar mais qualidade à demo. As composições soam, na minha opinião, como uma mistura de Exodus com Anthrax, sempre com muito peso e energia, com destaque para os arranjos individuais de cada instrumento, evidente nas frases, solos e riffs de guitarra, bem como na interpretação vocal e eventuais trechos no arranjo de bateria. O grupo teve uma carreira curta, de pouco menos de 5 anos, vindo a encerrar as atividades logo após o lançamento desta demo. Difícil encontrar informações sobre o grupo, o qual possui intenções e temáticas cristãs, além de, também, ter uma demo lançada dois anos antes, o trabalho de estreia. Embora seja uma demo lançada em 2011, o grupo resgata a intenção do thrash / speed dos anos 80, sempre com muitos riffs e trocas rápidas de acorde, bem como uma extensão bem elevada da voz. Para os amantes do metal dos anos 80, este é um prato cheio, mesmo que lançado pouco mais de 20 anos após o auge do gênero. Ouvir a demo é como uma nostalgia, de volta ao final dos anos 80, quando colocávamos um LP ou uma fita para ouvir uma banda que não conhecíamos! Aqueles que viveram esta época, com certeza irão entender e sentir esta sensação! Vale a pena conferir!
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FAIXA A FAIXA:
1) Slaughterhouse. A demo inicia com a faixa que considero a melhor. Bastante veloz e embalada, existindo palhetadas rápidas, bem como variações de cadência, além de ser repleta de riffs. Os arranjos são bem pensados e executados, sempre com muita expressão e energia, além de existir eventuais contracantos. Destaque para a interpretação dos arranjos.
2) Revolutionary Suicide. Outra excelente composição, muito bem trabalhada, porém menos veloz que a faixa anterior, existindo excelentes riffs de guitarra, bem como os solos, os quais são repletos de arpejos. O arranjo rítmico, com eventuais acentos deslocados do tempo forte também merecem atenção, assim como a interpretação vocal.
3) Consumed By Darkness. A demo finaliza com outra excelente composição, a qual possui uma introdução bem intimista, com um belo arranjo de violão, em dedilhado, a composição possui frequentes variações de cadência, mantendo o padrão das composições e arranjos: muitos riffs, trocas rápidas de acorde, bem como palhetadas rápidas, além de muita energia e expressão e peso.
Ouça a demo e aguarde a espada do julgamento!

domingo, 18 de setembro de 2022

Swingin' Utters - Poorly Formed (2013)

GÊNERO: Punk Rock
ORIGEM: EUA (Santa Cruz - Santa Cruz / Califórnia)
FORMAÇÃO:
John Bonnel (Vocal)
Darius Koski (Guitarra, teclado, acordeon, violino, viola, percussão)
Jack Dalrymple (Guitarra)
Miles Peck (Baixo, violoncelo, percussão)
Greg McEntee (Bateria, percussão)
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Este é o oitavo álbum de estúdio lançado pelo grupo, através do selo Fat Wreck Chords, e foi gravado no estúdio Motor. É um bom álbum, mas não mais do que isso, longe de ser dos meus álbuns preferidos da carreira do grupo, embora o conceito e intenções de algumas composições merecem atenção, bem expressadas. É um punk rock, mas que possui influências indie, muito em função dos timbres e expressões das guitarras, bem como pitadas de pop punk, folk e country. As faixas não são muito velozes, mas possuem bom embalo, existindo bons arranjos, além de boas expressões e intenções, bem como bons desenhos melódicos da voz, sendo o timbre de Johnny, na voz, soa bem peculiar e único. Este é o segundo álbum lançado após o hiato de 7 anos do grupo, anos antes, o qual possui a participação de Max Butler, tocando pedal steele, mandolim e banjo em uma das faixas, além de que Darius é responsável pelos vocais em duas faixas. A arte da capa ficou por conta de Johnny Bonnel. Um bom álbum, mas que as influências fora do punk rock acabam fazendo o álbum não ser tão agradável para mim, embora reconheça a fidelidade das intenções e valorize as expressões nas interpretações. Bons músicos, já experientes, o que ajuda a elevar a qualidade do álbum. Vale a pena conferir!
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FAIXA A FAIXA:
1) The Librarians Are Hiding Something. O álbum inicia com uma das faixas que considero das melhores. Bem embalada, embora não veloz, com um bom desenho melódico da voz, em especial no refrão, o qual é bem sing-a-long, sendo o destaque, na minha opinião. As expressões de guitarra, aqui, já começam a mostrar suas influências do indie.
2) Brains. Se a faixa anterior já dava ares da influência do indie nos timbres de guitarra, aqui isto fica evidente! Um bom embalo, pouco veloz, sem peso, os timbres de guitarra bem limpos, sendo o destaque o refrão e o arranjo de bateria com a caixa dobrada.
3) Stuck In A Circle. Esta é uma das faixas em que Darius fica de responsável pelo vocal. Uma boa composição, com uma intenção bem alegre, soando bem pop punk, em especial devido ao refrão e sua progressão harmônica. Apesar disso, o refrão é a parte da música a qual tem distorção, o que faz o trabalho de dinâmica entre as partes ser valorizado.
4) Pour Beans. Esta faixa possui características semelhantes à faixa 1, embora sua intenção e arranjo me agradem menos, apesar de não ser ruim. Mais uma vez, a influência do indie, nas guitarras, está bem evidente.
5) I'm A Little Bit Country. Esta faixa, como o título já sugere, é um country, porém, com o toque do punk rock. Embalada, sem peso, esta é a faixa em que Max participa tocando instrumentos característicos do country, deixando a influência do country ainda mais evidente.
6) In A Video. Considero esta uma das melhores faixas do álbum. Com intenções bem minimalistas, evidentes no riff, o qual lembra Clash, e na progressão harmônica da parte A, existindo um bom embalo, bem como a influência de Ramones, na ponte.
7) Poorly Formed. Esta é outra faixa que considero das melhores do álbum, com uma excelente intenção e ótimos arranjos de guitarra, seja pela frase da parte A, ou pelos riffs do refrão, complementados por um bom desenho melódico da voz. Sua intenção mais intimista ajuda na boa expressão na interpretação.
8) Greener Grass. Esta é uma composição que mostra a influência folk do grupo, bem evidente na introdução e seu arranjo de strings. Quando do surgimento dos instrumentos elétricos, ela se torna um punk rock bem "alegre".
9) Temporary Contemporary. Considero esta a melhor faixa do álbum, com ótimos riffs de guitarra, bem como uma excelente expressão na execução da progressão harmônica, bem rock 'n' roll, além de um arranjo baixo bem minimalista. O contraste na expressão entre as partes é bem acentuada, valorizando o trabalho de dinâmica.
10) A Walk With The Postman. Aqui a influência indie volta a aparecer! Com uma intenção bem alegre, pouco peso e pouca velocidade, comum bom desenho melódico da voz, além de um bom arranjo na ponte, bem como o criativo arranjo de assobio.
11) Military Barbara Billingsley. Mais um punk rock com influência do indie, possuindo bons riffs de guitarra, o destaque, na minha opinião, soando, em eventuais momentos, mais minimalista, quase que demonstrando influência de new wave.
12) Dreadlock Dread Reggae. Esta é outra faixa que considero das melhores do álbum, em especial devido à variação de cadência entre as partes, mas, também, devido à expressão e intenção da parte A, embora a progressão harmônica, com um acorde de passagem, também mereça atenção.
13) The Fake Rat Of Dave Navarro. Mais uma faixa com a característica padrão: punk rock indie! Pouco peso, um bom embalo e bons riffs, bem como um bom desenho melódico da voz, a qual possui um efeito, não exagerado, sendo, justamente, o arranjo vocal, o destaque, na minha opinião.
14) Sevita Sing. O álbum finaliza com mais uma faixa que possui a influência do folk, sendo esta, também, a outra faixa a qual Darius é responsável pelo vocal. Bem intimista, a qual é, na verdade, uma faixa acústica, executada, basicamente, por violão, percussão e voz, existindo um belíssimo arranjo com a inclusão de outros instrumentos, o qual eleva, e muito, a qualidade da composição, sendo, justamente, este, o grande destaque, na minha opinião.
Ouça o álbum, mesmo que mal formado!

quinta-feira, 15 de setembro de 2022

Surface - Split Tape [Hard Money] (1998)

GÊNERO: Hardcore Melódico
ORIGEM: Brasil (Londrina / Paraná)
FORMAÇÃO:
Paula (Vocal, guitarra)
Cecília (Vocal, baixo)
Camila (Guitarra)
Cientista (Bateria)
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Esta é a segunda demo, e segundo trabalho, lançado pelo grupo, através do selo Lab, e foi gravado no estúdio Aquários. É uma boa demo, que reflete bem o cenário brasileiro do gênero no final do século XX, a qual, embora eu tenha classificado como hardcore melódico, possui fortes influências do punk rock. A maioria das faixas são velozes e embaladas, porém existem eventuais faixas menos velozes, existindo boas composições, com arranjos simples, boas intenções melódicas na voz, e boas frases de guitarras, apesar de, também, simples. Os arranjos possuem frequentes contracantos, com uma boa qualidade de gravação, se levarmos em conta que tudo foi gravado ao vivo, e não por canal. A demo possui um ponto negativo, na minha opinião, que é a afinação vocal. Embora bem intencionado e composto, a interpretação deixa a desejar, com frequentes trechos desafinados, muitas vezes, semitonados, os quais se mantêm por diversos compassos, além de que a extensão e timbre poderiam ser melhor explorados. É uma pena, pois as composições têm bastante potencial e qualidade, porém, infelizmente, esta é uma realidade, bastante comum, das bandas brasileiras, em especial deste gênero. A demo possui uma faixa instrumental, enquanto a arte da capa ficou por conta de Karina Nazima. Uma boa demo, a qual poderia ter uma qualidade bastante superior, não fosse a interpretação vocal, mas, ainda assim, o instrumental, mesmo com arranjos simples, tem seu valor e merece atenção! Uma boa referência para o estilo, período e cultura em questão!
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FAIXA A FAIXA:
1) SFC II. A demo inicia com a faixa instrumental, a qual é uma boa composição, não muito veloz, mas com um bom embalo, que mantém uma intenção bem de introdução, com uma boa melodia executada pela guitarra, embora não possua nada que chame muito a atenção.
2) Manipulation. Outra boa composição, não muito veloz, mas com um bom embalo, a qual soa como um punk rock, possuindo um bom desenho melódico da voz, embora existam frequentes trechos desafinados. As frases de guitarra merecem atenção.
3) Bad Ways. Esta é a primeira faixa da demo que se apresenta como um hardcore melódico, e é, também, uma das faixas que considero das melhores. Bastante veloz e embalada, com um bom desenho melódico da voz, além de eventuais contracantos e frases de guitarra.
4) Can't Understand. Mais uma boa composição, não veloz, embora embalada, a qual soa como um punk rock. Uma boa intenção melódica na voz, porém, infelizmente, muito mal interpretada, com constantes trechos desafinados.
5) Façade. Uma ótima composição, a qual considero das melhores faixas da demo, bastante veloz e embalada, com um bom desenho melódico da voz, possuindo um bom trabalho de dinâmica na introdução, apesar de sutil, existindo eventuais variações de cadência, sendo o destaque a parte C.
6) Above. Considero esta a melhor faixa da demo, bastante veloz e embalada, com um excelente desenho melódico da voz, o destaque na minha opinião, bem como eventuais bons contracantos. Os trabalhos de dinâmica, variações e intenções também merecem atenção.
7) Don't Walk. Mais uma boa composição, a qual inicia com uma boa frase de guitarra, bem minimalista. Não é uma faixa veloz, embora possua um bom embalo, assim como um bom desenho melódico da voz e eventuais contracantos.
8) Fight And Die. Esta é outra faixa que considero das melhores da demo, a qual possui uma introdução com uma intenção diferente das demais partes da composição, as quais são velozes e embaladas, com um bom desenho melódico da voz, existindo um refrão bem sing-a-long e bastante expressivo.
9) Surface. Esta é outra ótima composição, bastante veloz e embalada, com uma progressão harmônica bem interessante, além de um bom desenho melódico da voz, embora esteja bem desafinado, semitonado na maior parte do tempo, incluindo os contracantos, existindo eventuais variações de cadência.
10) She #1 & She #2. Mais uma ótima composição, veloz e embalada, com um bom desenho melódico da voz e um bom arranjo, com pausas e variações de cadência, mas, sempre, tudo muito simples.
11) Viva La Différence. Outra boa composição, a qual inicia com uma boa frase de guitarra, em uma introdução pouco veloz, mas embalada e "alegre". Já na parte A a velocidade e embalo surgem, com o ponto negativo, mais uma vez, da desafinação vocal, possuindo um refrão bem sing-a-long.
12) My Friend. Outra boa composição, a qual inicia com um boa frase de guitarra. Não veloz, mas embalada, mais uma vez, infelizmente, o vocal semitonado está presente quase que em tempo integral, existindo uma variação de cadência entre as partes.
13) Everyday. A demo finaliza com outra boa composição, mais uma vez inicia com uma boa frase de guitarra, embora fora do tom! A faixa inicia não veloz, mas com um bom embalo, porém, logo no princípio, a velocidade e embalo aparecem, existindo frequentes contracantos. a frase do baixo no final também merece atenção.
Ouça a demo e valorize o dinheiro duro!

domingo, 11 de setembro de 2022

Suicide Machines - The Suicide Machines (2000)

GÊNERO: Pop Punk
ORIGEM: EUA (Detroit - Wayne / Michigan)
FORMAÇÃO:
Jason Navarro (Vocal)
Dan Lukacinsky (Guitarra)
Royce Nunley (Baixo)
Ryan Vandeberghe (Bateria)
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Este é o terceiro álbum de estúdio lançado pelo grupo, através do selo Hollywood, e foi gravado no estúdio A&M. É um bom álbum, apesar do apelo pop estar em evidência, com boas composições, boas melodias, bom embalo, embora pouco veloz, sempre com uma intenção bem alegre nos arranjos, os quais são bem trabalhados e pensados, existindo a utilização de eventuais efeitos. O fato é que este álbum foge completamente do estilo ska core dos dois álbuns anteriores, possuindo uma intenção bem diferente, sempre com um apelo pop em evidência. Apesar de ser um álbum bem pop punk, ele possui pitadas de hardcore e ska core, existindo as participações de Bennett Salvay, responsável pelo órgão e pelos arranjos de orquestra; Patrick Warren, tocando harmonium; Joe Bishara, responsável pelos loops e programações; além de Ice-T, participando com backing vocals. O curioso é que Jason não participou do processo criativo das composições, pois estava resolvendo problemas particulares, e, como este foi o primeiro álbum gravado com o baterista Ryan, os responsáveis pelas composições foram os responsáveis pelas cordas, Dan e Royce, os quais estavam em uma fase em que ouviam bastante Beatles, e queriam deixar as composições mais pop, ao estilo Beatles, o que é notório em eventuais faixas, apesar de possuir elementos mais modernos. Isto, talvez explique a mudança brusca na intenção das composições deste álbum em relação aos anteriores. Porém, o que prejudicou o processo criativo, foi que Dan e Royce estavam se desentendendo neste período, brigavam constantemente, deixando um clima "pesado" quando da interação do grupo. O álbum atingiu a posição 188 da lista da Billboard 200, possuindo um videoclipe de divulgação, além de uma faixa cover, enquanto que a arte da capa ficou por conta de Enny Joo. É um bom álbum, longe de ser dos melhores do grupo, mas as boas melodias acabam se destacando positivamente, contrastando com as intenções. Vale a pena conferir, aos amantes do pop punk, este é um ótimo álbum, o qual deve ser apreciado.
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FAIXA A FAIXA:
1) Sometimes I Don't Mind. O álbum inicia com uma das faixas que considero das melhores, e é, também, a faixa de divulgação, pois possui videoclipe. É um bom videoclipe, bem hilário, com foco em um cão, interpretado por uma pessoa com uma fantasia, e seu cotidiano, intercalando com cenas do grupo interpretando a composição dentro de uma casa. A composição possui um bom embalo, bom arranjo, sendo o destaque o desenho melódico da voz, em especial no refrão, o qual é bem sing-a-long. A intenção é bem pop, possuindo eventuais contracantos que merecem atenção.
2) Permanent Holiday. Esta é uma boa composição, a qual serve como exemplo para o gênero, de tão evidente suas intenções. Bem embalada e "alegre", ela possui um bom riff na introdução, além de um refrão bem sing-a-long, possuindo eventuais contracantos.
3) The Fade Away. Outra boa composição, com destaque para a progressão harmônica, a qual, na parte A, sempre "foge" de um campo harmônico tonal, repleto de acordes de passagem. Com uma intenção bem intimista, ela se mantém embalada e pouco veloz, possuindo contracantos no refrão. O final da faixa merece atenção, o qual possui um arranjo para strings.
4) Too Many Words. Esta composição possui fortes traços de Beatles, embora com elementos mais modernos, soando um pop punk com toques dos anos 60! Embalada, mas não veloz, o destaque, na minha opinião, está no arranjo de baixo da parte A, além de possuir um refrão bem sing-a-long.
5) No Sale. Mais uma boa composição, com um bom trabalho de dinâmica entre as partes, além de possuir variações de cadência entre elas. Uma boa progressão harmônica na parte A, o destaque, na minha opinião, está na parte B e sua caixa de bateria dobrada, embora o desenho melódico da voz mereça atenção.
6) Green. Esta é uma das faixas que considero das melhores do álbum, bem embalada, mais veloz que as demais faixas, embora não seja veloz, ela soa como um pop punk clássico, sendo o destaque, na minha opinião, a parte A, possuindo um refrão bem sing-a-long e com uma intenção bem "alegre".
7) Extraordinary. Esta é outra faixa que considero das melhores do álbum, com uma excelente intenção, mais intimista, embora não muito, com uma ótima progressão harmônica na parte A. Com um bom embalo, em compasso composto, além de um refrão bem sing-a-long, o desenho melódico da voz e os arranjos para orquestra também merecem atenção. Esta faixa possui a participação de Patrick tocando harmonium.
8) I Hate Everything. Esta é outra boa composição, com influências de rap, possui as participações de Ice-T, nos backing vocals, e Joe, nos loops e programações. Com bastante groove, o apelo pop não está descartado, possuindo um refrão bem sing-a-long, sendo o destaque o trabalho de dinâmica.
9) All Out. Mais uma boa composição, bem pop punk, sendo mais um ótimo exemplo para referenciar o gênero! Bem embalada, mas não muito veloz, ela possui um intenção bem "alegre", bem como um refrão bem sing-a-long. Destaque para a parte C e seu arranjo com a caixa da bateria dobrada, além de possuir eventuais bons riffs de guitarra.
10) Perfect Day. Mais uma faixa a qual possui a influência de Beatles bem evidente, em especial devido ao desenho melódico da voz, mas, também, devido à progressão harmônica, possuindo um bom trabalho de dinâmica, apesar de sutil, e um refrão bem sing-a-long.
11) Sincerity. Outra boa composição, bem embalada, apesar de não veloz, possuindo um bom arranjo instrumental, com destaque para as frases e acentos executados em sincronia. A parte A possui influências do ska core, enquanto o refrão apresenta frequentes contracantos, sendo bem sing-a-long.
12) Reasons. Considero esta a melhor faixa do álbum, a qual destoa das demais faixas, por ser um hardcore, veloz e embalado, com trocas rápidas de acorde e muita energia e expressão. Se não bastasse, a faixa possui um trecho mais cadenciado, repleto de groove.
13) Goodbye For Now. Outra boa composição em compasso composto, possuindo um bom embalo, embora não muito veloz, lembra, um pouco, com bandas como Dropkick Murphys, sendo o destaque o desenho melódico da voz, além de possuir um refrão bem sing-a-long.
14) I Never Promised You A Rose Garden. O álbum finaliza com outra faixa a qual considero das melhores, e é, também, a faixa cover, sendo uma composição de Joe South, gravada, originalmente, por Billy Joe Royal, em 1967. Esta foi a primeira faixa do álbum a ser gravada, a qual já havia sido lançada anteriormente na trilha sonora do filme SLC Punk, de 1999. Esta faixa já possui mais velocidade, também bem embalada, além de existir arranjo para strings, possuindo influências fortes do hardcore melódico, apesar de soar pop punk.
Ouça o álbum, mas cuidado com as máquinas suicidas!

quinta-feira, 8 de setembro de 2022

Suicidal Tendencies - 1982 Demos (2002)

GÊNERO: Hardcore Old School
ORIGEM: EUA (Venice - Los Angeles / Califórnia)
FORMAÇÃO:
Mike Muir - Michael Muir (Vocal)
Mike Ball (Guitarra)
Mike Dunnigan (Guitarra, baixo)
Rick Battson (Guitarra)
Andrew Evans (Baixo)
Louiche Mayorga (Baixo)
Carlos Egert (Bateria)
Sean Dunnigan (Bateria)
Amery Smith (Bateria)
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Este é um álbum não oficial, lançado de maneira independente, o qual é, na verdade, uma compilação das demos gravadas pelo grupo em seus dois primeiros anos de carreira, que, embora seja intitulado com "1982", conta com gravações de 1981, também, contemplando todas as formações do grupo nestes dois primeiros anos. O primeiro integrante a sair foi Carlos, o qual participou, apenas, da primeira gravação, saindo do grupo logo em seguida, para ser substituído pelo irmão de Mike, Sean Dunnigan. Com o segundo integrante a sair do grupo, Mike Ball, o então baixista Mike Dunnigan assume as guitarras, deixando os graves a cargo de Andrew, o qual viria a deixar o grupo pouco tempo depois. As próximas duas baixas foram os irmãos Dunnigan, que deram lugar à Rick e Amery, respectivamente. O guitarrista viria a deixar o grupo logo após a gravação da demo, a última antes do lançamento do primeiro álbum. Muitas faixas estão presentes no primeiro álbum lançado pelo grupo, com versões bem semelhantes às da demo, exceto pelos timbres e expressões devido à mudança dos integrantes, porém, muitas faixas são inéditas, nunca tendo sido lançadas anteriormente, sendo 1/3 das faixas do álbum, instrumentais. A coletânea é no estilo do primeiro álbum do grupo, com composições embaladas e, em sua maioria, velozes, possuindo trocas rápidas de acorde, muita expressão, além de faixas com pouca duração. O curioso está no fato de que a revista Flipside classificou o grupo como uma das piores bandas novas, em 1982, após a gravação de uma das demos presente aqui nesta compilação, julgamento que foi invertido logo após o lançamento do primeiro álbum, um ano mais tarde. Um bom álbum, em especial aos fãs do grupo, o qual é um clássico do hardcore, que dispensa comentários, pois conta com material raro e inédito, revisitando os dois primeiros anos do grupo, porém as gravações não possuem, em alguns casos, boa qualidade, o que prejudica a qualidade do álbum, não sendo este a melhor referência para aqueles que não conhecem o som do grupo! Vale a pena conferir!
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FAIXA A FAIXA:
1) Suicide's An Alternative. A coletânea inicia com uma excelente faixa, bastante veloz e embalada, possuindo trocas rápidas de acorde, muita expressão e energia, além de bons riffs de guitarra, tudo em menos de 1 minuto!
2) I Shot Reagan. Outra ótima composição, mantendo as mesmas características da faixa anterior, com exceção do refrão, o qual possui repouso maior nos acordes, bem como uma intenção bem sing-a-long. Aqui, os riffs aparecem menos, também.
3) Suicidal Failure. Outra excelente faixa, a qual eu considero uma das melhores da coletânea, em especial devido aos timbres e expressões, bem como os riffs de guitarra. Não muito veloz, mas, ainda assim, embalada, ela possui boas frases de bateria, bem como um refrão sing-a-long.
4) Memories Of Tomorrow. Mais uma faixa que mantém as características das duas primeiras faixas da coletânea: velocidade, embalo, trocas rápidas de acorde, energia e expressão, bem como um bom riff e um refrão sing-a-long.
5) I Saw Your Mommy. Um dos grandes clássicos do grupo, a qual é, também, uma das primeiras composições. Com uma intenção bem alegre, apesar da letra descontextualizar esta ideia, não muito veloz, mas com um bom embalo, incluindo um certo groove, a faixa possui um trecho mais embalado e veloz, existindo eventuais frases de guitarra.
6) Fascist Pig. Esta é outra faixa que considero das melhores da coletânea, bastante veloz e embalada, com um refrão bem sing-a-long, trocas rápidas de acorde, energia e expressão, com uma boa cadência harmônica no refrão, além de bons riffs de guitarra.
7) Possessed. Outra ótima faixa, a qual inicia com uma frase do baixo, veloz e embalada, com trocas rápidas de acorde e um refrão que mantém os acordes soando por mais tempo, além de um refrão sing-a-long, sendo o destaque, na minha opinião, as frases do baixo, embora os eventuais riffs de guitarra também mereçam atenção.
8) I Saw Your Mommy. A mesma composição da faixa 5, porém, esta versão me agrada mais, sendo, inclusive, uma das faixas que considero das melhores da coletânea, em especial devido aos timbres e expressões.
9) You Are Forgiven. Esta é outra faixa que considero das melhores da coletânea, sendo uma das faixas que não foram gravadas posteriormente. Bastante embalada e veloz, possuindo muita energia e expressão, além de bons riffs de guitarra e um refrão sing-a-long.
10) War Inside Myself. Esta é a primeira faixa instrumental da coletânea, bastante embalada, embora não muito veloz, com boas intenções, porém a ausência de uma melodia dá a sensação de a composição estar "incompleta".
11) Stupid Genocide. Esta é outra faixa que considero das melhores da coletânea, sendo a predecessora de Suicide's An Alternative, possuindo a mesma progressão harmônica e arranjo, porém, com letra diferente. As características são as mesmas da faixa 1.
12) Kill. Esta é outra faixa que considero das melhores, bastante embalada, embora não das mais velozes, soando mais como um punk rock do que como hardcore, esta é outra faixa que não foi gravada posteriormente, possuindo bons riffs de guitarra, além de um refrão bem sing-a-long.
13) Pseudo Mom. A partir desta faixa, todas as demais são instrumentais. Esta é uma boa composição, com uma boa progressão harmônica, com trocas rápidas de acorde, bastante expressão e energia, porém, mais uma vez, a ausência de melodia acaba prejudicando a qualidade da composição.
14) Two Sides Politics. Mais uma faixa embalada, embora não muito veloz, com trocas rápidas de acorde, frequentes frases de bateria, mas que também acaba não chamando muito a atenção devido à ausência de melodia.
15) You Are Forgiven. Esta é a mesma composição da faixa 9, porém instrumental, mantendo as mesmas características descritas na faixa 9.
16) Burn The Constitution. Outra boa composição que pede a presença de uma melodia! Embalada e com certa velocidade, com trocas rápidas de acorde, o que chama a atenção é a introdução, executada com um belo arranjo para guitarra.
17) Kill. A coletânea finaliza com a mesma composição da faixa 12, porém instrumental, mantendo as mesmas características descritas na faixa 12, exceto pelo refrão sing-a-long!
Ouça a coletânea em 1982 demos!

domingo, 4 de setembro de 2022

Subterranean Kids - Hasta El Final (1989)

GÊNERO: Hardcore Old School
ORIGEM: Espanha (Barcelona / Cataluña)
FORMAÇÃO:
Mimo - Sergio Paredes (Vocal)
Pep - Josep Muñoz (Guitarra)
Marc Garcia (Baixo)
Boliche - Carlos Monferrer (Bateria)
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Este é o segundo álbum lançado pelo grupo, através do selo La Isla De La Tortuga, e foi gravado no estúdio Discomania. Embora este seja o segundo álbum, na verdade, ele é considerado o terceiro, porém o primeiro trabalho lançado pelo grupo foi uma demo, oficial, mas, ainda assim, uma demo. Embora eu tenha classificado como hardcore old school, o álbum possui fortes influências de skate punk. É o penúltimo álbum de estúdio lançado pelo grupo, um excelente álbum, com a cara do hardcore old school / skate punk espanhol do final dos anos 80 / início dos 90. As faixas são, em sua maioria, bem embaladas e velozes, existindo bons arranjos, bem pensados e criativos, com frequentes variações de cadência, muitas vezes, na mesma composição. Os músicos não são muito técnicos, porém não podemos dizer que são maus músicos, tudo está no  lugar, mesmo nos momentos em que ocorrem mais frases ou variações, ampliando a dificuldade e valorizando a interpretação das composições que, sempre, são interpretadas com muita energia e expressão, aliás, o grande destaque do álbum, na minha opinião. É bem o tipo de som que era feito no final dos anos 80, uma mescla de dois gêneros bem característicos dos EUA, mas que as bandas espanholas que se propuseram a trabalhar com esta intenção, conseguiram acrescentar um "toque" bem peculiar, o que acabou criando um padrão e, por consequência, uma "cena" importante da cultura underground do país. O álbum lembra o trabalho dos compatriotas do Cerebros Exprimidos! A arte da capa ficou por conta de Sergio Oca. Um excelente álbum, muita energia e expressão, com arranjos bem pensados e embalados. Vale a pena conferir!
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FAIXA A FAIXA:
1) Amigo. O álbum inicia com uma das faixas que considero das melhores. Bastante embalada e veloz, na parte A, ela apresenta uma variação de cadência na parte seguinte, a qual se apropria de notas dissonantes, o que deixa o trecho mais interessante. A parte C também merece atenção, devido à sua variação de cadência e, em especial, as frases de guitarra.
2) La Rabia. Outra ótima composição, menos veloz, mas, ainda assim, bastante embalada, esta soa como um skate punk, possuindo uma boa progressão harmônica, além de um bom arranjo, apesar de simples.
3) Has Llenado Ese Vacio?. Outra ótima composição, bastante veloz e embalada, um típico hardcore old school, possuindo trocas rápidas de acorde, nada de introdução ou ponte, apenas uma variação de cadência na parte C.
4) No Puedo Perdonarte. Mais uma excelente composição, outra vez, bem embalada e veloz, com trocas rápidas de acorde, muita energia e expressão, existindo eventuais frases de guitarra que merecem atenção. A parte C possui uma variação de cadência.
5) Tu No Eres Nadie. Outra ótima composição, com a parte A bem peculiar, com um arranjo rítmico repleto de contratempos e síncopes, possuindo um bom groove, o que dá uma característica bem original. Já a parte B é bem hardcore old school: veloz e embalada.
6) Ciudadano Ejemplar. Considero esta uma das melhores faixas do álbum, em especial devido à parte B, que embora menos veloz, mas ainda assim, com um bom embalo, possui uma ótima progressão harmônica, apesar de simples.
7) Hasta El Final. Talvez a faixa mais trabalhada do álbum, devido à suas variações de intenção. Iniciando mais lenta do que o padrão do álbum, ela vai acelerando o andamento a cada parte, mas, sempre, com um bom embalo. As partes B e C são quase monocórdicas!
8) Los Hijos Del Miedo. Mais uma boa composição, soando bem skate punk, não muito veloz, mas bem embalada, o destaque está no refrão e seus contracantos e acentos, embora o arranjo de guitarra também mereça atenção. A parte C possui uma variação de cadência.
9) Las Vacas II (Mucho Tiempo). Esta é outra faixa que considero das melhores do álbum. Bastante veloz e embalada, ela possui uma boa progressão harmônica, bem como trocas rápidas de acorde. As eventuais pausas de pequena duração também merecem atenção, bem como a variação de cadência na parte C.
10) Sentirme Libre. Outra boa composição, mais uma vez, bem skate punk, possuindo um excelente embalo, embora não muito veloz, com destaque para a progressão harmônica e intenção. A parte C possui uma variação de cadência.
11) En Este Lugar. O álbum finaliza com a faixa que considero a melhor. Bastante veloz e embalada, com trocas rápidas de acorde, bem como frequentes pausas de pequena duração, existindo uma variação de cadência na parte C, sendo extremamente sing-a-long quando C', no final.
Ouça o álbum até o final!

quinta-feira, 1 de setembro de 2022

Sub Existência - Split [P.P.A] (2001)

GÊNERO: Oi!
ORIGEM: Brasil (São Paulo / São Paulo)
FORMAÇÃO:
Walter Detrito (Vocal, guitarra)
Junior DüMätthü (Baixo)
Perinha (Bateria)
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Este é o primeiro split lançado pelo grupo, através do selo Jegue, e foi gravado no estúdio Infinite Dreams. É um ótimo split, o qual, embora eu tenha classificado como oi!, possui fortes influências de punk rock, podendo, muito bem, ser considerado um split de punk rock. As composições são embaladas, não muito velozes, mas com bons desenhos melódicos da voz e boas progressões harmônicas, embora sempre tudo muito simples, as composições possuem boas intenções, além de bastante energia, mas com nada excedente, e bons arranjos, também simples, mas que ajudam a dar qualidade às ideias e intenções das composições. O split soa, para mim, como uma mistura de Vírus 27 com Restos De Nada, lembra bastante as bandas brasileiras dos anos 80, embora perceba-se elementos mais atuais nos arranjos e timbres. Este é um split com a banda, também brasileira, P.P.A., porém, aqui, comento apenas as faixas do Sub Existência. As faixas do P.P.A., já havia comentado em 2021, confira aqui. Vale a pena conferir, um ótimo split de uma banda com 15 anos de existência quando do lançamento deste trabalho, mas que possui pouco material lançado no século XX!
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FAIXA A FAIXA:
1) Vidas Sucumbidas. O split inicia com uma das faixas que considero das melhores. Bem embalada, com uma excelente, mas simples, progressão harmônica, no modo menor: I-III-VI-I. A composição possui um bom desenho melódico da voz e lembra, bastante, na parte A, com a composição Pronto Pro Suicídio, do grupo Camisa De Vênus.
2) Direito À Razão. Outra boa composição, bem embalada, com eventuais trechos com a caixa da bateria dobrada, além de bons riffs. Lembra bastante com Restos De Nada, em especial devido ao arranjo vocal, existindo uma variação tonal entre as partes.
3) Leis Da Liberdade. Mais uma boa composição, com uma boa progressão harmônica, além de um bom embalo e um bom desenho melódico da voz. O arranjo conta com eventuais contracantos, possuindo uma boa frase da bateria na ponte.
4) Terceiro Mundo. Uma boa composição, apesar de ser uma das faixas que menos me agradam no split. Com uma intenção bem alegre, ela possui um bom embalo, trocas rápidas de acordes, na harmonia do "T", além de eventuais contracantos e um refrão bem sing-a-long.
5) Dekadênciamania. Uma ótima composição, bem embalada, com uma ótima progressão harmônica, apesar de simples, possuindo, no refrão, bons acentos. A parte C apresenta uma variação de cadência, além de uma frase de bateria, a qual "retira" o embalo por aquele momento.
6) Retratos Da Fome. Outra boa composição, bem embalada e com boas frases do baixo, o destaque, na minha opinião, mas a qual não possui nada de especial. O refrão possui frequentes frases da bateria.
7) Fogo Cruzado. Considero esta uma das melhores faixas do split, bem embalada e com uma ótima progressão harmônica, ela possui um bom arranjo, com frequentes acentos marcados pelos instrumentos, além de um refrão bem sing-a-long, sendo, justamente, este o destaque, na minha opinião.
8) Mundo De Ilusão. Mais uma boa composição, com boas frases do baixo, além de um bom embalo e um bom desenho melódico da voz, além de um bom arranjo, embora simples, uma boa progressão harmônica e um refrão bem sing-a-long.
9) Sub Vida. Uma excelente composição, bastante embalada, talvez a faixa mais veloz do split, com uma cadência harmônica bem interessante na parte A, com destaque para as frases do baixo nesta parte. O refrão é bem sing-a-long. O arranjo merece atenção.
10) Explorado E Explorador. O split finaliza com a faixa que considero a melhor, um bom embalo e uma excelente progressão harmônica, assim como um ótimo desenho melódico da voz, em especial na parte A, além de um refrão bem sing-a-long, sendo esta, a primeira música composta pelo grupo. O destaque negativo está no solo, o qual possui o uso de uma escala fora do tom.
Ouça o split comendo um pão picado amassado!