sábado, 6 de novembro de 2021

Pink Lincolns - Back From The Pink Room (1987)

GÊNERO: Skate Punk
ORIGEM: EUA (Tampa - Hillsborough / Flórida)
FORMAÇÃO:
Chris Barrows (Vocal)
John Yovino (Guitarra)
Jim Belonga (Baixo)
Doresey Martin (Bateria)
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Este é o álbum de estreia do grupo, lançado pelo selo Greedy Bastard, e foi gravado no estúdio Morrisound. Considero este um excelente álbum, que, embora eu tenha classificado como skate punk, ele possui muita influência de jazz core, punk rock e hardcore old school, além de pitadas de pós punk, garage punk e crossover. Na verdade, na minha opinião, soa muito semelhante às bandas californianas da metade da década de 80, como Adoolescents, T.S.O.L. ou Agent Orange, porém percebe-se, eventualmente, semelhança com Damned, Black Flag, Nomeansno, New Bomb Turks ou Happy World. As músicas são embaladas, não muito velozes, embora não sirvam para lentas, com o vocal cheio de drive, embora não exagerado, sendo o fator que, na minha opinião, lembra o crossover, já que o instrumental segue, basicamente o embalo do skate punk com a pegada punk rock, possuindo eventuais dissonâncias e variações de compasso, bem como notas de passagem fora da ideia tonal, que lembram Black Flag ou Nomeansno. Um excelente álbum, para chegar com seu primeiro trabalho mostrando que a Flórida também tem bandas de skate punk que merecem respeito. Aliás, imagino eu, que o grupo só não teve mais reconhecimento por serem do estado da Flórida, longe dos principais centros do punk rock, fosse o grupo californiano, por exemplo, e, provavelmente, seria uma referência da época, pois qualidade não falta. Os músicos não são extremamente técnicos, mas têm seus truques e malandragens, além de deixarem tudo no lugar, bem redondinho e com muita expressão, se apropriando, também, de um bom trabalho de dinâmica. Interessante é que os acordes da guitarra são frequentemente executados com as posições abertas, não ficando apenas na ideia do power chord. O curioso é que este álbum foi lançado em 3 versões diferentes: a original, em LP, na época, em 1987; em 1995, em CD, que conta com uma faixa bônus; e outra em 2008, em LP e CD, remasterizado, que conta com 3 faixas bônus. Todas as faixas bônus oriundas de álbuns posteriores. Outra questão curiosa é que cada uma das versões possui uma capa diferente! Para quem curte o underground do punk, em todas as suas variações, da metade dos anos 80, este é um álbum que merece ser ouvido com atenção, recomendo!
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FAIXA A FAIXA:
1) Miami. O álbum inicia com uma das faixas que considero das melhores, com um excelente embalo, uma ótima progressão harmônica, com um bom arranjo, apesar de simples. Um skate punk bem típico, mas possuindo pitadas de punk rock.
2) I've Got My Tie On. Esta é outra faixa que considero das melhores. Bem embalada, esta é um punk rock mais acelerado, o que dá mais os ares de um skate punk. Na verdade é um skate punk que fica na tangente com o punk rock! Destaque para a progressão harmônica e o arranjo de guitarra, bem como o desenho melódico da voz.
3) I'm So Polite. Não tão embalada quanto às faixas anteriores, esta soa bem mais punk rock, sendo um punk rock com pitadas de skate punk, ao contrário da primeira faixa, mas, também, pitadas de garage punk! Uma excelente composição, com uma boa progressão harmônica, sendo o destaque a parte A.
4) Temporary Friends. A faixa mais lenta do álbum até então, com um bom trabalho de dinâmica, bem como uma ótima frase da guitarra, apesar de simples, na introdução, se apropriando do intervalo de segunda menor. Um punk rock com pitadas de jazz core! Destaque para o trabalho de dinâmica, existindo uma variação de cadência no refrão.
5) Age. Outra ótima composição, com uma boa intenção e progressão harmônica, não muito veloz, com um padrão rítmico bem simples, sendo o destaque a variação de cadência no refrão, no qual a composição passa de um skate punk mais intimista para um hardcore old school.
6) I've Got A Gun. Esta soa bem punk rock, lembrando alguma banda mod do início dos anos 80, possuindo um refrão mais skate punk, sendo, esta parte, o destaque da composição. Outro detalhe interessante é a execução harmônica com os acordes abertos.
7) Man's Best Friend. Esta é, sem dúvida, a faixa mais jazz core do álbum, com frases que lembram uma mistura de Black Flag com Descendents, mas com a forma e intenção bem Nomeansno! Mas ela não é de todo jazz core, percebe-se influência de skate punk, também. Uma excelente composição.
8) Suburbicide. Considero esta uma das melhores faixas do álbum, lembra, na parte A, Minor Threat, enquanto que o refrão, bem embalado, já soa bem skate punk, possuindo uma ponte bem hardcore old school. Destaque para o refrão e seu embalo.
9) Victims' Rights. Considero esta a melhor faixa do álbum! Uma progressão harmônica bem comum, que eu chamo de "progressão em X", mas que eu considero sensacional, qualquer composição que tiver esta seqüência, com certeza vai me agradar! Somado a isso, a faixa possui um excelente embalo, bem como um ótimo refrão, que mantém o mesmo clima e embalo da parte A. Talvez a faixa mais skate punk de todo álbum.
10) Not For Sale. Outra faixa que considero das melhores do álbum. Esta lembra, bastante, Damned, em especial pela execução do arranjo de guitarra, com os acordes abertos, mantendo uma cadência que se repete, com destaque para os acentos deslocados do tempo forte que, eventualmente, são executados em sincronia pelos instrumentos. Outra faixa bem skate punk, mas com influências fortes de punk rock.
11) Black Circles. Talvez a faixa mais intimista do álbum, esta possui um toque bem pós punk, possuindo eventuais dissonâncias na execução harmônica, pelas guitarras. O refrão já é mais embalado, puxando mais para um punk rock, mas, ainda assim, não deixa de lado o toque pós punk.
12) Bad T.V.. Outra faixa bem embalada, esta soa como um skate punk com influências de hardcore old school. Trocas rápidas de acorde, sendo o destaque o refrão e os acentos marcados pelos instrumentos. Talvez a composição mais simples do álbum. Muito embalo, o que deixa a composição ideal para andar de skate!
13) Velvet Elvis. Esta é a faixa mais conhecida do grupo, uma ótima composição que se assemelha a um Dag Nasty misturado com Minor Threat, sempre bem embalado, com uma progressão com as trocas de acorde deslocadas das cabeças dos tempos, sendo o refrão, mais simples e embalado, o grande destaque.
14) Fuck Sex. O álbum finaliza com a, talvez, faixa mais pesada do álbum, ficando bem na tangente entre o skate punk e o hardcore old school, além de possuir pitadas de crossover. Bastante embalada, o destaque está no arranjo de guitarra e suas eventuais frases, embora a progressão harmônica da parte A mereça atenção.
Ouça o álbum e esteja de volta do quarto rosa!

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