sábado, 25 de março de 2017

2x - Pateando Craneos (2000)

GÊNERO: Rap Core
ORIGEM: Chile (Santiago / Santiago)
FORMAÇÃO:
Alex De La Fuente (Vocal)
Javier Hernández (Guitarra)
Pablo Trejo (Baixo)
Daniel Tobar (Bateria)
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Não tenho muita informação sobre a banda, mas posso afirmar que é uma porrada! Instrumental pesado com vocais de rap. Este álbum é o primeiro do grupo, lançado pelo selo Big Sur, e, na verdade, acho, com exceção do vocal, muito parecido com a banda Teardown (de Porto Alegre), mas para aqueles que não têm esta referência, poderia dizer que o instrumental ora parece com Madball, ora Sepultura, ora com Brujeria, enquanto que o vocal é uma mistura de Rage Against The Machine com Cypress Hill. Existe bastante qualidade técnica por parte dos músicos, em especial por parte da bateria e do contrabaixo, este o qual apresenta diferentes técnicas como two hands, slap, ou double stops. A voz, apesar de não ter nada de especial em relação à técnica, impõe muita expressão e energia, não deixando o embalo e o petardo do som morrer! Os arranjos instrumentais, principalmente no que diz respeito à parte rítmica, são bem trabalhados, somando-se às dinâmicas, torna-se um álbum que não enjoa-se de ouvir!
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FAIXA A FAIXA
A primeira faixa, Intro, é apenas uma introdução executada com sons não consonantes por um trombone, que dura apenas alguns segundos, finalizando já com uma preparação para a segunda faixa.
No Lo Podrás Sostener é uma das duas melhores faixas do álbum e possui um videoclip de divulgação. Apesar de não ser muito embalada, existe trechos em que isso ocorre, muito peso e acentos deslocados caracterizam a música.
A terceira faixa, Nada, já é mais cadenciada, existindo um riff quase constante e marcante que caracteriza a música, muito stacatto e a execução de slap pelo contrabaixo dão um toque a mais na construção do arranjo.
Juicio Y Castigo é a melhor música do álbum, a mais embalada e mais veloz, embora não seja ela toda assim. Uma prévia acontece já no início, com a bateria executando a levada, preparando para o que virá. Os arranjos de corda bem acentuados e cadenciados, e o pedal duplo da bateria, ajudam na qualidade do arranjo, existindo partes suaves no arranjo quando este já se encontra próximo do final.
A faixa número cinco começa com sons de veículos e máquinas, típicos de uma cidade urbana, o que dá nome à faixa: Urbe, provavelmente a música mais pesada do álbum, com o pedal duplo da bateria em evidência, vocais cantados de maneira rápida e com bastante destaque nos acentos, bem como frequentes drives auxiliam na característica da música.
La Hora Del Juicio é a música mais cadenciada do álbum, iniciando com um arranjo de baixo, aos poucos vai ficando, por ora mais pesada, por ora mais rap, com as palavras sendo proclamadas de maneira bem veloz. Basicamente um groove com uma distorção e vocais ritmados.
A faixa 7, La Fuerza Policial, é outra faixa que tem videoclip de divulgação, inicia com um clima de tensão devido ao arranjo de guitarra somado ao som de sirenes. O instrumental lembra bastante Body Count, porém com mais peso e arranjos rítmicos mais cadenciados, existindo scratches, também, no arranjo.
A oitava faixa, A Romper La Calma, é a terceira música do álbum com videoclip, uma das melhores do álbum, possui um riff contagiante e muito groove no seu arranjo, ótimo para quem aprecia variações rítmicas, mas sem perder o embalo da pulsação, que está sempre presente, existindo slap na execução do arranjo. Muito boa faixa, vale a pena conferir!
Pateando Craneos é a música que dá nome ao álbum e, assim como a faixa 5, esta é muito pesada, com um arranjo de bateria, em especial no refrão, que mantém o pedal duplo, acentuado pelos abafados da guitarra, além de ser quase todo ele executado em slap. Existe uma edição no final da faixa que parece um médico louco, porém calmo, em serviço (não sei de onde foi retirado)!
Odio é, com certeza, a faixa mais rap do álbum, embora ainda possua as mesmas características das demais, ritmos variados, dissonâncias e distorção bem acentuados. Não é tão veloz, mas existe muito peso!
A penúltima faixa do álbum, Pachamama, também mantém as mesmas características das demais, sempre com arranjos bem trabalhados, sendo o vocal desta bastante característico do rap.
A última faixa do álbum, Nehuén, mostra a tradição indígena existente no Chile. A música tem um ostinato em Mi menor, com arranjo bastante tribal, executado em two hands pelo baixo, mostrando que existe uma preocupação do grupo com suas origens indígenas. O mesmo trombone da introdução do álbum aparece no início e no meio da faixa, criando diferentes sensações no decorrer da faixa que, mesmo sendo monocórdica, não se torna enjoativa!
Escute o álbum e sinta o petardo chileno entrar no seu ouvido!

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