sábado, 28 de agosto de 2021

Nueva Etica - Momento De La Verdad (1999)

GÊNERO: Hardcore
ORIGEM: Argentina (Buenos Aires / Distrito Federal)
FORMAÇÃO:
Betoxxx (Vocal)
Manolo Jofré (Vocal)
PungaEdge (Vocal)
Javier Casas (Guitarra)
Javier Suárez (Baixo)
Koki - Emilio Ponti (Bateria)
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Este é o primeiro álbum lançado pelo grupo, através do selo Firme Y Alerta. Primeiramente o álbum foi lançado apenas em formato de fita K7, tendo sido relançado, em 2008, em formato de CD através do selo Vegan. O curioso é que as versões possuem capas diferentes. É um excelente álbum, que exala energia desde o primeiro acorde da guitarra, mas, em especial, pelas expressões vocais. Mais uma banda emergente da (forte) cena hardcore de Buenos Aires que, embora tenha surgido no final do ápice do movimento, conta com membros de outras bandas que ajudaram a consolidar a cena na cidade. Como todas as bandas da cena hardcore da capital argentina, o som se assemelha ao estilo do hardcore nova iorquino, com semelhanças com bandas como Sick Of It All ou Cro Mags, ficando na tangente com o power violence. As composições se alternam em trechos velozes e mais cadenciados, existindo um bom arranjo rítmico, com frequentes variações de cadência, bem como frases e riffs com muito groove. Se não tem groove, tem embalo e velocidade, sempre com os vocais muito expressivos e "gritados", amparado pela potência de 3 vocalistas que se alternam. Não existe muita diferença entre os vocais, todos eles cantam com a mesma pegada e expressão, sendo a diferença o timbre de voz de cada um. Considero o destaque os timbres da guitarra, bem como a execução dos arranjos, embora os arranjos de bateria também mereçam atenção.
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FAIXA A FAIXA:
1) Una Vida Mejor. O álbum inicia com a faixa que considero a melhor. Com uma introdução instrumental e com um ótimo arranjo, bem cadenciada, com bastante groove, lembra a introdução de We Gotta Know, do Cro Mags. Logo após surge a voz, com excelentes riffs de guitarra e trocas rápidas de acorde, sempre com o vocal muito expressivo, não demora para surgir o embalo e a velocidade. Destaque para a parte A.
2) Hasta La Muerte. Outra ótima composição, com frequentes variações de cadência, embalo e expressão na voz. Destaque para a execução dos arranjos de guitarra, bem como as variações de cadência e groove.
3) Momento De La Verdad. A faixa que dá nome ao álbum incia com um excelente arranjo rítmico, com destaque para o arranjo de bateria. Logo surge a voz e a bateria leva apenas nos tambores, se apropriando dos pratos apenas quando o embalo e a velocidade aparecem. Destaque para o arranjo de bateria, existindo um refrão bem sing-a-long.
4) Fiel. Considero esta uma das melhores faixas do álbum, já com bastante velocidade e embalo desde o início, existindo uma variação de cadência no refrão, já com mais groove. Destaque para a parte A, mais veloz e embalada.
5) Miserable Existencia. Esta faixa inicia não tão veloz quanto às faixas anteriores, existindo um bom arranjo rítmico, em especial entre as partes, mas, também, pela guitarra. Alternando entre partes mais cadenciadas e mais embaladas, bem distintas, o destaque está no arranjo de guitarra.
6) Nueva Etica. O álbum finaliza com a faixa que dá nome ao grupo. Outra boa composição, com variações de cadência, bastante groove e embalo, embora este não apareça logo. Boa progressão harmônica, o destaque está no arranjo rítmico.
Ouça o álbum e conheça o momento da verdade!

quarta-feira, 25 de agosto de 2021

N.T. 30' - Demo (1989)

GÊNERO: Rock
ORIGEM: Brasil (Joinville / Santa Catarina)
FORMAÇÃO:
Ado (Vocal, bateria eletrônica)
Marcelo (Teclado)
Mauro (Guitarra)
Anderson (Baixo)
Otávio (Bateria)
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Este é o primeiro, e único, registro do grupo, até onde eu sei, sendo uma demo lançada de maneira independente. Esta é uma demo split, com mais duas bandas: Tensão Superficial e K.A.L.S.. Aqui comento apenas a faixa do N.T. 30'. É uma composição bem ao estilo do rock brasileiro dos anos 80, flertando com o pós punk e o new wave, o primeiro devido ao vocal e timbres da guitarra e o segundo devido aos efeitos e a inclusão da bateria eletrônica. Podemos encontrar inúmeras bandas de rock brasileiras dos anos 80 que soam semelhante ao som do N.T. 30', porém, existe, também, influências de Smiths. É uma boa demo, o grupo tem bastante qualidade, com um ótimo arranjo que aprimora a composição, sendo este, junto com o trabalho de dinâmica, os grandes destaques. Um grupo de extrema qualidade que deveria ter tido mais reconhecimento devido à sua qualidade, não deixa a desejar a nenhuma banda brasileira mais "famosa", do gênero, da época, provavelmente foram prejudicados por estarem longe do centro do país e, portanto, mais dificuldade de serem "descobertos". Vale a pena conferir, aos amantes do rock oitentista, a demo é um prato cheio, sendo uma obrigação conhecer o som do grupo!
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FAIXA A FAIXA:
1) Auto Expressão. Esta é a única faixa do grupo na demo, é uma excelente música, uma composição extremamente simples, com apenas uma cadência harmônica de dois acordes que se repete do início ao fim, existindo a inclusão de uma frase de guitarra que se repete bastante. O grande destaque está no arranjo, muito bem pensado e executado, existindo um trabalho de dinâmica sutil, porém muito bem pensado. O desenho melódico da voz merece atenção, também, com um excelente timbre de voz e uma ótima expressão.

domingo, 22 de agosto de 2021

Northern19 - Summer Children (2009)

GÊNERO: Hardcore Melódico
ORIGEM: Japão (Niigata / Chubu)
FORMAÇÃO:
Kentaro Kasahara (Vocal, guitarra)
Tomoji Imura (Baixo)
Baba Toyokokoro (Bateria)
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Este é o primeiro Ep lançado pelo grupo, após 2 álbuns de estúdio, através do selo Catch All. É um bom Ep que, embora eu tenha classificado como hardcore melódico, tem fortes influências do pop punk, além de flertar com o emo core. O que me fez classificar como hardcore melódico foi a velocidade das composições, a grande parte do Ep é bastante veloz, porém o desenho melódico da voz, bem como seu timbre, soam bem pop punk, existindo, inclusive, uma faixa neste estilo, que não é nada veloz. Os músicos possuem boa técnica, o que valoriza o Ep, existindo bons riffs e frases, muitas vezes executadas em sincronia, existindo, inclusive uma faixa instrumental. Ele soa, para mim, como uma mistura de Hi-Standard e No Use For A Name do final dos anos 90, em especial devido ao desenho melódico da voz. O Ep conta, também com uma faixa bônus, que é uma faixa acústica, também instrumental. Duas faixas deste Ep foram usadas no repertório do próximo álbum, lançado no ano seguinte. O curioso do Ep é que ele foi vendido apenas em 6 locais, durante 6 apresentações ao vivo do grupo no Japão, sendo um item raro e limitado, nunca tendo sido vendido em lojas ou online. Um bom Ep, vale a pena conferir!
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FAIXA A FAIXA:
1) Omens Of Love. O Ep inicia com a faixa instrumental, que funciona como uma introdução. Ela é, também, a faixa que considero a melhor do Ep! Bastante veloz, com um excelente arranjo, uma melodia, executada pela guitarra, excepcional, completa por uma boa e bem pensada progressão harmônica, além de possuir um excelente arranjo e eventuais variações de cadência. Lembra um Focus versão hardcore!
2) Never Ending Story. Esta é uma ótima composição, bastante veloz, com a inclusão de vocal, que possui um desenho melódico bem pop punk, possuindo um bom embalo, esta se assemelha a Hi-Standard, na minha opinião. Um bom arranjo, existindo eventuais inversões de acordes.
3) See Again. Considero esta a faixa que menos me agrada em todo Ep. Totalmente pop punk, esta não possui nada de hardcore, lembrando alguma música do Blink-182 dos anos 2000. Lenta, mas com um bom embalo, esta soa muito pop, na minha opinião.
4) We Are. Considero esta uma das melhores faixas do Ep. Com certeza a faixa mais veloz, com um bom desenho melódico da voz, que lembra, e muito, No Use For A Name, se assemelhando a uma melodia natalina qualquer! O destaque está na velocidade e no arranjo.
5) Bonus Track. O Ep finaliza com uma faixa bônus, que é, também, uma faixa instrumental que, além de instrumental, é acústica, executada apenas por violões. Um bom desenho melódico, um bom arranjo, também soando bem pop, o destaque está no final, com uma pegada e intenção bem blues, com destaque para o fraseado final e os acordes.
Ouça o Ep e conheça as crianças de verão!

quarta-feira, 18 de agosto de 2021

Normahl - Das Ist Punk (2003)

GÊNERO: Punk Rock
ORIGEM: Alemanha (Winnenden / Baden-Württemberg)
FORMAÇÃO:
Lars Besa (Vocal)
Mick Scheuerle (Guitarra)
Manny Rutzen (Baixo)
Scobo - Raimund Skobowsky (Bateria)
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Esta é a terceira coletânea lançada pelo grupo, após 11 álbuns de estúdio, através do selo Foobar, e foi gravado no estúdio Sub Zero. Embora seja uma coletânea, todas as músicas foram regravadas, sendo uma coletânea lançada em homenagem aos 25 anos do grupo. É uma boa coletânea, resgata bem as diferentes fases do grupo, existindo faixas mais lentas e outras mais velozes, com arranjos simples mas bem pensados. Os músicos não possuem muita técnica, porém tudo está no lugar, muito bem executado. A coletânea possui a participação de Andy Adam tocando trombone, e Silke Besa, irmã de Lars, cantando uma das faixas. O destaque, na minha opinião, está no desenho melódico da voz, embora o embalo e eventuais arranjos em determinados trechos também mereçam atenção. É uma boa coletânea, com boas regravações, mantendo a mesma intenção das versões originais, típicas do punk rock alemão, pertencendo ao mesmo "grupo" de bandas como Die Ärzte ou Die Toten Hosen, sendo considerados um clássico do punk rock germânico, vale a pena conferir!
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DESTAQUE:
1) Das Ist Punk. A coletânea inicia com a faixa que dá nome à ela. É uma boa composição, com uma boa parte A e uma excelente parte B, o refrão é que não me agrada muito, mudando a intenção modal, deixando o clima mais alegre que as demais partes. Não muito veloz, mas bem embalada, possuindo um refrão bem sing-a-long.
2) Fraggles. Outra boa composição, bastante embalada, mas não muito veloz, sendo um típico punk rock, com um bom arranjo, bem pensado, com a inclusão de frequentes pausas. Destaque para o desenho melódico da voz e o arranjo.
3) Geh Wie Ein Tiger. Esta é a balada do álbum! Não é uma má composição, mas longe de ser das melhores da coletânea, aliás, creio que seja a música que menos me agrada. Lenta, mas embalada, o destaque está no desenho melódico da voz.
4) Trümmertango. Considero esta uma das melhores faixas da coletânea, em especial devido à progressão harmônica, mas também ao desenho melódico da voz e a execução rítmica da guitarra na parte A. Não muito veloz, mas com um bom embalo, sendo o destaque o refrão, com mais expressão e um excelente desenho melódico da voz.
5) Politik. Outra faixa que considero das melhores da coletânea, com um refrão bem veloz e bem sing-a-long, o destaque está no trabalho de dinâmica e no refrão, bem veloz. Embora a parte A não seja muito veloz, ela possui um bom embalo.
6) Deutsche Waffen. Esta faixa possui influências de ska, embora seja um punk rock, sendo o destaque o refrão, bem sing-a-long e sem a intenção ska. Esta é uma das faixas que conta com a participação de Andy. Não muito veloz, mas com um bom embalo, apesar do ska.
7) Am Tage X. Me agrada bastante o arranjo de guitarra na parte A, um excelente riff, que são, na verdade, trocas rápidas de acorde, bem rock 'n' roll, enquanto o refrão possui um arranjo em que deixa os acordes soarem. Não veloz, mas com um bom embalo.
8) Fahneneid. Considero esta a melhor faixa da coletânea, veloz e embalada, com trocas rápidas de acorde, eventuais pausas e um ótimo desenho melódico da voz e uma excelente progressão harmônica na parte A. Sem frescura e com pouca duração!
9) Schwarz Rot Gold. Esta é outra faixa que considero das melhores da coletânea, em especial devido ao arranjo de guitarra na parte A, executado com os acordes abertos, embora o refrão e seus acentos marcados em sincronia entre os instrumentos também mereça destaque. Não muito veloz, mas bem embalada.
10) Keine Überdosis Deutschland. Outra faixa que considero das melhores da coletânea. Veloz e com um bom embalo, ela possui um ótimo arranjo de guitarra, apesar de simples, com bons riffs, existindo eventuais pausas que também merecem atenção.
11) Freiheit Und Recht. Outra boa composição, bem alegre, que lembra uma mistura de Toy Dolls com Clash! Com um bom embalo e um bom desenho melódico da voz, a parte A lembra Toy Dolls e o refrão lembra Clash.
12) Weisse Mäuse. Esta é outra faixa que considero das melhores da coletânea. Com um bom arranjo rítmico dos instrumentos de corda, possuindo frequentes pausas, o que corta o embalo, embora a bateria nunca deixe ele de lado, a composição não é muito veloz, sendo o arranjo dos instrumentos de corda o destaque.
13) Biervampir. Esta é, talvez, a faixa mais intimista de toda coletânea, possuindo um arranjo de bateria voltado mais para os tambores, esta não é uma faixa embalada, possuindo um arranjo rítmico dos instrumentos de corda sempre com frequentes pausas.
14) Wein, Weiber Und Gesang. Considero esta uma das melhores faixas da coletânea, veloz e embalada, o destaque está no refrão, embora a guitarra possua eventuais bons riffs, existindo, inclusive, uma marcha no meio, com um bom desenho melódico da voz.
15) AVC. Esta é uma boa composição, possuindo um bom embalo, embora não muito veloz, sendo o destaque a progressão harmônica e seu trabalho de dinâmica e acentos. O refrão é bem típico do punk rock do final dos anos 70.
16) Kein Schöner Land. Considero esta uma das melhores faixas da coletânea, com um excelente riff, que lembra bastante Motörhead, esta é uma composição veloz e embalada, sendo o destaque a parte A e seu riff de guitarra. O refrão já possui uma variação modal, deixando a composição mais "alegre".
17) Harte Nächte. Uma boa composição, com uma boa progressão harmônica e um bom desenho melódico da voz, ela possui um bom embalo, embora não seja muito veloz. O destaque está na parte A e nos eventuais riffs de guitarra.
18) Rockabilly Jimmy. Outra boa composição, como o título já sugere, com bastante influência de rockabilly, tanto na execução rítmica, quanto no arranjo, mas, principalmente, devido à progressão harmônica, sendo o destaque o arranjo, existindo, inclusive, a inclusão de um piano.
19) Drecksau. Outra boa composição, com a introdução bem veloz, mas ficando mais lenta na parte A, que lembra Sex Pistols, em especial antes da entrada da voz. O refrão possui um bom arranjo, com a inclusão de pausas. Embora não veloz, a faixa possui um bom embalo.
20) Hans Im Glück. Outra faixa mais lenta, quase outra balada, com um arranjo de guitarra bem suave, com a inclusão de dedilhados, possuindo um refrão bem sing-a-long e com distorção, soando mais como punk rock. Destaque para o arranjo e trabalho de dinâmica entre as partes.
21) Badewanne. Mais uma boa composição, possuindo um bom arranjo, bem embalado, embora não muito veloz, sendo o destaque os contracantos do refrão, possuindo frequentes acordes antecipados do tempo forte, gerando uma característica do arranjo.
22) Exhibitionist. Outra faixa que considero das melhores da coletânea, principalmente devido à progressão harmônica, embora o desenho melódico da voz, o embalo e o trabalho de dinâmica mereçam atenção, bem como o refrão, bem sing-a-long. Bem embalada, ela inicia mais lenta e fica veloz da metade para o final. Esta é a outra faixa que conta com a participação de Andy.
23) Bullenschweine. Não muito veloz e nem muito embalada, esta faixa possui um bom arranjo de guitarra, tanto rítmico quanto harmônico, embora simples, possuindo eventuais pausas. Sem nada de especial, esta está longe de ser uma das composições que mais me agradam.
24) Schlägerpolizist. Não muito veloz, mas com um bom embalo, o destaque está no arranjo de guitarra e suas frases e riffs, possuindo um refrão bem sing-a-long, com um bom arranjo, embora simples.
25) 1, 2, 3.... Mais lenta, mas com certo embalo, o destaque, mais uma vez, está no arranjo de guitarra, com eventuais riffs, e no trabalho de dinâmica, embora os contracantos mereçam atenção. Sem nada de mais, mas, também, nada de ruim!
26) Komm' Erzähl Mir Über Punk. Bastante embalada, com destaque para o arranjo de guitarra e seus eventuais riffs, esta é bem embalada, embora não muito veloz. O desenho melódico da voz também merece atenção, embora esteja longe de ser um destaque.
27) Blumen Im Müll. Mais uma faixa com destaque para o arranjo de guitarra, não muito veloz, mas com um bom embalo. O destaque está, mais especificamente, nos riffs da guitarra. Não fosse pela guitarra, esta seria apenas mais uma composição, sem nada de mais. Esta é a faixa que conta com a participação de Silke.
28) Punk Ist Keine Religion. A coletânea finaliza com uma boa composição, a qual, mais uma vez, o destaque está no arranjo de guitarra e seus eventuais riffs, assim como o solo. O refrão é bem sing-a-long e possui um bom desenho melódico da voz, que lembra bastante Klamydia, e merece atenção.
Ouça a coletânea e perceba como isso é punk!

domingo, 15 de agosto de 2021

Nomeansno - Look, Here Come The Wormies (1980)

GÊNERO: Jazz Core
ORIGEM: Canadá (Victoria / British Columbia)
FORMAÇÃO:
Rob Wright (Vocal, guitarra, baixo)
John Wright (Vocal, teclado, bateria)
Ray Carter (Vocal, baixo)
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Este é o primeiro single, e primeiro trabalho, lançado pelo grupo, de maneira independente, e foi gravado no estúdio Subterranean. O single possui algumas curiosidades, entre elas o fato de que foi gravado em 4 canais, sendo a principal a que ele é considerado um split! Na verdade uma das faixas é creditada ao Nomeansno e outra creditada ao Mass Appeal, a questão é que este Mass Appeal conta com os irmão Wright na formação, mais o Ray, enquanto que no Nomeansno a formação é apenas com os irmãos Wright! Como o Mass Appeal não possui nenhum outro lançamento além deste, considero como tudo sendo Nomeansno, com a participação de Ray Carter em uma das faixas, tanto na interpretação quanto na composição, já que ele é o compositor da música. São duas faixas bem distintas, a primeira soa como um pós punk com fortes influências de punk rock e new wave e a outra já é uma "piração", dando ares do jazz core que iriam assumir como referência para suas composições. Classifiquei como jazz core, mas não é todo single que soa desta forma. De qualquer forma, as composições são muito bem pensadas e arranjadas, fugindo do convencional, mas nem tanto em uma das faixas, apenas na outra. Aqui é um dos pontos de partida do que viria a ser considerado como jazz core, ainda engatinhando, com nada muito concreto, mas já querendo criar forma. A arte da capa ficou por conta de Jim Willey e Jonh Wright. Sou um grande fã do grupo, cheguei a fazer um trabalho sobre suas composições no curso de graduação e, inclusive, apresentei a música Rich Guns no meu TCC da graduação, sou suspeito para falar, mas, com certeza, junto com outros grupos, o Nomeansno pode ser considerado um dos pioneiros do gênero, se tornando referência para futuras bandas. Vale a pena conferir onde tudo começou!
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FAIXA A FAIXA:
1) Look, Here Come The Wormies. O single inicia com a faixa que dá nome à ele, e é, também, a faixa que considero a melhor, possuindo na interpretação apenas os irmão Wright. Soando como um pós punk / new wave / punk rock, ela dá ares de Damned, sempre com o teclado bastante evidente. Não muito veloz, mas com um bom embalo e um bom arranjo, possuindo um refrão com uma progressão harmônica que foge da ideia da parte A. Esta é a faixa creditada ao Nomeansno.
2) S. S. Social Service. Esta é a faixa que conta com a formação de um trio, com Ray sendo o responsável pelo baixo e vocal. É uma composição bem atípica, mas, ao mesmo tempo, minimalista, com frases bem repetitivas, possuindo um aspecto, um pouco, intimista. O que chama a atenção é o timbre da guitarra, na minha opinião, horrível! Com aquelas distorções agudas que soam como uma abelha! De qualquer forma, aqui começam os toques de jazz core que o grupo iria adotar a partir de então. Esta é a faixa creditada ao Mass Appeal.
Ouça o single e... olhe, aí vem os vermes!

quinta-feira, 12 de agosto de 2021

NOFX - Cokie The Clown (2009)

GÊNERO: Hardcore Melódico
ORIGEM: EUA (Los Angeles - Los Angeles / Califórnia)
FORMAÇÃO:
Fat Mike - Michael Burkett (Vocal, baixo, violão)
Eric Melvin (Guitarra)
El Hefe - Aaron Abeyta (Guitarra)
Smelly - Erik Sandin (Bateria)
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Este é o décimo quarto Ep lançado pelo grupo, após 11 álbuns de estúdio, através do selo Fat Wreck Chords, e foi gravado no estúdio Motor. É um excelente Ep, com as composições típicas do grupo, com os toques das composições da década de 2000. A maioria das músicas são velozes e, com exceção de uma faixa, todas são embaladas. O álbum conta com uma faixa acústica, e as gravações são de músicas não utilizadas no seu álbum anterior, porém pertencem à mesma gravação. Destaque para os riffs, embalo e a velocidade, além de eventuais trechos as quais possuem acentos deslocados do tempo forte, sempre em sincronia entre os instrumentos. Todas as faixas são inéditas, com exceção de uma, que havia sido lançada na coletânea Warped Tour 2009 Compilation. O fato interessante é que o Ep chegou à posição 39 na lista dos álbuns independentes da Billboard. Outro fato curioso é que a versão em CD foi lançada com 5 faixas, enquanto que em vinil ele foi dividido em dois, sendo lançados dois lp's de 7 polegadas, intitulados Cokie The Clown e My Orphan Year. Aqui disponibilizo a versão do CD. Não sou um grande fã da banda a partir da década de 2000, me agrada mais as gravações dos anos 80 e 90, mas este Ep é uma exceção, pois as composições são muito boas, vale a pena conferir!
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FAIXA A FAIXA:
1) Cokie The Clown. O Ep inicia com a faixa que dá nome a ele, e é, também, uma das faixas que considero das melhores, além de ser a faixa de divulgação, pois possui videoclipe de divulgação. Veloz, com um bom arranjo, em especial da bateria, mas não só, e muito embalo. Desenho melódico da voz bem ao estilo do grupo, sendo o destaque a velocidade e os arranjos de bateria e guitarra. O videoclipe mostra cenas do grupo em apresentações ao vivo, mas a maior parte mostra o personagem Cokie, interpretado por Fat Mike, jogando um pó branco no rosto das pessoas através de uma grande margarida presa no terno do palhaço.
2) Straight Outta Massachusetts. Outra faixa muito boa, porém esta mais lenta, mais um punk rock do que hardcore, com pitadas de pop punk. Um excelente trabalho de dinâmica entre as partes, sendo o destaque o desenho melódico da voz.
3) Fermented And Flailing. Mais uma ótima composição, veloz, mas não tanto quanto à primeira faixa, e um ótimo embalo, esta faixa dá os ares das composições do grupo do final dos anos 90, possuindo um bom arranjo, sendo o destaque o desenho melódico da voz e arranjos em eventuais trechos.
4) Codependence Day. Considero esta a melhor faixa do Ep, e esta é a faixa que havia sido lançada na coletânea Warped Tour 2009 Compilation. Um ótimo embalo, embora não muito veloz, com um bom trabalho de dinâmica entre as partes, e um bom arranjo de guitarra, sendo o destaque a parte sem voz e sua progressão harmônica.
5) My Orphan Year (Acoustic). A faixa que finaliza o Ep é, também, a faixa acústica, e a faixa que menos me agrada em todo Ep, aliás, não me agrada nem um pouco! Uma faixa pra cortar os pulsos, caso a pessoa já esteja meio depressiva. A versão original foi lançada no álbum anterior, de 2009, esta é a versão com apenas voz e violão.
Ouça o Ep e conheça Cokie, o palhaço!

domingo, 8 de agosto de 2021

Noches Florentinas - Mas Daño Me Hizo Tu Amor (2009)

GÊNERO: Surf Music
ORIGEM: Argentina (La Plata / Buenos Aires)
FORMAÇÃO:
Melina Sarmiento (Vocal, teclado, guitarra)
Fernanda Ortega (Violino)
Maxi Mazzeo (Trompete)
Gonzalo Voutoff (Guitarra)
German Guliodoro (Guitarra)
Hernan Minardi (Baixo)
Victor De Micheli (Bateria)
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Este é o terceiro, e último, álbum lançado pelo grupo, de maneira independente. É um bom álbum, mesmo eu tendo classificado como surf music, há controvérsias, já que o álbum conta com inúmeros clássicos do bolero, valsa, tango, música erudita, mariachi e até rock, porém o timbre das guitarras é igual ao das bandas de surf music, e este timbre está presente o tempo todo, por isso optei por classificar como uma banda de surf music. O álbum é bem dividido entre músicas instrumentais e com vocal, sendo todas faixas cover. Existem faixas com compasso quaternário e ternário, as músicas não são velozes, mas, geralmente, bem embaladas, com uma boa qualidade de gravação, com destaque para os arranjos de violino, embora o timbre de voz de Melina mereça atenção. O grupo não está oficialmente acabado, porém não se encontram notícias a respeito deles desde 2012. Bons arranjos, executados por bons músicos, com tudo no lugar em uma boa qualidade, vale a pena ouvir!
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FAIXA A FAIXA:
1) Besame Mucho. O álbum inicia com uma das faixas que considero das melhores. Um grande clássico, a composição dispensa comentários. Com um arranjo instrumental, a melodia ora feita pela guitarra, ora pelo trompete, ora pelo violino, o arranjo é o grande destaque.
2) Carmen. Outra faixa instrumental, esta é um tango, bem típico do país de origem do grupo. Com a melodia executada pela guitarra, esta não é uma faixa muito embalada, principalmente na parte A, possuindo um bom arranjo.
3) La Llorona. Esta é a primeira faixa do álbum que possui voz, e é, também, a faixa que considero a melhor do álbum. Uma valsa, obviamente em compasso ternário, o arranjo de violino merece atenção, embora o destaque esteja no vocal. Não veloz, mas com um bom embalo e um bom trabalho de dinâmica.
4) Piel Canela. Outra faixa instrumental, com a melodia principal executada pelo violino, esta é um bolero em forma de balada! Uma das composições que menos me agrada no álbum, apesar de possuir uma parte B bem interessante.
5) Amapola. Mais uma faixa com vocal, e outra faixa que me agrada pouco. Também um bolero, com um bom embalo e um bom arranjo, sendo este o grande destaque, junto com a parte B. Os arranjos de guitarra e trompete merecem atenção.
6) Mas Daño Me Hizo Tu Amor. A faixa que dá nome ao álbum é outra que possui vocal, também sem velocidade, com um bom embalo, o destaque está no cromatismo existente no final da parte B, embora o arranjo também mereça destaque.
7) Quizas, Quizas, Quizas. Um clássico da música mexicana, em versão instrumental, esta é uma das faixas que mais me agrada no álbum, com a melodia principal executada pelo violino, é a faixa que possui o trecho mais pesado do álbum, sendo esta a parte B.
8) Un Año De Amor. Outro bolero com a inclusão de vocal. Lento, com um bom embalo, o destaque está na expressão vocal de Melina, embora a guitarra possua um bom arranjo, assim como o desenho melódico da voz.
9) Bolero De Ravel. Outro clássico que dispensa comentários, possuindo um excelente arranjo instrumental, com a melodia principal executada pela guitarra. O destaque está na introdução, possuindo um bom embalo e pouca velocidade.
10) Three Imaginary Boys. Esta é uma das faixas que considero das melhores do álbum, uma versão do grupo Cure, que, aliás, é uma excelente versão, com um ótimo arranjo, uma ideia bem intimista, com a presença vocal e um bom arranjo que trabalha bem a ideia de dinâmica. Destaque para a parte B e o arranjo de trompete.
11) Gnossienne Nº 1. Um dos grandes clássicos do compositor erudito Erik Satie, esta versão instrumental, com a melodia principal executada pela guitarra merece atenção, com destaque para o arranjo, possuindo uma intenção bem intimista.
12) Mandolina Siciliana. Outro clássico, mais uma faixa instrumental, com um bom embalo e a melodia principal executada pela guitarra. A faixa possui um ótimo arranjo, apesar de simples, sendo este o grande destaque.
Ouça o álbum e saiba porque seu amor me fez mais mal!

quinta-feira, 5 de agosto de 2021

No Use For A Name - Death Doesn't Care (1991)

GÊNERO: Hardcore Melódico
ORIGEM: EUA (San Jose - Santa Clara / Califórnia)
FORMAÇÃO:
Tony Sly (Vocal, guitarra)
Chris Dodge (Guitarra)
Steve Papoutsis (Baixo)
Rory Koff (Bateria)
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Este é o terceiro Ep lançado pelo grupo, através do selo New Red Archives, após um álbum de estúdio. É um excelente Ep, com certeza está entre os quatro melhores lançamentos do grupo em toda sua carreira. Com um repertório escolhido a dedo, o Ep possui uma faixa de estúdio (que entraria no repertório do álbum seguinte, em 1992) e três faixas ao vivo, duas do primeiro álbum do grupo e outra que viria a entrar no álbum seguinte, porém aqui a versão não está "lapidada", com diversos elementos ausentes em relação à versão de estúdio. As faixas são embaladas e, na maioria dos casos, velozes, com bons arranjos, muitos riffs e trocas rápidas de acorde. O desenho melódico da voz merece atenção, possuindo uma grande extensão, embora o destaque, na minha opinião, está nos arranjo do "todo", na coesão entre os instrumentos e voz. Uma faixa melhor que a outra, este Ep mostra o que acontecia dentro do gênero no período, uma preparação para o que viria a estourar poucos anos depois.
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FAIXA A FAIXA:
1) Death Doesn't Care. O Ep inicia com a faixa que dá nome à ele. É a faixa que menos me agrada e a única faixa de estúdio do lançamento, é, também, a faixa mais lenta do Ep. Possui um bom arranjo, com boas frases, arpejos, contracantos e acentos no contratempo que, junto com o desenho melódico da voz, são o destaque. Esta gravação seria lançada no álbum seguinte, no ano seguinte.
2) D.M.V. (Live). Esta é uma excelente faixa, uma composição que foi lançada no primeiro álbum do grupo, porém, aqui, ela possui uma introdução inexistente na versão de estúdio, introdução, esta, que viria a ser a introdução da faixa seguinte na versão de estúdio! Excelentes riffs, velocidade, variações de cadência, trocas rápidas de acorde... enfim diversas qualidades nesta composição que está entre as 5 melhores da carreira do grupo.
3) Born Addicted (Live). Considero esta a melhor faixa do Ep. Uma prévia ainda não finalizada da faixa de abertura do álbum que viria a ser lançado um ano após. Excelente composição, com ótimos riffs, excelente desenho melódico da voz, variações de cadência e pausas de pequena duração, além de um ótimo arranjo. Ainda falta a introdução, o solo e mais uma parte da letra, em relação à versão de estúdio, mas ainda assim ela mantém sua excelência!
4) Hail To The King (Live). Outra excelente composição, a mais "crua" e simples de todas as faixas, mas isso não a torna pior que as demais! Esta composição foi lançada no primeiro álbum do grupo, possui uma introdução mais lenta, com uma excelente frase da guitarra, mas, ao entrar a voz, ela se torna um skate punk típico do final dos anos 80, com destaque para o desenho melódico da voz.
Ouça o Ep e saiba porque a morte não se importa!