sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

Ramones - Halfway To Sanity (1987)

GÊNERO: Punk Rock
ORIGEM: EUA (Nova York / Nova York)
FORMAÇÃO:
Joey Ramone - Jeffrey Hyman (Vocal)
Johnny Ramone - John Cummings (Guitarra)
Dee Dee Ramone - Douglas Colvin (Baixo)
Richie Ramone - Richard Reinhardt (Bateria)
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Este é o décimo álbum de estúdio lançado pelo grupo, através do selo Sire, e foi gravado no estúdio Intergalactic. Este foi um dos três primeiros álbuns que ouvi do grupo (não lembro se o segundo ou o terceiro), na época de lançamento dele, considero um excelente álbum, possui algumas das composições mais pesadas do grupo, porém balanceado com outras composições mais suaves, além de possuir (sutis) elementos de hard rock. Com composições bastante variadas, mas sempre, de um modo ou de outro, soando como um punk rock, o álbum possui influências de proto punk, hardcore old school, hard rock e rock dos anos 50 e 60. Algumas (poucas) faixas são velozes e outras (poucas) faixas são lentas, porém o embalo está sempre presente, existindo um bom arranjo de guitarra, com eventuais riffs e dedilhados de guitarra bem interessantes. Já havia feito uma resenha sobre o álbum, aqui, no blog, em 2012, confira aqui. Este é o último álbum que conta com a presença de Richie, ainda antes do álbum ser lançado, ele pediu demissão, às vésperas de uma turnê (o que foi considerado, internamente, como uma atitude anti-profissional), por considerar que não era bem pago, que não recebia o crédito que merecia por tocar no grupo. De qualquer forma, Richie sempre foi um cara bem quisto pelos integrantes do grupo, embora fosse bastante quieto, passando despercebido pelos demais inúmeras vezes. Sua importância no que diz respeito às composições merecem destaque, pois foi responsável por compor grandes sucessos do grupo, sendo que neste álbum, duas faixas foram compostas pelo baterista. O álbum ainda conta com as participações de Walter Lure tocando guitarra, Daniel Rey tocando baixo, e Debbie Harry fazendo backing vocals. A arte da capa ficou por conta de George DuBose, não só a arte, mas as fotos também. A história da capa é que George havia recebido uma excelente quantia para trabalhar com tempo e qualidade nas fotos, então levou os integrantes do grupo a um restaurante no bairro Chinatown, e após 15 minutos de fotos, Johnny disse: chega, não nos deixe com cara de velhos, e foram embora! Quando George explicou que havia recebido muito dinheiro, Johnny, respondeu: "não se preocupe, não vamos contar a ninguém"! Então George aproveitou o tempo e tirou algumas fotos de umas tumbas no cemitério judeu próximo, estas foram as fotos da contracapa do álbum. Muitos criticam a fase anos 80 do grupo, ou apenas a fase "Richie" do grupo, mas, na minha opinião, não sucede, considero excelentes álbuns, este em específico, conta com uma questão nostálgica, a qual me remete à minha infância ouvindo pela primeira vez o álbum, gravado em uma fita K7, no litoral gaúcho! Foi um dos pontos de partida para a minha adoração pelo som do grupo, a partir daí começou uma busca incessante pela discografia lançada! O álbum atingiu a posição 172 na lista da Billboard 200, 78 no Reino Unido, e 68 na Holanda. Vale a pena conferir, o fim de uma fase!
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FAIXA A FAIXA:
1) I Wanna Live. O álbum inicia com a faixa de trabalho, pois possui videoclipe de divulgação. É um bom videoclipe, em preto e branco, que mescla imagens de apresentações ao vico do grupo com cenas dos integrantes se locomovendo para as apresentações. É uma excelente composição, com um excelente arranjo de guitarra, possuindo ótimos riffs, em especial na parte B, além de possuir um refrão bem sing-a-long e um bom desenho melódico da voz, um dos destaques da composição.
2) Bop 'Til You Drop. Considero esta uma das melhores faixas do álbum, já a considerei uma das melhores em 1988, quando ouvi o álbum pela primeira vez! Bem pesada, embora não muito veloz, a condução no surdo ao invés dos pratos dão uma intenção mais "obscura" ao arranjo, que possui, como grande destaque, na minha opinião, a ponte, com acentos deslocados do tempo forte.
3) Garden Of Serenity. Outra excelente composição, com uma excelente intenção, além de um ótimo arranjo de guitarra, com destaque aos dedilhados, além de possuir um refrão bem sing-a-long. Não muito veloz, mas bem embalada, o destaque está, justamente no arranjo do refrão, que possui contracantos que merecem atenção.
4) Weasel Face. Considero esta faixa uma das melhores do álbum, a mais veloz até então, lembrando mais as composições dos primeiros álbuns, porém com uma "roupagem" da fase anos 80 do grupo. Com destaque para os acentos deslocados do tempo forte, além de possuir um refrão bem sing-a-long.
5) Go Lil' Camaro Go. Considero esta a melhor faixa do álbum, sem sombra de dúvidas! Virei um grande fã da banda graças a este som, em 1988, ouvia-o por incansáveis, e repetidas, vezes, uma das melhores composições de toda carreira do grupo, na minha opinião. Esta é a faixa que conta com a participação da vocalista do grupo Blondie, Debbie Harry. Bem embalada, embora não muito veloz, o grande destaque, com certeza, está no desenho melódico da voz, em especial na parte A.
6) I Know Better Now. Outra ótima composição, uma das duas contribuições de Richie, bem embalada, não muito veloz, bem punk rock, possui um refrão bem sing-a-long e com uma ótima intenção, que, na minha opinião, é o grande destaque.
7) Death Of Me. Outra ótima composição, também não muito veloz, mas com um bom embalo e um bom trabalho de dinâmica, o destaque está no refrão e seu desenho melódico, embora os eventuais acentos deslocados do tempo forte, também merecem atenção.
8) I Lost My Mind. Outra faixa que considero das melhores. Bem embalada e com certa velocidade, bem punk rock, esta soa como as composições dos primeiros álbuns, com exceção do timbre de voz, já que quem canta é o Dee Dee.
9) A Real Cool Time. Não é uma má composição, mas é a segunda música que menos me agrada em todo álbum. Bastante "suave", embora não muito, ela tem uma intenção bem alegre, mais evidenciada no refrão. Uma boa composição, mas muito alegre e suave.
10) I'm Not Jesus. Esta é, talvez, a faixa mais pesada já gravada pelo grupo em toda sua carreira, e é, também, a outra contribuição composicional de Richie. Um hardcore, preto no branco, sem frescuras, veloz, palhetadas e trocas de acorde rápidas, sem pontes, apenas uma introdução, com uma intenção bem agressiva, em em especial pelo timbre de voz, possuindo uma boa intenção no refrão devido aos contracantos.
11) Bye Bye Baby. Simplesmente horrível! Talvez a pior composição de toda carreira do grupo! Não me agrada em absolutamente nada esta faixa! Lenta, sem embalo, com a "harmonia do T", a fórmula do pop, ela soa como uma balada dos anos 50, tocada em bailes de formatura para os participantes dançarem abraçados! Extremamente desnecessária a inclusão desta faixa no álbum.
12) Worm Man. O álbum finaliza com uma excelente composição, mas que ficou ofuscada pela (horrível) faixa anterior, como se estivesse "ilhada" no meio do álbum, isolada do resto, quase esquecida! Uma pena, pois esta lembra, e muito, Stooges, desde a levada da bateria, com frases nos tambores, mas também pelas execuções harmônica e melódica, possuindo um refrão bem sing-a-long, sendo o destaque, na minha opinião, a parte C, que cria uma variação de cadência, além de possuir uma excelente execução do arranjo vocal.
Ouça o álbum e fique a meio caminho para a sanidade!

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