sexta-feira, 26 de março de 2021

Ministry - The Land Of Rape And Honey (1988)

GÊNERO: Industrial
ORIGEM: EUA (Chicago - Cook / Illinois)
FORMAÇÃO:
Alain Jourgensen (Vocal, guitarra, programação)
Paul Barker (Baixo, teclado, programação)
William Rieflin (Bateria, programação, teclado, guitarra)
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Este é o terceiro álbum lançado pelo grupo, através do selo Sire. É o primeiro álbum do grupo a ter influências do metal, deixando para trás o som mais eletrônico, inclusive, o próprio Al chegou a comentar que este é o primeiro álbum do grupo que soa como o verdadeiro Ministry. E nele consta um dos maiores clássicos do grupo! Já havia feito uma resenha deste álbum em 2010, confira aqui. Embora tenha influência do metal, a influência da música eletrônica está bem presente, o que me remete a considerar este um álbum de transição, um pouco do passado, um pouco do futuro. Existem faixas mais velozes, mas outras menos, sempre com muito efeito, e muita influência da música eletrônica. Os vocais sempre bem roucos, com bastante drive e algumas inserções de elementos da música contemporânea como a utilização de um secador de cabelo, além de alguma influência do rap, devido aos inúmeros samples e eventuais ritmos. O álbum conta com a participação de Chris Conelly cantando uma das faixas. A versão em CD conta com duas faixas a mais que a versão em LP. O álbum atingiu a posição 164 na The Billboard 200, e a curiosidade fica por conta da capa. A imagem da capa foi retirada de uma foto feita pelo próprio Al, através do televisor, de uma imagem de uma carcaça humana no período do holocausto, ao assitir um documentário sobre o tema. A questão é que a gravadora não queria usar a imagem na capa, mas Al encontrou um veado morto na estrada, o decepou, colocou a cabeça na caçamba de sua caminhonete e a levou até a gravadora, jogando-a na mesa de um dos responsáveis, dizendo: aqui está a capa do disco! A gravadora se obrigou a aceitar a primeira opção para a capa! E a foto feita por Al se tornou a capa do álbum, após passar por efeitos gráficos. Três videoclipes foram feitos com faixas deste álbum que é considerado, por muitos, como um dos álbuns pioneiros do industrial.
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FAIXA A FAIXA:
1) Stigmata. O álbum inicia com um dos clássicos do grupo, e é a faixa que considero a melhor, sendo uma das faixas de divulgação, pois possui videoclipe de divulgação, que assim como as músicas, possui muitos efeitos de vídeo, uma característica dos clipes do grupo. Com bastante distorção como efeito na guitarra, a harmonia executada com frequentes pausas e a bateria fazendo uso dos dois bumbos com bastante freqüência, o trabalho de dinâmica também merece destaque. O curioso é que Al contou que esta música ele compôs em poucos minutos, pois precisavam de mais uma música para o álbum, e, para ele, esta é uma das faixas que ele menos gosta!
2) The Missing. Outra faixa que considero das melhores do álbum, bastante veloz, com um ótimo riff de guitarra, e uma boa marcação do baixo em conjunto com a bateria. Uma composição bastante minimalista, mas que possui um ótimo arranjo.
3) Deity. Considero esta faixa a segunda melhor do álbum, também bastante veloz, com um bom trabalho com os dois bumbos da bateria, enquanto que a harmonia se mantém bem minimalista, mais ainda que a faixa anterior, embora tenha seu ápice no refrão, destacado com o trabalho de dinâmica.
4) Golden Dawn. Esta é uma faixa instrumental, já mais lenta e com mais elementos da música eletrônica em evidência, muitos efeitos, o destaque está na linha do baixo, que, apesar de minimalista, conduz a música do início ao fim, dando espaço e liberdade para a guitarra e os samples, que foram retirados do filme The Devil, além de possuir os samples das vozes de Aleister Crowley e Israel Regardie.
5) Destruction. Outra faixa com muitos efeitos e, mais que as anteriores, muitos elementos da música eletrônica. Aliás, esta é uma música eletrônica! O destaque está na própria composição e no arranjo, bem pensado e hipnotizante.
6) Hizbollah. Esta é uma das faixas que não estão presentes na versão em LP. Também bem eletrônica, esta conta com o sample da cantora árabe Fairuz, um grande nome da música em seu país, e é justamente este o destaque, sua linha melódica abusando dos microtons. Não muito veloz, mas também bastante hipnotizante.
7) The Land Of Rape And Honey. A faixa que dá nome ao álbum é, também, uma das faixas de divulgação, pois possui videoclipe. O vídeo conta com cenas do grupo em cima do palco, além de contar com a participação de Jello Biafra, também com muitos efeitos. A composição é bem eletrônica, com as linhas de teclado e efeitos usados de maneira constante. Não muito veloz e com a bateria bem simples, esta é uma boa composição.
8) You Know What You Are?. Outra faixa com os elementos eletrônicos bem evidentes, desde as linhas graves até os samples. A bateria apenas com a marcação do bumbo e do cymbal, sem muita velocidade, mas abusando de efeitos, os samples ficam por conta de um diálogo do personagem Tuco, no filme The Good, The Bad, The Ugly, uma risada retirada do filme A Fistful Of Dollars, além de trechos dos filmes Aliens e Platoon.
9) I Prefer. Esta é a outra faixa que não está presente no LP, e é, também, a faixa que conta com a utilização de um secador de cabelo, já na introdução. Já mais veloz, mas ainda com os graves bem eletrônicos, a levada já é mais rock e menos eletrônico. Uma boa composição, com destaque para as linhas graves.
10) Flashback. Considero esta uma das melhores faixas do álbum. Já mais acelerada, com a volta da utilização de guitarras, que haviam sido deixadas em segundo plano nas faixas anteriores, esta possui videoclipe de divulgação, que, assim como os demais, possui muitos efeitos. Outra faixa bem minimalista, monocórdica, mas com uma ótima intenção, possuindo samples retirados do filme Platoon.
11) Abortive. O álbum finaliza com a faixa mais hip hop do álbum. Aliás, esta é bem rap, mais rap do que industrial ou eletrônico, possuindo samples retirados de áudios da NASA. Também instrumental, ela possui muito groove, aliás, exala groove por tudo. Excelente composição, inovadora para a época.
Ouça o álbum e conheça a terra de estupro e mel!

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