terça-feira, 4 de janeiro de 2022

Rage - Run For The Night (1983)

GÊNERO: NWOBHM
ORIGEM: Inglaterra (Liverpool - Merseyside / North West)
FORMAÇÃO:
Dave Lloyd (Vocal)
Mick Devenport (Guitarra)
Terry Steers (Guitarra)
Keith Mulholland (Baixo)
John Mylett (Bateria)
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Este é o terceiro, e último, álbum de estúdio lançado pelo grupo, através do selo Carrere, e foi gravado no estúdio Amazon. É um bom álbum, porém sinto que falta personalidade, como se estivessem procurando qual caminho seguir, então "atiraram para todos os lados", apostando em diversos gêneros da época. O grupo possui membros experientes, que já têm sua história nos anos 70, sendo as bandas Spitfire e Nutz as principais delas. Aliás, alguns consideram o Rage como uma continuação do Nutz, com pequenas alterações na formação e no estilo. O grupo teve seu auge anos antes deste álbum, nos dois primeiros anos da década de 80, sempre com o NWOBHM como referência, porém, já no álbum anterior, começam a abandonar o estilo (muito em função da tendência musical da época) e incluir elementos do hard rock e glam metal. Neste álbum, porém, o grupo vai mais longe e, além dos NWOBHM, hard rock e glam metal, o grupo aposta no A.O.R., no rock e no new wave! Uma salada de frutas que faz com que eu sinta o álbum, como mencionado antes, sem personalidade, como se estivessem em busca do caminho, e não querendo trilhar um determinado. De qualquer forma, o grupo teve sua (curta) carreira encerrada um ano após o lançamento deste álbum devido à morte, em um acidente de carro, de John. O álbum ainda possui elementos do NWOBHM e, embora não em evidência e em todas as faixas, ainda assim é a maior referência de um estilo a qual consigo perceber, mas não seria nenhum absurdo chamar o álbum de hard rock ou A.O.R., as faixas não muito velozes e, muitas delas, com um apelo comercial bastante grande, principalmente nos arranjos e inclusões de outros instrumentos como o saxofone e o teclado. O álbum conta com as participações de Steve Morris tocando guitarra, além de Mike Railton e Rick Juckes tocando teclado. A arte da capa ficou por conta de David Larkham.
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FAIXA A FAIXA:
1) Cry From A Hill. O álbum inicia com uma faixa bem A.O.R.. Uma frase constante da bateria, apropriando-se muito dos tambores e quase nada dos pratos, pouca distorção, um bom trabalho de dinâmica, além de um refrão bem "mela cueca". Uma das faixas que menos me agrada no álbum.
2) Fantasy. Esta faixa já é mais embalada que a anterior, porém tem um apelo comercial muito maior, incluindo a presença de teclado. Além disso, o desenho melódico, bem alegre, e a progressão harmônica chamam, e muito para o new wave. Poderíamos dizer que é um hard rock new wave típico das composições do início dos anos 80!
3) Can't Say No. Embora não em total evidência, e com muitos elementos do rock dos anos 80, como a inclusão do teclado, esta é a primeira faixa com características do NWOBHM, possuindo um excelente riff de guitarra na parte A que é, aliás, o grande destaque da composição, junto com o refrão, que possui uma intenção menos alegre, com um baixo pedal e um bom riff de guitarra.
4) Light Years. Esta faixa lembra, e muito, um hard rock do Ted Nugent qualquer! Frases da guitarra que lembram demais as frases do guitarrista. Um hard rock com pitadas leves de country, soa como uma mistura de Ted Nugent com Bruce Springsteen! Uma boa composição, mas longe de ser das melhores.
5) Ladykiller. Considero esta uma das melhores faixas do álbum, com uma excelente frase de guitarra na introdução e no refrão, bem como um excelente riff, na parte A, sustentado pelo baixo pedal. Esta sim, um NWOBHM típico, sem tirar nem acrescentar nada, com todos os elementos do gênero.
6) No Prisoners. Esta é outra faixa que considero das melhores do álbum, também bem NWOBHM, mas não tão "roots" como a faixa anterior, possuindo pequenos elementos de A.O.R. e hard rock, o destaque está no refrão, sem sombra de dúvidas, uma excelente intenção, com uma ótima progressão harmônica, além de ser bem sing-a-long. O phaser utilizado como efeito nas guitarras também merece atenção.
7) Run For The Night. Uma excelente composição, porém, aqui, eles "mergulham de cabeça" nas suas influências dos anos 70! Uma composição bem ao estilo dos anos 70, lenta, com uma ótima intenção, além de um bom trabalho de dinâmica e uma excelente progressão harmônica, bem como um refrão marcante, também bem sing-a-long, existindo a presença de piano. Os contracantos também merecem atenção.
8) Badlands. Outra faixa com apelo mais comercial e toques sutis de rock country que lembram, mais uma vez, Bruce Springsteen. Não é uma faixa que me agrada muito, apesar de não ser ruim e possuir um refrão bem sing-a-long, além de um bom riff de guitarra na parte A, o destaque da composição.
9) Never Before. Com certeza esta é a faixa mais pop e com mais apelo comercial de todo álbum, possuindo a inclusão de saxofone e piano. A composição poderia fazer parte de qualquer filme da Sessão da Tarde que tivesse sido gravado no início dos anos 80! Um rock new wave, com nenhum, absolutamente nada, toque de NWOBHM! Parece a música do produtor inclusa no álbum para ter algo para apresentar para as rádios!
10) Rock Fever. O álbum finaliza com a faixa que considero a melhor! Um NWOBHM de primeira linha, ritmo marcado, baixo pedal, riffs de guitarra, fúria e expressão, além de uma excelente intenção, bem como um bom trabalho de dinâmica e um refrão bem sing-a-long. Destaque para os riffs de guitarra.
Ouça o álbum e vá correr pela noite!

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