quarta-feira, 12 de maio de 2021

Muddy Waters - Electric Mud (1968)

GÊNERO: Blues
ORIGEM: EUA (Rolling Fork - Sharkey / Mississippi)
FORMAÇÃO:
Muddy Waters - McKinley Morganfield (Vocal)
Gene Barge (Saxofone)
Charles Stepney (Órgão)
Phil Upchurch (Guitarra)
Roland Faulkner (Guitarra)
Pete Cosey (Guitarra)
Louis Satterfield (Baixo)
Morris Jennings (Bateria)
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Este é o quarto álbum de estúdio lançado pelo artista, através do selo Cadet. É um ótimo álbum, com uma concepção bem diferente dos registros anteriores do artista, pois possui diversos elementos novos para as composições, entre eles os efeitos, como pedais wah wah e fuzz, mas, principalmente, devido à intenção psicodélica. Considero o álbum uma mistura de Cream e Jimi Hendrix, além de pitadas de Stooges, mas sem perder a pegada blues. O álbum conta com diferentes versões de clássicos do artista, além de contar com uma faixa cover. Algumas composições monocórdicas (ou quase) e improvisos de guitarra, quase que de maneira constante, são características do álbum. Nada muito veloz, muito improviso e psicodelia, além de um timbre de fuzz bem evidente também são marcas do álbum. O curioso é que o álbum foi gravado com uma "banda de apoio", ao invés de ser gravado pelos integrantes que compunham o grupo nas apresentações ao vivo, esta "banda de apoio" era o grupo psicodélico Rottary Connection. Outra curiosidade é que o álbum atingiu a posição de número 127 na lista da Billboard 200 do ano de 1968. Este é um álbum que não foi muito bem aceito pelos fãs mais conservadores do blues, principalmente por soar bastante rock psicodélico e fugir da ideia original do gênero. O fato é que o álbum foi muito bem aceito pelo público em geral, sendo uma referência para inúmeros grupos e artistas das décadas seguintes. A arte da capa ficou por conta de Bill Sharpe.
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FAIXA A FAIXA:
1) I Just Want To Make Love To You. O álbum inicia com a faixa que considero a melhor. Muito groove, improviso e um ótimo riff de guitarra. Lembra bastante Jimi Hendrix, possuindo um bom embalo, apesar de ter mais groove do que embalo. Destaque para os improvisos e as frases e riffs dos instrumentos de corda.
2) I'm Your Hoochie Coochie Man. Esta é uma versão de um dos grandes clássicos do artista. Ainda com uma pegada blues, elementos mais rock, principalmente psicodélicos, estão bem presentes. O destaque está nas frases dos instrumentos de corda. Não muito embalada, existindo, inclusive, frequentes pausas na execução da harmonia.
3) Let's Spend The Night Together. Eis que surge a faixa cover do álbum! Esta é uma música composta por Mick Jagger e Keith Richards, e foi gravada, originalmente, pelo grupo Rolling Stones, em 1967. A versão mantém a essência da versão original, porém possui algumas diferenças, entre elas a frase inspirada na composição The Sunshine Of Your Love, do grupo Cream. No mais se percebe bem a intenção das composições do Rolling Stones.
4) She's All Right. Considero esta uma das melhores faixas do álbum, uma composição monocórdica, com muito improviso e uma boa intenção. Com um bom embalo, uma levada da bateria com muito tambor e pouco prato, apenas pratos de ataque, esta composição lembra, um pouco, Stooges.
5) I'm A Man (Mannish Boy). Outra versão de um clássico do artista e, mais uma vez, uma composição monocórdica. Mantém a intenção da versão original, mas com elementos do rock psicodélico, principalmente, pelos improvisos e efeitos de guitarra. Um bom embalo, com pouca velocidade, mas uma boa composição.
6) Herbert Harper's Free Press News. Outra faixa que considero das melhores do álbum. Mais uma composição monocórdica, recheada de improvisos, com a levada da bateria se apropriando bastante dos tambores. Destaque para os improvisos, embora possua uma frase como tema que surge de tempo em tempo, também bastante interessante.
7) Tom Cat. Uma boa composição, com um excelente riff que se mantém quase que o tempo todo. Ela se mantém, quase que o tempo todo, em um acorde apenas, embora tenha uma parte B que aparece eventualmente. Uma boa composição, com um bom embalo. Destaque para a execução da linha vocal, com muita expressão e potência na voz.
8) Same Thing. O álbum finaliza com a faixa mais blues de todas. Esta não se assemelha às faixas anteriores nem um pouco, soando mais como as composições do artista até este álbum. O que se assemelha às demais faixas são os efeitos da guitarra, mais especificamente o fuzz. Uma boa composição, mostrando que o artista continuara como um músico de blues e não do rock.
Ouça o álbum e entre na lama elétrica!

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