sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

Ultraje A Rigor - Sexo!! (1987)

GÊNERO: Rock
ORIGEM: Brasil (São Paulo / São Paulo)
FORMAÇÃO:
Roger Moreira (Vocal, guitarra, flauta transversal)
Sérgio Serra (Guitarra)
Maurício Defendi (Baixo)
Leôspa - Leonardo Galasso (Bateria)
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Este é o segundo álbum de estúdio lançado pelo grupo, através do selo WEA. É um bom álbum, o qual registra o grupo em seu auge da carreira, com composições bem explícitas quanto às suas intenções, bem interpretadas e arranjadas, as quais possuem, em sua maioria, um bom embalo, assim como a ideia de manter, em sua maioria, as composições no modo maior, o que combina com a intenção de "alegria"  e irreverência a qual o álbum se propõe, embora não seja uma regra. Embora eu tenha classificado como rock (o que é bem evidente), o álbum possui influências de surf music e ska, além de pitadas de punk rock e hard rock. É um álbum lançado em uma época a qual a censura estava perdendo força, então, percebe-se, mesmo que de maneira sutil, a intenção dos grupos e gravadoras em pressionar o órgão federal. É um bom álbum, o qual marca a entrada do guitarrista Sérgio no grupo, já que durante as gravações, o, até então, guitarrista, Carlinhos, deixou o grupo. O álbum conta com 3 faixas que possuem videoclipes de divulgação, sendo uma delas, usada na abertura de uma telenovela, chamada Brega & Chique. Os videoclipes não possuem muita produção, bem a cara do Brasil nos anos 80, o que é bacana, pois retrata bem o momento, aliás, um dos aspectos positivos do grupo ao longo de sua carreira, no meu entender, foi essa proximidade com o cotidiano do povo brasileiro, o que fez com que muitos se identificassem com as intenções do grupo, o qual nunca deixou de lado a irreverência. O curioso é que o lançamento do álbum foi feito, de maneira surpresa, na marquise de um shopping da Av. Paulista, apresentação que rendeu as imagens para um dos videoclipes do álbum. O álbum recebeu disco de platina por atingir a marca de 250.000 discos vendidos, além de ficar na posição de número 96 na lista do Hot 100 Brasil. O álbum conta com as participações de Carlinhos (Carlo Bartolini) e Edgard Scandurra, tocando guitarra; João Barone, tocando bateria; e Liminha, tocando guitarra e baixo. É um bom álbum, que marcou uma época da cultura musical brasileira, vale a pena conferir!
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FAIXA A FAIXA:
1) Eu Gosto De Mulher. O álbum inicia com uma boa composição, bem rock 'n' roll, com uma intenção bem alegre e irreverente, boas linhas de baixo, assim como bons riffs de guitarra, bem como um bom embalo, além de um refrão bem sing-a-long, repleto de contracantos, existindo um trecho da música Sabre Dance, como música incidental. Esta é uma das faixas em que Liminha toca guitarra. Esta é uma das faixas que possui videoclipe de divulgação, a que se apropriou das imagens da apresentação surpresa de divulgação do álbum.
2) Dênis, O Que Você Quer Ser Quando Crescer?. Esta é uma ótima composição, a qual possui um excelente refrão, bem punk rock e sing-a-long, o destaque, na minha opinião, um bom embalo, além de boas linhas do baixo e boas frases de guitarra. Mais uma vez, Liminha participa tocando guitarra. O que diminui a qualidade da composição, na minha opinião, é a parte A e sua intenção.
3) Terceiro. Esta é uma das faixas que considero das melhores do grupo, e é, também, uma das faixas que possui videoclipe de divulgação. É uma ótima composição, com intenções de ska, mas sem perder a pegada rock, além de influências do surf music e jungle, sendo mais uma faixa que conta com a participação de Liminha na guitarra. Uma ótima intenção, com destaque para o refrão, a linha de baixo também merece atenção.
4) A Festa. Simplesmente horrível! Esta é uma das piores composições de rock que ouvi na minha vida! Simplesmente horrível, daquelas faixas que fazem a pessoa pular quando começa a tocar! Lenta, em compasso composto, é uma balada de festas de formatura de filmes da Sessão da Tarde que se passam nos anos 50 / 60. Nada positivo a destacar, a não ser o solo, gravado por Carlinhos.
5) Prisioneiro. Esta é uma composição bem hard rock, a qual o baixista Maurício ficou responsável pelos vocais. Com uma parte A bem interessante, o destaque, na minha opinião, a qual lembra bastante as bandas de hard rock dos anos 80 que estavam em evidência, na época. Com um bom embalo, embora não muito veloz, o ponto negativo está no refrão, com uma intenção mais pop. Mais uma vez o solo de guitarra, executado, novamente, por Carlinhos, merece atenção. Esta faixa foi censurada pelo órgão federal, na época.
6) Sexo!. A faixa que dá nome ao álbum é, também, a que considero a melhor. Com um bom swing e embalo, ela possui uma intenção bem minimalista, pois se mantém da mesma maneira, do início ao fim, apenas com alterações no arranjo, possuindo um bom trabalho de dinâmica, sendo a faixa que conta com Roger tocando flauta transversal. Influenciada, talvez, pelo rap, ela possui um refrão bem sing-a-long, sendo, também, uma crítica à censura.
7) Pelado. Esta é a última faixa do álbum a contar com videoclipe de divulgação, talvez o mais bem produzido dos três, mas com nada de especial. Esta é a faixa que se tornou abertura da novela Brega & Chique. Um rock 'n' roll, com um bom embalo, bons riffs e frases de guitarra, possuindo um refrão bem sing-a-long. Esta faixa possui a participação de Liminha tocando baixo, já que Maurício ficou responsável por uma das guitarras.
8) Ponto De Ônibus. Esta é outra faixa que considero das melhores do álbum, com influências do punk rock, mas sem perder a intenção rock, além de pitadas de ska, ela possui um bom embalo, além de um bom trabalho de dinâmica, sendo o destaque, na minha opinião, o refrão, seus contracantos, mas , principalmente, o desenho melódico da voz.
9) Maximillian Sheldon. Outra ótima composição, com acordes dissonantes na introdução e uma intenção bem intimista, algo que lembra cena de algum filme de espião ou detetive! Uma ótima frase de baixo, que se mantém, de maneira constante, aliada à boas frases de guitarra, bem como sua intenção, são os destaques, na minha opinião. Esta é a última faixa a contar com a participação de Liminha, desta vez, tocando guitarra. O solo de bateria é o registro da participação de João tocando, obviamente, bateria.
10) Will Robinson E Seus Robots. O álbum finaliza com uma boa faixa, (praticamente) instrumental, a qual possui um padrão rítmico baseado no shuffle, o que nos remete, sempre, à ideia do blues, embora os demais elementos não destaquem esta influência. O destaque, na minha opinião, está no refrão e sua progressão harmônica cromática, a qual causa uma ideia de tensão, embora as frases de guitarra também mereçam atenção. Esta é a faixa que conta com a participação de Edgard tocando guitarra.
Ouça o álbum durante o sexo!

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